Provérbios 1 a 16

Provérbios 1 a 16

 

Introdução pelo Tradutor:

Quando preparava-me para iniciar a tradução do comentário de Matthew Henry sobre o livro de Provérbios, que trata sobretudo de orientações para a vida prática quanto a se ter uma sábia conduta diante de Deus e dos homens, sofri um ataque devastador da parte de potestades malignas do ar, a saber, de demônios, que me causaram tão grave transtorno a ponto de disparar minha pressão arterial para níveis altíssimos, bem como descompensar o meu sistema nervoso central, com grave prejuízo para a minha comunhão e paz espiritual que vinha mantendo com o Senhor até então, e produzindo profunda depressão a ponto de querer desistir da vida.

Como todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, reunindo um pouco de forças e capacidade racional saudável que me restavam, orei ao Senhor não somente pedindo que me ajudasse a superar tudo aquilo, bem como a entender o que Ele estava pretendendo me ensinar ou mesmo relembrar para que houvesse um propósito útil na clara compreensão da razão daqueles ataques sofridos e o efeito que haviam produzido sobre a minha pessoa.

Se há muitas outras coisas que não fui capaz de entender, uma pelo menos ficou apreendida e relembrada de que pouco ou para nada serve toda a nossa aplicação em deveres morais que nos conduzam a uma boa e adequada educação e civilidade, conforme pode ser aprendido de muitos dos conselhos apresentados no livro de Provérbios e em muitas outras passagens das Escrituras, caso não seja vencido o combate permanente que temos entre a carne e o Espírito, e também contra os principados e potestades deste mundo tenebroso. Em outras palavras, se nos faltar assistência operante do Espírito Santo para nos livrar de todos os estados ruins de alma, que são produzidos por uma vitória da carne, do diabo ou do mundo sobre nós, o resultado é que não podemos viver de modo agradável a Deus, nem para nós mesmos bem como para as demais pessoas.

Não é sem motivo que somos ordenados a andar no Espírito para que possamos vencer as obras da carne:

16 Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.

17 Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.

18 Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei.

19 Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia,

20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções,

21 invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.

22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,

23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.

24 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.

25 Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.”

Não podemos jamais esquecer que não havia ainda nos dias do Velho Testamento, quando foi produzido o livro de Provérbios, a manifestação do reino do Céu, que ocorreria somente depois da manifestação de Jesus ao mundo, em carne, e realizando a obra que ele consumou ao morrer, ressuscitar e ascender ao céu, para derramar o Espírito Santo, desde o dia de Pentecostes, para habitar nos crentes, em todas as nações da Terra. De modo, que esta luta entre a carne e o Espírito; do diabo com os santos e vice-versa, na disputa por suas almas, não está claramente descrita nas páginas do Velho, como a temos plenamente revelada nas páginas do Novo. De modo que, em toda consideração a cada ordenança contida no Antigo Testamento, sempre devemos lembrar da vital necessidade que temos de termos nascido de novo do Espírito e estarmos sendo santificados por Ele, por um constante andar sob sua direção, instrução e poder, para que possamos ser mais do que vencedores sobre o mal, e praticantes de todo o bem, por meio da fé em nosso Senhor Jesus Cristo.

Também não devemos esquecer que em todo o período do Antigo Testamento, no qual foi escrito o livro de Provérbios, não existia uma clara e direta teologia sobre a justificação pela graça mediante a fé. Muito ao contrário, a dispensação da Lei apontava desde o princípio até o seu final com o advento de Jesus, para uma justiça que era segundo as obras, pois lá se dizia: faze e viverás, e não creia e viverás, como é o caso desde que Cristo se manifestou. A glória e o triunfo de Deus Pai através do Filho, estava reservado à fé, e não às nossas obras, porque importa que em tudo não haja qualquer espaço para que nos gloriemos em nós mesmos, senão apenas nAquele que nor salvou por meio da fé nEle.

Esta é a razão que quando Deus quis se prover de um apóstolo para os gentios, Ele não foi buscá-lo na pessoa de alguém que já fosse um dos maiores santos da Terra, mas em Saulo de Tarso, que foi um grande perseguidor da própria Igreja, e que se encontrava apoiando o martírio de Estevão, a ponto de designar a si mesmo como sendo o principal dos pecadores, para que por meio do seu próprio exemplo de vida transformada por Cristo, todos pudessem crer que de fato a salvação operada por Jesus, pelo poder do Espírito Santo, é somente por meio da fé nEle, e não por qualquer boa obra ou mérito de nossa parte. A nós cabe somente o arrependimento e continuar andando no Espírito, pela fé, olhando apenas para o Seu autor e consumador.

1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;

2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.” (Romanos 5.1,2)

1 Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.

2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.” (Romanos 8.1,2)

16 sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.” (Romanos 2.16)

1 Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?

2 Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?

3 Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?

4 Terá sido em vão que tantas coisas sofrestes? Se, na verdade, foram em vão.

5 Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?

6 É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.

7 Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão.

8 Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.

9 De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão.

10 Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las.

11 E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.

12 Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá.

13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),” (Gálats 3.1-13)

Pelo Evangelho. grandes pecadores podem ser salvos e trasnformados em santos, mas isto é somente pela pregação da fé em Cristo, e não pela pregação de obras, pois está designado por Deus que o justo deverá viver pela fé, e somente por meio da fé que se alcança a salvação. Nisto, toda a glória é dada a Cristo e ao Seu grande poder.

Tanto que se não fosse por fé, não poderíamos permanecer firmes em nossa união com o Senhor, porque são muitos os motivos de tristezas que temos neste mundo, tanto por meio de variadas tribulações e aflições, dores, sofrimentos, decepções, angústias, traições, e toda sorte de ofensas e sofrimentos que possam nos causar, além de nossos próprios pecados e os que vemos nos outros. Contudo, pela fé, podemos dizer com o apóstolo Paulo: Triste, mas felizes; porque a graça de Cristo, e a nossa fé em exercício nEle, nos guardará e manterá firmados nele e na prática do bem, perseverando no caminhar no Espírito até o fim, até aquele dia em que nossa paz e alegria não terão mais qualquer momento de nuvens de tristezas misturado a elas.

 

 

 

Provérbios 1

Aqueles que leem os salmos de Davi, especialmente aqueles voltados para este último fim, seriam tentados a pensar que a religião é toda êxtase e consiste em nada além de êxtases e transportes de devoção; e sem dúvida há um tempo para eles, e se há um céu na terra, ele está neles: mas, enquanto estivermos na terra, não podemos estar totalmente envolvidos com eles; temos uma vida para viver na carne, devemos ter uma conduta no mundo, e para isso devemos agora ser ensinados a levar a nossa religião, que é uma coisa racional e muito útil ao governo da vida humana, e tende como tanto para nos tornar discretos como para nos tornar devotos, para fazer brilhar o rosto diante dos homens, numa conversa prudente, honesta e útil, como para fazer arder o coração para com Deus em afetos santos e piedosos. Neste capítulo temos,

I. O título do livro, mostrando o escopo geral e o desígnio dele, ver 1-6.

II. O primeiro princípio é recomendado para nossa séria consideração, ver. 7-9.

III. Uma advertência necessária contra más companhias, ver. 10-19.

IV. Uma representação fiel e viva dos raciocínios da sabedoria com os filhos dos homens, e a ruína certa daqueles que fazem ouvidos moucos a esses raciocínios, ver. 20-33.

O Desígnio dos Provérbios.

1 Provérbios de Salomão, filho de Davi, o rei de Israel.

2 Para aprender a sabedoria e o ensino; para entender as palavras de inteligência;

3 para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo e a equidade;

4 para dar aos simples prudência e aos jovens, conhecimento e bom siso.

5 Ouça o sábio e cresça em prudência; e o instruído adquira habilidade

6 para entender provérbios e parábolas, as palavras e enigmas dos sábios.

Temos aqui uma introdução a este livro, que alguns pensam ter sido prefixado pelo colecionador e editor, como Esdras; mas supõe-se que tenha sido escrito pelo próprio Salomão, que, no início de seu livro, propõe seu fim ao escrevê-lo, para que ele possa manter seus negócios e perseguir de perto esse fim. Somos aqui informados,

I. Quem escreveu estas palavras sábias. São os provérbios de Salomão.

1. Seu nome significa pacífico, e o caráter tanto de seu espírito quanto de seu reinado correspondeu a ele; ambos eram pacíficos. Davi, cuja vida foi cheia de problemas, escreveu um livro de devoção; pois alguém está aflito? Deixe-o orar. Salomão, que vivia tranquilamente, escreveu um livro de instruções; pois quando as igrejas descansaram, foram edificadas. Em tempos de paz, devemos aprender por nós mesmos e ensinar aos outros aquilo que em tempos difíceis tanto eles como nós devemos praticar.

2. Ele era filho de Davi; foi uma honra para ele ser parente daquele bom homem, e ele considerou isso com uma boa razão, pois ele se saiu melhor por isso, 1 Reis 11. 12. Ele foi abençoado com uma boa educação, e muitas boas orações foram feitas por ele (Sl 72.1), o efeito de ambas apareceu em sua sabedoria e utilidade. A geração dos retos às vezes é tão abençoada que se torna bênçãos, bênçãos eminentes, em seus dias. Cristo é frequentemente chamado de Filho de Davi, e Salomão foi um tipo dele nisso, como em outras coisas, ao abrir a boca em parábolas ou provérbios.

3. Ele era rei de Israel - um rei, e ainda assim não era menosprezo para ele ser um instrutor de ignorantes e um professor de bebês - rei de Israel, aquele povo entre quem Deus era conhecido e seu nome era grande; entre eles ele aprendeu a sabedoria e a eles a comunicou. Toda a terra procurou Salomão para ouvir sua sabedoria, que superava a de todos os homens (1 Reis 4.30; 10.24); foi uma honra para Israel que seu rei fosse um ditador, um oráculo. Salomão era famoso por seus apotegmas; cada palavra que ele dizia tinha peso e algo surpreendente e edificante. Seus servos que o atenderam e ouviram sua sabedoria, coletaram, entre eles, 3.000 provérbios seus que escreveram em seus diários; mas estes foram escritos por ele mesmo e não chegam a quase mil. Nestes ele foi divinamente inspirado. Alguns pensam que desses outros provérbios seus, que não eram tão inspirados, foram compilados os livros apócrifos de Eclesiástico e a Sabedoria de Salomão, nos quais há muitos ditos excelentes e de grande utilidade; mas, considerando tudo, eles estão muito aquém deste livro. Os imperadores romanos tinham cada um deles o seu símbolo ou lema, como muitos agora têm com o seu brasão. Mas Salomão tinha muitas palavras de peso, não como as deles, emprestadas de outros, mas todas produto daquela sabedoria extraordinária com a qual Deus o dotou.

II. Com que fim foram escritos (v. 2-4), não para ganhar reputação para o autor, ou fortalecer seu interesse entre seus súditos, mas para o uso e benefício de todos aqueles que em todas as épocas e lugares se governarão por estes dita e estude-os de perto. Este livro nos ajudará a:

1. A formar noções corretas das coisas e a possuir em nossas mentes ideias claras e distintas sobre elas, para que possamos conhecer a sabedoria e a instrução, aquela sabedoria que é obtida pela instrução, pela revelação divina, possa conhecer tanto como falar e agir com sabedoria quanto como dar instruções aos outros.

2. Distinguir entre a verdade e a falsidade, o bem e o mal - perceber as palavras de compreensão, apreendê-las, julgá-las, proteger-se contra erros e acomodar o que aprendemos para nós mesmos e para nosso próprio uso, para que possamos pode discernir coisas que diferem e não são impostas, e pode aprovar coisas que são excelentes e não perder o benefício delas, como ora o apóstolo, Filipenses 1.10.

3. Para ordenar corretamente a nossa conduta em todas as coisas. Este livro nos dará, para que possamos receber, a instrução da sabedoria, aquele conhecimento que guiará nossa prática em justiça, julgamento e equidade (v. 3), que nos disporá a prestar a todos o que lhes é devido, a Deus, as coisas que lhes são devidas. que são de Deus, em todos os exercícios da religião, e a todos os homens o que lhes é devido, de acordo com as obrigações que, por relação, cargo, contrato ou por qualquer outra conta, estamos sujeitos a eles. Observe que aqueles são verdadeiramente sábios, e ninguém além daqueles que são universalmente conscienciosos; e o objetivo da Escritura é nos ensinar essa sabedoria, justiça nos deveres da primeira mesa, julgamento nos da segunda mesa e equidade (isto é, sinceridade) em ambos; então alguns os distinguem.

III. Para cujo uso foram escritos. Eles são úteis para todos, mas são projetados especialmente,

1. Para os simples, para dar-lhes sutileza. As instruções aqui dadas são claras e fáceis, e niveladas até a capacidade mais mesquinha; os viajantes, embora tolos, não errarão nisso; e provavelmente serão beneficiados por aqueles que são sensíveis à sua própria ignorância e à sua necessidade de serem ensinados e, portanto, desejam receber instrução; e aqueles que recebem essas instruções em sua luz e poder, embora sejam simples, serão assim tornados sutis e graciosamente astutos para conhecer o pecado que devem evitar e o dever que devem cumprir, e para escapar das artimanhas do tentador. Aquele que é inofensivo como a pomba, ao observar as regras de Salomão, pode tornar-se sábio como a serpente; e aquele que foi pecaminosamente tolo quando começa a governar a si mesmo pela palavra de Deus torna-se graciosamente sábio.

2. Para os jovens, dar-lhes conhecimento e discrição. A juventude é a idade do aprendizado, aprende as instruções, recebe impressões e retém o que é então recebido; é, portanto, de grande importância que a mente seja bem temperada, nem possa receber uma tintura melhor do que a dos provérbios de Salomão. A juventude é precipitada, inebriante e imprudente; o homem nasce como o potro do burro selvagem e, portanto, precisa ser quebrado pelas restrições e controlado pelas regras que encontramos aqui. E, se os jovens apenas seguirem seus caminhos de acordo com os provérbios de Salomão, logo adquirirão o conhecimento e o discernimento dos antigos. Salomão estava de olho na posteridade ao escrever este livro, esperando com isso temperar as mentes da nova geração com os princípios generosos da sabedoria e da virtude.

IV. Que bom uso pode ser feito deles, v. 5, 6. Aqueles que são jovens e simples podem por meio deles tornar-se sábios e não são excluídos da escola de Salomão, como foram da escola de Platão. Mas é só para isso? Não; aqui não há apenas leite para bebês, mas carne forte para homens fortes. Este livro não apenas tornará os tolos e os maus, sábios e bons, mas também os sábios e os bons, mais sábios e melhores; e embora o simples e o jovem possam talvez desprezar essas instruções e não ser o melhor para eles, ainda assim o homem sábio ouvirá. A sabedoria será justificada pelos seus próprios filhos, embora não pelas crianças sentadas no mercado. Observe que até os homens sábios devem ouvir e não se considerarem sábios demais para aprender. Um homem sábio é sensível aos seus próprios defeitos (Plurima ignoro, sed ignorantiam meam non ignoro - ignoro muitas coisas, mas não a minha própria ignorância) e, portanto, continua avançando, para que possa aumentar em aprendizado, possa saber mais e conhecê-lo melhor, de forma mais clara e distinta, e saber melhor como utilizá-lo. Enquanto vivermos, devemos nos esforçar para aumentar todo o aprendizado útil. Era um ditado de um dos maiores rabinos, Qui non auget scientiam, amittit de ea – Se nosso estoque de conhecimento não aumentar, ele estará se desperdiçando; e aqueles que desejam aumentar seu aprendizado devem estudar as Escrituras; estas aperfeiçoam o homem de Deus. Um homem sábio, ao aumentar seu aprendizado, não é apenas benéfico para si mesmo, mas também para os outros:

1. Como conselheiro. Um homem que entende desses preceitos de sabedoria, comparando-os entre si e com suas próprias observações, alcançará gradualmente conselhos sábios; ele é justo para a promoção e será consultado como um oráculo e encarregado da gestão dos assuntos públicos; ele virá sentar-se ao leme, assim a palavra significa. Observe que a indústria é o caminho para a honra; e aqueles a quem Deus abençoou com sabedoria devem estudar para fazer o bem com ela, de acordo com sua esfera. É realmente mais digno ser conselheiro do príncipe, mas é mais caridade ser conselheiro dos pobres, como foi Jó com sua sabedoria. Jó 29. 15, eu era os olhos dos cegos.

2. Como intérprete (v. 6) – entender um provérbio. O próprio Salomão era famoso por expor enigmas e resolver questões difíceis, o que antigamente era o célebre entretenimento dos príncipes orientais, como testemunham as soluções que deu às perguntas com as quais a rainha de Sabá pensava confundi-lo. Agora, aqui ele se compromete a fornecer a seus leitores esse talento, na medida em que seja útil para os melhores propósitos. “Eles entenderão um provérbio, até mesmo a interpretação, sem a qual o provérbio é uma noz não quebrada; quando ouvirem um ditado sábio, embora seja figurativo, eles entenderão o sentido dele e saberão como fazer uso dele.” As palavras dos sábios às vezes são declarações sombrias. Nas epístolas de Paulo há algo difícil de entender; mas para aqueles que, sendo versados nas Escrituras, sabem comparar as coisas espirituais com as espirituais, serão fáceis e seguras; de modo que, se você lhes perguntar: Você entendeu todas essas coisas? eles podem responder: Sim, Senhor. Observe que é um crédito para a religião quando homens honestos são homens sensatos; todas as pessoas boas, portanto, deveriam procurar ser inteligentes e correr de um lado para outro, esforçando-se no uso dos meios, para que seu conhecimento possa ser aumentado.

Advertências dos pais.

7 O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino.

8 Filho meu, ouve o ensino de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe.

9 Porque serão diadema de graça para a tua cabeça e colares, para o teu pescoço.

Salomão, tendo se comprometido a ensinar a um jovem conhecimento e discrição, estabelece aqui duas regras gerais a serem observadas para isso, e essas são: temer a Deus e honrar seus pais, cujas duas leis fundamentais da moralidade Pitágoras começa seus versos de ouro com, mas o primeiro deles em um estado miseravelmente corrompido. Primum, deos imortales cole, parentes que honora – Primeiro adore os deuses imortais e honre seus pais. Para tornar os jovens como deveriam ser,

I. Deixe-os considerar Deus como seu supremo.

1. Ele estabelece esta verdade, que o temor do Senhor é o princípio do conhecimento (v. 7); é a parte principal do conhecimento (portanto, a margem); é a cabeça do conhecimento; isto é,

(1.) De todas as coisas que devem ser conhecidas, esta é a mais evidente: que Deus deve ser temido, reverenciado, servido e adorado; este é o início do conhecimento, de modo que aqueles que não sabem disso nada sabem.

(2.) Para alcançarmos todo o conhecimento útil, é extremamente necessário que temamos a Deus; não estamos qualificados para lucrar com as instruções que nos são dadas, a menos que nossas mentes sejam possuídas por uma santa reverência a Deus, e todo pensamento dentro de nós seja levado à obediência a ele. Se alguém fizer a sua vontade, conhecerá a sua doutrina, João 7. 17.

(3.) Assim como todo o nosso conhecimento deve surgir do temor de Deus, também deve tender a ele como sua perfeição e centro. Sabem o suficiente aqueles que sabem temer a Deus, que têm cuidado em tudo para agradá-lo e temem ofendê-lo em qualquer coisa; este é o Alfa e o Ômega do conhecimento.

2. Para confirmar esta verdade, de que um olhar para Deus deve dirigir e acelerar todas as nossas buscas de conhecimento, ele observa: Os tolos (ateus, que não têm consideração por Deus) desprezam a sabedoria e a instrução; não tendo nenhum temor da ira de Deus, nem qualquer desejo de seu favor, eles não lhe darão graças por lhes dizer o que podem fazer para escapar de sua ira e obter seu favor. Aqueles que dizem ao Todo-Poderoso: Afasta-te de nós, que estão tão longe de temê-lo que o desafiam, não podem causar surpresa se não desejarem o conhecimento de seus caminhos, mas desprezarem essa instrução. Observe que são tolos aqueles que não temem a Deus e não valorizam as Escrituras; e embora possam fingir ser admiradores da inteligência, na verdade são estranhos e inimigos da sabedoria.

II. Que considerem seus pais como superiores (v. 8, 9): Filho meu, ouve a instrução de teu pai. Ele quer dizer, não apenas que teria seus próprios filhos para serem observadores dele e do que ele lhes dizia, nem apenas que ele teria seus alunos, e aqueles que vieram a ele para serem ensinados, para considerá-lo como seu pai e cumprir seus preceitos com a disposição dos filhos, mas que ele deseja que todos os filhos sejam obedientes e respeitosos para com seus pais, e se conformem à educação virtuosa e religiosa que eles lhes dão, de acordo com a lei do quinto mandamento.

1. Ele dá como certo que os pais, com toda a sabedoria que possuem, instruirão seus filhos e, com toda a autoridade que possuem, darão leis a eles para o seu bem. São criaturas razoáveis e, portanto, não devemos dar-lhes leis sem instrução; devemos atraí-los com as cordas de um homem, e quando lhes dissermos o que devem fazer, devemos dizer-lhes porquê. Mas eles são corruptos e obstinados e, portanto, com a instrução, há necessidade de uma lei. Abraão não apenas catequizará, mas comandará sua família. Tanto o pai como a mãe devem fazer tudo o que puderem pela boa educação dos filhos, e tudo o que for suficiente.

2. Ele incumbe os filhos de receberem e reterem as boas lições e leis que seus pais lhes dão.

(1.) Para recebê-los com prontidão: "Ouça a instrução de teu pai; ouça-a e preste atenção; ouça-a e dê-lhe boas-vindas, e seja grato por ela, e subscreva-a."

(2.) Para mantê-los com resolução: "Não abandone a lei deles; não pense que quando você for adulto, e não mais sob tutores e governadores, você poderá viver em liberdade; e, a lei de sua mãe estava de acordo com o lei de teu Deus e, portanto, ela nunca deve ser abandonada; você foi treinado no caminho que deve seguir e, portanto, quando for velho, não deve se desviar dele”. Alguns observam que, embora a ética dos gentios e as leis dos persas e dos romanos previam apenas que os filhos deveriam respeitar o pai, a lei divina também assegura a honra da mãe.

3. Ele recomenda isso como algo muito gracioso e que nos honrará: “As instruções e leis de teus pais, cuidadosamente observadas e cumpridas, serão um ornamento de graça para tua cabeça (v. 9), um ornamento que é, aos olhos de Deus, de grande valor, e fará com que você pareça tão grande quanto aqueles que usam correntes de ouro no pescoço." Que as verdades e mandamentos divinos sejam para nós uma coroa ou um colar de distinção, que são distintivos de honras de primeira linha; vamos valorizá-los e ser ambiciosos em relação a eles, e então eles o serão para nós. São verdadeiramente valiosos e serão valorizados aqueles que se valorizam mais pela sua virtude e piedade do que pela sua riqueza e dignidade mundanas.

Advertências dos pais.

10 Filho meu, se os pecadores querem seduzir-te, não o consintas.

11 Se disserem: Vem conosco, embosquemo-nos para derramar sangue, espreitemos, ainda que sem motivo, os inocentes;

12 traguemo-los vivos, como o abismo, e inteiros, como os que descem à cova;

13 acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos de despojos a nossa casa;

14 lança a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa.

15 Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; guarda das suas veredas os pés;

16 porque os seus pés correm para o mal e se apressam a derramar sangue.

17 Pois debalde se estende a rede à vista de qualquer ave.

18 Estes se emboscam contra o seu próprio sangue e a sua própria vida espreitam.

19 Tal é a sorte de todo ganancioso; e este espírito de ganância tira a vida de quem o possui.

Aqui Salomão dá outra regra geral aos jovens, a fim de descobrirem e manterem os caminhos da sabedoria, e isso é tomar cuidado com a armadilha das más companhias. Os salmos de Davi começam com esta advertência, e o mesmo acontece com os provérbios de Salomão; pois nada é mais destrutivo, tanto para uma devoção viva quanto para uma conduta regular (v. 10): “Meu filho, a quem amo e por quem tenho terna preocupação, se os pecadores te seduzirem, não consintas”. Os conselhos que os pais devem dar aos filhos quando os enviam para o mundo; é o mesmo que Pedro deu aos seus novos convertidos (Atos 2:40): Salvem-se desta geração perversa. Observe,

1. Quão diligentes são as pessoas perversas para seduzir outras para os caminhos do destruidor: elas seduzirão. Os pecadores adoram companhia no pecado; os anjos que caíram foram tentadores quase tão logo se tornaram pecadores. Eles não ameaçam nem discutem, mas atraem com lisonja e discurso justo; com uma isca atraem o jovem incauto para o anzol. Mas eles se enganam se pensam que, ao levar outros a participar com eles de sua culpa e a ficarem vinculados, por assim dizer, ao vínculo com eles, terão menos para pagar a si mesmos; pois eles terão muito mais pelo que responder.

2. Quão cautelosos devem ser os jovens para não serem seduzidos por eles: "Não consintas; e então, embora eles te seduzam, não podem te forçar. Não digas o que eles dizem, nem faça o que eles fazem ou gostariam que você fizesse. fazer; não tenha comunhão com eles." Para reforçar esse cuidado,

I. Ele representa os raciocínios falaciosos que os pecadores usam em suas seduções, e as artes de persuasão que eles possuem para enganar almas instáveis. Ele especifica os salteadores de estrada, que fazem o que podem para atrair outros para sua gangue, v. 11-14. Veja aqui o que eles queriam que o jovem fizesse: “Vem conosco (v. 11); deixe-nos ter a tua companhia”. A princípio, eles fingem não perguntar mais nada; mas o namoro sobe mais alto (v. 14): “Lança a tua sorte entre nós; vem em parceria conosco, junta a tua força à nossa, e vamos decidir viver e morrer juntos: tu passarás como nós; todos nós temos uma bolsa, para que o que conseguirmos juntos possamos gastar alegremente juntos", pois é isso que eles pretendem. Duas concupiscências irracionais e insaciáveis eles propõem a si mesmos a gratificação e, com isso, atraem sua oração para a armadilha:

1. Sua crueldade. Eles têm sede de sangue, e odeiam aqueles que são inocentes e nunca lhes provocaram qualquer provocação, porque pela sua honestidade e diligência eles os envergonham e condenam: "Vamos, portanto, esperar pelo seu sangue, e espreitá-los secretamente; eles estão conscientes de não cometer nenhum crime e, consequentemente, não têm medo de nenhum perigo, mas viajam desarmados; portanto, faremos deles presas mais fáceis. E, quão doce será engoli-los vivos!" v. 12. Esses malditos homens fariam isso com a mesma avidez com que o leão faminto devora o cordeiro. Se for contestado: "Os restos mortais dos assassinados trairão os assassinos"; eles respondem: "Não há perigo disso; nós os engoliremos inteiros como aqueles que estão enterrados." Quem poderia imaginar que a natureza humana degeneraria a tal ponto que seria um prazer para um homem destruir outro!

2. Sua cobiça. Eles esperam obter um bom saque com isso (v. 13): “Encontraremos todas as substâncias preciosas seguindo este comércio. A ideia que eles têm da riqueza mundana. Eles chamam isso de substância preciosa; considerando que não é nem substancial nem precioso; é uma sombra; é vaidade, especialmente aquela que se obtém por meio de roubo, Sal 62. 10. É como aquilo que não existe, que não dará ao homem nenhuma satisfação sólida. É barato, é comum, mas, na sua opinião, é precioso e, portanto, arriscarão as suas vidas, e talvez as suas almas, na sua busca. É o erro destruidor de milhares de pessoas que supervalorizam a riqueza deste mundo e a consideram uma substância preciosa.

(2.) A abundância que eles prometem a si mesmos: Encheremos nossas casas com isso. Aqueles que negociam com o pecado prometem a si mesmos barganhas poderosas, e que isso resultará em uma grande conta (tudo isso te darei, diz o tentador); mas eles apenas sonham que comem; as casas cheias se reduzem a apenas um punhado, como a grama nos telhados das casas.

II. Ele mostra a perniciosidade desses caminhos, como uma razão pela qual devemos temê-los (v. 15): “Filho meu, não andes com eles no caminho; como puder; evite o caminho deles; não siga o exemplo deles, não faça o que eles fazem. Tal é a corrupção da nossa natureza que o nosso pé é muito propenso a pisar no caminho do pecado, de modo que devemos usar a violência necessária sobre nós mesmos para refrear o nosso pé e verificar se em algum momento damos o menor passo em direção ao pecado. Considere:

1. Quão pernicioso é o seu caminho em sua própria natureza (v. 16): Seus pés correm para o mal, para aquilo que é desagradável a Deus e prejudicial à humanidade, pois eles se apressam em derramar sangue. Observe que o caminho do pecado é ladeira abaixo; os homens não apenas não conseguem se conter, mas, quanto mais continuam nisso, mais rápido correm e se apressam, como se temessem não fazer o mal o suficiente e estivessem decididos a não perder tempo. Eles disseram que prosseguiriam sem pressa (Vamos esperar pelo sangue, v. 11), mas você descobrirá que todos estão com pressa, tanto que Satanás encheu seus corações.

2. Quão perniciosas serão as consequências disso. É-lhes dito claramente que este caminho perverso certamente terminará na sua própria destruição, e ainda assim eles persistem nele. Aqui,

(1.) Eles são como o pássaro tolo, que vê a rede se estender para pegá-lo, e ainda assim é em vão; ele é atraído pela isca e não aceitará o aviso que seus próprios olhos lhe deram (v. 17). Mas nós nos consideramos mais valiosos do que muitos pardais e, portanto, deveríamos ter mais inteligência e agir com mais cautela. Deus nos tornou mais sábios que as aves do céu (Jó 35.11), e seremos então tão estúpidos quanto elas?

(2.) Eles são piores que os pássaros e não têm o sentido que às vezes percebemos que eles têm; pois o passarinheiro sabe que é em vão armar sua armadilha à vista do pássaro e, portanto, ele tem artes para ocultá-la. Mas o pecador vê a ruína no final do seu caminho; o assassino, o ladrão, vê a prisão e a forca diante deles, ou melhor, eles podem ver o inferno diante deles; seus vigias lhes dizem que certamente morrerão, mas isso não adianta; eles correm para o pecado e avançam nele, como o cavalo na batalha. Pois realmente a pedra que eles rolam se voltará contra eles mesmos (v. 18, 19). Eles esperam e espreitam secretamente pelo sangue e pela vida de outros, mas isso provará, contrariamente à sua intenção, ser pelo seu próprio sangue, pelas suas próprias vidas; eles chegarão, finalmente, a um fim vergonhoso; e, se eles escaparem da espada do magistrado, ainda assim haverá uma Nêmesis divina que os persegue. A vingança faz com que eles não vivam. Sua ganância de ganho os apressa em práticas que não os permitirão viver metade de seus dias, mas que lhes cortarão o número de seus meses no meio. Eles têm poucos motivos para se orgulhar de sua propriedade, naquilo que tira a vida dos proprietários e depois passa para outros senhores; e que aproveita ao homem, embora ganhe o mundo, se perder a vida? Pois então ele não poderá mais desfrutar do mundo; muito menos se ele perder a alma e for afogado na destruição e na perdição, como acontece com multidões pelo amor ao dinheiro.

Agora, embora Salomão especifique apenas a tentação de roubar na estrada, ele pretende nos alertar contra todos os outros males aos quais os pecadores atraem os homens. Tais são os caminhos dos bêbados e dos imundos; eles estão se entregando àqueles prazeres que tendem à sua ruína aqui e para sempre; e, portanto, não consente com eles.

Exortações da Sabedoria; Perdição dos Pecadores Obstinados.

20 Grita na rua a Sabedoria, nas praças, levanta a voz;

21 do alto dos muros clama, à entrada das portas e nas cidades profere as suas palavras:

22 Até quando, ó néscios, amareis a necedade? E vós, escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento?

23 Atentai para a minha repreensão; eis que derramarei copiosamente para vós outros o meu espírito e vos farei saber as minhas palavras.

24 Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a mão, e não houve quem atendesse;

25 antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão;

26 também eu me rirei na vossa desventura, e, em vindo o vosso terror, eu zombarei,

27 em vindo o vosso terror como a tempestade, em vindo a vossa perdição como o redemoinho, quando vos chegar o aperto e a angústia.

28 Então, me invocarão, mas eu não responderei; procurar-me-ão, porém não me hão de achar.

29 Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do SENHOR;

30 não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão.

31 Portanto, comerão do fruto do seu procedimento e dos seus próprios conselhos se fartarão.

32 Os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição.

33 Mas o que me der ouvidos habitará seguro, tranquilo e sem temor do mal.

Salomão, tendo mostrado quão perigoso é dar ouvidos às tentações de Satanás, mostra aqui quão perigoso é não dar ouvidos aos chamados de Deus, dos quais lamentaremos para sempre a negligência. Observe,

I. Por quem Deus nos chama - pela sabedoria. É a sabedoria que clama externamente. A palavra é plural – sabedorias, pois, assim como há sabedoria infinita em Deus, também há a multiforme sabedoria de Deus, Ef 3.10. Deus fala aos filhos dos homens por meio de todos os tipos de sabedoria e, como em toda vontade, assim como em cada palavra, de Deus há um conselho.

1. A compreensão humana é a sabedoria, a luz e a lei da natureza, os poderes e faculdades da razão e o ofício da consciência, Jó 38. 36. Por meio deles, Deus fala aos filhos dos homens e argumenta com eles. O espírito de um homem é a vela do Senhor; e, onde quer que os homens vão, poderão ouvir uma voz atrás deles, dizendo: Este é o caminho; e a voz da consciência é a voz de Deus, e nem sempre é uma voz mansa e delicada, mas às vezes clama.

2. O governo civil é sabedoria; é uma ordenança de Deus; os magistrados são seus vice-gerentes. Deus, por meio de Davi, disse aos tolos: Não façais tolices, Sal 75. 4. Na abertura dos portões e nos locais de concurso, onde eram mantidos os tribunais, os juízes, a sabedoria da nação, chamavam os ímpios, em nome de Deus, ao arrependimento e à reforma.

3. A revelação divina é sabedoria; todos os seus ditames, todas as suas leis, são tão sábios quanto a própria sabedoria. Deus o faz, pela palavra escrita, pela lei de Moisés, que coloca diante de nós a bênção e a maldição, pelos lábios dos sacerdotes que guardam o conhecimento, pelos seus servos, os profetas, e todos os ministros desta palavra, declara sua mente aos pecadores, e admoesta-os tão claramente quanto o que é proclamado nas ruas ou nos tribunais pelos arautos. Deus, em sua palavra, não apenas abre o caso, mas o discute com os filhos dos homens. Venha agora e raciocinemos juntos, Is 1.18.

4. O próprio Cristo é Sabedoria, é Sabedoria, porque nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento, e ele é o centro de toda a revelação divina, não apenas a Sabedoria essencial, mas a Palavra eterna, por quem Deus nos fala. e a quem ele cometeu todo julgamento; ele é, portanto, quem aqui implora aos pecadores e os condena. Ele se autodenomina Sabedoria, Lucas 7. 35.

II. Como ele nos chama e de que maneira.

1. Muito publicamente, para que quem tem ouvidos para ouvir possa ouvir, uma vez que todos são bem-vindos para tirar proveito do que é dito e todos estão preocupados em atendê-lo. As regras da sabedoria são publicadas nas ruas, não apenas nas escolas, ou nos palácios dos príncipes, mas nos principais locais de concurso, entre as pessoas comuns que passam e repassam na abertura dos portões e na cidade. É confortável lançar a rede do evangelho onde há uma multidão de peixes, na esperança de que alguns sejam presos. Isto foi cumprido em nosso Senhor Jesus, que ensinou abertamente no templo, em meio a multidões, e em segredo não disse nada (João 18:20), e encarregou seus ministros de proclamarem seu evangelho no telhado, Mateus 10:27. Deus diz (Is 45. 19), eu não falei em segredo. Não há fala ou linguagem onde a voz da Sabedoria não seja ouvida. A verdade não busca cantos, nem a virtude se envergonha de si mesma.

2. Muito pateticamente; ela clama, e novamente ela clama, como se estivesse falando sério. Jesus se levantou e clamou. Ela emite a sua voz, pronuncia as suas palavras com toda a clareza e carinho possíveis. Deus deseja ser ouvido e atendido.

III. Qual é o chamado de Deus e de Cristo.

1. Ele repreende os pecadores por sua loucura e por persistirem obstinadamente nela. Observe,

(1.) Quem são aqueles a quem a Sabedoria aqui reprova e expõe. Em geral, eles são simples e, portanto, podem ser justamente desprezados, como a simplicidade do amor, e, portanto, podem ser justamente desesperados; mas devemos usar os meios mesmo com aqueles em quem temos poucas esperanças, porque não sabemos o que a graça divina pode fazer. Três tipos de pessoas são chamadas aqui:

[1.] Os simples que amam a simplicidade. O pecado é simplicidade, e os pecadores são simples; eles agem tolamente, muito tolamente; e é muito ruim a condição daqueles que amam a simplicidade, gostam de suas noções simples do bem e do mal, de seus preconceitos simples contra os caminhos de Deus, e estão em seu elemento quando estão fazendo uma coisa simples, divertindo-se com seus próprios enganos e lisonjeando-se em sua maldade.

[2.] Escarnecedores que se deleitam em zombar - pessoas orgulhosas que têm prazer em intimidar tudo ao seu redor, pessoas joviais que zombam de toda a humanidade e zombam de tudo que aparece em seu caminho. Mas os escarnecedores da religião são especialmente destinados, os piores dos pecadores, que desprezam a submissão às verdades e leis de Cristo, e às reprovações e admoestações de sua palavra, e se orgulham de desprezar tudo o que é sagrado e sério.

[3.] Tolos que odeiam o conhecimento. Ninguém, exceto os tolos, odeia o conhecimento. Somente são inimigos da religião aqueles que não a compreendem corretamente. E esses são os piores tolos que odeiam ser instruídos e reformados, e têm uma antipatia enraizada pela piedade séria.

(2.) Como a reprovação é expressa: “Até quando você fará isso?” Isto implica que o Deus do céu deseja a conversão e reforma dos pecadores e não a sua ruína, que ele está muito descontente com a sua obstinação e lentidão, que espera ser gracioso e está disposto a argumentar o caso com eles.

2. Ele os convida a se arrependerem e a se tornarem sábios. E aqui,

(1.) O preceito é claro: Transforme-se em minha repreensão. Não fazemos uso correto das repreensões que nos são dadas por aquilo que é mau, se não nos desviarmos delas para aquilo que é bom; pois para esse fim foi dada a reprovação. Vire-se, isto é, volte ao seu juízo perfeito, volte-se para Deus, volte-se para o seu dever, volte-se e viva.

(2.) As promessas são muito encorajadoras. Aqueles que amam a simplicidade encontram-se sob uma impotência moral para mudar a sua maneira de pensar e de agir; eles não podem se virar por nenhum poder próprio. A isto Deus responde: “Eis que derramarei sobre vós o meu Espírito; ponham-se a fazer o que puderem, e a graça de Deus se estabelecerá em vocês e operará em vocês tanto o querer como o realizar o bem que, sem essa graça, você não poderia viver." Ajude a si mesmo e Deus o ajudará; estenda a mão atrofiada e Cristo a fortalecerá e curará.

[1.] O autor desta graça é o Espírito, e isso está prometido: derramarei sobre vós o meu Espírito, como óleo, como água; tereis o Espírito em abundância, rios de água viva, João 7. 38. Nosso Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lhe pedirem.

[2.] O meio desta graça é a palavra, que, se a tomarmos corretamente, nos transformará; é, portanto, prometido: “Eu vos darei a conhecer as minhas palavras, não apenas as falarei a vós, mas as tornarei conhecidas, darei a vocês que as entendam”. Observe que a graça especial é necessária para uma conversão sincera. Mas essa graça nunca será negada a ninguém que a busque honestamente e a ela se submeta.

3. Ele lê a condenação daqueles que continuam obstinados contra todos esses meios e métodos de graça. É grande e muito terrível, v. 24-32. A sabedoria, tendo chamado os pecadores ao retorno, faz uma pausa para ver que efeito o chamado tem, ouve e ouve; mas eles não falam corretamente (Jeremias 8:6) e, portanto, ela continua dizendo-lhes o que acontecerá no final disto.

(1.) O crime é recitado e é altamente provocador. Veja por que o julgamento será dado contra os pecadores impenitentes no grande dia, e você dirá que eles merecem, e que o Senhor é justo nisso. Em suma, é rejeitar Cristo e as ofertas da sua graça, e recusar submeter-se aos termos do seu evangelho, que os teria salvado tanto da maldição da lei de Deus como do domínio da lei do pecado.

[1.] Cristo os chamou para avisá-los do perigo; ele estendeu a mão para oferecer-lhes misericórdia, ou melhor, para ajudá-los a sair de sua condição miserável, estendeu a mão para que eles a segurassem, mas eles recusaram e ninguém olhou; alguns foram descuidados e nunca deram ouvidos a isso, nem prestaram atenção ao que lhes foi dito; outros foram obstinados e, embora não pudessem evitar ouvir a vontade de Cristo, ainda assim negaram-no categoricamente e recusaram (v. 24). Eles estavam apaixonados por sua loucura e não queriam se tornar sábios. Eles eram obstinados em todos os métodos usados para recuperá-los. Deus estendeu a mão em misericórdias concedidas a eles e, quando essas não trabalharam sobre eles, em correções, mas todas foram em vão; eles não consideravam as operações de sua mão mais do que as declarações de sua boca.

[2.] Cristo os reprovou e aconselhou, não apenas os reprovou pelo que fizeram de errado, mas os aconselhou a fazer melhor (essas são reprovações de instrução e evidências de amor e boa vontade), mas eles desprezaram todos os seus conselhos como se não merecessem atenção, e não aceitassem nenhuma de suas reprovações, como se fosse inferior a eles serem reprovados por ele e como se nunca tivessem feito nada que merecesse repreensão. Isto é repetido (v. 30): “Eles não aceitaram meu conselho, mas o rejeitaram com desdém; foi tudo uma brincadeira e não vale a pena prestar atenção." Observe que aqueles que estão marcados para a ruína são surdos à repreensão e ao bom conselho.

[3.] Eles foram exortados a se submeterem ao governo da razão correta e da religião, mas se rebelaram contra ambos.

Primeiro, a Razão não deveria governá-los, pois eles odiavam o conhecimento (v. 29), odiavam a luz da verdade divina porque ela lhes revelava a maldade de suas ações, João 3.20. Eles odiavam que lhes dissessem aquilo que não suportavam saber.

Em segundo lugar, a religião não poderia governá-los, pois eles não escolheram o temor do Senhor, mas escolheram andar no caminho do seu coração e na visão dos seus olhos. Eles foram pressionados a colocar Deus sempre diante deles, mas preferiram lançar ele e seu medo para trás. Observe que aqueles que não escolhem o temor do Senhor mostram que não têm conhecimento.

(2.) A sentença foi pronunciada e certamente é destrutiva. Aqueles que não se submeterem ao governo de Deus certamente perecerão sob a sua ira e maldição, e o próprio evangelho não os aliviará. Eles não aproveitariam o benefício da misericórdia de Deus quando esta lhes fosse oferecida e, portanto, cairiam justamente como vítimas de sua justiça, cap. 29. 1. As ameaças aqui terão seu pleno cumprimento no julgamento do grande dia e na miséria eterna dos impenitentes, dos quais ainda há alguns valores sérios nos julgamentos atuais.

[1.] Agora os pecadores estão em prosperidade e seguros; eles vivem à vontade e desafiam a tristeza. Mas, primeiro, a calamidade deles virá (v. 26); as doenças virão, e aquelas doenças que eles apreenderão como sendo as próprias prisões e arautos da morte; outros problemas surgirão, em mente, no patrimônio, o que os convencerá de sua loucura em colocar Deus à distância.

Em segundo lugar, a calamidade deles os deixará com grande medo. O medo se apodera deles e eles percebem que o mal será pior. Quando os julgamentos públicos acontecem, os pecadores de Sião ficam com medo, o medo surpreende os hipócritas. A morte é o rei dos terrores para eles (Jó 15. 21, etc.; 18. 11, etc.); esse medo será o seu tormento contínuo.

Em terceiro lugar, de acordo com o seu susto será para eles. O medo deles virá (aquilo que eles temiam lhes acontecerá); virá como desolação, como um poderoso dilúvio que abaterá tudo o que está diante dele; será a sua destruição, a sua destruição total e final; e virá como um redemoinho, que de repente e com força afasta toda a palha. Observe que aqueles que não admitem o temor de Deus se expõem a todos os outros medos, e seus medos não serão infundados.

Em quarto lugar, o seu medo então se transformará em desespero: Angústia e angústia virão sobre eles, pois, tendo caído na cova de que tinham medo, não encontrarão maneira de escapar (v. 27). Saul clama (2 Sm 1.9): A angústia se apoderou de mim; e no inferno há choro, e lamento, e ranger de dentes por angústia, tribulação e angústia para a alma do pecador, fruto da indignação e ira do Deus justo, Rm 2.8,9.

[2.] Agora Deus se compadece de sua loucura, mas então ele rirá de sua calamidade (v. 26): "Eu também rirei da sua angústia, assim como você riu do meu conselho." Aqueles que ridicularizam a religião apenas se tornarão ridículos diante de todo o mundo. Os justos rirão deles (Sl 52. 6), pois o próprio Deus o fará. Isso sugere que eles estarão para sempre excluídos das compaixões de Deus; eles pecaram por tanto tempo contra a misericórdia que agora pecaram completamente. Seus olhos não pouparão, nem terá piedade. E, sua justiça sendo glorificada em sua ruína, ele ficará satisfeito com isso, embora agora ele preferisse que eles voltassem e vivessem. Ah! Vou me livrar dos meus adversários.

[3.] Agora Deus está pronto para ouvir suas orações e encontrá-los com misericórdia, se eles apenas o procurarem; mas então a porta será fechada, e eles clamarão em vão (v. 28): “Então eles me invocarão quando for tarde demais: Senhor, Senhor, abre-nos. Já que agora eles rejeitam e menosprezam; mas não responderei, porque, quando chamei, eles não responderam;" toda a resposta então será: Afaste-se de mim, eu não conheço você. Este foi o caso de alguns ainda nesta vida, como Saul, a quem Deus não respondeu por Urim ou profetas; mas, normalmente, enquanto há vida há espaço para oração e esperança de vivificação e, portanto, isto deve referir-se à justiça inexorável do juízo final. Então aqueles que menosprezaram a Deus o buscarão cedo (isto é, sinceramente), mas em vão; eles não o encontrarão, porque não o procuraram quando ele poderia ser encontrado, Is 55. 6. O homem rico no inferno implorou, mas lhe foi negado.

[4.] Agora eles estão ansiosos por seguir seu próprio caminho e gostam de seus próprios projetos; mas então eles terão o suficiente (v. 31), de acordo com o provérbio: Deixe os homens beberem enquanto preparam; comerão do fruto do seu caminho; seus salários serão de acordo com seu trabalho, e, como foi sua escolha, assim será sua condenação, Gálatas 6.7,8.

Observe, primeiro, que há uma tendência natural no pecado para a destruição, Tg 1. 15. Os pecadores certamente serão infelizes se comerem do fruto à sua maneira.

Em segundo lugar, aqueles que perecem devem agradecer a si mesmos e não podem culpar ninguém. É o seu próprio dispositivo; deixe-os se gabar disso. Deus escolhe seus enganos, Is 66. 4.

[5.] Agora eles se valorizam por sua prosperidade mundana; mas então isso ajudará a agravar a sua ruína.

Primeiro, eles agora estão orgulhosos de poder afastar-se de Deus e libertar-se das restrições da religião; mas isso mesmo os matará, a lembrança disso os cortará no coração.

Em segundo lugar, eles agora estão orgulhosos da sua própria segurança e sensualidade; mas a facilidade dos simples (assim diz a margem) os matará; quanto mais seguros eles estiverem, mais certa e mais terrível será sua destruição, e a prosperidade dos tolos ajudará a destruí-los, enchendo-os de orgulho, colando seus corações ao mundo, fornecendo-lhes combustível para suas concupiscências, e endurecendo seus corações em seus maus caminhos.

4. Ele conclui com uma garantia de segurança e felicidade para todos aqueles que se submetem às instruções da sabedoria (v. 33): “Aquele que me ouvir e quiser ser governado por mim, esse será:”

(1.) “Será seguro; ele habitará sob a proteção especial do Céu, para que nada lhe cause nenhum dano real."

(2.) "Ele será tranquilo e não terá apreensões inquietantes de perigo; ele não apenas estará a salvo do mal, mas também tranquilo do medo dele." Embora a terra seja removida, eles não temerão. Estaríamos a salvo do mal e tranquilos do medo dele? Que a religião sempre nos governe e a palavra de Deus seja nossa conselheira. Essa é a maneira de viver com segurança neste mundo e de ficar quieto do medo do mal no outro mundo.

 

Provérbios 2

Salomão, tendo predito a destruição daqueles que são obstinados em sua impiedade, neste capítulo aplica-se àqueles que estão dispostos a ser ensinados; e,

I. Ele mostra-lhes que, se usassem diligentemente os meios do conhecimento e da graça, obteriam de Deus o conhecimento e a graça que procuram, ver. 1-9.

II. Ele lhes mostra que vantagem indescritível isso seria para eles.

1. Isso os preservaria das armadilhas dos homens maus (ver 10-15) e das mulheres más, ver 16-19.

2. Isso os direcionaria e os manteria no caminho dos homens bons, ver 20-22. Portanto, neste capítulo somos ensinados como obter sabedoria e como usá-la quando a temos, para que não a busquemos nem a recebamos em vão.

A busca pela sabedoria é incentivada.

1 Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos,

2 para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido e para inclinares o coração ao entendimento,

3 e, se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a voz,

4 se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares,

5 então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus.

6 Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento.

7 Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo para os que caminham na sinceridade,

8 guarda as veredas do juízo e conserva o caminho dos seus santos.

9 Então, entenderás justiça, juízo e equidade, todas as boas veredas.

Jó havia perguntado, muito antes disso: Onde se encontrará a sabedoria? De onde vem a sabedoria? (Jó 28.12,20) e ele deu esta resposta geral (v. 23): Deus conhece o lugar disso; mas Salomão aqui vai além e nos diz onde podemos encontrá-lo e como podemos obtê-lo. Somos aqui informados,

I. Que meios devemos usar para obtermos sabedoria.

1. Devemos atender atentamente à palavra de Deus, pois essa é a palavra de sabedoria, que é capaz de nos tornar sábios para a salvação.

(1.) Devemos estar convencidos de que as palavras de Deus são a fonte e o padrão de sabedoria e entendimento, e que não precisamos desejar ser mais sábios do que elas nos tornarão. Devemos inclinar nossos ouvidos e aplicar nossos corações a eles, como à sabedoria ou ao próprio entendimento. Muitas coisas sábias podem ser encontradas nas composições humanas, mas a revelação divina e a verdadeira religião construída sobre ela são todas sabedoria.

(2.) Devemos, portanto, receber a palavra de Deus com toda a prontidão de espírito e recebê-la bem-vinda, tanto os mandamentos como as promessas, sem murmuração ou disputa. Fala, Senhor, porque o teu servo ouve.

(3.) Devemos escondê-las conosco, assim como fazemos com nossos tesouros, dos quais temos medo de ser roubados. Devemos não apenas receber, mas reter a palavra de Deus e alojá-la em nossos corações, para que ela esteja sempre pronta para nós.

(4.) Devemos inclinar nossos ouvidos para eles; devemos aproveitar todas as oportunidades de ouvir a palavra de Deus e ouvi-la com atenção e seriedade, como quem tem medo de deixá-la escapar.

(5.) Devemos aplicar nossos corações a elas, caso contrário, inclinar o ouvido para elas não nos servirá de nada.

2. Devemos orar muito. Devemos clamar pelo conhecimento, como quem está prestes a perecer de fome implora muito por pão. Os desejos fracos não prevalecerão; devemos ser importunos, como aqueles que conhecem o valor do conhecimento e nossa própria necessidade dele. Devemos chorar, como bebês recém-nascidos, pelo leite sincero da palavra. 1 Pe 2. 2. Devemos erguer a nossa voz para a compreensãoe elevá-la ao céu; daí estes dons bons e perfeitos devem ser esperados, Tiago 1:17; Jó 38. 34. Devemos dar a nossa voz ao entendimento (assim é a palavra), falar por ele, votar a favor, submeter a língua ao comando da sabedoria. Devemos consagrar-lhe a nossa voz; tendo aplicado nosso coração a isso, devemos empregar nossa voz em sua busca. Salomão poderia escrever probatum est – um remédio testado, com base neste método; ele orou por sabedoria e assim a obteve.

3. Devemos estar dispostos a nos esforçar (v. 4); devemos buscá-la como a prata, preferindo-a muito antes de todas as riquezas deste mundo, e trabalhando em busca dela como aqueles que cavam nas minas, que passam por grande trabalho e correm grandes riscos, com indústria infatigável e constância e resolução invencíveis, em busca do minério; ou como aqueles que serão ricos levantam cedo, ficam acordados até tarde e giram cada pedra para conseguir dinheiro e encher seus tesouros. Assim devemos ser diligentes no uso dos meios de conhecimento, seguindo em frente para conhecer o Senhor.

II. Que sucesso podemos esperar no uso desses meios. Nosso trabalho não será em vão; pois,

1. Saberemos como manter nosso conhecimento e comunhão com Deus: “Compreenderás o temor do Senhor (v. 5), isto é, saberás como adorá-lo corretamente, serás levado ao significado e mistério de cada ordenança, e ser capaz de responder ao fim de sua instituição." Encontrarás o conhecimento de Deus, que é necessário para temê-lo corretamente. Importa-nos compreender o quanto é nosso interesse conhecer a Deus e evidenciar isso por meio de afeições agradáveis para com ele e adorações a ele.

2. Saberemos como nos comportar corretamente para com todos os homens (v. 9): “Compreenderás, pela palavra de Deus, justiça, e juízo, e equidade, aprenderás aqueles princípios de justiça, e de caridade, e de justiça”. A negociação, que irá guiá-lo e governá-lo em todo o curso de sua conduta, deve torná-lo apto para todas as relações, todos os negócios e fiel a cada confiança. Ele lhe dará não apenas uma noção correta de justiça, mas uma disposição para praticar e a prestar a todos o que lhes é devido; pois aqueles que não o fazem com justiça não o compreendem corretamente." Isto os guiará por todo bom caminho, pois as Escrituras tornarão perfeito o homem de Deus. Observe que aqueles que têm o melhor conhecimento conhecem seu dever, Sl 111. 10.

III. Que base temos para esperar esse sucesso em nossa busca pela sabedoria; devemos receber nosso encorajamento aqui somente de Deus, v. 6-8.

1. Deus tem sabedoria para conceder. O Senhor não apenas é sábio, mas também dá sabedoria, e isso é mais do que os homens mais sábios do mundo podem fazer, pois é prerrogativa de Deus abrir o entendimento. Toda a sabedoria que existe em qualquer criatura é sua dádiva, sua dádiva gratuita, e ele a dá liberalmente (Tiago 1.5), deu-a a muitos e ainda a dá; a ele, portanto, solicitemos isso.

2. Ele abençoou o mundo com uma revelação de sua vontade. Da sua boca, pela lei e pelos profetas, pela palavra escrita e pelos seus ministros, ambos os quais são a sua boca para os filhos dos homens, vêm o conhecimento e o entendimento, uma descoberta da verdade e do bem que, se admitirmos e receber as impressões dele, nos tornará verdadeiramente conhecedores e inteligentes. É ao mesmo tempo um compromisso e um incentivo para buscar a sabedoria que temos nas Escrituras para pesquisar, nas quais podemos encontrá-la se a buscarmos diligentemente.

3. Ele providenciou particularmente que os homens bons, que estão sinceramente dispostos a fazer a sua vontade, tenham o conhecimento e a compreensão que lhes são necessários, João 7. 17. Busquem a sabedoria e a encontrarão; peçam, e lhes será dado, v. 7, 8. Observe aqui:

(1.) Quem são aqueles que são assim favorecidos. São os justos, em quem se renova a imagem de Deus, que consiste na justiça, e os que andam na retidão, que são honestos no trato com Deus e com os homens e têm consciência de cumprir o seu dever, tanto quanto o sabem. Eles são seus santos, dedicados à sua honra e separados para o seu serviço.

(2.) O que é fornecido para eles.

[1.] Instrução. Os meios de sabedoria são dados a todos, mas a própria sabedoria, a verdadeira sabedoria, está reservada para os justos, depositada em Cristo, sua cabeça, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento, e que é feito por Deus para nós sabedoria. O mesmo que é o Espírito de revelação na palavra é um Espírito de sabedoria nas almas daqueles que são santificados, aquela sabedoria do prudente que é entender o seu caminho; e é sabedoria sólida, seus alicerces firmes, seus princípios sólidos e seus produtos de vantagens duradouras.

[2.] Satisfação. Alguns leem: Ele reserva substância para os justos, não apenas conhecimento substancial, mas felicidade e conforto substanciais, Pv 8.21. Riquezas são coisas que não existem, e aqueles que as possuem apenas se consideram felizes; mas o que está estabelecido nas promessas e no céu para os justos os tornará verdadeira, completa e eternamente felizes.

[3.] Proteção. Mesmo aqueles que andam retamente podem ser colocados em perigo pela prova de sua fé, mas Deus é, e será, um escudo para eles, de modo que nada que lhes aconteça lhes causará algum dano real, ou os possuirá com qualquer terrível dano e apreensões; eles estão seguros e pensarão assim. Não temas, Abraão; Eu sou o teu escudo. É o seu caminho, os caminhos do julgamento em que eles andam, que o Senhor conhece, reconhece e cuida.

[4.] Graça para perseverar até o fim. Se dependermos de Deus e buscarmos sabedoria nele, ele nos sustentará em nossa integridade, nos capacitará a seguir os caminhos do julgamento, por mais que possamos ser tentados a nos desviar deles; pois ele preserva o caminho dos seus santos, que não seja pervertido, e assim os preserve nele, seguros e irrepreensíveis para o seu reino celestial. As garantias que Deus nos deu de sua graça, se devidamente melhoradas, estimularão e acelerarão nossos esforços no cumprimento de nosso dever. Trabalhe a sua salvação, pois Deus trabalha em você.

Os benefícios conferidos pela sabedoria.

10 Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será agradável à tua alma.

11 O bom siso te guardará, e a inteligência te conservará;

12 para te livrar do caminho do mal e do homem que diz coisas perversas;

13 dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas;

14 que se alegram de fazer o mal, folgam com as perversidades dos maus,

15 seguem veredas tortuosas e se desviam nos seus caminhos;

16 para te livrar da mulher adúltera, da estrangeira, que lisonjeia com palavras,

17 a qual deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da aliança do seu Deus;

18 porque a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas, para o reino das sombras da morte;

19 todos os que se dirigem a essa mulher não voltarão e não atinarão com as veredas da vida.

20 Assim, andarás pelo caminho dos homens de bem e guardarás as veredas dos justos.

21 Porque os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão nela.

22 Mas os perversos serão eliminados da terra, e os aleivosos serão dela desarraigados.

O objetivo desses versículos é mostrar:

1. Que grande vantagem a verdadeira sabedoria nos trará; nos afastará dos caminhos do pecado, que levam à ruína, e com isso nos fará uma bondade maior do que se nos enriquecesse com todas as riquezas do mundo.

2. Que bom uso devemos fazer da sabedoria que Deus nos dá; devemos usá-lo para nossa própria orientação nos caminhos da virtude e para nos armar contra tentações de todo tipo.

3. Por quais regras podemos nos testar, quer tenhamos essa sabedoria ou não. Esta árvore será conhecida pelos seus frutos; se formos verdadeiramente sábios, nosso cuidado parecerá evitar todas as más companhias e más práticas.

Esta sabedoria será útil para nós,

I. Para nossa preservação do mal, do mal do pecado e, consequentemente, do mal dos problemas que o acompanha.

1. Em geral (v. 10, 11): “Quando a sabedoria tiver posse total de ti, ela te guardará”. E quando ela tiver posse total de nós?

(1.) Quando tem domínio sobre nós. Quando não apenas enche a cabeça com noções, mas entra no coração e tem um poder dominante e influência sobre isso, - quando está no trono ali, e dá lei às afeições e paixões, - quando entra no coração como o fermento na massa, para difundir ali seu sabor e transformá-lo à sua própria imagem - então é provável que nos faça bem.

(2.) Quando nos deleitamos nele, quando o conhecimento se torna agradável para a alma: "Quando você começa a apreciá-lo como o entretenimento mais agradável, e está sujeito às suas regras, de escolha e com satisfação, - quando você chama a prática da virtude, não uma escravidão e uma tarefa, mas liberdade e prazer, e uma vida de piedade séria, a vida mais confortável que um homem pode viver neste mundo, - então você encontrará o benefício disso. Embora suas restrições devam ser em alguns aspectos desagradáveis para o corpo, mesmo essas restrições devem ser agradáveis para a alma. Quando chegarmos a esse ponto, conosco, a discrição nos preservará e nos manterá. Deus mantém o caminho de seus santos (v. 8), dando-lhes poder de decisão para se manterem fora de perigo, para evitar que o maligno os toque. Observe que um princípio de graça reinando no coração será um poderoso preservativo tanto contra as corrupções internas quanto contra as tentações externas, Ec 9.16,18.

2. Mais particularmente, a sabedoria nos preservará,

(1.) De homens de princípios corruptos, homens ateístas e profanos, que têm como objetivo corromper os julgamentos dos jovens e instilar em suas mentes preconceitos contra a religião e argumentos a favor do vício: "Isso te livrará do caminho do homem mau.” (v. 12), e será uma libertação abençoada, como das próprias garras da morte, do caminho em que ele anda e no qual ele deseja persuadir-te a andar. Fala-se do inimigo como um só (v. 12), um homem mau, mas depois como muitos (v. 13); existe um clube, uma gangue deles, que está em confederação contra a religião, e se junta de mãos dadas para apoiar o reino do diabo e os interesses dele.

[1.] Eles têm um espírito de contradição com o que é bom: eles falam coisas perversas; dizem tudo o que podem contra a religião, tanto para mostrar-lhe a sua inimizade como para dissuadir outros dela. Eles são defensores de Satanás; eles imploram por Baal e pervertem os caminhos retos do Senhor. Quão irritadamente os espíritos profanos defenderão o pecado, e com que perversidade criticarão a palavra de Deus! A sabedoria nos impedirá de conversar com tais homens ou pelo menos de sermos enredados por eles.

[2.] Eles próprios são apóstatas daquilo que é bom, e esses são comumente os inimigos mais maliciosos e perigosos que a religião tem, testemunha Juliano (v. 13): Eles abandonam os caminhos da retidão, nos quais foram treinados e tiveram partir, livrar-se das influências de sua educação e romper o fio de seu início esperançoso, para andar nos caminhos das trevas, naqueles caminhos perversos que odeiam a luz, nos quais os homens são levados de olhos vendados pela ignorância e pelo erro, e que levam os homens à escuridão total. Os caminhos do pecado são caminhos das trevas, desconfortáveis e inseguros; Que tolos são aqueles que abandonam os caminhos simples, agradáveis e leves da retidão para andar por esses caminhos! Sal 82. 5; 1 João 2. 11.

[3.] Eles têm prazer no pecado, tanto em cometê-lo eles próprios quanto em ver outros cometê-lo (v. 14): Eles se alegram com a oportunidade de fazer o mal e com a realização e sucesso de qualquer projeto perverso. É um esporte para os tolos fazer maldades; nem há visão mais grata para eles do que ver a perversidade dos ímpios, ver aqueles que têm esperança sendo atraídos para os caminhos do pecado, e então vê-los endurecidos e confirmados nesses caminhos. Eles ficarão satisfeitos se puderem discernir que o reino do diabo está se firmando (ver Rm 1.32), a tal ponto de impiedade eles chegaram.

[4.] Eles estão resolutos no pecado (v. 15): Seus caminhos são tortuosos, há muitas voltas e reviravoltas para escapar da busca de suas convicções e quebrar a força delas; alguma desculpa astuta, alguma evasão sutil ou outra, seus corações enganosos lhes fornecem, para fortalecer suas mãos em sua maldade; e nos labirintos tortuosos desse labirinto eles se protegem das prisões da palavra de Deus e de suas próprias consciências; pois eles são perversos em seus caminhos, isto é, estão decididos a prosseguir neles, independentemente do que for dito contra isso. Todo homem sábio evitará a companhia de pessoas como essas.

(2.) De mulheres com práticas corruptas. Os primeiros levam às maldades espirituais, às concupiscências da mente não santificada; estes levam às concupiscências carnais, que contaminam o corpo, esse templo vivo, mas também guerreia contra a alma. A adúltera é aqui chamada de mulher estranha, porque nenhum homem que possua alguma sabedoria ou bondade a conhecerá; ela deve ser evitada por todo israelita como se fosse uma pagã e uma estranha àquela comunidade sagrada. Realmente uma mulher estranha! Totalmente alienado de todos os princípios de razão, virtude e honra. É uma grande misericórdia ser libertado das seduções da adúltera, considerando:

[1.] Quão falsa ela é. Quem terá relações com aqueles que são feitos de traição? Ela é uma mulher estranha; pois, primeiro, ela é falsa com quem ela seduz. Ela fala com justiça, diz a ele o quanto o admira acima de qualquer homem e que bondade ela tem por ele; mas ela lisonjeia com suas palavras; ela não tem afeição verdadeira por ele, nem qualquer desejo de seu bem-estar, assim como Dalila não tinha pelo bem-estar de Sansão. Tudo o que ela pretende é roubar o bolso dele e satisfazer seu próprio desejo básico.

Em segundo lugar, ela é falsa com o marido e viola a obrigação sagrada que tem para com ele. Ele foi o guia de sua juventude; ao se casar com ele, ela o escolheu para ser assim e submeteu-se à sua orientação, com a promessa de atendê-lo apenas e abandonar todos os outros. Mas ela o abandonou e, portanto, não se pode pensar que ela deva ser fiel a qualquer outra pessoa; e quem a acolhe é cúmplice dela na sua falsidade.

Em terceiro lugar, ela é falsa para com o próprio Deus: ela esquece a aliança do seu Deus, a aliança matrimonial (v. 17), da qual Deus não é apenas uma testemunha, mas uma parte, pois, tendo instituído a ordenança, ambos os lados jurem a ele que serão fiéis um ao outro. Não é apenas contra seu marido que ela peca, mas contra seu Deus, que julgará os fornicadores e os adúlteros porque eles desprezam o juramento e quebram a aliança, Ezequiel 17:18; Mal 2. 14.

[2.] Quão fatal será para aqueles que se aliarem a ela, v. 18, 19. Deixe que os sofrimentos dos outros sejam os nossos avisos. Tome cuidado com o pecado da prostituição; porque, primeiro, a ruína daqueles que são culpados é certa e inevitável, se não se arrependerem. É um pecado que tem tendência direta para matar a alma, extinguirá todas as boas afeições e disposições nela contidas e expô-la-á à ira e maldição de Deus e à espada de sua justiça. Aqueles que vivem em prazeres proibidos estão mortos enquanto vivem. Que a discrição preserve cada homem, não apenas da mulher má, mas da casa má, pois a casa tende à morte; está no caminho que leva diretamente à morte eterna; e seus caminhos para Refaim, para os gigantes (assim alguns leem), os pecadores do velho mundo, que, vivendo no luxo e no excesso de tumultos, foram eliminados fora do tempo, e seus alicerces foram derrubados por uma inundação. Nosso Senhor Jesus nos dissuade dos prazeres pecaminosos com a consideração dos tormentos eternos que os seguem. Onde o verme não morre, nem o fogo se apaga. Veja Mateus 5. 28, 29.

Em segundo lugar, o seu arrependimento e recuperação são extremamente perigosos: ninguém, ou quase ninguém, que vai até ela, retorna novamente. É muito raro que alguém que seja pego nesta armadilha do diabo se recupere, tanto o coração está endurecido e a mente cega pelo engano deste pecado. Tendo uma vez perdido o domínio dos caminhos da vida, eles não sabem como se apoderar novamente, mas estão perfeitamente obcecados e enfeitiçados por essas concupiscências vis. Muitos intérpretes eruditos pensam que esta advertência contra a mulher estranha, além do sentido literal, deve ser entendida figurativamente, como uma advertência:

1. Contra a idolatria, que é a prostituição espiritual. A sabedoria irá mantê-lo longe de toda familiaridade com os adoradores de imagens, e de toda inclinação para se juntar a eles, o que por muitas eras teve consequências tão perniciosas para Israel e provou ser assim para o próprio Salomão.

2. Contra a devassidão dos poderes intelectuais e faculdades da alma pelas concupiscências e apetites do corpo. A sabedoria impedirá que você seja cativado pela mente carnal e submeta o espírito ao domínio da carne, aquela notória adúltera que abandona seu guia, viola a aliança de nosso Deus, que se inclina à morte e que, quando tem tem um domínio imperturbado, torna o caso da alma desesperador.

II. Esta sabedoria será útil para nos guiar e dirigir naquilo que é bom (v. 20): Para que andes no caminho dos homens bons. Devemos evitar o caminho do homem mau e da mulher estranha, para que possamos andar em bons caminhos; devemos parar de fazer o mal, para que possamos aprender a fazer o bem. Observe:

1. Existe um caminho que é peculiarmente o caminho dos homens bons, o caminho pelo qual os homens bons, como tais, e na medida em que realmente o foram, sempre caminharam.

2. Será nossa sabedoria andar nesse caminho, pedir o bom e velho caminho e andar nele, Jer 6.16; Hebreus 6. 12; 12. 1. E não devemos apenas andar nesse caminho por algum tempo, mas devemos mantê-lo, persistir nele e nunca nos desviar dele: Os caminhos dos justos são os caminhos da vida, que todos os que são sábios, tendo se apegado a eles, manterão seu domínio. "Para que você possa imitar aquelas pessoas excelentes, os patriarcas e profetas (assim o bispo Patrick parafraseia), e seja preservado nos caminhos daqueles homens justos que os seguiram." Não devemos apenas escolher o nosso caminho em geral pelos bons exemplos dos santos, mas devemos também seguir a orientação deles na escolha dos nossos caminhos particulares; observe a trilha e siga os passos do rebanho. Duas razões são apresentadas aqui pelas quais devemos escolher assim:

(1.) Porque a integridade dos homens será o seu estabelecimento, v. 21. Será o estabelecimento,

[1.] De suas pessoas: Os retos habitarão na terra, de forma pacífica e tranquila, enquanto viverem; e sua retidão contribuirá para isso, pois acalma suas mentes, orienta seus conselhos, conquista a boa vontade de seus próximos e lhes dá o direito ao favor especial de Deus.

[2.] De suas famílias: Os perfeitos, em sua posteridade, permanecerão nela. Eles habitarão e permanecerão para sempre na Canaã celestial, da qual a terrestre era apenas um tipo.

(2.) Porque a iniquidade dos homens será a sua destruição. Veja o que acontece com os ímpios, que escolhem o caminho do homem mau; eles serão cortados, não apenas do céu no futuro e de todas as esperanças disso, mas da terra agora, na qual depositam suas afeições e na qual depositam seu tesouro. Eles pensam em criar raízes nele, mas eles e suas famílias serão erradicados, em julgamento para eles, mas em misericórdia para com a terra. Chegará um dia que não lhes deixará nem raiz nem ramo, Mal 4. 1. Deixe essa sabedoria então entrar em nossos corações e ser agradável às nossas almas, o que nos manterá fora de um caminho que terminará assim.

 

Provérbios 3

Este capítulo é um dos mais excelentes de todo este livro, tanto pelos argumentos para nos persuadir a ser religiosos quanto pelas orientações nesse sentido.

I. Devemos ser constantes em nosso dever porque essa é a maneira de ser feliz, ver 1-4.

II. Devemos viver uma vida de dependência de Deus porque esse é o caminho para estarmos seguros, versículo 5.

III. Devemos manter o temor de Deus porque esse é o caminho para sermos saudáveis, ver 7, 8.

IV. Devemos servir a Deus com nossas propriedades porque essa é a maneira de ser rico, ver 9, 10.

V. Devemos ouvir bem as aflições porque essa é a maneira de nos curarmos delas, ver 11, 12.

VI. Devemos nos esforçar para obter sabedoria porque essa é a maneira de ganhá-la, ver 13-20.

VII. Devemos sempre nos governar pelas regras da sabedoria, da razão correta e da religião, porque esse é o caminho para sermos sempre felizes, ver 21-26.

VIII. Devemos fazer todo o bem que pudermos, e não prejudicar, ao nosso próximo, porque conforme os homens são justos ou injustos, caridosos ou não caridosos, humildes ou arrogantes, respectivamente eles receberão de Deus, ver 27-35. De tudo isso, fica evidente a tendência que a religião tem de tornar os homens abençoados.

Comunhão Conferida pela Sabedoria.

1 Filho meu, não te esqueças dos meus ensinos, e o teu coração guarde os meus mandamentos;

2 porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz.

3 Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao pescoço; escreve-as na tábua do teu coração

4 e acharás graça e boa compreensão diante de Deus e dos homens.

5 Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.

Somos aqui ensinados a viver uma vida de comunhão com Deus; e sem dúvida grande é este mistério de piedade, e de grandes consequências para nós, e, como é mostrado aqui, será de vantagem indescritível.

I. Devemos ter uma consideração contínua pelos preceitos de Deus, v. 1, 2.

1. Devemos:

(1.) Fixar a lei de Deus e seus mandamentos como nossa regra, pela qual seremos governados em tudo e aos quais obedeceremos.

(2.) Devemos nos familiarizar com eles; pois não se pode dizer que esquecemos aquilo que nunca soubemos.

(3.) Devemos lembrá-los para que possam estar prontos para nós sempre que tivermos ocasião de usá-los.

(4.) Nossas vontades e afeições devem estar sujeitas a eles e devem estar em conformidade com eles em tudo. Não apenas as nossas cabeças, mas também os nossos corações, devem guardar os mandamentos de Deus; nelas, como na arca do testemunho, ambas as tábuas da lei devem ser depositadas.

2. Para nos encorajar a nos submetermos a todas as restrições e injunções da lei divina, temos a certeza (v. 2) de que esse é o caminho certo para uma vida longa e prosperidade.

(1.) É o caminho para ter vida longa. Os mandamentos de Deus nos aumentarão a duração dos dias; a uma boa vida útil na terra, eles acrescentarão uma vida eterna no céu, duração de dias para todo o sempre, Sl 21.4. Deus será a nossa vida e a duração dos nossos dias, e isso será de fato uma vida longa, com um acréscimo. Mas, porque a duração dos dias pode tornar-se um fardo e um problema, é prometido:

(2.) Que o caminho também será fácil, de modo que mesmo os dias da velhice não serão dias maus, mas dias no qual terás prazer: Paz neles estará continuamente sendo acrescentada a ti. À medida que a graça aumenta, a paz aumentará; e do aumento do governo e da paz de Cristo, tanto no coração como no mundo, não haverá fim. Grande e crescente paz têm aqueles que amam a lei.

II. Devemos ter uma consideração contínua pelas promessas de Deus, que vão de acordo com seus preceitos, e devem ser recebidas e retidas com eles (v. 3): “Não te desamparem a misericórdia e a verdade, a misericórdia de Deus em prometer, e sua verdade no desempenho. Não os perca, mas viva de acordo com eles e preserve seu interesse neles; não se esqueça deles, mas viva com eles e receba o conforto deles. Amarre-os em seu pescoço, como o ornamento mais gracioso." É a maior honra que somos capazes neste mundo ter interesse na misericórdia e na verdade de Deus. "Escreva-lhes na tábua do seu coração, como lhe é caro, a sua porção e o mais delicioso entretenimento; tenha prazer em aplicá-los e refleti-los." Ou pode significar a misericórdia e a verdade que são nosso dever, a piedade e a sinceridade, a caridade para com os homens, a fidelidade a Deus. Deixe que estes sejam princípios fixos e dominantes em você. Para nos encorajar a fazer isso, temos a certeza (v. 4) de que esta é a maneira de nos recomendarmos tanto ao nosso Criador como aos nossos semelhantes: Assim acharás graça e bom entendimento.

1. Um homem bom busca o favor de Deus em primeiro lugar, ambiciona a honra de ser aceito pelo Senhor, e encontrará esse favor e, com ele, um bom entendimento; Deus fará o melhor possível com ele e dará uma interpretação favorável ao que ele diz e faz. Ele será considerado um dos filhos da Sabedoria e será louvado por Deus, como alguém que tem aquele bom entendimento que é atribuído a todos aqueles que cumprem seus mandamentos.

2. Ele deseja ter o favor dos homens também (como Cristo teve, Lucas 2:52), ser aceito pela multidão de seus irmãos (Est 10:3), e isso ele terá; eles o compreenderão corretamente e, ao lidar com eles, ele parecerá prudente, agirá com inteligência e discrição. Ele terá bom sucesso (assim alguns traduzem), o efeito comum do bom entendimento.

III. Devemos ter uma consideração contínua pela providência de Deus, devemos reconhecê-la e depender dela em todos os nossos assuntos, tanto pela fé como pela oração.

1. Pela fé. Devemos depositar total confiança na sabedoria, no poder e na bondade de Deus, assegurando-nos da extensão de sua providência para com todas as criaturas e todas as suas ações. Devemos, portanto, confiar no Senhor de todo o coração (v. 5); devemos acreditar que ele é capaz de fazer o que quiser, sábio para fazer o que é melhor, e bom, de acordo com sua promessa, para fazer o que é melhor para nós, se o amarmos e o servirmos. Devemos, com total submissão e satisfação, depender dele para realizar todas as coisas para nós, e não nos apoiar em nosso próprio entendimento, como se pudéssemos, por qualquer previsão nossa, sem Deus, ajudar a nós mesmos e resolver nossos assuntos para um bom problema. Aqueles que se conhecem não podem deixar de descobrir que seu próprio entendimento é uma cana quebrada, na qual, se se apoiarem, certamente falhará. Em toda a nossa conduta devemos ser tímidos em nosso próprio julgamento e confiantes na sabedoria, no poder e na bondade de Deus e, portanto, devemos seguir a Providência e não forçá-la. Muitas vezes é melhor o que menos foi obra nossa.

2. Pela oração (v. 6): Reconheça a Deus em todos os seus caminhos. Não devemos apenas acreditar, em nosso julgamento, que existe uma mão dominadora de Deus, ordenando e administrando a nós e a todos os nossos assuntos, mas devemos reconhecê-la solenemente e dirigir-nos a ele de acordo. Devemos pedir-lhe licença e não projetar nada que não seja o que temos certeza de que é lícito. Devemos pedir-lhe conselho e pedir-lhe orientação, não só quando o caso é difícil (quando não sabemos o que fazer, não graças a nós que temos os olhos voltados para ele), mas em todos os casos, seja sempre assim claro, devemos pedir-lhe sucesso, pois aqueles que sabem que a corrida não é para os velozes. Devemos nos referir a ele como alguém de quem procede nosso julgamento e, pacientemente e com santa indiferença, aguardar seu prêmio. Em todos os nossos caminhos que se mostrem diretos, justos e agradáveis, nos quais alcançamos nosso ponto de vista para nossa satisfação, devemos reconhecer a Deus com gratidão. Em todos os nossos caminhos que se mostram contraditórios e desconfortáveis, e que estão cercados de espinhos, devemos reconhecer a Deus com submissão. Nossos olhos devem estar sempre voltados para Deus; a ele devemos, em tudo, tornar nossos pedidos conhecidos, como Jefté proferiu todas as suas palavras diante do Senhor em Mizpá, Juízes 11. 11. Para nosso encorajamento a fazer isso, é prometido: "Ele endireitará os teus caminhos, para que o teu caminho seja seguro e bom e o resultado finalmente feliz." Observe que aqueles que se colocam sob a orientação divina sempre terão o benefício disso. Deus lhes dará aquela sabedoria que é lucrativa de dirigir, para que eles não se desviará para os caminhos do pecado, e então ele mesmo ordenará o evento com tanta sabedoria que será do seu agrado, ou (o que é equivalente) para o seu bem. Aqueles que seguem fielmente a coluna de nuvem e fogo serão descubra que, embora isso possa guiá-los, isso os guiará pelo caminho certo e os levará finalmente a Canaã.

Consagração a Deus.

7 Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal;

8 será isto saúde para o teu corpo e refrigério, para os teus ossos.

9 Honra ao SENHOR com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda;

10 e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.

11 Filho meu, não rejeites a disciplina do SENHOR, nem te enfades da sua repreensão.

12 Porque o SENHOR repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem.

Temos aqui diante de nós três exortações, cada uma delas aplicada por um bom motivo:

I. Devemos viver em uma sujeição humilde e obediente a Deus e ao seu governo (v. 7): “Teme ao Senhor, como teu soberano Senhor e Mestre”; Isto deve ser:

1. Uma sujeição humilde: não seja sábio aos seus próprios olhos. Observe que não há inimigo maior ao poder da religião e ao temor de Deus no coração do que a presunção de nossa própria sabedoria. Aqueles que têm uma opinião sobre sua própria suficiência acham que é inferior a eles, e um descrédito para eles, tomar suas medidas, e muito mais, dificultar-se com as regras da religião.

2. Uma sujeição obediente: Tema o Senhor e afaste-se do mal; tome cuidado para não fazer qualquer coisa que o ofenda e perca seus cuidados. Temer ao Senhor, para afastar-se do mal, é a verdadeira sabedoria e entendimento (Jó 28. 28); aqueles que o possuem são verdadeiramente sábios, mas abnegadamente, e não são sábios aos seus próprios olhos. Para o nosso encorajamento a vivermos no temor de Deus, é prometido aqui (v. 8) que será tão útil até ao homem exterior como o nosso alimento necessário. Será nutritivo: será saúde para o seu umbigo. Será fortalecimento: será medula para os teus ossos. A prudência, a temperança e a sobriedade, a calma e a compostura da mente, e o bom governo dos apetites e das paixões, que a religião ensina, tendem muito não apenas à saúde da alma, mas a um bom hábito do corpo, que é muito desejável e sem o qual nossos outros prazeres neste mundo são insípidos. A inveja é a podridão dos ossos; a tristeza do mundo os seca; mas a esperança e a alegria em Deus são a medula para eles.

II. Devemos fazer bom uso de nossas propriedades, e essa é a maneira de aumentá-las, v. 9, 10. Aqui está,

1. Um preceito que torna nosso dever servir a Deus com nossos bens: Honre ao Senhor com os seus bens. O objetivo de nossa criação e redenção é honrar a Deus, ser para ele um nome e um louvor; não somos capazes de servi-lo de outra maneira senão em sua honra. Devemos mostrar sua honra e a honra que temos para ele. Devemos honrá-lo, não apenas com nossos corpos e espíritos que são dele, mas também com nossas propriedades, pois elas também são dele: nós e todos os nossos pertences devemos ser dedicados à sua glória. A riqueza mundana é apenas uma substância pobre, mas, tal como é, devemos honrar a Deus com ela, e então, se alguma vez, ela se tornar substancial. Devemos honrar a Deus,

(1.) Com o nosso aumento. Onde as riquezas aumentam, somos tentados a honrar a nós mesmos (Dt 8.17) e a colocar nossos corações no mundo (Sl 62.10); mas quanto mais Deus nos dá, mais devemos estudar para honrá-lo. Significa o aumento da terra, pois vivemos de produtos anuais, para nos manter em constante dependência de Deus.

(2.) Com todo o nosso aumento. Como Deus nos fez prosperar em tudo, devemos honrá-lo. Nossa lei permitirá a prescrição de um modus decimandi – uma modalidade de dízimo, mas nenhum de non decimando – para isenção do pagamento do dízimo.

(3.) Com as primícias de todos, como Abel, Gen 4. 4. Esta foi a lei (Êxodo 23. 19), e os profetas, Mal 3. 10. Deus, que é o primeiro e o melhor, deve ter o primeiro e o melhor de todas as coisas; seu direito é anterior a todos os outros e, portanto, ele deve ser atendido primeiro. Observe que é nosso dever tornar nossas propriedades mundanas úteis à nossa religião, usá-las e o interesse que temos por elas para a promoção da religião, fazer o bem aos pobres com o que temos e abundar em todas as obras de piedade e caridade, inventando coisas liberais.

2. Uma promessa que torna nosso interesse servir a Deus com nossas propriedades. É a maneira de ganhar um pouco mais e muito mais; é o método mais seguro e seguro de prosperar: assim os teus celeiros ficarão cheios de abundância. Ele não diz suas malas, mas seus celeiros, não seu guarda-roupa reabastecido, mas suas prensas: "Deus te abençoará com um aumento daquilo que é para uso, não para exibição ou ornamento - para gastar e arrumar, não para acumular e deitar." Aqueles que fazem o bem com o que têm terão mais com que fazer o bem. Observe que se tornarmos nossas propriedades mundanas úteis à nossa religião, descobriremos que nossa religião é muito útil à prosperidade de nossos assuntos mundanos. A piedade tem a promessa da vida que existe agora e a maior parte do conforto dela. Cometemos um erro se pensarmos que dar nos desfará e nos tornará pobres. Não, dar para a honra de Deus nos tornará ricos, Ag 2. 19. O que demos, nós temos.

III. Devemos comportar-nos corretamente sob as nossas aflições, v. 11, 12. Isto o apóstolo cita (Hb 12.5), e chama-o de uma exortação que nos fala como a filhos, com a autoridade e o carinho de um pai. Estamos aqui em um mundo de problemas. Agora observe,

1. Quais devem ser os nossos cuidados quando estamos em aflição. Não devemos desprezá-lo nem nos cansar dele. Sua exortação, antes, era para aqueles que são ricos e prósperos, aqui para aqueles que são pobres e estão na adversidade.

(1.) Não devemos desprezar uma aflição, por mais leve e curta que seja, como se não valesse a pena ser notada, ou como se não tivesse sido enviada em uma missão e, portanto, não exigisse resposta. Não devemos ser troncos, pedras e estóicos, sob nossas aflições, insensíveis a elas, endurecendo-nos sob elas e concluindo que podemos facilmente superá-las sem Deus.

(2.) Não devemos estar cansados de uma aflição, por mais pesada e longa que seja, não desmaiar sob ela, assim o apóstolo diz, não devemos ficar desanimados, despojados de nossas próprias almas, ou levados ao desespero, ou para usar quaisquer meios indiretos para nosso alívio e reparação de nossas queixas. Não devemos pensar que a aflição pressiona com mais força ou continua por mais tempo do que o esperado, nem concluir que a libertação nunca chegará porque não chegará tão cedo quanto esperamos.

2. Qual será o nosso conforto quando estivermos em aflição.

(1.) Que é uma correção divina; é o castigo do Senhor, que, assim como é uma razão pela qual devemos nos submeter a ela (pois é loucura contender com um Deus de soberania incontestável e poder irresistível), também é uma razão pela qual devemos estar satisfeitos em isto; pois podemos ter certeza de que um Deus de pureza imaculada não nos faz mal e que um Deus de infinita bondade não nos causa nenhum dano. É de Deus e, portanto, não deve ser desprezado; pois uma ofensa ao mensageiro é uma afronta para aquele que o envia. Vem de Deus e, portanto, não devemos nos cansar disso, pois ele conhece nossa estrutura, tanto o que precisamos quanto o que podemos suportar.

(2.) Que é uma correção paterna; não vem de sua justiça vingativa como Juiz, mas de seu sábio afeto como Pai. O pai corrige o filho a quem ama, e porque o ama e deseja que ele seja sábio e bom. Ele se deleita com aquilo que é amável e agradável em seu filho e, portanto, o corrige para a prevenção e cura daquilo que seria uma deformidade para ele e uma liga ao seu deleite nele. Assim disse Deus: Repreendo e castigo a todos quantos amo, Apocalipse 3. 19. Este é um grande conforto para os filhos de Deus, sob suas aflições,

[1.] Que elas não apenas consistem, mas fluem do amor da aliança.

[2.] Que elas estão tão longe de lhes causar qualquer dano real que, pela graça de Deus trabalhando com eles, elas fazem um grande bem e são meios felizes de sua satisfação.

A Excelência da Sabedoria; Felicidade de quem encontra a sabedoria.

13 Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento;

14 porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que o ouro mais fino.

15 Mais preciosa é do que pérolas, e tudo o que podes desejar não é comparável a ela.

16 O alongar-se da vida está na sua mão direita, na sua esquerda, riquezas e honra.

17 Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz.

18 É árvore de vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm.

19 O SENHOR com sabedoria fundou a terra, com inteligência estabeleceu os céus.

20 Pelo seu conhecimento os abismos se rompem, e as nuvens destilam orvalho.

Salomão nos pressionou seriamente a buscar diligentemente a sabedoria (cap. 2.1, etc.) e nos assegurou que deveríamos ter sucesso em nossas buscas sinceras e constantes. Mas a questão é: o que conseguiremos com isso quando a encontrarmos? A perspectiva de vantagem é a fonte e o estímulo da indústria; ele, portanto, nos mostra o quanto isso será para nosso benefício, estabelecendo isso como uma verdade inquestionável: Feliz é o homem que encontra a sabedoria, aquela verdadeira sabedoria que consiste no conhecimento e no amor de Deus, e em total conformidade com todas as intenções. de suas verdades, providências e leis. Agora observe,

I. O que é encontrar sabedoria para ser feliz com ela.

1. Devemos conseguir. Ele é o homem feliz que, tendo-a encontrado, torna-a sua, obtém interesse e posse dela, que extrai entendimento (assim a palavra isso), isto é,

(1.) Quem o deriva de Deus. Não tendo isso em si mesmo, ele o extrai com o balde de oração da fonte de toda sabedoria, que dá liberalmente.

(2.) Quem se esforça para isso, como quem tira o minério da mina. Se não vier facilmente, devemos colocar mais força para descrevê-lo.

(3.) Quem melhora nisso, quem, tendo algum entendimento, prolonga-o crescendo em conhecimento e transformando cinco talentos em dez.

(4.) Quem faz o bem com ela, que tira do estoque que tem, como o vinho da vasilha, e comunica aos outros, para sua instrução, coisas novas e velhas. Isso é bem obtido e com bons propósitos, então é usado com bons propósitos.

2. Devemos negociar por isso. Lemos aqui sobre a mercadoria da sabedoria, que sugere:

(1.) Que devemos fazer disso um negócio nosso, e não um negócio secundário, já que o comerciante dedica o máximo de seus pensamentos e tempo à sua mercadoria.

(2.) Que devemos nos aventurar totalmente nisso, como uma ação comercial, e estar dispostos a nos desfazer de tudo por isso. Esta é aquela pérola de grande valor que, quando a encontrarmos, devemos voluntariamente vender tudo para compra, Mateus 13. 45, 46. Compre a verdade (Pv 23.23); ele não diz a que taxa, porque devemos comprá-lo de qualquer maneira, em vez de perdê-lo.

3. Devemos agarrá-lo como fazemos com um bom negócio quando ele nos é oferecido, o que fazemos com mais cuidado se houver perigo de tirá-lo de nossas mãos. Devemos apreendê-lo com todas as nossas forças e empregar todo o nosso vigor na sua busca, aproveitá-lo em todas as ocasiões para melhorá-lo e captar pelo menos os seus ditames.

4. Devemos mantê-la. Não é suficiente nos apegarmos à sabedoria, mas devemos mantê-la, mantê-la firme, com a resolução de nunca abandoná-la, mas de perseverar nos caminhos da sabedoria até o fim. Devemos sustentá-la (assim alguns leem), devemos abraçá-la com todas as nossas forças, enquanto fazemos aquilo que desejamos sustentar. Devemos fazer tudo o que pudermos para apoiar o declínio dos interesses religiosos nos lugares onde vivemos.

II. Qual é a felicidade de quem a encontra.

1. É uma felicidade transcendente, mais do que pode ser encontrada na riqueza deste mundo, se alguma vez a tivéssemos. Não é apenas uma mercadoria mais segura, mas também mais lucrativa negociar por sabedoria, por Cristo, e graça, e bênçãos espirituais, do que por prata, ouro e rubis. Suponha que um homem tenha isso em abundância, ou melhor, que tenha todas as coisas que pode desejar deste mundo (e quem é que já teve?), mas,

(1.) Tudo isso não compraria a sabedoria celestial; não, seria totalmente desprezado; não pode ser obtido por ouro, Jó 28. 15, etc.

(2.) Tudo isso não compensaria a falta de sabedoria celestial nem seria o resgate de uma alma perdida por sua própria loucura.

(3.) Tudo isso não deixaria um homem tão feliz, não, nem neste mundo, como são aqueles que têm a verdadeira sabedoria, embora não tenham nenhuma de todas essas coisas.

(4.) A sabedoria celestial nos proporcionará isso e garantirá aquilo para nós, cuja prata, ouro e rubis não serão adquiridos.

2. É uma verdadeira felicidade; pois inclui e é equivalente a todas aquelas coisas que deveriam tornar os homens felizes (v. 16, 17). A sabedoria é aqui representada como uma rainha brilhante e generosa, estendendo presentes a seus súditos fiéis e amorosos e oferecendo-os a todos os que se submeterem ao seu governo.

(1.) A duração dos dias é uma bênção? Sim, o mais valioso; a vida inclui todo o bem e, portanto, ela o oferece em sua mão direita. A religião coloca-nos nos melhores métodos para prolongar a vida, dá-nos o direito às suas promessas e, embora os nossos dias na terra não devam ser mais do que os do nosso próximo, ainda assim ela garantir-nos-á a vida eterna num mundo melhor.

(2.) As riquezas e a honra são consideradas bênçãos? Elas são assim, e ela os estende com a mão esquerda. Pois, assim como ela está pronta para abraçar aqueles que se submetem a ela com ambos os braços, ela está pronta para dar-lhes com ambas as mãos. Eles terão a riqueza deste mundo na medida em que a Sabedoria Infinita considerar o bem para eles; enquanto as verdadeiras riquezas, pelas quais os homens são ricos para com Deus, são asseguradas a eles. Nem há qualquer honra, por nascimento ou promoção, comparável àquela que acompanha a religião; torna o justo mais excelente do que seu próximo, recomenda os homens a Deus, impõe respeito e veneração a toda a parte sóbria da humanidade e, no outro mundo, fará com que aqueles que agora estão enterrados na obscuridade brilhem como o sol.

(3.) O prazer é cortejado tanto quanto qualquer outra coisa? É assim, e é certo que a verdadeira piedade contém o maior prazer verdadeiro. Seus caminhos são caminhos agradáveis; os caminhos pelos quais ela nos orientou a caminhar são tais que encontraremos abundância de deleite e satisfação. Todos os prazeres e entretenimentos dos sentidos não são comparáveis ao prazer que as almas graciosas têm na comunhão com Deus e em fazer o bem. Aquilo que é o único caminho certo para nos levar ao fim de nossa jornada, devemos caminhar, seja justo ou desagradável, agradável ou desagradável; mas o caminho da religião, como é o caminho certo, é um caminho agradável; é liso e limpo, e repleto de rosas: Todos os seus caminhos são paz. Não há apenas paz no final, mas também paz no caminho; não apenas no caminho da religião em geral, mas nos caminhos particulares desse caminho, em todos os seus caminhos, em todos os vários atos, instâncias e deveres dela. Um não amarga o que o outro adoça, como acontece com os males deste mundo; mas todos são paz, não apenas doces, mas seguros. Os santos entram em paz deste lado do céu e desfrutam de um sabatismo presente.

3. É a felicidade do paraíso (v. 18): Ela é árvore de vida. A verdadeira graça é aquela para a alma que teria sido a árvore da vida, da qual nossos primeiros pais foram excluídos por comerem da árvore proibida. É uma semente de imortalidade, um poço de águas vivas que brota para a vida eterna. É um penhor da Nova Jerusalém, no meio da qual está a árvore da vida, Apocalipse 22. 2; 2. 7. Aqueles que se alimentam e se deleitam com esta sabedoria celestial não apenas serão curados por ela de todas as doenças fatais, mas encontrarão um antídoto contra a velhice e a morte; eles comerão e viverão para sempre.

4. É uma participação da felicidade do próprio Deus, pois a sabedoria é a sua glória e bem-aventurança eternas. Isto deve fazer-nos amar a sabedoria e a compreensão que Deus dá, que o Senhor pela sabedoria fundou a terra, para que ela não possa ser removida, nem possa nunca deixar de responder a todos os fins da sua criação, para a qual é admiravelmente e excepcionalmente ajustado. Pela compreensão ele também estabeleceu os céus e dirigiu todos os seus movimentos da melhor maneira. Os corpos celestes são vastos, mas não há nenhuma falha neles - numerosos, mas nenhuma desordem neles - o movimento é rápido, mas sem desgaste ou rasgo; as profundezas do mar são quebradas, e daí vêm as águas abaixo do firmamento, e as nuvens deixam cair o orvalho, as águas acima do firmamento, e tudo isso pela sabedoria e conhecimento divinos; portanto, feliz é o homem que encontra sabedoria, pois assim estará completamente equipado para toda boa palavra e obra. Cristo é aquela Sabedoria, por quem os mundos foram feitos e ainda consistem; felizes, portanto, são aqueles para quem ele é feito de sabedoria de Deus, pois ele tem os meios para cumprir todas as promessas anteriores de longa vida, riquezas e honra; pois toda a riqueza do céu, da terra e dos mares é dele.

A Excelência da Sabedoria.

21 Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos; guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso;

22 porque serão vida para a tua alma e adorno ao teu pescoço.

23 Então, andarás seguro no teu caminho, e não tropeçará o teu pé.

24 Quando te deitares, não temerás; deitar-te-ás, e o teu sono será suave.

25 Não temas o pavor repentino, nem a arremetida dos perversos, quando vier.

26 Porque o SENHOR será a tua segurança e guardará os teus pés de serem presos.

Salomão, tendo declarado felizes aqueles que não apenas se apegam à sabedoria, mas a retêm, aqui nos exorta, portanto, a retê-la, assegurando-nos que nós mesmos teremos o conforto de fazê-lo.

I. A exortação é ter as regras da religião sempre em vista e sempre no coração, v. 1. Para tê-los sempre à vista: "Meu filho, não os deixes se desviar dos teus olhos; nunca os teus olhos se afastem deles para vagar pela vaidade. Tenha-os sempre em mente e não os esqueça; seja sempre e depois pensando neles e conversando com eles, e nunca imagine que você os olhou por tempo suficiente e que agora é hora de deixá-los de lado; mas, enquanto você viver, mantenha-se e cultive seu conhecimento com eles. Quem aprende a escrever deve estar sempre de olho no seu exemplar e não deixá-lo perder de vista; e pelas palavras de sabedoria devem aqueles, da mesma maneira, ter um respeito constante, que caminharão cautelosamente.

2. Tê-los sempre no coração; pois é nesse tesouro, o homem oculto do coração, que devemos manter a sã sabedoria e discrição, manter os seus princípios e nos manter nos seus caminhos. É uma riqueza que vale a pena manter.

II. O argumento para fazer cumprir esta exortação é tirado da vantagem indescritível que a sabedoria, assim mantida, nos trará.

1. No que diz respeito à força e satisfação: “Isso será vida para a tua alma (v. 22); isso te vivificará para o teu dever quando começares a ser preguiçoso e negligente; desanime e desanime. Será a tua vida espiritual, um penhor de vida eterna. A vida para a alma é realmente vida.

2. No que diz respeito à honra e reputação: Será graça ao teu pescoço, como uma corrente de ouro ou uma joia. Graça às tuas mandíbulas (assim é a palavra), grato ao teu gosto e prazer (alguns); infundirá graça em tudo o que você disser (assim outros), fornecer-lhe-á palavras aceitáveis, que lhe darão crédito.

3. No que diz respeito à segurança e proteção. Ele insiste nisso em quatro versículos, cujo objetivo é mostrar que o efeito da justiça (que é o mesmo da sabedoria aqui) é tranquilidade e segurança para sempre, Is 32.17. Pessoas boas são colocadas sob a proteção especial de Deus e nisso podem ter plena satisfação. Eles estão seguros e podem estar tranquilos,

(1.) Em seus movimentos durante o dia. Se a nossa religião for nossa companheira, será o nosso comboio: "Então caminharás em segurança no teu caminho. A vida natural, e tudo o que a ela pertence, estará sob a proteção da providência de Deus; a vida espiritual, e todos os seus interesses, estão sob a proteção de sua graça; para que você seja protegido de cair em pecado ou problemas. A sabedoria nos direcionará e nos manterá no caminho seguro, tanto quanto possível, da tentação, e nos permitirá andar nele com santa segurança. O caminho do dever é o caminho da segurança. "Corremos o risco de cair, mas a sabedoria te guardará, para que teu pé não tropece naquelas coisas que são uma ofensa e derrubam muitos, mas que você saberá como superar."

(2.) No descanso noturno. Em nossos descansos ficamos expostos e estamos mais sujeitos a sustos. "Mas mantenha a comunhão com Deus e mantenha uma boa consciência, e então, quando você se deitar, não terá medo do fogo, ou dos ladrões, ou dos espectros, ou de qualquer um dos terrores das trevas, sabendo que quando nós, e todos os nossos amigos, estão dormindo, mas aquele que guarda Israel e todo israelita verdadeiro não cochila nem dorme, e a ele você se comprometeu e se abrigou sob a sombra de suas asas, e não precisa ficar sentado para ficar de guarda; tendo-te deitado, dormirás, e não terás os olhos acordados pela preocupação e pelo medo; e o teu sono será doce e refrescante para ti, não sendo perturbado por quaisquer alarmes de fora ou de dentro", Sal 4. 8; 116. 7. A maneira de ter uma boa noite é manter uma boa consciência; e o sono, como do homem trabalhador, assim como do homem sábio e piedoso, é doce.

(3.) Em suas maiores dificuldades e perigos. A integridade e a retidão nos preservarão, para que não precisemos ter medo do medo repentino e de danos que nos surpreendem, impensados, não nos dando tempo para nos armarmos de consideração, são mais propensos a nos colocar em confusão. Mas não deixe o homem sábio e bom se esquecer de si mesmo, e então ele não cederá a qualquer medo que tenha tormento, seja o alarme sempre tão repentino. Que ele não tema a desolação dos ímpios, quando ela vier, isto é,

[1.] A desolação que os ímpios fazem da religião e dos religiosos; embora venha, e pareça esteja à porta, mas não tenha medo disso; pois, embora Deus possa fazer uso dos ímpios como instrumentos de correção de seu povo, ainda assim ele nunca permitirá que eles sejam os autores de sua desolação. Ou melhor,

[2.] A desolação à qual os homens ímpios serão levados em um momento. Isso acontecerá, e os santos tímidos podem ficar apreensivos com a possibilidade de se envolverem nisso; mas que este seja o seu conforto: embora os julgamentos sejam devastadores em geral, pelo menos promiscuamente, Deus sabe quem é dele e como separar o precioso do vil. Portanto, não tenha medo daquilo que parece mais formidável, pois (v. 26) “o Senhor não será apenas o teu protetor para te manter seguro, mas a tua confiança para te manter seguro, para que o teu pé não seja preso pelos teus inimigos, nem enredado pelos teus próprios medos." Deus se comprometeu a guardar os pés de seus santos.

Justiça e Bondade Recomendadas; Cuidado contra a inveja.

27 Não te furtes a fazer o bem a quem de direito, estando na tua mão o poder de fazê-lo.

28 Não digas ao teu próximo: Vai e volta amanhã; então, to darei, se o tens agora contigo.

29 Não maquines o mal contra o teu próximo, pois habita junto de ti confiadamente.

30 Jamais pleiteies com alguém sem razão, se te não houver feito mal.

31 Não tenhas inveja do homem violento, nem sigas nenhum de seus caminhos;

32 porque o SENHOR abomina o perverso, mas aos retos trata com intimidade.

33 A maldição do SENHOR habita na casa do perverso, porém a morada dos justos ele abençoa.

34 Certamente, ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes.

35 Os sábios herdarão honra, mas os loucos tomam sobre si a ignomínia.

A verdadeira sabedoria consiste no devido cumprimento do nosso dever para com o homem, bem como para com Deus, tanto na honestidade como na piedade, e por isso temos aqui diversos excelentes preceitos de sabedoria que se relacionam com o nosso próximo.

I. Devemos prestar a todos o que lhes é devido, tanto na justiça como na caridade, e não tardar em fazê-lo (v. 27, 28): “Não negues o bem àqueles a quem é devido (seja por falta de amor a eles ou por falta de amor, através de muito amor ao seu dinheiro) quando está em seu poder fazê-lo, pois, se não estiver, não pode ser esperado; mas foi sua grande culpa se você, por suas extravagâncias, se incapacitou de praticar justiça e mostrar misericórdia, e deveria ser a maior de suas tristezas se Deus o tivesse incapacitado, não tanto por você estar limitado em seus próprios confortos e conveniências, mas por não ter recursos para dar àqueles a quem é devido." Não retenha; isso implica que é exigido e esperado, mas que a mão é recolhida e as entranhas da compaixão são fechadas. Não devemos impedir que os outros o façam, nem devemos ser nós próprios atrasados. "Se você o tem hoje com você, tem-no no poder de sua mão, não diga ao seu próximo: Vá por agora e venha em uma ocasião mais conveniente, e então verei o que será feito; amanhã eu darei; enquanto você não tem certeza de que viverá até amanhã, ou de que amanhã o terá consigo. Não seja tão relutante em se desfazer de seu dinheiro em uma boa conta, com desculpas para abandonar um dever que deve ser cumprido, nem prazer em manter o próximo em sofrimento e em suspense, nem em mostrar a autoridade que o doador tem sobre o mendigo; mas prontamente e alegremente, e a partir de um princípio de consciência para com Deus, dê o bem àqueles a quem é devido, “aos senhores e proprietários dele (assim é a palavra), àqueles que de qualquer forma têm direito a ele. Isso exige que:

1. Paguemos nossas dívidas justas, sem fraude, covinção ou atraso.

2. Pagar salários a quem os ganhou.

3. Prover às nossas relações e aos que dependem de nós, pois a eles é devido.

4. Pagar dívidas à Igreja e ao Estado, magistrados e ministros.

5. Estar pronto para todos os atos de amizade e humanidade, e em tudo ser próximo; pois essas são coisas que são devidas pela lei de fazer o que gostaríamos que nos fizessem.

6. Ser caridoso com os pobres e necessitados. Se outros desejam o sustento necessário à vida, e nós temos os meios para fornecê-los, devemos considerá-lo como algo que lhes é devido e não retê-lo. As esmolas são chamadas de justiça porque são uma dívida para com os pobres, e uma dívida que não devemos adiar pagar. Bis dat, qui cito dat – Ele dá duas vezes quem dá rapidamente.

II. Nunca devemos planejar qualquer dano ou dano a qualquer corpo (v. 29): “Não planeje o mal contra o seu próximo; não planeje como causar-lhe uma má ação não descoberta, prejudicá-lo em seu corpo, bens ou bom nome”, e antes porque ele mora em segurança com você e, não tendo lhe provocado, não nutre ciúme ou suspeita de você e, portanto, está desprevenido. É contra as leis da honra e da amizade fazer mal a um homem e não lhe dar nenhum aviso. Maldito aquele que ferir secretamente o seu próximo. É uma coisa extremamente ingrata, se nossos vizinhos têm uma boa opinião sobre nós, que não lhes causaremos nenhum mal, e por isso aproveitamos para enganá-los e prejudicá-los.

III. Não devemos ser briguentos e litigiosos (v. 30): “Não brigue com um homem sem justa causa; vizinho com queixas e acusações frívolas, ou ações judiciais vexatórias, quando não há nenhum dano causado a você ou nenhum que valha a pena falar, ou você pode se endireitar de maneira amigável. A lei deve ser o último refúgio; pois não é apenas nosso dever, mas também nosso interesse, tanto quanto reside em nós, viver pacificamente com todos os homens. Quando as contas estão equilibradas, descobrir-se-á que pouco se ganha com o esforço.

IV. Não devemos invejar a prosperidade dos malfeitores, v. 31. Esta cautela é a mesma que tanto se insiste, Salmos 37. “Não inveje o opressor; embora ele seja rico e grande, embora viva com facilidade e prazer, e faça com que todos ao seu redor o admirem, contudo, não o considere um homem feliz, nem se deseje na condição dele. Não escolha nenhum de seus caminhos; não o imite, nem siga os cursos que ele segue para enriquecer. Nunca pense em fazer como ele faz, embora você tivesse certeza de que faria isso consiga tudo o que ele tem, pois seria comprado caro." Agora, para mostrar a pouca razão que os santos têm para invejar os pecadores, Salomão aqui, nos últimos quatro versículos do capítulo, compara a condição dos pecadores e dos santos (como seu pai Davi havia feito, Sl 37), coloca um sobre o outro. contra o outro, para que possamos ver quão felizes são os santos, embora sejam oprimidos, e quão miseráveis são os ímpios, embora sejam opressores. Os homens devem ser julgados conforme se posicionam diante de Deus, e como ele os julga, e não como se apresentam nos livros do mundo. Aqueles que têm a mente de Deus estão certos; e, se estivermos em sua mente, veremos, qualquer que seja a pretensão que um pecador possa ter de invejar outro, que os próprios santos são tão felizes que não têm razão alguma para invejar qualquer pecador, embora sua condição seja sempre tão próspera. Pois,

1. Os pecadores são odiados por Deus, mas os santos são amados. Os pecadores perversos, que continuamente se afastam dele, cujas vidas são uma contradição perversa à sua vontade, são abominação para o Senhor. Aquele que não odeia nada do que fez, ainda abomina aqueles que assim se prejudicaram; eles não são apenas abomináveis aos seus olhos, mas uma abominação. Os justos, portanto, não têm motivos para invejá-los, pois têm consigo o segredo dele; eles são seus favoritos; ele tem com eles aquela comunhão que é um segredo para o mundo e na qual eles têm uma alegria na qual um estranho não se intromete; ele lhes comunica os sinais secretos de seu amor; sua aliança é com eles; eles conhecem sua mente e os significados e intenções de sua providência melhor do que outros. Devo esconder de Abraão o que faço?

2. Os pecadores estão sob a maldição de Deus, eles e suas casas; os santos estão sob sua bênção, eles e sua habitação. O ímpio tem uma casa, talvez uma habitação forte e imponente, mas a maldição do Senhor está sobre ela, está nela, e, embora os assuntos da família possam prosperar, ainda assim as próprias bênçãos são maldições, Mal 2. 2. Há magreza na alma, quando o corpo é plenamente alimentado, Sal 106. 15. A maldição pode funcionar silenciosa e lentamente; mas é como uma lepra preocupante; consumirá a sua madeira e as suas pedras, Zacarias 5:4; Hab 2. 11. Os justos têm uma habitação, uma cabana pobre (a palavra é usada para currais de ovelhas), uma habitação muito miserável; mas Deus o abençoa; ele o abençoa continuamente, desde o início até o fim do ano. A maldição ou bênção de Deus está sobre a casa conforme os habitantes são maus ou piedosos; e é certo que uma família abençoada, embora pobre, não tem motivos para invejar uma família amaldiçoada, embora rica.

3. Deus despreza os pecadores, mas mostra respeito pelos santos.

(1.) Aqueles que se exaltam certamente serão humilhados: Certamente ele despreza os escarnecedores. Aqueles que desprezam submeter-se à disciplina da religião, desprezam tomar sobre si o jugo de Deus, desprezam estar em dívida com sua graça, que zombam da piedade e das pessoas piedosas, e têm prazer em zombar e expô-los, Deus os desprezará, e os exporá ao desprezo diante de todo o mundo. Ele despreza a malícia impotente deles, senta-se no céu e ri deles, Sl 2.4. Ele retalia contra eles (Sl 18.26); ele resiste aos orgulhosos.

(2.) Aqueles que se humilham serão exaltados, pois ele dá graça aos humildes; ele opera neles aquilo que os honra e pelo qual são aceitos por Deus e aprovados pelos homens. Aqueles que suportam pacientemente o desprezo dos homens desdenhosos terão o respeito de Deus e de todos os homens bons, e então não terão razão para invejar os escarnecedores ou para escolher seus caminhos.

4. O fim dos pecadores será a vergonha eterna, o fim dos santos será a honra sem fim.

(1.) Os santos são homens sábios e agem com sabedoria por si mesmos; pois embora sua religião agora os envolva na obscuridade e os exponha à reprovação, ainda assim eles certamente herdarão a glória, o peso eterno e muito maior da glória. Eles o terão, e o terão por herança, a posse mais doce e segura. Deus lhes dá graça (v. 34) e, portanto, eles herdarão a glória, pois graça é glória, 2 Cor 3.18. A glória começou, o penhor disso, Sl 84. 11.

(2.) Os pecadores são tolos, pois não estão apenas preparando a desgraça para si mesmos, mas ao mesmo tempo se lisonjeando com a perspectiva de honra, como se estivessem apenas tomando o caminho para serem grandes. O seu fim manifestará a sua loucura: a vergonha será a sua promoção. E será tanto maior o seu castigo, pois virá em vez da sua promoção; será toda a promoção que devem esperar, que Deus será glorificado em sua confusão eterna.

 

Provérbios 4

Quando as coisas de Deus devem ser ensinadas, preceito sobre preceito e regra sobre regra, não apenas porque as coisas em si são de grande valor e peso, mas porque as mentes dos homens, na melhor das hipóteses, são incapazes de admiti-las e geralmente são preconceituosas. contra elas; e, portanto, Salomão, neste capítulo, com uma grande variedade de expressões e uma agradável e poderosa inundação de eloquência divina, inculca as mesmas coisas que ele havia pressionado sobre nós nos capítulos anteriores. Aqui está:

I. Uma exortação sincera ao estudo da sabedoria, isto é, da verdadeira religião e piedade, emprestada das boas instruções que seu pai lhe deu, e reforçada com muitos argumentos consideráveis, ver 1-13.

II. Uma advertência necessária contra más companhias e toda comunhão com as obras infrutíferas das trevas, ver 14-19.

III. Instruções específicas para alcançar e preservar a sabedoria e produzir os seus frutos, ver 20-27. O caso é apresentado diante de nós de maneira tão clara e urgente que seremos para sempre indesculpáveis se perecermos em nossa loucura.

Instruções aos pais.

1 Ouvi, filhos, a instrução do pai e estai atentos para conhecerdes o entendimento;

2 porque vos dou boa doutrina; não deixeis o meu ensino.

3 Quando eu era filho em companhia de meu pai, tenro e único diante de minha mãe,

4 então, ele me ensinava e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos e vive;

5 adquire a sabedoria, adquire o entendimento e não te esqueças das palavras da minha boca, nem delas te apartes.

6 Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a, e ela te protegerá.

7 O princípio da sabedoria é: Adquire a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o entendimento.

8 Estima-a, e ela te exaltará; se a abraçares, ela te honrará;

9 dará à tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará.

10 Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os anos de vida.

11 No caminho da sabedoria, te ensinei e pelas veredas da retidão te fiz andar.

12 Em andando por elas, não se embaraçarão os teus passos; se correres, não tropeçarás.

13 Retém a instrução e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua vida.

Aqui temos,

I. O convite que Salomão faz a seus filhos para que venham e recebam instruções dele (v. 1, 2): Ouvi, filhos, a instrução de um pai. Isto é,

1. "Que meus próprios filhos, em primeiro lugar, recebam e prestem atenção às instruções que estabeleci para uso também de outros." Observe que os magistrados e ministros, aos quais é confiada a direção das sociedades maiores, estão preocupados em cuidar mais do que o normal da boa instrução de suas próprias famílias; deste dever, seu trabalho público não os isentará de forma alguma. Esta caridade deve começar em casa, mas não deve terminar aí; pois aquele que não tem seus filhos sujeitos com toda a gravidade, e não se preocupa em sua boa educação, como cumprirá seu dever como deveria para com a igreja de Deus? 1 Tm 3. 4, 5. Os filhos daqueles que são eminentes pela sabedoria e utilidade pública devem melhorar em conhecimento e graça na proporção das vantagens que obtêm de sua relação com tais pais. No entanto, pode-se observar, para salvar tanto o crédito como o conforto daqueles pais cujos filhos não correspondem às esperanças que surgiram da sua educação, que Roboão, filho de Salomão, estava longe de ser um dos mais sábios ou o mais sábio. Temos motivos para pensar que milhares de pessoas obtiveram mais benefícios com os provérbios de Salomão do que seu próprio filho, a quem parecem ter sido dedicados.

2. Que todos os jovens, nos dias da sua infância e juventude, se esforcem para obter conhecimento e graça, pois essa é a sua idade de aprendizagem, e então as suas mentes serão formadas e temperadas. Ele não diz: Meus filhos, mas vocês, filhos. Lemos apenas sobre um filho que Salomão teve; mas (você acha?) ele está disposto a arranjar um professor e a ensinar os filhos de outras pessoas! Pois nessa idade há maior esperança de sucesso; o galho dobra-se facilmente quando é jovem e tenro.

3. Que todos os que desejam receber instrução venham com a disposição de crianças, embora sejam pessoas adultas. Deixemos todos os preconceitos de lado e a mente seja como papel branco, que sejam obedientes, tratáveis e autoconfiantes, e tomem a palavra como a palavra de um pai, que vem tanto com autoridade quanto com afeto. Devemos vê-la vindo de Deus como nosso Pai no céu, a quem oramos, de quem esperamos bênçãos, o Pai dos nossos espíritos, a quem devemos estar sujeitos, para que possamos viver. Devemos considerar nossos professores como nossos pais, que nos amam e buscam o nosso bem-estar; e, portanto, embora a instrução contenha reprovação e correção, pois assim a palavra significa, ainda assim devemos acolhê-la com boas-vindas. Agora,

(1.) Para nos recomendar isso, somos informados, não apenas que é a instrução de um pai, mas que é compreensão, e, portanto, deveria ser bem-vindo às criaturas inteligentes. A religião tem a razão a seu lado, e isso nos é ensinado por meio de um raciocínio justo. É de fato uma lei (v. 2), mas essa lei é fundada na doutrina, em princípios inquestionáveis de verdade, na boa doutrina, que não é apenas fiel, mas digna de toda aceitação. Se admitirmos a doutrina, não podemos deixar de nos submeter à lei.

(2.) Para fixá-la em nós, somos orientados a recebê-la como um presente, a atendê-la com toda diligência, a atendê-la para conhecê-la, pois de outra forma não poderemos fazê-lo, e a não abandoná-la renegando-a, a doutrina ou desobedecer à lei.

II. As instruções que ele lhes dá. Observe,

1. Como ele recebeu essas instruções; ele as herdou de seus pais e ensina aos filhos o mesmo que eles lhe ensinaram (v. 3, 4). Observe,

(1.) Seus pais o amavam e, portanto, ensinaram-lhe: eu era filho de meu pai. Davi teve muitos filhos, mas Salomão era realmente seu filho, como é chamado Isaque (Gn 17.19) e pela mesma razão, porque a aliança estava vinculada a ele. Ele era o querido de seu pai, acima de qualquer um de seus filhos. Deus teve uma bondade especial para com Salomão (o profeta o chamou de Jedidias, porque o Senhor o amava, 2 Sm 12.25), e por essa razão Davi teve uma bondade especial para com ele, pois ele era um homem segundo o coração de Deus. Se os pais puderem amar um filho mais do que outro, não deverá acontecer até que pareça claramente que Deus o faz. Ele era terno e apenas amado aos olhos de sua mãe. Certamente havia uma razão manifesta para fazer tal distinção, quando ambos os pais a fizeram. Agora vemos como eles demonstraram seu amor; eles o catequizaram, mantiveram-no fiel aos seus livros e sujeitaram-no a uma disciplina rígida. Embora ele fosse um príncipe e herdeiro aparente da coroa, eles não o deixaram viver livremente; não, portanto eles o ensinaram assim. E talvez Davi tenha sido o mais rigoroso com Salomão em sua educação porque viu os efeitos nocivos de uma indulgência indevida em Adonias, a quem ele não havia contrariado em nada (1 Reis 1.6), como também em Absalão.

(2.) O que seus pais lhe ensinaram, ele ensina aos outros. Observe,

[1.] Quando Salomão cresceu, ele não apenas se lembrou, mas teve prazer em repetir, as boas lições que seus pais lhe ensinaram quando ele era criança. Ele não as esqueceu, tão profundas foram as impressões que causaram nele. Ele não se envergonhava deles, pois tinha um valor tão alto para ele, nem as considerava como coisas infantis, coisas mesquinhas, que, quando se tornasse um homem, um rei, ele deveria abandonar, como um menosprezo para ele; muito menos ele as repetiu: como fizeram algumas crianças perversas, para ridicularizá-las e fazer seus companheiros se divertirem com elas, orgulhando-se de ter se livrado de graves lições e restrições.

[2.] Embora Salomão fosse ele próprio um homem sábio e divinamente inspirado, ainda assim, quando deveria ensinar sabedoria, ele não achou abaixo dele citar seu pai e fazer uso de suas palavras. Aqueles que desejam aprender bem e ensinar bem em religião não devem afetar noções recém-descobertas e frases recém-criadas, de modo a olhar com desprezo para o conhecimento e a linguagem de seus predecessores; se devemos manter o bom e velho caminho, por que deveríamos desprezar as boas e velhas palavras? Jer 6. 16.

[3.] Salomão, tendo sido bem educado por seus pais, considerou-se obrigado a dar a seus filhos uma boa educação, a mesma que seus pais lhe deram; e esta é uma maneira pela qual devemos retribuir aos nossos pais pelas dores que tiveram conosco, até mesmo mostrando piedade em casa, 1 Tim 5. 4. Eles nos ensinaram, não apenas para que pudéssemos aprender por nós mesmos, mas para que pudéssemos ensinar aos nossos filhos o bom conhecimento de Deus, Sl 78. 6. E seremos falsos em relação a uma confiança se não o fizermos; pois o depósito sagrado da doutrina e da lei religiosa foi depositado em nossas mãos com o encargo de transmiti-lo puro e inteiro àqueles que virão depois de nós, 2 Timóteo 2. 2.

[4.] Salomão reforça suas exortações com a autoridade de seu pai Davi, um homem famoso em sua geração em todos os aspectos. Observe-se, para honra da religião, que os homens mais sábios e melhores de todas as épocas foram os mais zelosos, não apenas pela prática dela, mas também pela propagação dela a outros; e devemos, portanto, continuar nas coisas que aprendemos, sabendo de quem as aprendemos, 2 Tm 3.14.

2. Quais eram essas instruções, v. 4-13.

(1.) A título de preceito e exortação. Davi, ao ensinar seu filho, embora fosse uma criança de grande capacidade e rápida apreensão, ainda para mostrar que estava falando sério e para afetar ainda mais seu filho com o que dizia, expressou-se com grande calor e importunação, e inculcou a mesma coisa repetidas vezes. Portanto, as crianças devem ser ensinadas. Deuteronômio 6:7: Tu os inculcarás diligentemente em teus filhos. Davi, embora fosse um homem de negócios públicos e tivesse tutores para seu filho, ele mesmo assumiu todo esse trabalho.

[1.] Ele lhe recomenda sua Bíblia e seu catecismo, como meio, as palavras de seu pai (v. 4), as palavras de sua boca (v. 5), seus ditos (v. 10), todas as boas lições. ele o ensinou; e talvez ele se refira particularmente ao livro dos Salmos, muitos dos quais eram Maschils - salmos de instrução, e dois deles são expressamente considerados para Salomão. A estas, e a todas as suas outras palavras, Salomão deve estar atento.

Primeiro, ele deve ouvi-las e recebê-las (v. 10), atendê-las diligentemente e absorvê-las, como a terra absorve a chuva que cai frequentemente sobre ela, Hb 6.7. Deus assim chama nossa atenção para sua palavra: Ouve, ó meu filho! E receba minhas palavras.

Em segundo lugar, ele deve manter firme a forma das sãs palavras que seu pai lhe deu (v. 4): Retenha o teu coração as minhas palavras; e a menos que a palavra esteja escondida no coração, alojada na vontade e nas afeições, ela não será retida.

Terceiro, ele deve governar-se por eles: Guardar os meus mandamentos, obedecê-los, e esse é o caminho para aumentar o conhecimento deles, João 7. 17.

Em quarto lugar, ele deve apegar-se a elas e cumpri-las: “Não recuseis as palavras da minha boca” (v. 5), temendo que elas sejam um grande obstáculo para você, mas apegue-se firmemente à instrução (v. 13), como estando decidido a manter seu domínio e nunca deixá-lo ir. Aqueles que têm uma boa educação, embora se esforcem para se livrar dela, descobrirão que ela os assombrará por um longo tempo e, se não o fizerem, seu caso será muito triste.

[2.] Ele recomenda-lhe sabedoria e compreensão como o fim a ser alcançado no uso desses meios; aquela sabedoria que é a sabedoria principal, entenda isso. Quod caput est sapientia eam adquire sapientiam — Certifique-se de ter em mente aquele ramo da sabedoria que é o ramo superior dela, e esse é o temor de Deus, cap. 17. Júnio e Tremélio. Um princípio de religião no coração é a única coisa necessária; portanto,

Primeiro, obtenha esta sabedoria, obtenha este entendimento. E novamente: “Adquira sabedoria, e com tudo o que você possui, obtenha entendimento, v. 7. Ore por isso, esforce-se por isso, seja diligente no uso de todos os meios indicados para alcançá-lo. Obtenha domínio sobre suas corrupções, que são suas loucuras: adquira princípios sábios e hábitos de sabedoria. Obtenha sabedoria pela experiência, obtenha-a acima de tudo o que você obtém; tenha mais cuidado e se esforce mais para obter isso do que para obter a riqueza deste mundo; o que quer que você esqueça, obtenha-o, considere-o uma grande conquista e busque-o de acordo." A verdadeira sabedoria é um dom de Deus, e ainda assim somos ordenados a obtê-la, porque Deus a dá àqueles que trabalham por ela; contudo, afinal de contas, não devemos dizer: Nossa força e o poder de nossa mão nos trouxeram essa riqueza.

Em segundo lugar, não a esqueça (v. 5), não a abandone (v. 6), não a deixe ir (v. 13), mas guarde-a. Aqueles que obtiveram esta sabedoria devem tomar cuidado para não perdê-la novamente, voltando à loucura: é realmente uma boa parte, que não nos será tirada; mas então devemos tomar cuidado para não jogá-la fora de nós, como fazem aqueles que primeiro a esquecem e a deixam escapar de suas mentes, e depois a abandonam e se desviam de seus bons caminhos. Devemos manter aquela coisa boa que nos foi confiada, e não deixá-la cair por descuido, nem permitir que ela seja forçada de nós, nem permitir que sejamos persuadidos a sair dela; nunca deixe ir uma joia dessas.

Em terceiro lugar, ame-a (v. 6) e abrace-a (v. 8), como os homens do mundo amam a sua riqueza e colocam o seu coração nela. A religião deveria ser muito querida para nós, mais querida do que qualquer coisa neste mundo; e, se não podemos chegar a ser grandes mestres da sabedoria, sejamos verdadeiros amantes dela; e que graça temos, abracemo-la com carinho sincero, como quem admira a sua beleza.

Em quarto lugar: “Exalta-a, v. 8. Mantenha sempre pensamentos elevados sobre a religião, e faça tudo o que puder para trazê-la à reputação, e manter o crédito dela entre os homens. Concorde com Deus em seu propósito, que é magnificar a lei e torná-la honrosa, e faça o que puder para servir a esse propósito”. Que os filhos da Sabedoria não apenas a justifiquem, mas também a engrandeçam e a prefiram àquilo que lhes é mais querido neste mundo. Ao honrar aqueles que temem ao Senhor, embora sejam humildes no mundo, e ao considerar um homem pobre e sábio, exaltamos a sabedoria.

(2.) A título de motivo e incentivo para trabalhar pela sabedoria e submeter-se à orientação dela, considere:

[1.] É o assunto principal e aquilo que deve ser o cuidado principal e contínuo de todo homem. nesta vida (v. 7): A sabedoria é o principal; outras coisas que somos solícitos em obter e manter não significam nada. É o homem inteiro, Ec 12.13. É aquilo que nos recomenda a Deus, que embeleza a alma, que nos permite cumprir o fim da nossa criação, viver para algum bom propósito no mundo e finalmente chegar ao céu; e, portanto, é a coisa principal.

[2.] Tem a razão e a equidade ao seu lado (v. 11): “Eu te ensinei no caminho da sabedoria, e assim será finalmente descoberto da política carnal, que faz o mal sob a cor da sabedoria, mas por caminhos corretos, de acordo com as regras eternas e as razões do bem e do mal." A retidão da natureza divina aparece na retidão de todas as leis divinas. Observe que Davi não apenas ensinou seu filho por meio de boas instruções, mas também o conduziu tanto por um bom exemplo quanto pela aplicação de instruções gerais a casos particulares; de modo que nada faltava de sua parte para torná-lo sábio.

[3.] Seria muito vantajoso para ele: "Se você for sábio e bom, o será para si mesmo."

Primeiro: “Será a tua vida, o teu conforto, a tua felicidade; é aquilo sem o qual não podes viver:” Guarda os meus mandamentos e vive. A do nosso Salvador concorda com isto: Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos, Mateus 19. 17. É sob pena de morte, morte eterna, e na perspectiva de vida, vida eterna, que somos obrigados a ser religiosos. “Recebe as palavras da sabedoria, e os anos da tua vida serão muitos (v. 10), tantos neste mundo quantos a Sabedoria Infinita achar conveniente, e no outro mundo viverás aquela vida cujos anos nunca serão contados. Guarde-a, portanto, custe o que custar, pois ela é a sua vida, v. 13. Toda a sua satisfação será encontrada nisto;" e uma alma sem verdadeira sabedoria e graça é realmente uma alma morta.

Em segundo lugar: “Ela será a tua guarda e guia, o teu comboio e condutor, através de todos os perigos e dificuldades da tua jornada através deste deserto. Ama a sabedoria, e apega-te a ela, e ela te preservará, ela te guardará (v. 6) do pecado, o pior dos males, o pior dos inimigos; ela evitará que você se machuque, e então ninguém mais poderá te machucar.” Como dizemos: “Mantenha sua loja, e sua loja irá mantê-lo”; assim, “Mantenha sua sabedoria, e sua sabedoria irá mantê-lo”. nos protegerá de dificuldades e obstáculos na administração de nós mesmos e de nossos assuntos, v. 12.

1. Que nossos passos não sejam apertados quando formos, que não nos coloquemos em dificuldades como Davi estava, 2 Sam 24. 14. Aqueles que fazem da palavra de Deus sua regra andarão em liberdade e estarão tranquilos consigo mesmos.

2. Para que nossos pés não tropeçam quando corremos. Se homens bons e sábios forem colocados em decisões repentinas, a regra certa da palavra de Deus em que eles passam os impedirá, mesmo assim, de tropeçar em qualquer coisa que possa ser perniciosa. A integridade e a retidão nos preservarão.

Terceiro: "Isso será a tua honra e reputação (v. 8): Exalta a sabedoria (apenas mostra boa vontade para o seu progresso) e embora ela não precise do teu serviço, ela o recompensará abundantemente, ela te promoverá, ela te trará honra." Salomão seria rei, mas sua sabedoria e virtude seriam mais sua honra do que sua coroa ou púrpura; era por isso que todos os seus vizinhos o veneravam tanto; e sem dúvida, em seu reinado e no de Davi, o sábio e os homens bons foram os mais justos para a promoção. No entanto, a religião, primeiro ou último, trará honra a todos aqueles que a abraçam cordialmente; eles serão aceitos por Deus, respeitados por todos os homens sábios, possuídos no grande dia, e herdarão a eternidade Nisto ele insiste (v. 9): "Ela dará à tua cabeça um ornamento de graça neste mundo, recomendar-te-á tanto a Deus como aos homens, e no outro mundo uma coroa de glória ela te entregará.", uma coroa que nunca vacilará, uma coroa de glória que nunca murchará. "Essa é a verdadeira honra que acompanha a religião. Nobilitas sola est atique unica virtus - A virtude é a única nobreza! Davi, tendo assim recomendado sabedoria a seu filho, não é surpreendente que quando Deus lhe disse que pedisse o que ele gostaria, ele orou: Senhor, dá-me um coração sábio e compreensivo. Deveríamos fazer com que nossas orações demonstrassem quão bem fomos ensinados.

Cuidados contra más companhias.

14 Não entres na vereda dos perversos, nem sigas pelo caminho dos maus.

15 Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo;

16 pois não dormem, se não fizerem mal, e foge deles o sono, se não fizerem tropeçar alguém;

17 porque comem o pão da impiedade e bebem o vinho das violências.

18 Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.

19 O caminho dos perversos é como a escuridão; nem sabem eles em que tropeçam.

Alguns fazem com que as instruções de Davi a Salomão, que começaram no v. 4, continuem até o final do capítulo; não, alguns continuam até o final do nono capítulo; mas é mais provável que Salomão comece aqui novamente, se não antes. Nestes versículos, tendo-nos exortado a andar nos caminhos da sabedoria, ele nos adverte contra o caminho dos ímpios.

1. Devemos estar atentos aos caminhos do pecado e evitá-los, tudo o que parece pecado e leva a ele.

2. Para isso devemos manter-nos afastados dos caminhos dos pecadores e não ter comunhão com eles. Por medo de cair em caminhos perversos, devemos evitar companhias perversas. Aqui está,

I. A própria advertência, v. 14, 15.

1. Devemos ter cuidado para não cair no pecado e nos pecadores: não entre nos caminhos dos ímpios. Nosso professor, tendo-nos mostrado como um guia fiel os caminhos certos (v. 11), aqui nos adverte sobre os caminhos pelos quais corremos o risco de sermos desviados. Aqueles que foram bem educados e treinados no caminho que devem seguir, nunca se desviem para o caminho que não devem seguir; que eles não entrem nele, não, nem o experimentem, para que não se revele uma experiência perigosa e difícil de recuar com segurança. "Não se aventure na companhia daqueles que estão infectados com a peste, não, nem, embora você se considere protegido por um antídoto."

2. Se a qualquer momento formos induzidos a seguir um caminho maligno, devemos nos apressar para sair dele. "Se, antes que você percebesse, você entrou pelo portão, porque era largo, não siga o caminho dos homens maus. Assim que você se conscientizar do seu erro, retire-se imediatamente, não dê mais um passo, não fique mais um minuto, no caminho que certamente leva à destruição."

3. Devemos temer e detestar os caminhos do pecado e dos pecadores, e rejeitá-los com o máximo cuidado imaginável. "O caminho dos homens maus pode parecer um caminho agradável e sociável, e o caminho mais próximo de alcançar algum fim secular que podemos ter em vista; mas é um caminho mau e terminará mal e, portanto, se você ama o seu Deus e tua alma evita-o, não passa por ele, para que não sejas tentado a entrar nele; e, se te encontrares perto dele, afasta-te dele e passa, e afasta-te o mais longe que puderes." A maneira de expressão sugere o perigo iminente em que corremos, a necessidade que temos dessa cautela e a grande importância dela, e que nossos vigias estão, ou deveriam estar, com toda a seriedade ao nos avisar. Da mesma forma, sugere a distância que devemos manter do pecado e dos pecadores; ele não diz: Mantenha a devida distância, mas a uma grande distância, quanto mais longe melhor; nunca pense que você pode ir longe o suficiente disso. Fuja para salvar sua vida: não olhe para trás.

II. As razões para impor esse cuidado.

1. "Considere o caráter dos homens cujo caminho você foi avisado para evitar." São homens maus (v. 16, 17); eles não apenas não se importam com o mal que causam àqueles que estão em seu caminho, mas é sua função causar o mal, e seu prazer, puramente por causa do mal. Eles estão continuamente planejando e se esforçando para fazer com que alguns caiam, para arruiná-los de corpo e alma. A maldade e a malícia estão em sua natureza, e a violência está em todas as suas ações. Eles são rancorosos no mais alto grau; pois,

(1.) Pecado é descanso e sono para eles. Tão grande satisfação quanto um homem cobiçoso tem quando tem dinheiro, um homem ambicioso quando obtém uma promoção, e um homem bom quando faz o bem, eles também têm quando dizem ou fazem algo que é prejudicial; e eles ficam extremamente inquietos se não conseguem satisfazer sua inveja e vingança, como Hamã, para quem tudo foi desagradável enquanto Mordecai não foi enforcado. Da mesma forma, sugere o quão inquietos e incansáveis eles são em suas atividades malignas; preferirão ser privados do sono do que do prazer de serem vexatórios.

(2.) O pecado é comida e bebida para eles; eles se alimentam e festejam com isso. Eles comem o pão da impiedade (comem o meu povo como comem pão, Sl 14.4) e bebem o vinho da violência (v. 17), bebem a iniquidade como água, Jó 15.16. Tudo o que comem e bebem é obtido através da rapina e da opressão. Os homens ímpios pensam que o tempo perdido em que não estão fazendo mal? Deixe que os bons homens façam disso o seu negócio e se deleitem em fazer o bem. Amici, diem perdidi – Amigos, perdi um dia. E que todos os que são sábios e desejam o bem para si mesmos evitem a sociedade dos ímpios; pois,

[1.] É muito escandaloso; pois não há disposição mental que seja uma maior censura à natureza humana, um maior inimigo da sociedade humana, um desafio mais ousado a Deus e à consciência, que tenha mais da imagem do diabo em si, ou seja mais útil aos seus interesses, do que uma delícia fazer maldades e irritar, ferir e arruinar todo mundo.

[2.] É muito perigoso. "Evite aqueles que se deleitam em fazer o mal, pois você cuida da sua própria segurança; pois, qualquer que seja a amizade que eles possam fingir, uma vez ou outra eles lhe farão mal; você se arruinará se concordar com eles (cap. 11.8) e eles irão arruinar-te se não o fizeres."

2. "Considere o caráter do próprio caminho que você foi avisado a evitar, em comparação com o caminho certo que você foi convidado a trilhar."

(1.) O caminho da justiça é suave (v. 18): O caminho dos justos, que eles escolheram e no qual andam, é como a luz; a luz brilha em seus caminhos (Jó 22:28) e os torna seguros e agradáveis. Cristo é o caminho deles e ele é a luz. São guiados pela palavra de Deus e isso é uma luz para os seus pés; eles próprios são luz no Senhor e andam na luz como ele está na luz.

[1.] É uma luz brilhante. O caminho deles brilha para si mesmos na alegria e no conforto; brilha diante dos outros em seu brilho e honra; brilha diante dos homens, que veem as suas boas obras, Mateus 5. 16. Eles seguem seu caminho com santa segurança e serenidade mental, como aqueles que andam na luz. É como a luz da manhã, que brilha na obscuridade (Is 58.8,10) e põe fim às obras das trevas.

[2.] É uma luz crescente; ela brilha cada vez mais, não como a luz de um meteoro, que logo desaparece, ou a de uma vela, que arde fraca e se apaga, mas como a do sol nascente, que avança brilhando, sobe brilhando. A graça, guia deste caminho, está crescendo; aquele que tem as mãos limpas será cada vez mais forte. Aquela alegria que é o prazer deste caminho, aquela honra que é o brilho dele, e toda aquela felicidade que é de fato a sua luz, continuarão aumentando.

[3.] Chegará, no final, ao dia perfeito. A luz do amanhecer será finalmente a luz do meio-dia, e é para isso que a alma iluminada está se esforçando. Os santos não serão perfeitos até que cheguem ao céu, mas lá eles mesmos brilharão como o sol quando ele nascer em sua força, Mateus 13.43. Suas graças e alegrias serão todas consumadas. Portanto, é nossa sabedoria manter-nos próximos do caminho dos justos.

(2.) O caminho do pecado é como as trevas. As obras com as quais ele nos advertiu para não termos comunhão são obras das trevas. Que verdadeiro prazer e satisfação podem ter aqueles que não conhecem prazer e satisfação senão o que têm ao fazer o mal? Que guia seguro têm aqueles que transmitem a palavra de Deus? O caminho dos ímpios é sombrio e, portanto, perigoso; porque tropeçam e não sabem em que tropeçam. Eles caem em pecado, mas não sabem de que maneira veio a tentação pela qual foram derrubados e, portanto, não sabem como evitá-la na próxima vez. Eles caem em apuros, mas nunca perguntam por que Deus contende com eles; eles não consideram que fazem o mal, nem o que acontecerá no final dele, Sl 82.5; Jó 18. 5, 6. Esta é a maneira que somos orientados a evitar.

Instruções aos pais.

20 Filho meu, atenta para as minhas palavras; aos meus ensinamentos inclina os ouvidos.

21 Não os deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-os no mais íntimo do teu coração.

22 Porque são vida para quem os acha e saúde, para o seu corpo.

23 Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.

24 Desvia de ti a falsidade da boca e afasta de ti a perversidade dos lábios.

25 Os teus olhos olhem direito, e as tuas pálpebras, diretamente diante de ti.

26 Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam retos.

27 Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal.

Salomão, tendo-nos advertido para não fazermos o mal, aqui nos ensina como fazer o bem. Não nos basta evitar as ocasiões de pecado, mas devemos estudar os métodos do dever.

I. Devemos ter uma consideração contínua pela palavra de Deus e nos esforçar para que ela esteja sempre pronta para nós.

1. Os ditos de sabedoria devem ser nossos princípios pelos quais devemos nos governar, nossos monitores para nos alertar sobre o dever e o perigo; e, portanto,

(1.) Devemos recebê-los prontamente: “Inclina teus ouvidos para eles (v. 20); curva-te humildemente diante deles; ouve-os diligentemente”. A escuta atenta da Palavra de Deus é um bom sinal de uma obra de graça iniciada no coração e um bom meio de a levar adiante. É de se esperar que estejam decididos a cumprir seu dever aqueles que estão inclinados a sabê-lo.

(2.) Devemos guardá-los cuidadosamente (v. 21); devemos colocá-los diante de nós como nossa regra: "Não deixe que eles se afastem dos teus olhos; veja-os, revise-os e em tudo procure conformar-se a eles." Devemos alojá-los dentro de nós, como um princípio dominante, cujas influências são difundidas por todo o homem: "Guarda-os no meio do teu coração, como coisas que te são caras e que tens medo de perder." Deixe a palavra de Deus ser escrita no coração, e o que lá está escrito permanecerá.

2. A razão pela qual devemos dar grande importância às palavras de sabedoria é porque elas serão tanto alimento quanto remédio para nós, como a árvore da vida, Apocalipse 22:2; Ezequiel 47. 12. Aqueles que os procuram e os encontram, os encontram e os guardam, encontrarão neles:

(1.) Alimento: Porque são vida para aqueles que os encontram. Assim como a vida espiritual foi iniciada pela palavra como seu instrumento, pela mesma palavra ela ainda é nutrida e mantida. Não poderíamos viver sem isso; podemos pela fé viver disso.

(2.) Física. São saúde para toda a carne, para todo o homem, tanto do corpo como da alma; eles ajudam a manter ambos em boa situação. Eles são saúde para toda a carne, portanto a LXX. Há o suficiente para curar todas as doenças deste mundo destemperado. Eles são um remédio para toda a sua carne (assim é a palavra), para todas as suas corrupções, porque são chamados de carne, para todas as suas queixas, que são como espinhos na carne. Existe na palavra de Deus um remédio adequado para todas as nossas doenças espirituais.

II. Devemos manter um olhar atento e uma mão estrita sobre todos os movimentos do nosso homem interior (v. 23). Aqui está:

1. Um grande dever exigido pelas leis da sabedoria, e para obtermos e preservarmos a sabedoria: Guarda o teu coração com toda diligência. Deus, que nos deu essas almas, deu-nos uma responsabilidade estrita com elas: Homem, mulher, guarda o teu coração; presta atenção ao teu espírito, Deuteronômio 4.9. Devemos manter um santo zelo de nós mesmos e, consequentemente, estabelecer uma guarda estrita em todas as avenidas da alma; evite que nossos corações sofram e sejam feridos, que sejam contaminados pelo pecado e perturbados por problemas; guarde-os como nossa joia, como nossa vinha; manter a consciência livre de ofensas; evite pensamentos ruins; mantenha bons pensamentos; mantenha as afeições nos objetos corretos e nos devidos limites. Guarde-os com todos os bens (assim é a palavra); há muitas maneiras de guardar as coisas - pelo cuidado, pela força, pedindo ajuda, e devemos usar todas elas para guardar nossos corações; e todos muito pequenos, tão enganosos são, Jeremias 17:9. Ou acima de tudo; devemos guardar nossos corações com mais cuidado e diligência do que qualquer outra coisa. Devemos guardar os olhos (Jó 31. 1), guardar a língua (Sl 34. 13), guardar os pés (Ecl 5. 1), mas, acima de tudo, guardar o coração.

2. Uma boa razão dada para este cuidado, porque dele estão as questões da vida. De um coração bem guardado fluirão questões vivas, bons produtos, para a glória de Deus e a edificação de outros. Ou, em geral, todas as ações da vida fluem do coração e, portanto, manter isso é tornar a árvore boa e curar as fontes. Nossas vidas serão regulares ou irregulares, confortáveis ou desconfortáveis, conforme nossos corações forem guardados ou negligenciados.

III. Devemos pôr guarda diante da porta dos nossos lábios, para que não ofendamos com a língua (v. 24): Afasta de ti a boca perversa e os lábios perversos. Sendo nossos corações naturalmente corruptos, deles é provável que surja uma grande quantidade de comunicação corrupta e, portanto, devemos conceber um grande pavor e detestação de todos os tipos de palavras malignas, maldições, juramentos, mentiras, calúnias, brigas, sujeira e conversas tolas, todas as que vêm de uma boca perversa e de lábios perversos, que não serão governadas nem pela razão nem pela religião, mas contradizem ambas, e que são tão feias e desfavorecidas diante de Deus quanto uma boca torta, distorcida e desviada é diante dos homens.. Todos os tipos de pecados de língua, devemos, através de constante vigilância e resolução inabalável, afastar de nós, afastá-los de nós, abstendo-nos de todas as palavras que tenham aparência de mal e temendo aprender tais palavras.

IV. Devemos fazer uma aliança com os nossos olhos: “Olhem diretamente para ti, v. 24. Que os olhos estejam fixos e não errantes; forme o bem e enredado no mal. Evite contemplar a vaidade; deixe seu olho ser único e não dividido; deixe suas intenções serem sinceras e uniformes, e não olhe de soslaio para nenhum fim." Devemos manter nossos olhos em nosso Mestre e ter o cuidado de nos aprovar diante dele; fiquemos de olho em nossa regra e adaptemo-nos a ela; mantenhamos nossos olhos em nosso alvo, o prêmio da soberana vocação, e direcionemos tudo para isso. Oculum in metam – O olho no objetivo.

V. Devemos agir com consideração em tudo o que fazemos (v. 26): Pondera o caminho dos teus pés, pesa-o (assim é a palavra); “Coloque a palavra de Deus em uma balança, e o que você fez, ou está prestes a fazer, na outra, e veja como eles concordam; seja gentil e crítico ao examinar se o seu caminho é bom diante do Senhor e se será bom ao terminar bem." Devemos considerar nossos caminhos passados e examinar o que fizemos, e nossos caminhos atuais, o que estamos fazendo, para onde estamos indo, e cuidar para que caminhemos cautelosamente. Importa-nos considerar quais são os deveres e quais as dificuldades, quais as vantagens e quais os perigos, do nosso caminho, para que possamos agir em conformidade. "Não faça nada precipitadamente."

VI. Devemos agir com firmeza, cautela e consistência: “Sejam estabelecidos todos os teus caminhos (v. 26) e não sejas instável neles, como é o homem de coração dobre; faça um curso de obediência; não se vire para a direita nem para a esquerda, pois há erros em ambas as mãos, e Satanás ganha seu ponto se ele prevalecer para nos desviar de qualquer maneira. Tenha muito cuidado para remover seu pé do mal; tome cuidado dos extremos, pois neles há o mal, e deixe seus olhos olharem diretamente, para que você possa manter o meio-termo dourado. Aqueles que se consideram sábios devem estar sempre vigilantes.

 

Provérbios 5

O escopo deste capítulo é praticamente o mesmo do cap. 2. Escrever as mesmas coisas, em outras palavras, não deveria ser penoso, pois é seguro, Fp 3. 1. Aqui está,

I. Uma exortação para conhecer e submeter-se às leis da sabedoria em geral, ver 2.

II. Uma advertência especial contra o pecado da prostituição, ver 3-14.

III. Remédios prescritos contra esse pecado.

1. Amor conjugal, ver. 15-20.

2. Uma consideração à onisciência de Deus, ver 21.

3. O pavor do fim miserável das pessoas iníquas, ver 22, 23.

E tudo isso é pouco para armar os jovens contra as concupiscências carnais que guerreiam contra a alma.

Instruções Parentais; Cuidados contra a sensualidade.

1 Filho meu, atende a minha sabedoria; à minha inteligência inclina os ouvidos

2 para que conserves a discrição, e os teus lábios guardem o conhecimento;

3 porque os lábios da mulher adúltera destilam favos de mel, e as suas palavras são mais suaves do que o azeite;

4 mas o fim dela é amargoso como o absinto, agudo, como a espada de dois gumes.

5 Os seus pés descem à morte; os seus passos conduzem-na ao inferno.

6 Ela não pondera a vereda da vida; anda errante nos seus caminhos e não o sabe.

7 Agora, pois, filho, dá-me ouvidos e não te desvies das palavras da minha boca.

8 Afasta o teu caminho da mulher adúltera e não te aproximes da porta da sua casa;

9 para que não dês a outrem a tua honra, nem os teus anos, a cruéis;

10 para que dos teus bens não se fartem os estranhos, e o fruto do teu trabalho não entre em casa alheia;

11 e gemas no fim de tua vida, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo,

12 e digas: Como aborreci o ensino! E desprezou o meu coração a disciplina!

13 E não escutei a voz dos que me ensinavam, nem a meus mestres inclinei os ouvidos!

14 Quase que me achei em todo mal que sucedeu no meio da assembleia e da congregação.

Aqui temos,

I. Um prefácio solene, para introduzir a advertência que se segue. Salomão aqui se dirige a seu filho, isto é, a todos os jovens, como a seus filhos, por quem ele tem afeição e sobre quem tem alguma influência. Em nome de Deus, ele exige atenção; pois ele escreve por inspiração divina e é um profeta, embora não comece com: Assim diz o Senhor. "Atente e incline seus ouvidos; não apenas ouça o que é dito e leia o que está escrito, mas aplique sua mente a isso e considere-o diligentemente." Para chamar a atenção, ele insiste:

1. A excelência de seu discurso: "É minha sabedoria, meu entendimento; se me comprometo a ensinar-te sabedoria, não posso prescrever nada que seja mais apropriadamente chamado assim; a filosofia moral é minha filosofia, e essa que deve ser aprendida na minha escola."

2. A utilidade disso: "Atenda ao que eu digo"

(1.) "Para que você possa agir com sabedoria - para que você possa considerar a discrição." As palestras de Salomão não são projetadas para encher nossas cabeças com noções, com assuntos de boa especulação, ou disputa duvidosa, mas para nos guiar no governo de nós mesmos, para que possamos agir com prudência, como nos convém e como será para o nosso verdadeiro interesse.

(2.) "Para que fales sabiamente - para que os teus lábios guardem o conhecimento e o tenhas pronto na ponta da tua língua" (como dizemos), "para o benefício daqueles com quem conversa." Diz-se que os lábios do sacerdote guardam o conhecimento (Ml 2.7); mas aqueles que estão prontos e poderosos nas Escrituras podem não apenas em suas devoções, mas em seus discursos, ser sacerdotes espirituais.

II. A cautela em si, que é abster-se das concupiscências carnais, do adultério, da fornicação e de toda impureza. Alguns aplicam isso figurativamente, e por mulher adúltera aqui entendem idolatria, ou falsa doutrina, que tende a debochar das mentes e maneiras dos homens, ou o apetite sensual, ao qual pode ser aplicado tão apropriadamente quanto qualquer coisa; mas o objetivo principal é claramente alertar-nos contra os pecados do sétimo mandamento, aos quais a juventude é tão propensa, cujas tentações são tão violentas, cujos exemplos são tantos e que, quando admitidos, são tão destrutivos para todas as sementes de virtude na alma que não é estranho que as advertências de Salomão contra ela sejam tão urgentes e repetidas com tanta frequência. Salomão aqui, como um vigia fiel, dá um aviso justo a todos, ao considerarem suas vidas e confortos, para temerem esse pecado, pois certamente será sua ruína. Duas coisas que somos avisados aqui para prestar atenção:

1. Que não demos ouvidos aos encantos deste pecado. É verdade que os lábios de uma mulher estranha caem como favos de mel (v. 3); os prazeres da luxúria carnal são muito tentadores (como o vinho que dá cor na taça e se move corretamente); sua boca, os beijos de sua boca, as palavras de sua boca, são mais suaves que o óleo, para que a pílula venenosa possa ser absorvida com fluidez e não haja suspeita de dano nela. Mas considere:

(1.) Quão fatais serão as consequências. Que fruto o pecador terá do seu mel e óleo quando for o fim,

[1.] Os terrores da consciência: É amargo como o absinto. O que era delicioso na boca sobe ao estômago e ali azeda; corta, no reflexo, como uma espada de dois gumes; tome como quiser, isso machuca. Salomão poderia falar por experiência própria, Ecl 7.26.

[2.] Os tormentos do inferno. Se alguns que foram culpados deste pecado se arrependeram e foram salvos, ainda assim a tendência direta do pecado é a destruição do corpo e da alma; seus pés descem até a morte, ou melhor, eles se apegam ao inferno, para puxá-lo para o pecador, como se as condenações dormissem por muito tempo. Aqueles que estão enredados neste pecado devem ser lembrados de que há apenas um passo entre eles e o inferno, e que estão prontos para cair nele.

(2.) Considere quão falsos são os encantos. A adúltera lisonjeia e fala belamente, suas palavras são mel e azeite, mas ela enganará aqueles que a ouvem: Seus caminhos são móveis, que você não pode conhecê-los; ela frequentemente muda de disfarce e veste uma grande variedade de cores falsas, porque, se for bem conhecida, certamente será odiada. Como Proteu, ela assume muitas formas, para poder manter-se em sintonia com aqueles sobre quem tem um projeto. E o que ela pretende com toda essa arte e gestão? Nada além de impedi-los de refletir sobre o caminho da vida, pois ela sabe que, se eles vierem a fazer isso, ela certamente os perderá. Aqueles que ignoram os ardis de Satanás que não entendem que a grande coisa que ele dirige em todas as suas tentações é,

[1.] Impedi-los de escolher o caminho da vida, impedi-los de serem religiosos e de irem para o céu, que, estando ele próprio excluído de felicidade, ele pode mantê-los fora dela.

[2.] Para evitar que ponderem o caminho da vida, considerem quão razoável é que devam trilhar esse caminho e quanto isso será vantajoso para eles. Observe-se, para honra da religião, que ela certamente ganha seu ponto com todos aqueles que apenas se permitem a liberdade de um pensamento sério e pesam as coisas imparcialmente em uma balança equilibrada, e que o diabo não tem como proteger os homens. em seus interesses, senão desviando-os com diversões contínuas de um tipo ou de outro da consideração calma e sóbria das coisas que pertencem à sua paz. E a impureza é um pecado que cega o entendimento, cauteriza a consciência e impede as pessoas de ponderarem sobre o caminho da vida. A prostituição tira o coração, Os 4. 11.

2. Que não nos aproximemos dos limites deste pecado, v. 7, 8.

(1.) Esta advertência é introduzida com um prefácio solene: "Ouvi-me agora, portanto, ó filhos! Quem quer que seja que leia ou ouça estas linhas, preste atenção ao que eu digo e misture fé com isso, valorize-o, e não te afastes das palavras da minha boca, como farão aqueles que dão ouvidos às palavras da mulher estranha. Não apenas receba o que eu digo, apenas por enquanto, mas apegue-se a ele, e deixe-o pronto para você, e de força contigo, quando fores mais violentamente atacado pela tentação."

(2.) A cautela em si é muito premente: "Afaste-se dela; se o seu caminho estiver perto dela, e você tiver uma boa pretensão de ser conduzido por negócios ao alcance de seus encantos, ainda assim mude siga seu caminho e altere seu curso, em vez de se expor ao perigo; não chegue perto da porta da casa dela; vá para o outro lado da rua, ou melhor, passe por alguma outra rua, embora seja por aí. Isso sugere:

[1.] Que devemos ter um grande pavor e detestação pelo pecado. Devemos temê-lo como faríamos com um lugar infectado pela peste; devemos detestá-lo como o odor de carniça, para que não nos aproximemos. Então provavelmente preservaremos a nossa pureza quando concebermos uma antipatia enraizada por todas as concupiscências carnais.

[2.] Que devemos evitar diligentemente tudo o que possa ser uma ocasião para este pecado ou um passo em direção a ele. Aqueles que seriam protegidos do perigo devem manter-se fora do caminho do perigo. Há tanta coisa na natureza corrupta que é loucura, sob qualquer pretexto, aproximar-se das faíscas. Se nos lançarmos em tentação, zombamos de Deus quando oramos: Não nos deixe cair em tentação.

[3.] Que devemos ter ciúme de nós mesmos com um ciúme piedoso, e não estar tão confiantes na força de nossas próprias resoluções a ponto de nos aventurarmos à beira do pecado, com a promessa para nós mesmos de que até agora iremos e não mais.

[4.] Que tudo o que se tornou uma armadilha para nós e uma ocasião de pecado, embora seja como o olho direito e a mão direita, devemos arrancá-lo, cortá-lo e expulsá-lo de nós, devemos nos separar disso. que é o mais querido para nós, em vez de arriscar nossas próprias almas; esta é a ordem do nosso Salvador, Mateus 5. 28-30.

(3.) Os argumentos que Salomão usa aqui para reforçar esta cautela são retirados do mesmo tópico daqueles anteriores, os muitos danos que acompanham este pecado.

[1.] Isso destrói a reputação. “Darás a tua honra a outros (v. 9); te desprezarão e te pisarão, como a um homem tolo”. A prostituição é um pecado que torna os homens desprezíveis e vis, e nenhum homem de bom senso ou virtude se importará em fazer companhia a alguém que faz companhia a prostitutas.

[2.] Desperdiça o tempo, dá os anos, os anos da juventude, a flor do tempo dos homens, ao cruel, "aquela tua luxúria vil, que com a maior crueldade guerreia contra a alma, aquela prostituta vil que finge uma afeição por ti, mas realmente caça a vida preciosa." Aqueles anos que deveriam ser dedicados à honra de um Deus gracioso são gastos a serviço de um pecado cruel.

[3.] Isso arruína a propriedade (v. 10): “Estranhos ficarão cheios de tua riqueza, que te foi confiada como mordomo de tua família; casa, estará na casa de um estranho, que não tem direito a isso e nunca te agradecerá por isso."

[4.] É destrutivo para a saúde e encurta os dias dos homens: Tua carne e teu corpo serão consumidos por ela. As concupiscências da impureza não apenas guerreiam contra a alma, que o pecador negligencia e com a qual não se importa, mas guerreiam também contra o corpo, com o qual ele é tão indulgente e tem tanto cuidado em agradar e mimar, tão enganoso, tão tolas, tais concupiscências nocivas são elas. Aqueles que se entregam ao trabalho impuro com ganância desperdiçam suas forças, se lançam na fraqueza e muitas vezes têm seus corpos cheios de enfermidades repugnantes, pelas quais o número de seus meses é cortado no meio e eles caem em sacrifícios impiedosos para uma luxúria cruel.

[5.] Isso encherá a mente de horror, se alguma vez a consciência for despertada. “Embora agora estejas alegre, divertindo-te com os teus próprios enganos, ainda assim certamente lamentarás no final o pecado que é colocado diante de ti em suas próprias cores." Mais cedo ou mais tarde trará tristeza, seja quando a alma for humilhada e levada ao arrependimento ou quando a carne e o corpo forem consumidos, seja pela doença, quando a consciência voa na cara do pecador, ou pela sepultura; quando o corpo está apodrecendo ali, a alma está atormentada nos tormentos do inferno, onde o verme não morre, e "Filho, lembre-se", é o repique constante. Salomão aqui traz o pecador convencido censurando a si mesmo e agravando sua própria loucura. Ele então lamentará isso amargamente.

Primeiro, porque ele odiava ser reformado, ele odiava ser informado, e também não podia suportar que lhe ensinassem seu dever (Como odiei não apenas a disciplina de ser instruído, mas a própria instrução, embora toda verdadeira e boa!) ou ser informado de suas faltas – Meu coração desprezou a repreensão. Ele não pode deixar de reconhecer que aqueles que estavam sob sua responsabilidade, pais, ministros, fizeram sua parte; eles foram seus professores; eles o instruíram, deram-lhe bons conselhos e advertências justas (v. 13); mas para sua própria vergonha e confusão ele fala isso, e com isso justifica a Deus em todas as misérias que foram trazidas sobre ele, ele não obedeceu à voz deles, pois na verdade ele nunca inclinou seus ouvidos para aqueles que o instruíram, nunca se importou com o que eles disse nem admitiu as impressões disso. Observe que aqueles que tiveram uma boa educação e não a vivem de acordo terão muito que responder para outro dia; e aqueles que não se lembrarem agora do que lhes foi ensinado, para se conformarem com isso, serão obrigados a lembrar-se disso como um agravamento de seu pecado e, consequentemente, de sua ruína.

Em segundo lugar, que pelos frequentes atos de pecado seus hábitos estavam tão arraigados e confirmados que seu coração estava totalmente disposto a cometê-lo (v. 14): Eu estava quase em todo o mal no meio da congregação e da assembleia. Quando ele entrava na sinagoga, ou nos pátios do templo, para adorar a Deus com outros israelitas, seu coração impuro estava cheio de pensamentos e desejos desenfreados e seus olhos de adultério. A reverência pelo lugar e pela companhia, e pelo trabalho que ele estava realizando, não pôde contê-lo, mas ele era quase tão perverso e vil ali quanto em qualquer outro lugar. Nenhum pecado parecerá mais terrível para uma consciência desperta do que a profanação das coisas sagradas; nem qualquer agravamento do pecado o tornará mais excessivamente pecaminoso do que o lugar que nos é honrado na congregação e na assembleia, e as vantagens que desfrutamos por meio disso. Zinri e Cozbi confessaram sua vilania aos olhos de Moisés e de toda a congregação (Nm 25.6), e o adultério de coração é tão aberto a Deus, e deve ser muito ofensivo para ele, quando nos aproximamos dele em exercícios religiosos, e estava em todo o mal em desafio aos magistrados e juízes e às suas assembleias; então alguns entendem isso. Outros referem-no ao mal do castigo, não ao mal do pecado: "Fui feito um exemplo, um espetáculo para o mundo. Estive sob quase todos os dolorosos julgamentos de Deus no meio da congregação de Israel, criado para um alvo. Levantei-me e gritei na congregação:" Jó 30. 28. Que seja evitado aquilo que será finalmente lamentado.

Fidelidade conjugal imposta.

15 Bebe a água da tua própria cisterna e das correntes do teu poço.

16 Derramar-se-iam por fora as tuas fontes, e, pelas praças, os ribeiros de águas?

17 Sejam para ti somente e não para os estranhos contigo.

18 Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade,

19 corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias.

20 Por que, filho meu, andarias cego pela estranha e abraçarias o peito de outra?

21 Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do SENHOR, e ele considera todas as suas veredas.

22 Quanto ao perverso, as suas iniquidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido.

23 Ele morrerá pela falta de disciplina, e, pela sua muita loucura, perdido, cambaleia.

Salomão, tendo mostrado o grande mal que existe no adultério e na fornicação, e em todos esses comportamentos obscenos e imundos, aqui prescreve remédios contra eles.

I. Desfrute com satisfação dos confortos do casamento legal, que foi ordenado para a prevenção da impureza e, portanto, deve ser aproveitado a tempo, para que não se mostre eficaz para a cura daquilo que poderia ter evitado. Que ninguém se queixe de que Deus os tratou de maneira indelicada, proibindo-lhes os prazeres que desejavam naturalmente, pois ele graciosamente providenciou a gratificação regular deles. "Na verdade, você não pode comer de todas as árvores do jardim, mas escolha uma que lhe agrade, e daquela que você possa comer livremente; a natureza se contentará com isso, mas a luxúria com nada." Deus, ao confinar os homens a um só, esteve tão longe de lhes impor qualquer dificuldade que realmente consultou o seu verdadeiro interesse; pois, como observa o Sr. Herbert: "Se Deus tivesse estabelecido tudo o que é comum, certamente o homem teria sido o delimitador. " Salomão aqui amplia muito sobre isso, não apenas prescrevendo-o como um antídoto, mas instando-o como um argumento contra a fornicação, que os prazeres permitidos no casamento (por mais que os espíritos perversos possam ridicularizá-los, que são fatores para o espírito impuro) transcendem em muito todos os falsos prazeres proibidos da prostituição.

1. Que os jovens se casem, casem e não se queimem. Tenha uma cisterna, um poço próprio (v. 15), até mesmo a esposa da sua mocidade, v. 18. Abstenha-se totalmente ou case-se. — Herberto. "O mundo é vasto e existem variedades de realizações, entre as quais você pode agradar a si mesmo."

2. Que aquele que é casado tenha prazer em sua esposa, e que ele goste muito dela, não apenas porque ela é a esposa que ele mesmo escolheu e ele deveria estar satisfeito com sua própria escolha, mas porque ela é a esposa que Deus em sua providência designou para ele e ele deveria estar muito mais satisfeito com a designação divina, satisfeito com ela porque ela é sua. Seja abençoada a tua fonte (v. 18); considere-se muito feliz com ela, considere-a uma esposa abençoada, deixe-a receber a sua bênção, ore diariamente por ela e então regozije-se com ela. Esses confortos pelos quais provavelmente teremos alegria são santificados para nós pela oração e pela bênção de Deus. Não apenas nos é permitido, mas também ordenado, que sejamos agradáveis em nossas relações; e torna-se particularmente adequado aos companheiros regozijar-se juntos e uns nos outros. O deleite mútuo é o vínculo de fidelidade mútua. Não é apenas um dado adquirido que o noivo se regozija por sua noiva (Is 62.5), mas é dado como lei. Ecl 9.9, Viva alegremente com a esposa a quem você ama todos os dias da sua vida. Aqueles que não se consolam onde Deus designou são aqueles que são joviais e alegres com seus companheiros no exterior, mas azedos e taciturnos com suas famílias em casa.

3. Que ele goste de sua esposa e a ame ternamente (v. 19): Que ela seja como a corça amorosa e a corça agradável, como as que os grandes homens às vezes mantinham em suas casas e com quem brincavam. Não deseje melhor diversão dos estudos e negócios severos do que a conversa inocente e agradável de sua própria esposa; deixa-a deitar-se no teu seio, como a cordeirinha do pobre fez no dele (2 Sm 12.3), e repousa a tua cabeça na dela, e deixa que isso te satisfaça em todos os momentos; e não busque prazer em nenhum outro. "Erre sempre no amor dela. Se você permitir que seu amor chegue ao excesso e se afeiçoar afetuosamente a qualquer pessoa, que seja apenas por sua própria esposa, onde há menor perigo de excesso." Isto é água potável, para saciar a sede do teu apetite, da tua própria cisterna, e águas correntes, que são límpidas, doces e salutares, do teu próprio poço, v. 15; 1 Cor 7.2,3.

4. Que ele se deleite com seus filhos e olhe para eles com prazer (v. 16, 17): “Olhe para eles como correntes de tuas próprias fontes puras” (diz-se que os judeus saíram das águas de Judá, Isaías 48. 1), “de modo que eles sejam partes de ti mesmo, como os riachos são da fonte. Guarda-te da tua própria esposa, e terás,”

(1.) “Uma prole numerosa, como rios de água, que correm em abundância, e serão dispersos, agrupados em outras famílias, ao passo que os que cometem prostituição não aumentarão," Os 4. 10.

(2.) "Uma prole peculiar, que será apenas a sua, enquanto os filhos da prostituição, que são gerados por você, provavelmente não são assim, mas, pelo que você sabe, são descendentes de estranhos, e ainda assim você deve mantê-los.”

(3.) "Uma descendência digna de crédito, que é uma honra para ti, e que podes enviar para o exterior e aparecer nas ruas, enquanto uma ninhada espúria é a tua desgraça, e aquilo que te envergonhas de possuir." Neste assunto, a virtude tem todo o prazer e honra; justamente, portanto, é chamado de sabedoria.

5. Deixe-o então desprezar a oferta de prazeres proibidos quando ele é sempre arrebatado pelo amor de uma esposa fiel e virtuosa; deixe-o considerar que absurdo será para ele ser estuprado por uma mulher estranha (v. 20), estar apaixonado por uma prostituta imunda e abraçar o seio de uma estranha, o que, se ele tivesse algum senso de honra ou virtude, ele detestaria os pensamentos. "Por que você será tão estúpido, tão inimigo de si mesmo, a ponto de preferir a água das poças, e também envenenada e roubada, às águas puras e vivas do seu próprio poço?" Observe que, se os ditames da razão puderem ser ouvidos, as leis da virtude serão obedecidas.

II. “Veja os olhos de Deus sempre sobre você e deixe que o seu temor domine o seu coração”, v. 21. Aqueles que vivem neste pecado prometem-se segredo (o olho do adúltero espera o crepúsculo, Jó 24:15); mas com que propósito, quando não pode ser escondido de Deus? Pois,

1. Ele vê. Os caminhos do homem, todos os seus movimentos, todas as suas ações estão diante dos olhos do Senhor, todo o funcionamento do coração e todos os resultados da vida, aquilo que é feito tão secretamente e disfarçado com muita habilidade. Deus vê isso sob uma luz verdadeira e conhece todas as suas causas, circunstâncias e consequências. Ele não olha para os caminhos dos homens de vez em quando, mas eles estão sempre realmente à sua vista e sob sua inspeção; e você ousa pecar contra Deus aos olhos dele e cometer aquela maldade sob seus olhos que você não ousaria fazer na presença de um homem como você?

2. Ele chamará o pecador para prestar contas por isso; pois ele não apenas vê, mas pondera todas as suas ações, julga a respeito delas, como alguém que em breve julgará o pecador por elas. Cada ação é pesada e será levada a julgamento (Ec 12.14), o que é uma boa razão pela qual devemos ponderar o caminho dos nossos pés (cap. 4.26), e assim julgar a nós mesmos para que não sejamos julgados.

III. "Preveja a ruína certa daqueles que ainda continuam em suas transgressões." Aqueles que vivem neste pecado prometem-se impunidade, mas enganam-se; seu pecado os descobrirá, v. 22, 23. O apóstolo dá o sentido desses versículos em poucas palavras. Hebreus 13. 4, Prostitutos e adúlteros Deus julgará.

1. É um pecado do qual os homens com grande dificuldade se livram do poder. Quando o pecador está velho e fraco, suas concupiscências são fortes e ativas, trazendo à lembrança os dias de sua juventude, Ez 23.19. Assim, tendo suas próprias iniquidades se apoderado do próprio ímpio por seu próprio consentimento, e ele tendo se entregado voluntariamente como cativo a elas, ele é mantido nas cordas de seus próprios pecados, e eles obtiveram dele uma posse tão plena que ele não pode se libertar, mas na grandeza de sua loucura (e que loucura maior poderia haver do que entregar-se como servo a capatazes tão cruéis?), ele se desviará e vagará indefinidamente. A impureza é um pecado do qual, uma vez mergulhados nela, os homens dificilmente e muito raramente se recuperam.

2. É um pecado do qual, se não for abandonado, os homens não poderão escapar do castigo; será inevitavelmente a sua ruína. Assim como suas próprias iniquidades os prendem nas reprovações da consciência e nas repreensões presentes (Jer 7:19), assim suas próprias iniquidades os prenderão e os vincularão aos julgamentos de Deus. Não há necessidade de prisão, nem de correntes; eles serão presos nas cordas de seus próprios pecados, assim como os anjos caídos, sendo incuravelmente maus, são assim reservados nas cadeias das trevas. O pecador que, tendo sido muitas vezes reprovado, endurece a cerviz, morrerá finalmente sem instrução. Tendo já recebido advertências gerais suficientes, ele não receberá advertências específicas, mas morrerá sem ver de antemão o perigo, morrerá porque não quis receber instrução, mas na grandeza de sua tolice se desviaria; e assim será a sua condenação, ele nunca mais encontrará o caminho de casa. Aqueles que são tão tolos a ponto de escolher o caminho do pecado são justamente deixados por Deus sozinhos para seguirem nele até chegarem à destruição a que ele leva, o que é uma boa razão pela qual devemos nos guardar com vigilância e resolução contra as seduções. do apetite sensual.

 

Provérbios 6

Neste capítulo temos:

I. Uma advertência contra fiança precipitada, ver. 1-5.

II. Uma repreensão à preguiça, ver 6-11.

III. O caráter e o destino de um homem malicioso e libertino, ver 12-15.

IV. Um relato de sete coisas que Deus odeia, ver 16-19.

V. Uma exortação para nos tornar familiar a palavra de Deus, ver 20-23.

VI. Uma advertência repetida sobre as consequências perniciosas do pecado da prostituição, ver 24-35.

Somos aqui dissuadidos do pecado em grande parte por argumentos emprestados dos nossos interesses seculares, pois ele não é apenas representado como condenatório no outro mundo, mas como empobrecedor neste.

Cuidados contra fiança.

1 Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro e se te empenhaste ao estranho,

2 estás enredado com o que dizem os teus lábios, estás preso com as palavras da tua boca.

3 Agora, pois, faze isto, filho meu, e livra-te, pois caíste nas mãos do teu companheiro: vai, prostra-te e importuna o teu companheiro;

4 não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras;

5 livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como a ave, da mão do passarinheiro.

É a excelência da palavra de Deus que ela nos ensina não apenas a sabedoria divina para outro mundo, mas a prudência humana para este mundo, para que possamos ordenar nossos assuntos com discrição; e esta é uma boa regra: evitar a fiança, porque por ela a pobreza e a ruína são frequentemente trazidas às famílias, o que tira aquele conforto nas relações que ele recomendou no capítulo anterior.

1. Devemos encarar a fiança como uma armadilha e recusá-la de acordo, v. 1, 2. "É bastante perigoso para um homem ser vinculado por seu amigo, embora seja alguém cujas circunstâncias ele conhece bem e está seguro de sua suficiência, mas muito mais é bater a mão de um estranho, tornar-se fiador de um a quem você não sabe que é capaz ou honesto. Ou o estranho aqui com quem a mão é atingida é o credor, “o usurário a quem você está vinculado, e ainda assim ele é um estranho para você, isto é, você não lhe deve nada, nem teve qualquer relação com ele. Se você se envolveu precipitadamente em tais compromissos, seja persuadido a fazê-los ou na esperança de que a mesma gentileza fosse feita por você em outra ocasião, saiba que você foi enredado com as palavras da sua boca; isso foi feito facilmente, com uma palavra falada; foi apenas colocar sua mão em um papel, um vínculo é logo selado e entregue, e um reconhecimento firmado. Mas isso não será tão facilmente evitado; você está em uma armadilha mais do que imagina. Veja quão pouca razão temos para menosprezar os pecados da língua; se pela palavra da nossa boca podemos ficar em dívida com os homens e ficar abertos às suas ações, pelas palavras da nossa boca podemos nos tornar desagradáveis à justiça de Deus e, mesmo assim, podemos ser enlaçados. É falso que as palavras sejam apenas vento: muitas vezes são armadilhas.

2. Se fomos arrastados para esta armadilha, será nossa sabedoria sair dela por todos os meios e com toda a rapidez (v. 3-5). Dorme no presente; não ouvimos nada sobre isso. A dívida não é exigida; o diretor diz: “Não tenha medo, nós cuidaremos disso”. Mas ainda assim o título está em vigor, os juros continuam, o credor pode atacar você quando quiser e talvez seja precipitado e severo, o principal pode se mostrar desonesto ou insolvente, e então você deve roubar sua esposa e filhos, e arruinar a tua família, para pagar aquilo pelo que não bebeste. E, portanto, livra-te; não descanse até que o credor desista do título ou o principal lhe dê uma contra-garantia; quando você cai nas mãos de seu amigo, e ele tem vantagem contra você, não é hora de ameaçar ou usar linguagem ofensiva (isso irá provocar e piorar a situação), mas humilhe-se, implore e ore para receber alta, ajoelhe-se diante dele e diga-lhe todas as palavras bonitas que puder; convide seus amigos para falar por você; não deixe pedra sobre pedra até que você tenha concordado com seu adversário e comprometido o assunto, para que sua obrigação não venha contra você ou contra os seus. Este é um cuidado que pode muito bem interromper o seu sono, e deixá-lo assim até que você consiga dormir. "Não dê sono aos seus olhos até que você se livre. Esforce-se e lute ao máximo, e apresse-se com toda velocidade, como um pássaro se livra da armadilha do passarinheiro ou do caçador. Atrasos são perigosos e fracos e esforços não servirão." Veja que cuidado Deus, em sua palavra, teve para tornar os homens bons maridos em suas propriedades e ensiná-los a prudência na administração delas. A piedade tem preceitos, bem como promessas, relacionadas à vida que existe agora.

Mas como devemos entender isso? Não devemos pensar que seja ilegal, em qualquer caso, tornar-se fiador de outra pessoa; pode ser uma ação de justiça ou de caridade; quem tem amigos pode ver motivos, neste caso, para se mostrar amigável, e isso pode não ser uma imprudência. Paulo foi destinado a Onésimo, Filem 19. Podemos ajudar um jovem a entrar nos negócios que sabemos ser honesto e diligente, e ganhar-lhe crédito transmitindo-lhe a nossa palavra, e assim fazer-lhe uma grande gentileza sem qualquer prejuízo para nós mesmos. Mas,

1. É sabedoria de todo homem manter-se livre de dívidas tanto quanto possível, pois isso é um estorvo para ele, o enreda no mundo, o coloca em perigo de fazer o que é errado ou de sofrer o que é errado. O mutuário é servo do credor e torna-se um escravo deste mundo. Os cristãos, portanto, que são comprados por um preço, não devem assim, sem necessidade, tornar-se servos dos homens, 1 Cor 7. 23.

2. É uma grande tolice nos enredarmos com pessoas necessitadas e ficarmos presos às suas dívidas, que estão sempre e a qualquer momento pegando dinheiro e carregando, como dizemos, de um buraco para outro, pois são dez para um, mas, uma hora ou outra, isso acontecerá conosco. Um homem nunca deve ser obrigado como fiador por mais do que é capaz e está disposto a pagar, e pode pagar sem prejudicar sua família, no caso de o principal falhar, pois ele deve encarar isso como sua própria dívida. Eclesiástico 8. 13: Não seja fiador acima do seu poder, pois, se você for fiador, deverá ter o cuidado de pagá-lo.

3. É uma reflexão necessária, se nos enredamos tolamente, sair da armadilha o mais rápido que pudermos, não perder tempo, não poupar esforços e não nos submetermos para nos tornarmos seguros e fácil e colocar nossos assuntos em uma boa postura. É melhor humilhar-nos para uma acomodação do que arruinar-nos pela nossa rigidez e arrogância. Certifique-se de que seu amigo se liberte de seus compromissos com ele; pois a garantia precipitada é tanto a ruína da amizade quanto aquilo que é prudente às vezes é o vínculo dela. Tomemos cuidado para que não nos tornemos culpados dos pecados de outros homens contra Deus (1 Timóteo 5:22), pois isso é pior e muito mais perigoso do que estar preso pelas dívidas de outros homens; e, se devemos ter todo esse cuidado para que nossas dívidas para com os homens sejam perdoadas, muito mais para que nossa paz seja feita com Deus. "Humilhe-se diante dele; certifique-se de que Cristo, seu amigo, intercederá por você; ore sinceramente para que seus pecados sejam perdoados e você possa ser libertado de descer à cova, e isso não será em vão. Não durma aos teus olhos, nem sono às tuas pálpebras, até que isto seja feito."

Preguiça reprovada.

6 Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio.

7 Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante,

8 no estio, prepara o seu pão, na sega, ajunta o seu mantimento.

9 Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono?

10 Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso,

11 assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.

Salomão, nesses versículos, dirige-se ao preguiçoso que ama sua comodidade, vive na ociosidade, não se importa com nada, não faz nada acontecer e, de uma maneira particular, é descuidado nos negócios da religião. A preguiça é um caminho tão seguro para a pobreza, embora não tão curto, quanto a fiança precipitada. Ele fala aqui ao preguiçoso,

I. A título de instrução, v. 6-8. Ele o manda para a escola, pois os preguiçosos devem ser educados. Ele mesmo deverá levá-lo à escola, pois, se o estudioso não se esforçar, o mestre deverá se esforçar mais; o preguiçoso não está disposto a frequentá-lo na escola (alunos sonhadores nunca amarão professores atentos) e, portanto, ele encontrou para ele outra escola, tão baixa quanto ele pudesse desejar. Observe,

1. O mestre para quem ele é mandado para a escola: Vá até a formiga, até a abelha, então a LXX. O homem é ensinado mais do que os animais da terra e tornado mais sábio do que as aves do céu, e ainda assim está tão degenerado que pode aprender sabedoria com os insetos mais cruéis e ser envergonhado por eles. Quando observamos as maravilhosas sagacidades das criaturas inferiores, devemos não apenas dar glória ao Deus da natureza, que as criou de maneira tão estranha, mas também receber instruções para nós mesmos; espiritualizando as coisas comuns, podemos tornar as coisas de Deus fáceis e prontas para nós, e conversar com elas diariamente.

2. A aplicação da mente necessária para aprender sobre este mestre: Considere seus caminhos. O preguiçoso é assim porque não considera; nem jamais aprenderemos com qualquer propósito, seja pela palavra ou pelas obras de Deus, a menos que nos proponhamos a considerar. Particularmente, se quisermos imitar os outros naquilo que é bom, devemos considerar os seus caminhos, observar diligentemente o que eles fazem, para que possamos fazer o mesmo, Fp 3.17.

3. A lição a ser aprendida. Em geral, aprenda a sabedoria, considere e seja sábio; é isso que devemos almejar em todo o nosso aprendizado, não apenas saber, mas ser sábio. Em particular, aprenda a ajuntar alimento no verão; isto é,

(1.) Devemos nos preparar para o futuro, e não nos preocupar apenas com o tempo presente, não comer tudo e não acumular nada, mas acumular tempo e tesouros para gastar. Assim, devemos ser previdentes em nossos assuntos mundanos, não com um cuidado ansioso, mas com uma previsão prudente; aguardar o inverno, as dificuldades e necessidades que possam acontecer, e a velhice; muito mais nos assuntos de nossas almas. Devemos fornecer carne e alimentos, aquilo que é substancial e que nos sustentará, e que mais precisaremos. No gozo dos meios da graça, supra a necessidade deles, na vida para a morte, no tempo para a eternidade; no estado de provação e preparação, devemos prever o estado de retribuição.

(2.) Devemos nos esforçar e trabalhar em nossos negócios, sim, embora trabalhemos sob inconveniências. Mesmo no verão, quando o tempo está quente, a formiga está ocupada em coletar alimentos e armazená-los, e não se entrega à sua comodidade, nem sente prazer, como o gafanhoto, que canta e brinca no verão e depois morre no inverno. As formigas ajudam umas às outras; se alguém tiver um grão de trigo grande demais para levar para casa, seus vizinhos virão em seu auxílio.

(3.) Devemos aproveitar as oportunidades, devemos nos reunir quando for possível, como a formiga faz no verão e na colheita, na hora certa. É nossa sabedoria melhorar a temporada enquanto isso nos favorece, porque isso pode ser feito então, o que não pode ser feito de forma alguma, ou não tão bem feito, em outro momento. Caminhe enquanto você tem luz.

4. As vantagens que temos em aprender esta lição acima das que a formiga tem, o que agravará a nossa preguiça e negligência se desperdiçarmos o nosso tempo. Ela não tem guias, supervisores e governantes, mas faz isso por si mesma, seguindo o instinto da natureza; tanto mais vergonha para nós que não seguimos da mesma maneira os ditames da nossa própria razão e consciência, embora além deles tenhamos pais, mestres, ministros, magistrados, para nos lembrar do nosso dever, para nos verificar quanto à negligência disso, para nos acelerar para isso, para nos dirigir nele e para nos chamar para um relato sobre isso. Quanto maior for a ajuda que tivermos para desenvolver a nossa salvação, mais indesculpáveis seremos se a negligenciarmos.

II. A título de reprovação, v. 9-11. Nestes versos,

1. Ele protesta com o preguiçoso, repreendendo-o e argumentando com ele, chamando-o para o seu trabalho, como um mestre faz com seu servo que dormiu demais: "Até quando dormirás, ó preguiçoso? Quanto tempo dormirias se alguém te deixaria em paz? Quando você acha que é hora de se levantar?" Os preguiçosos deveriam ser despertados com um Quanto tempo? Isto é aplicável:

(1.) Àqueles que são preguiçosos no trabalho e no dever, nos deveres da sua vocação particular como homens ou na sua vocação geral como cristãos. "Até quando você desperdiçará seu tempo e quando será um melhor marido dele? Até quando você amará sua comodidade e quando aprenderá a negar a si mesmo e a se esforçar? Por quanto tempo você enterrará seus talentos, e quando você começará a negociar com eles? Quanto tempo você atrasará, adiará e desperdiçará suas oportunidades, como alguém independentemente do futuro; e quando você se mobilizará para fazer o que tem que fazer, o que, se não for feito, te deixará para sempre desfeito?”

(2.) Para aqueles que estão seguros no caminho do pecado e do perigo: “Não dormiste o suficiente?"

2. Ele expõe as desculpas frívolas que dá a si mesmo e mostra o quão ridículo ele se torna. Quando é acordado, espreguiça-se e implora, como se fosse uma esmola, por mais sono, mais sono; ele está bem em sua cama quente e não suporta pensar em levantar-se, especialmente em levantar-se para trabalhar. Mas, observe, ele promete a si mesmo e ao seu mestre que desejará apenas um pouco mais de sono, um pouco mais de sono, e então se levantará e irá cuidar de seus negócios. Mas aqui ele se engana; quanto mais se tolera um temperamento preguiçoso, mais ele prevalece; deixe-o dormir um pouco e cochilar um pouco, e ainda assim ele estará na mesma sintonia; ainda assim ele pede um pouco mais de sono, ainda um pouco mais; ele nunca pensa que tem o suficiente e, ainda assim, quando é chamado, finge que virá logo. Assim, a grande obra dos homens é deixada de lado ao ser adiada ainda um pouco mais, de die in diem - dia após dia; e eles são roubados de todo o seu tempo ao serem roubados dos momentos presentes. Um pouco mais de sono prova um sono eterno. Durma agora e descanse.

3. Ele lhe dá um aviso justo sobre as consequências fatais de sua preguiça.

(1.) A pobreza e a miséria certamente atingirão aqueles que são preguiçosos em seus negócios. Se os homens negligenciarem os seus assuntos, não só não avançarão, mas também retrocederão. Aquele que deixa suas preocupações em seis e sete anos logo as verá naufragadas e arruinadas, e levará seu nobre a nove centavos. A pobreza espiritual atinge aqueles que são preguiçosos no serviço de Deus; aqueles que vão ter falta de azeite, quando deveriam usá-lo, que não o fornecem em seus vasos.

(2.) "Virá silenciosa e insensivelmente, crescerá sobre você e virá passo a passo, como alguém que viaja, mas, sem falta, finalmente chegará." Isso o deixará tão nu como se tivesse sido despido por um salteador de estrada; então bispo Patrick.

(3.) "Virá irresistivelmente, como um homem armado, a quem você não pode se opor nem contra quem cumprir sua parte."

As Sete Abominações.

12 O homem de Belial, o homem vil, é o que anda com a perversidade na boca,

13 acena com os olhos, arranha com os pés e faz sinais com os dedos.

14 No seu coração há perversidade; todo o tempo maquina o mal; anda semeando contendas.

15 Pelo que a sua destruição virá repentinamente; subitamente, será quebrantado, sem que haja cura.

16 Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina:

17 olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,

18 coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal,

19 testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.

Salomão aqui nos dá,

I. O caráter de alguém que é problemático para o homem e perigoso de ser tratado. Se os preguiçosos devem ser condenados, não fazem nada, muito mais aqueles que fazem o mal e tentam fazer todo o mal que podem. É de uma pessoa maligna que se fala aqui. Um homem de Belial; Acho que deveria ter sido traduzido assim, porque é um termo frequentemente usado nas Escrituras, e esta é a explicação dele. Observe,

1. Como um homem de Belial é descrito aqui. Ele é um homem ímpio, que pratica o mal, especialmente com a língua, pois anda e executa os seus desígnios com uma boca perversa (v. 12), através da mentira e da perversidade, e de uma oposição direta a Deus e ao homem. Ele diz e faz tudo,

(1.) Com muita habilidade e desígnio. Ele tem a sutileza da serpente e executa seus projetos com muita habilidade e manejo (v. 13), com os olhos, com os pés, com os dedos. Ele expressa sua maldade quando não ousa falar (assim alguns), ou melhor, assim ele leva adiante sua trama; aqueles ao seu redor, a quem ele utiliza como ferramentas de sua maldade, entendem o mau significado de uma piscadela de olho, de uma batida de pés, do menor movimento de seus dedos. Ele dá ordens para fazer o mal, e ainda assim não seria pensado para fazê-lo, mas tem maneiras de esconder o que faz, para que não seja suspeito. Ele é um homem próximo e reservado; somente aqueles que farão qualquer coisa que ele gostaria que fizessem seriam informados do segredo. Ele é um homem astuto e esperto; ele possui uma linguagem própria, que um homem honesto não conhece, nem deseja ter.

(2.) Muito rancoroso e mal planejado. Não é tanto a ambição ou a cobiça que está em seu coração, mas a pura perversidade, a malícia e a má natureza. Ele não pretende tanto enriquecer e progredir, mas prejudicar aqueles que o rodeiam. Ele está continuamente inventando uma ou outra maldade, puramente por causa da diabrura - um homem de Belial, na verdade, do diabo, semelhante a ele não apenas na sutileza, mas na malícia.

2. Qual é a sua condenação (v. 15): A sua calamidade virá e ele será quebrantado; aquele que planejou o mal cairá no mal. Sua ruína virá,

(1.) Sem aviso prévio. Acontecerá de repente: De repente ele será quebrado, para puni-lo por todas as artes perversas que ele teve para surpreender as pessoas em suas armadilhas.

(2.) Sem alívio. Ele será irreparavelmente quebrado e nunca mais poderá ser remendado: Ele será quebrado sem remédio. Que alívio pode esperar aquele que desagradou toda a humanidade? Ele chegará ao seu fim e ninguém o ajudará, Daniel 11. 45.

II. Um catálogo daquelas coisas que são de maneira especial odiosas a Deus, todas as quais geralmente podem ser encontradas nos homens de Belial que ele descreveu nos versículos anteriores; e o último deles (que, sendo o sétimo, parece especialmente pretendido, porque ele diz que são seis, sim, sete) faz parte de seu caráter, que ele semeia a discórdia. Deus odeia o pecado; ele odeia todo pecado; ele nunca poderá se reconciliar com isso; ele não odeia nada além do pecado. Mas há alguns pecados que ele odeia de maneira especial; e todos os aqui mencionados são prejudiciais ao nosso próximo. É uma evidência da boa vontade que Deus tem para com a humanidade que aqueles pecados que lhe provocam de maneira especial são prejudiciais ao conforto da vida humana e da sociedade. Portanto, os homens de Belial devem esperar que a sua ruína venha repentinamente e sem remédio, porque as suas práticas são tais que o Senhor odeia e são uma abominação para ele. Aquelas coisas que Deus odeia não é graças a nós que odiamos nos outros, mas devemos odiá-las em nós mesmos.

1. Arrogância, presunção de nós mesmos e desprezo pelos outros - um olhar orgulhoso. Existem sete coisas que Deus odeia, e o orgulho é a primeira, porque está na base de muitos pecados e dá origem a eles. Deus vê o orgulho no coração e o odeia; mas, quando prevalece a tal ponto que a exibição do semblante dos homens testemunha contra eles que eles se supervalorizam e subestimam tudo ao seu redor, isso é de uma maneira especial odioso para ele, pois então o orgulho se orgulha de si mesmo e coloca a vergonha no desafio.

2. Falsidade, fraude e dissimulação. Ao lado de um olhar orgulhoso, nada é mais abominável para Deus do que uma língua mentirosa; nada mais sagrado que a verdade, nem mais necessário para uma conversa do que falar a verdade. Deus e todos os homens bons odeiam e abominam a mentira.

3. Crueldade e sede de sangue. O diabo foi, desde o princípio, mentiroso e assassino (João 8:44), e portanto, como língua mentirosa, assim mãos que derramam sangue inocente são odiosas a Deus, porque têm em si a imagem do diabo e lhe prestam serviço.

4. Sutileza na invenção do pecado, sabedoria para fazer o mal, um coração que planeja e uma cabeça que imagina imaginações perversas, que conhece as profundezas de Satanás e sabe como levar a cabo uma conspiração cobiçosa, invejosa e vingativa, da maneira mais eficaz. Quanto mais há habilidade e gerenciamento no pecado, mais ele é uma abominação para Deus.

5. Vigor e diligência na perseguição do pecado - pés que são rápidos em correr para o mal, como se tivessem medo de perder tempo ou impacientes com o atraso em algo de que são tão gananciosos. A política e a vigilância, o entusiasmo e a diligência dos pecadores, em suas atividades pecaminosas, podem envergonhar-nos, que fazemos o que é bom de maneira tão desajeitada e fria.

6. Prestação de falsos testemunhos, que é um dos maiores danos que a imaginação perversa pode inventar, e contra o qual há menos barreira. Não pode haver maior afronta a Deus (a quem é feito um apelo sob juramento) nem maior dano ao nosso próximo (todos cujos interesses neste mundo, mesmo os mais queridos, estão abertos a um ataque deste tipo) do que dar conscientemente em falso testemunho. Existem sete coisas que Deus odeia, e mentir envolve duas delas; ele odeia e odeia duplamente.

7. Fazer diabruras entre parentes e vizinhos, e usar todos os meios perversos possíveis, não apenas para alienar as afeições mútuas, mas para irritar as paixões mútuas. O Deus de amor e de paz odeia aquele que semeia discórdia entre irmãos, pois ele se deleita na concórdia. Aqueles que, contando histórias e caluniando, contando histórias maldosas, agravando tudo o que é dito e feito, e sugerindo ciúmes e suposições malignas, sopram as brasas da discórdia, estão apenas preparando para si mesmos um fogo da mesma natureza.

Cuidados Parentais; Cuidados contra impurezas.

20 Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe;

21 ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao pescoço.

22 Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo.

23 Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida;

24 para te guardarem da vil mulher e das lisonjas da mulher alheia.

25 Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender com as suas olhadelas.

26 Por uma prostituta o máximo que se paga é um pedaço de pão, mas a adúltera anda à caça de vida preciosa.

27 Tomará alguém fogo no seio, sem que as suas vestes se incendeiem?

28 Ou andará alguém sobre brasas, sem que se queimem os seus pés?

29 Assim será com o que se chegar à mulher do seu próximo; não ficará sem castigo todo aquele que a tocar.

30 Não é certo que se despreza o ladrão, quando furta para saciar-se, tendo fome?

31 Pois este, quando encontrado, pagará sete vezes tanto; entregará todos os bens de sua casa.

32 O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa.

33 Achará açoites e infâmia, e o seu opróbrio nunca se apagará.

34 Porque o ciúme excita o furor do marido; e não terá compaixão no dia da vingança.

35 Não se contentará com o resgate, nem aceitará presentes, ainda que sejam muitos.

Aqui está:

I. Uma exortação geral para aderirmos fielmente à palavra de Deus e tomá-la como guia em todas as nossas ações.

1. Devemos considerar a palavra de Deus tanto como uma luz (v. 23) quanto como uma lei, v. 20, 23.

(1.) Por seus argumentos é uma luz que nosso entendimento deve subscrever; é uma lâmpada para nossos olhos em busca de descoberta e, portanto, para nossos pés em busca de orientação. A palavra de Deus nos revela verdades de certeza eterna e é construída sobre a razão mais elevada. A luz das Escrituras é a luz segura.

(2.) Por sua autoridade é uma lei à qual nossa vontade deve se submeter. Assim como nunca tal luz brilhou nas escolas dos filósofos, também nunca tal lei foi emitida do trono de qualquer príncipe, tão bem formulada e tão obrigatória. É uma lei como uma lâmpada e uma luz, pois traz consigo a evidência de sua própria bondade.

2. Devemos recebê-lo como mandamento de nosso pai e lei de nossa mãe, v. 20. É o mandamento de Deus e sua lei. Mas,

(1.) Nossos pais nos direcionaram para isso, colocaram-no em nossas mãos, treinaram-nos no conhecimento e na observância dele, sendo sua origem e obrigação muito sagrada. De fato, acreditamos, não pelo que eles dizem, pois nós mesmos tentamos e descobrimos que é de Deus; mas ficamos em dívida com eles por nos recomendar isso, e vemos todos os motivos do mundo para continuar nas coisas que aprendemos, sabendo de quem as aprendemos.

(2.) As advertências, conselhos e ordens que nossos pais nos deram concordam com a palavra de Deus e, portanto, devemos segui-los firmemente. Os filhos, quando crescerem, devem lembrar-se da lei da boa mãe, bem como do mandamento do bom pai, Eclesiástico 3. 2. O Senhor deu honra ao pai sobre os filhos e confirmou a autoridade da mãe sobre os filhos.

3. Devemos reter a palavra de Deus e as boas instruções que nossos pais nos deram.

(1.) Nunca devemos rejeitá-los, nunca pensar que é uma grande conquista (como alguns fazem) livrar-se das restrições de uma boa educação: "Guarde o mandamento de teu pai, mantenha-o quieto e nunca o abandone."

(2.) Nunca devemos deixá-los de lado, não, nem por um tempo (v. 21): Amarre-os continuamente, não apenas na sua mão (como Moisés havia ordenado, Dt 6.8), mas no seu coração. Os filactérios nas mãos não tinham valor algum, além de ocasionarem pensamentos piedosos e afeições no coração. Ali a palavra deve ser escrita, ali deve ser escondida e colocada perto da consciência. Amarre-os em volta do pescoço, como um enfeite, uma pulseira ou corrente de ouro - em volta da garganta (assim é a palavra); deixe-os ser um guarda nessa passagem; amarre-os em volta da sua garganta, para que nenhum fruto proibido entre, nem qualquer palavra maligna saia pela garganta; e assim uma grande quantidade de pecado seria evitada. Que a palavra de Deus esteja sempre pronta para nós, e sintamos as impressões dela, como daquilo que está ligado em nossos corações e em nossos pescoços.

4. Devemos fazer uso da palavra de Deus e do benefício que ela nos destina. Se o vincularmos continuamente em nossos corações,

(1.) Ele será nosso guia e devemos seguir sua direção. “Quando tu fores, isso te guiará (v. 22); isso te conduzirá e te conduzirá pelo caminho bom e correto, te guiará e te tirará de todo caminho pecaminoso e perigoso. Dir-te-á, quando estiveres pronto para te desviares: Este é o caminho; anda nele. Será para ti o que a coluna de nuvem e fogo foi para Israel no deserto. Seja guiado por isso, deixe que seja o teu governante, e então serás guiado pelo Espírito; ele será teu monitor e apoio”.

(2.) Será a nossa guarda, e devemos nos colocar sob a proteção dela: "Quando você dormir e estiver exposto aos poderes malignos das trevas, isso o protegerá; você estará seguro e pensará que está então." Se nos governarmos pelos preceitos da palavra o dia todo e tomarmos consciência do dever que Deus nos ordenou, poderemos nos abrigar sob as promessas da palavra à noite e receber o conforto das libertações que Deus ordena e ordenará para nós.

(3.) Será nosso companheiro, e devemos conversar com ele: "Quando você acordar durante a noite e não souber como passar seus minutos de vigília, se quiser, ele falará com você e o entreterá com meditações agradáveis na vigília noturna; quando você acordar pela manhã e estiver planejando o trabalho do dia, ele conversará com você sobre isso e o ajudará a planejar o melhor.” Salmo 1.2. A palavra de Deus tem algo a nos dizer em todas as ocasiões, se apenas discursássemos com ela, perguntássemos o que ela tem a dizer e a ouvíssemos. E contribuiria para a nossa caminhada íntima e confortável com Deus durante todo o dia se começássemos com ele pela manhã e deixássemos a sua palavra ser o tema dos nossos primeiros pensamentos. Quando acordo ainda estou contigo; assim o somos se a palavra ainda estiver conosco.

(4.) Será a nossa vida; pois, assim como a lei é uma lâmpada e uma luz para o presente, as repreensões da instrução são o caminho da vida. Aquelas reprovações da palavra que não apenas nos mostram as nossas falhas, mas nos instruem como fazer melhor, são o caminho que conduz à vida, à vida eterna. Portanto, não deixemos que as repreensões fiéis, que têm uma tendência tão direta de nos fazer felizes, nos deixem inquietos.

II. Aqui está uma advertência especial contra o pecado da impureza.

1. Quando consideramos o quanto esta iniquidade é abundante, quão hedionda ela é em sua própria natureza, que consequências perniciosas ela é, e quão certamente destrutiva para todas as sementes da vida espiritual na alma, não nos admiraremos que as advertências contra ela são tantas vezes repetidas e amplamente inculcadas.

(1.) Uma grande bondade que Deus designou aos homens, ao dar-lhes a sua lei, foi preservá-los deste pecado. "As reprovações da instrução são, portanto, o modo de vida para você, porque são projetadas para mantê-lo afastado da mulher má, que será a morte certa para você, de ser seduzido pela lisonja da língua de uma mulher estranha, que finge te amar, mas pretende arruinar-te." Aqueles que serão influenciados pela bajulação tornam-se presas muito fáceis para o tentador; e aqueles que desejam evitar essa armadilha devem considerar repreensões bem instruídas como grandes gentilezas e ser gratos àqueles que lidarem fielmente com elas, Pv 27.5,6.

(2.) A maior bondade que podemos fazer a nós mesmos é manter distância deste pecado, e olhar para ele com o maior pavor e ódio (v. 25): “Não cobices a sua beleza, não, nem a tua beleza”, pois, se o fizeres, já terás cometido adultério com ela. Não fales dos encantos em seu rosto, nem te deixes encantar por seus olhares amorosos; eles são todos armadilhas e redes; deixe que ela não te pegue com seus olhos - tampas. Seus olhares são flechas e dardos de fogo; eles ferem, eles matam, em outro sentido que não o que os amantes querem dizer; eles chamam isso de um cativeiro agradável, mas é um cativeiro destruidor, é pior que a escravidão egípcia.

2. Diversos argumentos Salomão aqui insiste em reforçar esta cautela contra o pecado da prostituição.

(1.) É um pecado que empobrece os homens, desperdiça suas propriedades e os reduz à mendicância (v. 26): Por meio de uma mulher prostituta, um homem é levado a um pedaço de pão; muitos homens foram assim, que compraram a ruína de seu corpo e alma às custas de sua riqueza. O filho pródigo gastou a vida com prostitutas, de modo que se tornou cidadão comum com os porcos. E essa pobreza deve ter grandes necessidades, nas quais os homens se envolvem por sua própria loucura, Jó 31. 12.

(2.) Ameaça de morte; mata homens: A adúltera caçará a vida preciosa, talvez intencionalmente, como Dalila caçará a de Sansão, pelo menos, eventualmente, o pecado atingirá a vida. O adultério foi punido pela lei de Moisés como crime capital. O adúltero e a adúltera certamente serão mortos. Todos sabiam disso. Aqueles, portanto, que, para a satisfação de uma luxúria vil, se expuseram à lei, não poderiam ser considerados melhores do que autoassassinos.

(3.) Traz culpa sobre a consciência e debocha disso. Aquele que toca a mulher do seu próximo, com um toque imodesto, não pode ser inocente, v. 29.

[1.] Ele está em perigo iminente de adultério, pois aquele que leva fogo no peito, ou pisa em brasas, corre o risco de ser queimado. O caminho deste pecado é ladeira abaixo, e aqueles que se aventuram nas tentações dificilmente escapam do próprio pecado. A mosca engana sua vida bancando a devassa com as chamas. É um poço profundo, no qual é uma loucura aventurar-se à beira dele. Aquele que acompanha os de má fama, que vai com eles e os toca, não pode preservar por muito tempo sua inocência; ele se lança na tentação e assim se afasta da proteção de Deus.

[2.] Aquele que comete adultério está no caminho certo para a destruição. O pecador ousado e presunçoso diz: “Posso aventurar-me no pecado e ainda assim escapar do castigo; terei paz enquanto prosseguir”. Ele poderia muito bem dizer: colocarei fogo no peito e não queimarei minhas roupas, ou irei sobre brasas e não queimarei meus pés. Aquele que se casa com a esposa do próximo, seja como for, Deus não o considerará inocente. O fogo da luxúria acende o fogo do inferno.

(4.) Isso arruína a reputação e acarreta infâmia perpétua. É um pecado muito mais escandaloso do que roubar, v. 30-33. Talvez não seja assim na opinião dos homens, pelo menos não nos nossos dias. Um ladrão é enviado para o tronco, para a prisão, para Bridewell, para a forca, enquanto o vil adúltero fica impune, ou melhor, com muitos, imaculado; ele ousa se gabar de suas vilanias, e elas são apenas uma piada. Mas, no relato de Deus e de sua lei, o adultério era um crime muito mais enorme; e, se Deus é a fonte de honra, sua palavra deve ser o padrão dela.

[1.] Quanto ao pecado de roubar, se um homem fosse levado a isso por extrema necessidade, se ele roubasse carne para a satisfação de sua alma quando estava com fome, embora isso não o isentasse da culpa, ainda assim é tal uma atenuação de seu crime é que os homens não o desprezem, não o exponham à ignomínia, mas tenham pena dele. A fome romperá os muros de pedra e a culpa recairá sobre aqueles que o levaram à pobreza ou que não o aliviaram. Não, embora ele não tenha isso a dizer em sua desculpa, se for encontrado roubando, e as evidências forem claras sobre ele, ainda assim ele fará a restituição apenas sete vezes maior. A lei de Moisés determinava que aquele que roubasse uma ovelha deveria restituir quatro vezes mais, e um boi cinco vezes mais (Êxodo 22.1); consequentemente, Davi julgou, 2 Sam 12. 6. Mas podemos supor que, nos casos em que a lei não previu, os juízes fixaram posteriormente as penas na proporção dos crimes, de acordo com a equidade da lei. Agora, se aquele que roubou um boi do campo de um homem deve restituir cinco vezes mais, era razoável que aquele que roubou os bens de um homem de sua casa deve restituir sete vezes mais; pois não havia lei para condená-lo à morte, como acontece conosco, por roubo na estrada, e deste pior tipo de roubo Salomão fala aqui; a maior punição era que um homem pudesse ser forçado a dar todos os bens de sua casa para satisfazer a lei e seu sangue não fosse alcançado. Mas,

[2.] Cometer adultério é um crime mais hediondo; Jó chama assim, e uma iniquidade a ser punida pelo juiz, Jó 31. 11. Quando Natã condenou Davi pela maldade de seu adultério, ele o fez por meio de uma parábola sobre o roubo mais grave, que, na opinião de Davi, merecia ser punido com a morte (2 Sm 12.5), e então lhe mostrou que seu pecado era mais extremamente pecaminoso do que isso.

Primeiro, é uma censura maior à razão de um homem, pois ele não pode desculpá-la, como um ladrão pode, dizendo que foi para satisfazer sua fome, mas deve reconhecer que foi para gratificar uma luxúria brutal que quebraria a barreira da lei de Deus, não por falta, mas por devassidão. Portanto, quem comete adultério com uma mulher carece de compreensão e merece ser estigmatizado como um tolo flagrante.

Em segundo lugar, é punido mais severamente pela lei de Deus. O ladrão sofreu apenas uma multa pecuniária, mas o adúltero sofreu a morte. O ladrão rouba para satisfazer sua alma, mas o adúltero destrói sua própria alma e faz um sacrifício impiedoso à justiça de Deus e do homem. "Pecador, você se destruiu." Isto pode ser aplicado à morte espiritual e eterna que é consequência do pecado; quem faz isso fere sua consciência, corrompe seu poder racional, extingue todas as centelhas da vida espiritual e se expõe para sempre à ira de Deus, e assim destrói sua própria alma.

Em terceiro lugar, a infâmia disso é indelével, v. 33. Será uma ferida para o seu bom nome, uma desonra para a sua família e, embora a culpa possa ser eliminada pelo arrependimento, a reprovação nunca o será, mas ficará gravada na sua memória quando ele partir. O pecado de Davi na questão de Urias não foi apenas uma mancha perpétua em seu próprio caráter, mas também deu oportunidade aos inimigos do Senhor de blasfemarem seu nome.

(5.) Expõe o adúltero à ira do marido ciumento, a cuja honra ele afronta tanto (v. 34, 35). Aquele que toca a esposa do seu próximo, e está familiarizado com ela, dá-lhe ocasião para o ciúme, muito mais aquele que dela abusa o que, se mantido em segredo, pode então ser descoberto pelas águas do ciúme, Números 5:12. "Quando descoberto, é melhor que você encontre uma ursa roubada de seus filhotes do que o marido ferido, que, no caso de adultério, será um vingador tão severo de sua própria honra quanto, no caso de homicídio culposo, do sangue de seu irmão. Se você não tem medo da ira de Deus, tenha medo da ira de um homem. Tal ciúme é forte como a morte e cruel como a sepultura. No dia da vingança, quando o adúltero vier para ser julgado por sua vida, o promotor não poupará nenhuma dor ou custo na acusação, não cederá a ti, como talvez faria com aquele que o roubou. Ele não aceitará qualquer comutação, qualquer composição; ele não considerará nenhum resgate... Embora você se ofereça para suborná-lo e lhe dê muitos presentes para acalmá-lo, ele não se contentará com nada menos do que a execução da lei. Você deve ser apedrejado até a morte. Se um homem der todos os bens de seu casa, expiaria o roubo (v. 31), mas não o adultério: nesse caso seria totalmente desprezado. Portanto, tenha medo e não peque; não se exponha a toda essa miséria por um só momento de prazer sórdido, que no final será amargura."

 

Provérbios 7

O objetivo deste capítulo é, como de vários anteriores, alertar os jovens contra as concupiscências da carne. Salomão lembrou-se das consequências negativas para seu pai, talvez tenha se encontrado e percebido seu filho, viciado nisso, ou pelo menos observou quantos jovens esperançosos entre seus súditos haviam sido arruinados por essas concupiscências; e, portanto, ele pensou que nunca poderia dizer o suficiente para dissuadir os homens delas, de que "cada um pode possuir seu vaso em santificação e honra, e não nas concupiscências da impureza". Neste capítulo temos:

I. Uma exortação geral para que nossas mentes tenham princípios e sejam governadas pelo mundo de Deus, como um antídoto soberano contra este pecado, ver. 1-5.

II. Uma representação particular do grande perigo que os jovens incautos correm de serem induzidos a esta armadilha, ver 6-23.

III. Uma séria advertência inferida daí, no final, para prestar atenção a todas as abordagens em relação a este pecado, ver 24-27. Todos deveríamos orar: “Senhor, não nos deixe cair nesta tentação”.

A Palavra de Deus Recomendada.

1 Filho meu, guarda as minhas palavras e conserva dentro de ti os meus mandamentos.

2 Guarda os meus mandamentos e vive; e a minha lei, como a menina dos teus olhos.

3 Ata-os aos dedos, escreve-os na tábua do teu coração.

4 Dize à Sabedoria: Tu és minha irmã; e ao Entendimento chama teu parente;

5 para te guardarem da mulher alheia, da estranha que lisonjeia com palavras.

Esses versículos são uma introdução à sua advertência contra as concupiscências carnais, da mesma forma que o cap. 6.20, etc., e terminando (v. 5) como aconteceu (v. 24), para te guardar longe da mulher estranha; é isso que ele pretende; somente ali ele disse: Guarda o mandamento de teu pai, aqui (que vem todos a um): Guarda os meus mandamentos, pois ele fala conosco como a filhos. Ele fala em nome de Deus; pois são os mandamentos de Deus que devemos guardar, suas palavras, sua lei. A palavra de Deus deve ser para nós,

1. Como aquilo com que temos mais cuidado. Devemos mantê-lo como nosso tesouro; devemos guardar conosco os mandamentos de Deus, guardá-los com segurança, para que não sejamos roubados deles pelo maligno. Devemos guardá-lo como nossa vida: guarde os meus mandamentos e viva (v. 2), não apenas: “Guarde-os e viverá”; mas, "Mantenha-os como faria com sua vida, como aqueles que não podem viver sem eles." Seria a morte de um homem bom ser privado da palavra de Deus, pois é por meio dela que ele vive, e não somente de pão.

2. Como aquilo que mais nos agrada: Guarda a minha lei como a menina dos teus olhos. Uma coisinha ofende os olhos e por isso a natureza a protegeu tão bem. Oramos, com Davi, para que Deus nos guarde como a menina dos seus olhos (Sl 17.8), para que nossas vidas e confortos sejam preciosos aos seus olhos; e assim serão (Zc 2.8) se formos igualmente sensíveis à sua lei e temermos a menor violação dela. Aqueles que censuram o andar estrito e circunspecto como uma precisão desnecessária, não consideram que a lei deva ser observada como a menina dos olhos, pois na verdade é a menina dos nossos olhos; a lei é leve; a lei no coração é o olho da alma.

3. Como aquilo de que nos orgulhamos e do qual devemos estar sempre atentos (v. 3): “Ata-os aos teus dedos; que sejam preciosos para ti; olha para eles como um ornamento, como um anel de diamante, como o selo em tua mão direita; usa-os continuamente como tua aliança de casamento, o distintivo de teu casamento com Deus. Considera a palavra de Deus como uma honra para ti, como uma insígnia de tua dignidade. Amarra-os em teus dedos, para que eles possam ser memorandos constantes para você de seu dever, para que você possa tê-los sempre à vista, como aquilo que está gravado nas palmas de suas mãos."

4. Como aquilo em que gostamos e em que estamos sempre pensando: Escreva-os na tábua do seu coração, assim como os nomes dos amigos que amamos, dizemos, estão escritos em nossos corações, que a palavra de Deus habite ricamente em nós e seja escrita onde estará sempre à mão para ser lida. Onde o pecado foi escrito (Jer 17.1), seja escrita a palavra de Deus. É uma questão de promessa (Hb 8.10, escreverei a minha lei nos seus corações), que torna o preceito praticável e fácil.

5. Como aquilo com o qual estamos intimamente familiarizados (v. 4): “Dize à sabedoria: Tu és minha irmã, a quem amo profundamente e em quem tenho prazer; e chama ao entendimento a tua parenta, de quem és quase aliada, e por quem você tem uma afeição pura; chame-a de sua amiga, a quem você corteja.” Devemos tornar a palavra de Deus familiar para nós, consultá-la e consultar sua honra, e ter prazer em conversar com ela.

6. Como aquilo que usamos para nossa defesa e armadura, para nos guardar da mulher estranha, do pecado, daquela coisa lisonjeira mas destruidora, daquela adúltera; particularmente do pecado da impureza. Deixe a palavra de Deus confirmar nosso pavor desse pecado e nossas resoluções contra ele; deixe-o descobrir-nos as suas falácias e sugerir-nos respostas a todas as suas lisonjas.

O jovem tolo; Seduções da Adúltera.

6 Porque da janela da minha casa, por minhas grades, olhando eu,

7 vi entre os simples, descobri entre os jovens um que era carecente de juízo,

8 que ia e vinha pela rua junto à esquina da mulher estranha e seguia o caminho da sua casa,

9 à tarde do dia, no crepúsculo, na escuridão da noite, nas trevas.

10 Eis que a mulher lhe sai ao encontro, com vestes de prostituta e astuta de coração.

11 É apaixonada e inquieta, cujos pés não param em casa;

12 ora está nas ruas, ora, nas praças, espreitando por todos os cantos.

13 Aproximou-se dele, e o beijou, e de cara impudente lhe diz:

14 Sacrifícios pacíficos tinha eu de oferecer; paguei hoje os meus votos.

15 Por isso, saí ao teu encontro, a buscar-te, e te achei.

16 Já cobri de colchas a minha cama, de linho fino do Egito, de várias cores;

17 já perfumei o meu leito com mirra, aloés e cinamomo.

18 Vem, embriaguemo-nos com as delícias do amor, até pela manhã; gozemos amores.

19 Porque o meu marido não está em casa, saiu de viagem para longe.

20 Levou consigo um saquitel de dinheiro; só por volta da lua cheia ele tornará para casa.

21 Seduziu-o com as suas muitas palavras, com as lisonjas dos seus lábios o arrastou.

22 E ele num instante a segue, como o boi que vai ao matadouro; como o cervo que corre para a rede,

23 até que a flecha lhe atravesse o coração; como a ave que se apressa para o laço, sem saber que isto lhe custará a vida.

Salomão aqui, para reforçar a cautela que deu contra o pecado da prostituição, conta a história de um jovem que foi arruinado para todos os efeitos pelas tentações de uma mulher adúltera. Uma história como essa serviria para os poetas obscenos e profanos de nossa época brincarem, e a prostituta com eles seria uma heroína; nada seria tão divertido para o público, nem lhes proporcionaria tanta diversão, como as suas artes de seduzir o jovem cavalheiro e atrair o proprietário rural; suas conquistas seriam celebradas como triunfos da inteligência e do amor, e a comédia terminaria de forma muito agradável; e todo jovem que visse isso agir desejaria ser tão entusiasmado. Assim, os tolos zombam do pecado. Mas Salomão aqui relata isso, e todos os homens bons e sábios a leem, como uma história muito melancólica. A insolência da mulher adúltera é encarada com muita justiça, por todos os que têm alguma centelha de virtude, com a mais elevada indignação, e a facilidade do jovem com a mais terna compaixão; e a história termina com reflexões tristes, o suficiente para fazer com que todos os que a leem e ouvem tenham medo das armadilhas das concupiscências carnais e tenham o cuidado de manter a máxima distância delas. Supõe-se que seja uma parábola, ou um caso imaginado, mas duvido que seja verdade demais e, o que é pior, que, apesar da advertência que dá sobre as consequências fatais de tais atitudes perversas, ainda é muitas vezes verdade, e os agentes pois o inferno ainda estão jogando o mesmo jogo e com sucesso semelhante.

Salomão era um magistrado e, como tal, inspecionava as maneiras de seus súditos, olhava frequentemente através de sua janela, para poder ver com seus próprios olhos, e fazia comentários sobre aqueles que nem pensavam que seus olhos estavam sobre eles, para que ele pudesse saber quanto melhor como fazer a espada, ele aterrorizava os malfeitores. Mas aqui ele escreve como um ministro, um profeta, que é por ofício um vigia, para alertar sobre a aproximação dos inimigos, e especialmente onde eles estão emboscados, para que não ignoremos os ardis de Satanás, mas possamos saber onde devemos dobrar nossa guarda. Isto Salomão faz aqui, onde podemos observar o relato que ele dá,

I. Da pessoa tentada, e como ela se expôs à tentação e, portanto, deve agradecer a si mesma se esta terminar em sua destruição.

1. Ele era jovem. As concupiscências carnais são chamadas de concupiscências juvenis (2 Timóteo 2:22), não para atenuá-las como truques da juventude e, portanto, desculpáveis, mas antes para agravá-las, como roubando a Deus o primeiro e o melhor do nosso tempo, e, ao depravar a mente quando é terno, lançando as bases para uma vida ruim para sempre, e para dar a entender que os jovens devem, de maneira especial, fortalecer suas resoluções contra esse pecado.

2. Ele era um jovem sem entendimento, que partiu para o mundo, sem princípios como deveria ter sido com sabedoria e temor de Deus, e assim se aventurou no mar sem lastro, sem piloto, corda ou bússola; ele não sabia como se afastar do mal, que é o melhor entendimento, Jó 28. 28. Tornam-se presas fáceis de Satanás aqueles que, quando atingem a estatura de homens, mal têm a compreensão das crianças.

3. Ele manteve más companhias. Ele era um jovem entre os jovens, um jovem tolo entre os simples. Se, estando consciente de sua própria fraqueza, ele tivesse se associado com aqueles que eram mais velhos e mais sábios do que ele, haveria esperanças nele. Cristo, aos doze anos, conversou com os rabinos, para dar exemplo disso aos jovens. Mas, se aqueles que são simples escolhem para seus companheiros aqueles que são como eles, simples ainda serão e endurecidos em sua simplicidade.

4. Ele passeava e não tinha nada para fazer, mas passava pela rua como quem não sabia se virar. Um dos pecados da imunda Sodoma foi a abundância de ociosidade, Ez 16.49. Ele foi de maneira imponente e engomada, assim (diz-se) a palavra significa. Ele parecia ser um belo almofadinha formal, cujas principais realizações eram vestir-se bem e andar com bom ar; jogo adequado para aquela ave de rapina voar.

5. Ele era um caminhante noturno, que odiava e desprezava o trabalho que deve ser feito à luz do dia, a partir do qual a noite chama os homens ao seu repouso; e, tendo comunhão com as obras infrutíferas das trevas, ele começa a se mover no crepúsculo da noite. E ele escolhe a noite negra e escura como mais adequada para o seu propósito, e não as noites de luar, quando ele poderia ser descoberto.

6. Ele dirigiu seu curso em direção à casa de alguém que ele pensou que iria entretê-lo e com quem ele poderia se divertir; ele foi até perto da esquina dela, no caminho da casa dela (v. 8), contrariando o conselho de Salomão (cap. 5.8), Não venha à noite a porta da casa dela. Talvez ele não soubesse que aquele era o caminho para uma casa infame, mas, no entanto, era um caminho que não lhe cabia; e quando não temos nada para fazer, o diabo rapidamente encontrará algo para fazermos. Devemos tomar cuidado, não apenas com os dias ociosos, mas também com as noites ociosas, para que não se tornem uma porta de entrada para a tentação.

II. Da pessoa tentadora, não uma prostituta comum, pois ela era uma mulher casada (v. 19) e, pelo que parece, vivia com reputação entre seus vizinhos, sem suspeita de tal maldade, e ainda assim, no crepúsculo da noite, quando o marido estava no exterior, abominavelmente atrevia. Ela é descrita aqui:

1. Pelo vestido. Ela usava trajes de prostituta (v. 10), vistosos e ostentosos, para realçá-la como uma beldade; talvez ela tenha sido pintada como Jezabel e ficasse com o pescoço e os seios nus, soltos e en deshabille. A pureza do coração se manifestará na modéstia do vestuário, que convém às mulheres que professam piedade.

2. Por seu ofício e gestão. Ela é sutil de coração, dona de todas as artes da persuasão e sabe como, por meio de todas as suas carícias, servir seus próprios propósitos vis.

3. Por seu temperamento e porte. Ela é barulhenta e teimosa, falante e obstinada, barulhenta e problemática, obstinada e teimosa, toda língua, e fará com que ela diga, certo ou errado, impaciente com verificação e controle, e não suporta ser aconselhada, muito menos reprovada, pelo marido ou pais, ministros ou amigos. Ela é filha de Belial, que não suportará jugo.

4. Em sua casa, não em sua própria casa; ela odeia o confinamento e o emprego disso; seus pés não permanecem lá por mais tempo do que o necessário. Ela adora viajar para o exterior, mudar de lugar e de companhia. Ora ela está fora do campo, sob o pretexto de tomar ar, ora nas ruas da cidade, sob o pretexto de ver como vai o mercado. Ela está aqui e ali, e em todos os lugares, menos onde deveria estar. Ela fica à espreita em cada esquina, para pegar quem puder fazer de sua presa. A virtude é uma penitência para aqueles para quem o lar é uma prisão.

III. Da própria tentação e de como administrá-la. Ela conheceu a jovem centelha. Talvez ela o conhecesse; no entanto, ela sabia, pelos seus modos, que ele era a pessoa que ela desejava; então ela o pegou pelo pescoço e o beijou, contrariando todas as regras de modéstia (v. 13), e não esperou por seus elogios ou namoro, mas com uma cara atrevida o convidou não apenas para sua casa, mas para sua cama.

1. Ela o cortejou para cear com ela (v. 14, 15): Tenho comigo ofertas pacíficas. Nisto ela lhe dá a entender:

(1.) Sua prosperidade, que ela foi cercada de tantas bênçãos que teve a oportunidade de oferecer ofertas pacíficas, em sinal de alegria e gratidão; ela estava adiantada no mundo, então ele não precisava temer que seu bolso fosse furtado.

(2.) Sua profissão de piedade. Ela estivera hoje no templo e era tão respeitada lá quanto qualquer pessoa que adorava nas cortes do Senhor. Ela havia pago seus votos e, como pensava, estava empatada com o Deus Todo-Poderoso e, portanto, poderia aventurar-se em uma nova série de pecados. Observe que as performances externas da religião, se não endurecerem os homens contra o pecado, endurecem-nos nele e encorajam os corações carnais a se aventurarem nele, na esperança de que, quando vierem a contar e descontar com Deus, ele será encontrado tanto em dívida para com eles por suas ofertas pacíficas e seus votos, assim como eles para com ele por seus pecados. Mas é triste que uma demonstração de piedade se torne o abrigo da iniquidade (o que realmente duplica a vergonha dela e a torna ainda mais pecaminosa) e que os homens confundam suas consciências com aquelas mesmas coisas que deveriam assustá-los. Os fariseus fizeram longas orações, para que pudessem continuar de maneira mais plausível com suas provisões cobiçosas e malignas. A maior parte da carne das ofertas pacíficas era, pela lei, devolvida aos ofertantes, para festejar com seus amigos, o que (se fossem ofertas pacíficas de ação de graças) deveria ser tudo comido no mesmo dia e nada sobrar até pela manhã, Levítico 7. 15. Esta lei de caridade e generosidade é abusada para ser uma cor para a gula e o excesso: "Venha", diz ela, "venha para casa comigo, pois tenho bastante ânimo e só quero boa companhia para me ajudar com isso." Foi uma pena que as ofertas pacíficas se tornassem, num mau sentido, ofertas pelo pecado, e que o que foi designado para a honra de Deus se tornasse o alimento e o combustível de uma luxúria vil. Mas isto não é tudo.

(4.) Para fortalecer a tentação,

[1.] Ela finge ter por ele um carinho muito grande, acima de qualquer homem: "Portanto, porque tenho um bom jantar à mesa, saí ao teu encontro, pois nenhum amigo no mundo será tão bem-vindo a ele como tu serás, v. 15. Tu és aquele a quem vim buscar de propósito, para buscar diligentemente, vim eu mesma e não enviaria um servo”. Certamente ele não pode negar-lhe sua companhia quando ela lhe dá tanto valor e se esforçaria para obter seu favor. Os pecadores se esforçam para fazer o mal e são como o próprio leão que ruge; eles andam procurando devorar, e ainda assim fingem que estão tentando obedecer.

[2.] Ela teria pensado que a própria Providência aprovou sua escolha dele como companheiro; pois quão rapidamente ela encontrou aquele que procurava!

2. Ela o cortejou para se deitar com ela. Eles se sentarão para comer e beber, e então se levantarão para brincar, para bancar o libertino, e há uma cama pronta para eles, onde ele encontrará aquilo que lhe será agradável em todos os aspectos. Para agradar aos seus olhos, é adornado com tapeçarias e trabalhos esculpidos, primorosamente finos; ele nunca viu nada parecido. Para agradar seu toque, os lençóis não são de tecido caseiro; eles são rebuscados e comprados com preço caro; eles são do linho fino do Egito. Para satisfazer o seu cheiro, é perfumado com os mais doces aromas, v. 17. Venha, portanto, e deixe-nos encher de amor, v. 18. Do amor, ela diz? Da luxúria ela quer dizer, luxúria brutal; mas é uma pena que o nome do amor seja assim abusado. O verdadeiro amor vem do céu; isso é do inferno. Como podem aqueles que estão realmente arruinando a si mesmos e uns aos outros fingindo consolar-se e amar uns aos outros?

3. Ela antecipou a objeção que ele poderia fazer sobre o perigo disso. Ela não é a esposa de outro homem, e o que aconteceria se o marido os pegasse em adultério, no próprio ato? Ele os fará pagar caro por seu esporte, e onde estará então o consolo de seu amor? “Não tema”, diz ela, “o homem bom não está em casa” (v. 19); ela não o chama de marido, pois abandona o guia de sua juventude e se esquece da aliança de seu Deus; mas "o bom homem da casa, de quem estou cansada". Assim, a esposa de Potifar, quando falava de seu marido, não o chamava assim, mas ele, Gn 39. 14. É, portanto, com razão que se nota, para louvor de Sara, que ela falou respeitosamente de seu marido, chamando-o de senhor. Ela se agrada com o fato de ele não estar em casa e, portanto, ela fica melancólica se não tiver companhia e, portanto, seja qual for a companhia que ela tenha, ela pode ser livre com eles, pois ela está sob o olhar dele, e ele nunca saberá. Mas ele não retornará rapidamente? Não: "ele fez uma longa viagem e não pode voltar repentinamente; ele marcou o dia de seu retorno e nunca volta para casa antes do que diz que voltará. Ele também levou uma sacola de dinheiro com ele",

(1.) "Para negociar, para comprar mercadorias e ele não retornará até que tenha definido tudo. É uma pena que um homem honesto e trabalhador seja abusado dessa forma e aproveitada sua ausência, quando é nos negócios, para o bem de sua família." Ou,

(2.) "Para gastar e se divertir." Justamente ou não, ela insinua que ele era um mau marido; então ela o representaria, porque estava decidida a ser uma má esposa, e precisava ter isso como desculpa; muitas vezes é sugerido sem fundamento, mas nunca é uma desculpa suficiente. “Ele segue seus prazeres e desperdiça seus bens no exterior” (diz ela), “e por que eu não deveria fazer o mesmo em casa?”

4. Do sucesso da tentação. Prometendo ao jovem tudo o que era agradável, e impunemente na diversão, ela ganhou seu ponto, v. 21. Ao que parece, o jovem, embora muito simples, não tinha nenhum desígnio ruim; caso contrário, uma palavra, um aceno, uma piscadela teria servido, e não haveria necessidade de toda essa arenga; mas embora ele não pretendesse tal coisa, ou melhor, tinha algo em sua consciência que se opunha a isso, ainda assim, com seu discurso muito justo, ela o fez ceder. Suas corrupções finalmente triunfaram sobre suas convicções, e suas resoluções não foram fortes o suficiente para resistir a ataques tão astutos como esses, mas com a lisonja de seus lábios ela o forçou; ele não conseguiu tapar os ouvidos contra tal encantador, mas entregou-se a ela como cativo. As donzelas da Sabedoria, que defendem sua causa, e têm a razão ao seu lado, e prazeres verdadeiros e divinos para convidar os homens, têm ouvidos moucos voltados para elas, e com toda a sua retórica não podem obrigar os homens a entrar, mas tal é o domínio do pecado nos corações dos homens que suas seduções logo prevalecerão pela falsidade e lisonja. Com que pena Salomão olha para este jovem tolo, quando o vê seguir a mulher adúltera!

(1.) Ele desiste dele; infelizmente! Ele está desfeito. ele vai para o matadouro (pois as casas impuras são matadouros para almas preciosas); um dardo atingirá seu fígado; indo sem seu peitoral, ele receberá sua ferida mortal, v. 23. É a sua vida, a sua vida preciosa, que é assim irremediavelmente jogada fora, ele está perfeitamente perdido para todo o bem; sua consciência está corrompida; uma porta se abre para todos os outros vícios, e isso certamente terminará em sua condenação sem fim.

(2.) O que torna o seu caso ainda mais lamentável é que ele próprio não está ciente de sua miséria e perigo; ele fica com os olhos vendados, ou melhor, ele vai rindo para sua ruína. O boi pensa que é levado ao pasto quando é levado ao matadouro; o tolo (isto é, o bêbado, pois, de todos os pecadores, os bêbados são os maiores tolos) é levado à correção das ações, e não é sensível à vergonha disso, mas vai até ela como se fosse para um jogo. O pássaro que corre para a armadilha olha apenas para a isca e promete a si mesmo um bom pedaço dela, e não considera que seja para sua vida. Assim, esse jovem imprudente e incauto não sonha com nada além dos prazeres que terá nos braços da prostituta, enquanto na verdade está correndo precipitadamente em direção à sua ruína. Embora Salomão não nos diga aqui que ele executou a lei contra essa prostituta vil, ainda assim não temos razão para pensar que ele o fez, ele próprio ficou tão afetado com o mal que ela fez e ficou tão indignado com isso.

A sedução de um jovem.

24 Agora, pois, filho, dá-me ouvidos e sê atento às palavras da minha boca;

25 não se desvie o teu coração para os caminhos dela, e não andes perdido nas suas veredas;

26 porque a muitos feriu e derribou; e são muitos os que por ela foram mortos.

27 A sua casa é caminho para a sepultura e desce para as câmaras da morte.

Temos aqui a aplicação da história anterior: “Ouvi-me, pois, e não a tais sedutores (v. 24); dai ouvidos ao pai, e não ao inimigo”.

1. "Aceita o bom conselho quando te for dado. Não deixes que o teu coração se desvie dos seus caminhos (v. 25); nunca abandones os caminhos da virtude, ainda que estreitos e apertados, solitários e montanhosos, pelo caminho da adúltera", embora verde, e amplo, e lotado de companhia. Não apenas mantenha seus pés longe desses caminhos, mas não deixe seu coração se inclinar para eles; nunca abrigue uma disposição dessa maneira, nem pense de outra forma, a não ser com aversão a tais perversas práticas como estas. Deixe a razão, a consciência e o temor de Deus governando no coração, controlar as inclinações do apetite sensual. Se você seguir os caminhos dela, em qualquer um dos caminhos que levam a esse pecado, você se desviará, você está fora do caminho certo, do caminho seguro; portanto, tome cuidado, não se desvie, para que não vagueie indefinidamente."

2. "Aceite um aviso justo quando lhe for dado."

(1.) “Olhe para trás e veja que mal esse pecado causou. A adúltera não foi a ruína daqui ou dali, mas derrubou muitos feridos com este pecado; e aqueles não apenas os jovens fracos e simples, como aquele de quem ele havia falado agora, mas muitos homens fortes foram mortos por ela. Aqui, talvez, ele esteja de olho especialmente em Sansão, que foi morto por esse pecado, e talvez também em Davi, que por esse pecado arrastou uma espada sobre sua casa, embora até agora o Senhor a tenha tirado para que ele próprio não morresse. Estes eram homens não apenas de grande força corporal, mas de eminentes sabedoria e coragem, e ainda assim suas concupiscências carnais prevaleceram sobre eles. Uivai, abetos, se os cedros forem abalados. Aquele que pensa que está de pé tome cuidado para não cair.

(2.) “Olhe para frente com os olhos da fé e veja o que acontecerá no final”. Sua casa, embora ricamente enfeitada e mobiliada, e chamada de casa de prazer, é o caminho para o inferno; e seus aposentos são a escada que desce às câmaras da morte e das trevas eternas. O cálice da fornicação deverá em breve ser trocado pelo cálice do tremor; e as chamas da luxúria, se não forem apagadas pelo arrependimento e mortificação, queimarão até o inferno mais profundo. Portanto, tenha medo e não peque.

 

Provérbios 8

A palavra de Deus é dupla e, em ambos os sentidos, é sabedoria; pois uma palavra sem sabedoria tem pouco valor, e sabedoria sem palavra é de pouca utilidade. Agora,

I. A revelação divina é a palavra e sabedoria de Deus, e aquela religião pura e imaculada que é construída sobre ela; e disso Salomão fala aqui, recomendando-o a nós como fiel e digna de toda aceitação, ver 1-21. Deus, por meio dela, instrui, governa e abençoa os filhos dos homens.

II. O redentor é a Palavra eterna e a sabedoria, o Logos. Ele é a Sabedoria que fala aos filhos dos homens na parte anterior do capítulo. Toda revelação divina passa por sua mão e centraliza-se nele; mas dele como a Sabedoria pessoal, a segunda pessoa na Divindade, no julgamento de muitos dos antigos, Salomão fala aqui, ver 22-31. Ele conclui com um repetido apelo aos filhos dos homens para atenderem diligentemente à voz de Deus em sua palavra, ver. 32-36.

O Convite da Sabedoria.

1 Não clama, porventura, a Sabedoria, e o Entendimento não faz ouvir a sua voz?

2 No cimo das alturas, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas ela se coloca;

3 junto às portas, à entrada da cidade, à entrada das portas está gritando:

4 A vós outros, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos homens.

5 Entendei, ó simples, a prudência; e vós, néscios, entendei a sabedoria.

6 Ouvi, pois falarei coisas excelentes; os meus lábios proferirão coisas retas.

7 Porque a minha boca proclamará a verdade; os meus lábios abominam a impiedade.

8 São justas todas as palavras da minha boca; não há nelas nenhuma coisa torta, nem perversa.

9 Todas são retas para quem as entende e justas, para os que acham o conhecimento.

10 Aceitai o meu ensino, e não a prata, e o conhecimento, antes do que o ouro escolhido.

11 Porque melhor é a sabedoria do que joias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela.

A vontade de Deus revelada a nós para a nossa salvação é aqui amplamente apresentada para nós como fácil de ser conhecida e compreendida, para que ninguém tenha uma desculpa para sua ignorância ou erro, e como digna de ser abraçada, para que ninguém tenha uma desculpa para seu descuido e incredulidade.

I. As coisas reveladas são fáceis de serem conhecidas, pois pertencem a nós e aos nossos filhos (Dt 29.29), e não precisamos subir ao céu, nem mergulhar nas profundezas, para obter o conhecimento delas (Dt 30. 11), pois são publicados e proclamados em certa medida pelas obras da criação (Pv 19.1), mais plenamente pelas consciências dos homens e pelas razões e regras eternas do bem e do mal, mas mais claramente por Moisés e pelos profetas; deixe-os ouvi-los. Os preceitos da sabedoria podem ser facilmente conhecidos; pois,

1. Eles são proclamados em voz alta (v. 1): A Sabedoria não clama? Sim, ela clama alto e não poupa (Is 58. 1); ela estende sua voz, como alguém sincero e desejoso de ser ouvido. Jesus se levantou e clamou, João 7. 37. As maldições e bênçãos foram lidas em alta voz pelos levitas, Dt 27. 14. E os próprios corações dos homens às vezes falam em voz alta com eles; há clamores de consciência, bem como sussurros.

2. Eles são proclamados do alto (v. 2): Ela está no topo dos lugares altos; foi do alto do Monte Sinai que a lei foi dada, e Cristo a expôs num sermão no monte. E, se menosprezamos a revelação divina, nos afastamos daquele que fala do céu, um lugar realmente alto, Hebreus 12:25. A mulher adúltera falou em segredo, os oráculos dos pagãos murmuraram, mas a Sabedoria fala abertamente; a verdade não procura cantos, mas apela alegremente à luz.

3. São proclamados nos locais de concurso, onde se reúnem multidões, quanto mais, melhor. Jesus falava nas sinagogas e no templo, para onde os judeus sempre recorriam, João 18. 20. Todo homem que passa pela estrada, de qualquer posição ou condição, pode saber o que é bom e o que o Senhor exige dele, se não for sua própria culpa. Não há fala nem linguagem onde a voz da Sabedoria não seja ouvida; suas descobertas e orientações são dadas a todos de forma promíscua. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

4. São proclamados onde são mais necessários. Eles são destinados ao guia do nosso caminho e, portanto, são publicados nos locais dos caminhos, onde muitos caminhos se encontram, para que os viajantes possam ser mostrados, se apenas perguntarem, qual é o caminho certo, exatamente quando estiverem no caminho certo. uma perda; ouvirás então a palavra atrás de ti, dizendo: Este é o caminho, Is 30. 21. O tolo não sabia como ir à cidade (Ec 10.15), e portanto a Sabedoria está pronta para orientá-lo, está nas portas, na entrada da cidade, pronta para lhe dizer onde fica a casa do vidente, 1 Sm 9.18. Não, ela segue os homens até suas próprias casas e clama a eles ao entrarem pelas portas, dizendo: Paz seja com esta casa; e, se o filho da paz estiver lá, certamente permanecerá nele. Os ministros de Deus são designados para testificar às pessoas tanto publicamente como de casa em casa. Suas próprias consciências os seguem com advertências aonde quer que vão, das quais eles não podem deixar de ser ouvidos enquanto carregam consigo suas próprias cabeças e corações, o que é uma lei para si mesmos.

5. São dirigidos aos filhos dos homens. Prestamos atenção àquele discurso em que nos ouvimos nomeados, embora de outra forma o teríamos negligenciado; portanto, a Sabedoria nos fala: " A vós, ó homens! Eu chamo (v. 4), não aos anjos (eles não precisam dessas instruções), não aos demônios (eles já os ultrapassaram), não às criaturas brutais (eles não somos capazes deles), mas a vós, ó homens!, que sois ensinados mais do que os animais da terra e tornados mais sábios do que as aves do céu. A vós esta lei foi dada, a vós está a palavra deste convite, esta exortação enviada. Minha voz é para os filhos dos homens, que estão preocupados em receber instrução, e para quem, alguém poderia pensar, deveria ser muito bem-vindo. Não é apenas para vocês, ó judeus!, que a Sabedoria clama, nem para vocês, ó cavalheiros! Não para vocês, ó estudiosos!, mas para vocês, ó homens! ó filhos dos homens!, até mesmo os mais mesquinhos."

6. Eles foram projetados para torná-los sábios (v. 5); eles são calculados não apenas para homens que são capazes de sabedoria, mas para homens pecadores, homens caídos, homens tolos, que precisam dela, e estão perdidos sem ela: " Ó vocês, simples! Entendam a sabedoria. Embora vocês sejam sempre tão simples, a sabedoria tomará você por seus estudiosos, e não apenas isso, mas, se você for governado por ela, se comprometerá a lhe dar um coração compreensivo." Quando os pecadores abandonam seus pecados e se tornam verdadeiramente religiosos, então os simples entendem a sabedoria.

II. As coisas reveladas são dignas de serem conhecidas, dignas de toda aceitação. Estamos preocupados em ouvir; porque,

1. Elas são de valor inestimável. São coisas excelentes (v. 6), coisas principescas, assim é a palavra. Embora estejam no nível da capacidade dos mais mesquinhos, ainda assim há neles aquilo que será entretenimento para os maiores. São coisas divinas e celestiais, tão excelentes que, em comparação com elas, todos os outros aprendizados não passam de brincadeira de criança. As coisas que se relacionam com um Deus eterno, uma alma imortal e um estado eterno devem ser necessariamente coisas excelentes.

2. Elas são de equidade incontestável e carregam consigo a evidência de sua própria bondade. São coisas corretas (v. 6), todas em justiça (v. 8), e não têm nada de perverso ou maligno. Todos os ditames e orientações da religião revelada estão em consonância e aperfeiçoam a luz e a lei da natureza, e não há nada neles que nos coloque qualquer dificuldade, que nos coloque sob quaisquer restrições indevidas, impróprias para a dignidade e a liberdade da natureza humana, nada de que tenhamos motivos para nos queixar. Todos os preceitos de Deus relativos a todas as coisas são corretos.

3. Eles são de verdade inquestionável. As doutrinas da Sabedoria, nas quais se baseiam suas leis, são aquelas nas quais podemos aventurar nossas almas imortais: Minha boca falará a verdade (v. 7), toda a verdade, e nada além da verdade, pois é um testemunho ao mundo. Cada palavra de Deus é verdadeira; não há fraudes piedosas nisso, nem somos impostos naquilo que nos é dito para o nosso bem. Cristo é uma testemunha fiel, é a própria verdade; a maldade (isto é, a mentira) é uma abominação nos seus lábios. Observe que mentir é maldade, e não devemos apenas nos abster dela, mas deveria ser uma abominação para nós, e tão distante do que dizemos quanto do que Deus nos diz. Sua palavra para nós é sim e amém; nunca deixe a nossa ser sim e não.

4. Elas são maravilhosamente aceitáveis e agradáveis para aqueles que as entendem corretamente, que se entendem corretamente, que não têm seus julgamentos cegados e influenciados pelo mundo e pela carne, não estão sob o poder do preconceito, são ensinados por Deus e cujos compreensão que ele abriu, que buscam imparcialmente o conhecimento, se esforçam para obtê-lo e o encontraram nas investigações que fizeram até agora. Porque eles,

(1.) São todos claros e não difíceis de serem compreendidos. Se o livro estiver selado, é para aqueles que são voluntariamente ignorantes. Se o nosso evangelho estiver oculto, estará oculto para aqueles que estão perdidos; mas para aqueles que se afastam do mal, que é o entendimento, que têm aquele bom entendimento que têm aqueles que cumprem os mandamentos, para eles todos são claros e não há nada de difícil neles. O caminho da religião é uma estrada, e os viajantes, embora tolos, não errarão nela, Is 35. 8. Portanto, cometem um grande mal às pessoas comuns aqueles que lhes negam o uso das Escrituras sob o pretexto de que não podem entendê-las, ao passo que elas são claras para as pessoas comuns.

(2.) Eles estão bem e não são difíceis de serem submetidos. Aqueles que discernem coisas que diferem, que conhecem o bem e o mal, subscrevem prontamente a retidão de todos os ditames da Sabedoria e, portanto, sem murmurar ou contestar, governam-se por eles.

III. De tudo isso ele infere que o conhecimento correto dessas coisas, tal como nos transforma à imagem delas, deve ser preferido a todas as riquezas deste mundo (v. 10, 11): Receba minha instrução, e não prata. A instrução não deve apenas ser ouvida, mas recebida. Devemos dar-lhe as boas-vindas, receber as impressões dele e submeter-nos ao seu comando; e isso em vez do ouro escolhido, isto é,

1. Devemos preferir a religião às riquezas e considerar que, se tivermos o conhecimento e o temor de Deus em nossos corações, seremos realmente mais felizes e mais bem providos para todas as condições de vida do que se tivéssemos muita prata e ouro. A sabedoria é em si e, portanto, deve estar em nossa conta, melhor do que rubis. Isso nos trará um preço melhor, será para nós uma porção melhor; mostre-o e será um ornamento melhor do que joias e pedras preciosas do maior valor. Tudo o que pudermos sentar e desejar da riqueza deste mundo seria, se a tivéssemos, indigno de ser comparado com as vantagens que acompanham a piedade séria.

2. Devemos estar mortos para a riqueza deste mundo, para que possamos nos aplicar mais de perto e sinceramente aos negócios da religião. Devemos receber instrução como assunto principal e então ficar indiferentes se receberemos prata ou não; não, nem devemos recebê-lo como nossa porção e recompensa, como o homem rico em sua vida recebeu suas coisas boas.

As vantagens da sabedoria.

12 Eu, a Sabedoria, habito com a prudência e disponho de conhecimentos e de conselhos.

13 O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço.

14 Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria, eu sou o Entendimento, minha é a fortaleza.

15 Por meu intermédio, reinam os reis, e os príncipes decretam justiça.

16 Por meu intermédio, governam os príncipes, os nobres e todos os juízes da terra.

17 Eu amo os que me amam; os que me procuram me acham.

18 Riquezas e honra estão comigo, bens duráveis e justiça.

19 Melhor é o meu fruto do que o ouro, do que o ouro refinado; e o meu rendimento, melhor do que a prata escolhida.

20 Ando pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo,

21 para dotar de bens os que me amam e lhes encher os tesouros.

A sabedoria aqui é Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento; é Cristo na palavra e Cristo no coração, não apenas Cristo revelado a nós, mas Cristo revelado em nós. É a palavra de Deus, todo o âmbito da revelação divina; é Deus, o Verbo, em quem se centra toda a revelação divina; é a alma formada pela palavra; é Cristo formado na alma; é religião na pureza e no poder dela. Aqui se falam coisas gloriosas desta pessoa excelente, desta coisa excelente.

I. A sabedoria divina dá aos homens boas cabeças (v. 12): A Sabedoria habita com prudência, não com política carnal (a sabedoria que vem do alto é contrária a isso, 2 Cor 1. 12), mas com verdadeira discrição, que serve para a ordem correta da conduta, aquela sabedoria do prudente que é compreender o seu caminho e em todos os casos é proveitosa dirigir, a sabedoria da serpente, não apenas para proteger do mal, mas para orientar na prática do bem. A sabedoria habita com a prudência; pois a prudência é produto da religião e um ornamento da religião; e há mais invenções espirituosas descobertas com a ajuda das Escrituras, tanto para a compreensão correta das providências de Deus quanto para o combate eficaz aos ardis de Satanás e à prática do bem em nossa geração, do que jamais foram descobertas pelo aprendizado dos filósofos ou a política dos estadistas. Podemos aplicá-lo ao próprio Cristo; ele habita com prudência, pois todo o seu empreendimento é a sabedoria de Deus em um mistério, e nele Deus abunda para nós em toda sabedoria e prudência. Cristo descobriu o conhecimento daquela grande invenção, e ela foi cara para ele, a salvação do homem, por sua satisfação, um expediente admirável. Havíamos descoberto muitas invenções para nossa ruína; ele descobriu um para nossa recuperação. A aliança da graça é tão bem ordenada em todas as coisas que devemos concluir que quem a ordenou agiu com prudência.

II. Dá aos homens bons corações. A verdadeira religião, que consiste no temor do Senhor, que é a sabedoria antes recomendada, ensina aos homens:

1. Odiar todo pecado, por ser desagradável a Deus e destrutivo para a alma: O temor do Senhor é odiar o mal, o mal caminho, odiar o pecado como pecado e, portanto, odiar todo caminho falso. Onde quer que haja um temor a Deus, há um pavor do pecado, como um mal, como apenas um mal.

2. Principalmente odiar o orgulho e a paixão, esses dois pecados comuns e perigosos. A presunção de nós mesmos, o orgulho e a arrogância são pecados que Cristo odeia, e o mesmo acontece com todos aqueles que têm o Espírito de Cristo; todos os odeiam nos outros, mas devemos odiá-los em nós mesmos. A boca perversa, o mau humor para com os outros, Deus odeia, porque é um grande inimigo da paz da humanidade e, portanto, deveríamos odiá-lo. Seja dito para a honra da religião que, por mais injustamente acusada, está tão longe de tornar os homens vaidosos e amargos que não há nada mais diretamente contrário a ela do que o orgulho e a paixão, nem que ela nos ensina mais a detestar.

III. Tem uma grande influência nos assuntos públicos e no bom governo de todas as sociedades. Cristo, como Deus, tem força e sabedoria; sabedoria e poder são dele; como Redentor, ele é a sabedoria de Deus e o poder de Deus. Para todos os que são dele, ele é feito de Deus tanto força quanto sabedoria; nele eles estão reservados para nós, para que possamos conhecer e cumprir nosso dever. Ele é o conselheiro maravilhoso e dá aquela graça que por si só é sabedoria sólida. Ele se compreende e tem força para todos aqueles que nele se fortalecem. A verdadeira religião dá aos homens o melhor conselho em todos os casos difíceis e ajuda a esclarecer o seu caminho. Onde quer que esteja, é entendimento, tem força; será para nós tudo o que necessitamos, tanto em serviços como em sofrimentos. Onde a palavra de Deus habita ricamente, ela torna o homem perfeito e o equipa completamente para toda boa palavra e obra. Reis, príncipes e juízes são os que mais necessitam de sabedoria e força, de conselho e coragem, para o cumprimento fiel das responsabilidades que neles foram depositadas, e para que possam ser bênçãos para o povo sobre o qual foram confiados. E, portanto, a Sabedoria diz: Por mim reinam os reis (v. 15, 16), isto é,

1. O governo civil é uma instituição divina, e aqueles a quem é confiada a sua administração têm a sua comissão de Cristo; é um ramo de seu ofício real que por ele reinem os reis; daquele a quem todo julgamento é confiado, seu poder deriva. Eles reinam por ele e, portanto, deveriam reinar por ele.

2. Quaisquer que sejam as qualificações para o governo que quaisquer reis ou príncipes tenham, eles estão em dívida com a graça de Cristo para eles; ele lhes dá o espírito de governo, e eles não têm nada, nenhuma habilidade, nenhum princípio de justiça, exceto aquilo com que ele os dota. Uma sentença divina está nos lábios do rei; e os reis são para seus súditos o que ele faz deles.

3. A religião é em grande parte a força e o apoio do governo civil; ensina aos súditos seus deveres e, assim, os reis reinam sobre eles com mais facilidade; ensina aos reis o seu dever e, assim, os reis reinam como devem; eles decretam justiça, enquanto governam no temor de Deus. Aqueles que governam bem são aqueles que a religião governa.

4. Fará felizes, verdadeiramente felizes, todos aqueles que o receberem e abraçarem.

1. Eles serão felizes no amor de Cristo; pois é ele quem diz: Amo aqueles que me amam. Aqueles que amam o Senhor Jesus Cristo com sinceridade serão amados por ele com um amor peculiar e distinto: ele os amará e se manifestará a eles.

2. Eles ficarão felizes com o sucesso de suas investigações sobre ele: Aqueles que me procuram cedo, buscam me conhecer e se interessar por mim, me procuram cedo, isto é, me procuram sinceramente, me procuram primeiro antes de qualquer coisa contrária, aqueles que começarem a me procurar nos dias de sua juventude, encontrarão o que procuram. Cristo será deles e eles serão dele. Ele nunca disse: Procure em vão.

3. Eles serão felizes com a riqueza do mundo ou com aquilo que é infinitamente melhor.

(1.) Eles terão tantas riquezas e honras quanto a Sabedoria Infinita achar bom para eles (v. 18); eles estão com Cristo, isto é, ele os tem para dar, e se ele achar adequado dá-los a nós deve ser encaminhado a ele. A religião às vezes ajuda a tornar as pessoas ricas e grandes neste mundo, ganha-lhes uma reputação e, assim, aumenta as suas propriedades; e as riquezas que a Sabedoria dá aos seus favoritos têm estas duas vantagens:

[1.] Que são riquezas e justiça, riquezas obtidas honestamente, não por fraude e opressão, mas de maneiras regulares, e riquezas usadas com caridade, pois esmolas são chamadas justiça. Aqueles que têm a sua riqueza proveniente da bênção de Deus sobre a sua indústria, e que têm o coração para fazer o bem com ela, têm riqueza e justiça.

[2.] Que portanto são riquezas duráveis. A riqueza obtida pela vaidade logo diminuirá, mas o que é bem adquirido se desgastará bem e será deixado aos filhos dos filhos, e o que é bem gasto em obras de piedade e caridade será destinado ao melhor interesse e assim será. durável; pois os amigos feitos pelas riquezas da injustiça quando falhamos nos receberão em habitações eternas, Lucas 16. 9. Será encontrado depois de muitos dias, pelos dias da eternidade.

(2.) Eles terão o que é infinitamente melhor, se não tiverem riquezas e honra neste mundo (v. 19): “O meu fruto é melhor do que o ouro, e terá uma conta melhor, será de mais valor”, em menos espaço, e minha receita melhor do que a prata mais escolhida, servirá a um comércio melhor. Podemos assegurar-nos de que não apenas os produtos da Sabedoria, mas também sua renda nesse meio tempo, não apenas seus frutos, mas sua receita, são mais valiosos do que o melhor dos bens ou das reversões deste mundo.

4. Eles serão felizes na graça de Deus agora; esse será o seu guia no bom caminho. Este é aquele fruto da sabedoria que é melhor do que o ouro, do que o ouro fino, ele nos guia no caminho da justiça, nos mostra esse caminho e vai adiante de nós nele, o caminho que Deus deseja que andemos e que certamente nos trará ao nosso fim desejado. Ele nos conduz no meio dos caminhos do julgamento e nos salva de nos desviarmos em ambos os lados. In medio virtus – A virtude está no meio. Cristo, pelo seu Espírito, guia os crentes em toda a verdade, e assim os conduz no caminho da justiça, e eles andam segundo o Espírito.

5. Eles serão felizes na glória de Deus no futuro. Portanto, a Sabedoria conduz nos caminhos da justiça, não apenas para que ela possa manter seus amigos no caminho do dever e da obediência, mas para que ela possa fazer com que eles herdem bens e possam encher seus tesouros, o que não pode ser feito com as coisas deste mundo, nem com nada menos que Deus e o céu. A felicidade daqueles que amam a Deus e se dedicam ao seu serviço é substancial e satisfatória.

(1.) É substancial; é a própria substância. É uma felicidade que subsistirá por si mesma e permanecerá sozinha, sem os apoios acidentais das conveniências externas. As coisas espirituais e eternas são as únicas coisas reais e substanciais. A alegria em Deus é uma alegria substancial, sólida e bem fundamentada. As promessas são seus títulos, Cristo é sua garantia, e ambas substanciais. Eles herdam substância; isto é, sua herança daqui em diante será substancial; é um peso de glória; é substância, Hb 10.34. Toda a sua felicidade eles têm como herdeiros; é baseado em sua filiação.

(2.) É satisfatório; não apenas encherá suas mãos, mas também encherá seus tesouros, não apenas os manterá, mas os tornará ricos. As coisas deste mundo podem encher as barrigas dos homens (Sl 17.14), mas não os seus tesouros, pois eles não podem neles garantir para si bens por muitos anos; talvez eles possam ser privados deles esta noite. Mas que os tesouros da alma sejam tão vastos que haja o suficiente em Deus, em Cristo e no céu, para preenchê-los. Nas promessas da Sabedoria, os crentes têm bens acumulados, não para dias e anos, mas para a eternidade; seu fruto, portanto, é melhor que o ouro.

Sabedoria Eterna e Divina.

22 O SENHOR me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas.

23 Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes do começo da terra.

24 Antes de haver abismos, eu nasci, e antes ainda de haver fontes carregadas de águas.

25 Antes que os montes fossem firmados, antes de haver outeiros, eu nasci.

26 Ainda ele não tinha feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo.

27 Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando traçava o horizonte sobre a face do abismo;

28 quando firmava as nuvens de cima; quando estabelecia as fontes do abismo;

29 quando fixava ao mar o seu limite, para que as águas não traspassassem os seus limites; quando compunha os fundamentos da terra;

30 então, eu estava com ele e era seu arquiteto, dia após dia, eu era as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo;

31 regozijando-me no seu mundo habitável e achando as minhas delícias com os filhos dos homens.

Parece muito claro que aqui se fala de uma pessoa inteligente e divina, e que não se trata de uma mera propriedade essencial da natureza divina, pois a Sabedoria aqui tem propriedades e ações pessoais; e essa pessoa divina inteligente não pode ser outra senão o próprio Filho de Deus, a quem as principais coisas aqui faladas sobre sabedoria são atribuídas em outras Escrituras, e devemos explicar as Escrituras por si mesmas. Se o próprio Salomão planejou apenas o louvor da sabedoria como um atributo de Deus, pelo qual ele fez o mundo e o governa, para recomendar aos homens o estudo daquela sabedoria que lhes pertence, ainda assim o Espírito de Deus, que indicou o que ele escreveu levou-o, como Davi frequentemente, a expressões que não poderiam concordar com outro senão o Filho de Deus, e nos levaria ao conhecimento de grandes coisas a respeito dele. Toda revelação divina é a revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu, e aqui nos é dito quem e o que ele é, como Deus, designado nos conselhos eternos para ser o Mediador entre Deus e o homem. A melhor exposição desses versículos temos nos primeiros quatro versículos do evangelho de João. No princípio era o Verbo, etc. A respeito do Filho de Deus, observe aqui,

I. Sua personalidade e subsistência distinta, una com o Pai e da mesma essência, e ainda assim uma pessoa de si mesmo, a quem o Senhor possuía (v. 22), que foi estabelecida (v. 23), foi gerada (v. 23, 24, 25), foi feito por ele (v. 30), pois ele era a imagem expressa de sua pessoa, Hb 1.3.

II. Sua eternidade; ele foi gerado pelo Pai, pois o Senhor o possuiu, como seu próprio Filho, seu Filho amado, o colocou em seu seio; ele foi gerado como o unigênito do Pai, e isso antes de todos os mundos, o que é mais amplamente insistido aqui. A Palavra era eterna e existia antes do mundo, antes do início dos tempos; e, portanto, deve seguir-se que foi desde a eternidade. O Senhor o possuiu no início de seu caminho, de seus conselhos eternos, pois estes existiam antes de suas obras. Este caminho, na verdade, não teve começo, pois os propósitos de Deus em si mesmo são eternos como ele mesmo, mas Deus fala conosco em nossa própria língua. A sabedoria se explica (v. 23): Fui criado desde a eternidade. O Filho de Deus foi, nos conselhos eternos de Deus, projetado e desenvolvido para ser a sabedoria e o poder do Pai, luz e vida, e tudo em todos, tanto na criação quanto na redenção do mundo. Que ele foi criado quanto ao seu ser e estabelecido quanto aos conselhos divinos relativos ao seu ofício, antes que o mundo fosse criado, é aqui apresentado em uma grande variedade de expressões, muito parecidas com aquelas pelas quais a eternidade de Deus ele mesmo é expresso. Sal 90. 2, Antes que os montes surgissem.

1. Antes que a terra existisse, e ela fosse feita no princípio, antes que o homem fosse feito; portanto, o segundo Adão teve um ser antes do primeiro, pois o primeiro Adão foi feito da terra, o segundo teve um ser antes da terra e, portanto, não é da terra, João 3. 31.

2. Antes que o mar existisse (v. 24), quando não havia profundezas nas quais as águas se reunissem, nenhuma fonte de onde essas águas pudessem surgir, nada daquelas profundezas sobre as quais o Espírito de Deus se movia para a produção do criação visível, Gn 1. 2.

3. Antes que existissem os montes, os montes eternos. Elifaz, para convencer Jó de sua incapacidade de julgar os conselhos divinos, pergunta-lhe (Jó 15:7): Foste criado antes dos montes? Não, você não foi. Mas antes dos montes foi produzida a Palavra eterna.

4. Diante das partes habitáveis do mundo, que os homens cultivam e colhem os lucros (v. 26), os campos nos vales e planícies, para os quais as montanhas são como um muro, que são a parte mais alta da poeira do mundo; a primeira parte da poeira (alguns), os átomos que compõem as diversas partes do mundo; a parte principal do pó, para que possa ser lida e compreendida pelo homem, que foi feito do pó da terra e é pó, mas é a parte principal do pó, pó vivificado, pó refinado. A Palavra eterna já existia antes do homem ser criado, pois nele estava a vida dos homens.

III. Sua agência na construção do mundo. Ele não apenas teve um ser diante do mundo, mas esteve presente, não como espectador, mas como arquiteto, quando o mundo foi feito. Deus silenciou e humilhou Jó, perguntando-lhe: "Onde estavas tu quando lancei os fundamentos da terra? Quem estabeleceu as suas medidas? (Jó 38. 4, etc.). Eras tu aquela Palavra e sabedoria eternas, que era o principal administrador desse grande caso? Não; você é de ontem. Mas aqui o Filho de Deus, referindo-se, como deveria parecer, ao discurso que Deus teve com Jó, declara ter estado envolvido naquilo que Jó não poderia pretender ser uma testemunha e um obreiro, a criação do mundo. Por meio dele Deus fez o mundo, Ef 3.9; Hebreus 1.2; Col 1. 16.

1. Quando, no primeiro dia da criação, no início dos tempos, Deus disse: Haja luz, e com uma palavra a produziu, esta Sabedoria eterna era aquela Palavra todo-poderosa: Então eu estava lá, quando ele preparou os céus, a fonte daquela luz, que, seja lá o que for aqui, é substancial ali.

2. Ele não foi menos ativo quando, no segundo dia, estendeu o firmamento, a vasta expansão, e colocou-o como uma bússola sobre a face do abismo (v. 27), cercando-o por todos os lados com aquele dossel., aquela cortina. Ou pode referir-se à ordem e ao método exatos com que Deus estruturou todas as partes do universo, à medida que o trabalhador marca seu trabalho com sua linha e compasso. A obra em nada variou do plano formado na mente eterna.

3. Ele também foi empregado no trabalho do terceiro dia, quando as águas acima dos céus foram reunidas, estabelecendo as nuvens acima, e aquelas sob os céus, fortalecendo as fontes do abismo, que enviam essas águas (v. 28), e preservando os limites do mar, que é o receptáculo daquelas águas. Isto fala muito da honra desta Sabedoria eterna, pois por este exemplo Deus prova ser um Deus muito temível (Jeremias 5:22), pois ele colocou a areia para o limite do mar, para que a terra seca pudesse continuar a aparecer acima da água, própria para ser habitação do homem; e assim ele estabeleceu a fundação da terra. Quão capaz, quão adequado é o Filho de Deus para ser o Salvador do mundo, que foi o Criador dele!

4. A infinita complacência que o Pai tinha nele, e ele no Pai (v. 30): eu estava com ele, como alguém criado com ele. Assim como por uma geração eterna ele foi gerado pelo Pai, também por um conselho eterno ele foi criado com ele, o que sugere não apenas o amor infinito do Pai ao Filho, que é, portanto, chamado de Filho do seu amor (Colossenses 1.13), mas a consciência mútua e o bom entendimento que havia entre eles a respeito da obra de redenção do homem, que o Filho deveria empreender, e sobre a qual o conselho de paz estava entre ambos, Zacarias 6.13. Ele era ex-aluno patris - o aluno do Pai, como posso dizer, treinado desde a eternidade para aquele serviço que no tempo, na plenitude dos tempos, ele realizaria, e é para isso levado sob a orientação e proteção especiais do Pai; ele é meu servo a quem eu sustento, Is 42. 1. Ele fez o que viu o Pai fazer (João 5:19), agradou a seu Pai, buscou sua glória, fez de acordo com o mandamento que recebeu de seu Pai, e tudo isso como alguém criado com ele. Ele era diariamente o deleite de seu Pai (meu eleito, em quem minha alma se deleita, diz Deus, Is 43.1), e ele também se regozijava sempre diante dele. Isto também pode ser entendido:

1. Do deleite infinito que as pessoas da Santíssima Trindade têm umas nas outras, onde consiste grande parte da felicidade da natureza divina. Ou,

2. Do prazer que o Pai teve nas operações do Filho, quando ele fez o mundo; Deus Pai viu tudo o que o Filho fez, e eis que era muito bom, lhe agradava e, portanto, seu Filho era diariamente, dia após dia, durante os seis dias da criação, por esse motivo, seu deleite, Êxodo 39. 43. E o próprio Filho também se regozijou diante dele na beleza e harmonia de toda a criação, Sl 104.31. Ou,

3. Da satisfação que tinham um pelo outro, com referência à grande obra da redenção do homem. O Pai deleitou-se no Filho, como Mediador entre ele e o homem, ficou satisfeito com o que ele propôs (Mt 3.17) e, portanto, amou-o porque se comprometeu a dar a vida pelas ovelhas; ele confiou nele que ele realizaria seu trabalho e não falharia nem voaria. Também o Filho sempre se alegrava diante dele, encantado em fazer a sua vontade (Sl 40.8), aderiu fielmente ao seu empreendimento, como alguém que estava bem satisfeito com ele, e, quando chegou a hora, expressou tanta satisfação como sempre, dizendo: Eis que venho, para fazer como no volume do livro está escrito de mim.

V. A graciosa preocupação que ele tinha pela humanidade. A sabedoria se alegrou, não tanto com os ricos produtos da terra, ou com os tesouros escondidos em suas entranhas, mas com suas partes habitáveis, pois suas delícias estavam com os filhos dos homens; não só na criação do homem se fala com particular ar de prazer (Gn 1. 26), Façamos o homem, mas na redenção e salvação do homem. O Filho de Deus foi ordenado, antes do mundo, para essa grande obra, 1 Pe 1.20. Um remanescente dos filhos dos homens lhe foi dado para ser levado, através de sua graça, à sua glória, e estes eram aqueles em quem estavam suas delícias. Sua igreja era a parte habitável de sua terra, tornada habitável para ele, para que o Senhor Deus pudesse habitar mesmo entre aqueles que haviam sido rebeldes; e com isso ele se alegrou, na perspectiva de ver sua semente. Embora ele previsse todas as dificuldades que encontraria em seu trabalho, os serviços e sofrimentos pelos quais passaria, ainda assim, porque isso resultaria na glória de seu Pai e na salvação daqueles filhos dos homens que lhe foram dados, ele aguardou isso com a maior satisfação imaginável, na qual temos todo o incentivo que podemos desejar para ir até ele e confiar nele para todos os benefícios que nos foram designados por seu glorioso empreendimento.

Exortação da Sabedoria.

32 Agora, pois, filhos, ouvi-me, porque felizes serão os que guardarem os meus caminhos.

33 Ouvi o ensino, sede sábios e não o rejeiteis.

34 Feliz o homem que me dá ouvidos, velando dia a dia às minhas portas, esperando às ombreiras da minha entrada.

35 Porque o que me acha acha a vida e alcança favor do SENHOR.

36 Mas o que peca contra mim violenta a própria alma. Todos os que me aborrecem amam a morte.

Temos aqui a aplicação do discurso da Sabedoria; o desígnio e a tendência disso é submeter-nos a uma total sujeição às leis da religião, tornar-nos sábios e bons, não encher as nossas cabeças com especulações, ou as nossas línguas com disputas, mas retificar o que está errado em nosso corações e vidas. Para isso, aqui está,

I. Uma exortação a ouvir e obedecer à voz da Sabedoria, a atender e cumprir as boas instruções que a palavra de Deus nos dá, e nelas discernir a voz de Cristo, como as ovelhas conhecem a voz do pastor.

1. Devemos ser ouvintes diligentes da palavra; pois como podemos acreditar naquele de quem não temos coração? “Escutai-me, ó filhos!” v. 32. "Leia a palavra escrita, sente-se sob a palavra pregada, bendiga a Deus por ambas, e ouça-o em ambas falando com você." Deixe as crianças envelhecerem, e o que elas ouvirem então, é provável que sejam tão experientes que serão governados por todos os seus dias. Deixe os filhos da Sabedoria justificarem a Sabedoria ouvindo-a e mostrando-se como sendo realmente seus filhos. Devemos ouvir as palavras da Sabedoria:

(1.) Submissamente e com um coração disposto (v. 33): “Ouve a instrução e não a recuses, seja como aquilo de que não necessitas, seja como aquilo de que não gostas; você como uma gentileza, e será por sua conta e risco se você recusar." Aqueles que rejeitam o conselho de Deus rejeitam-no contra si mesmos, Lucas 7. 30. "Não recuse agora, para não receber outra oferta."

(2.) Constantemente e com ouvido atento. Devemos ouvir a Sabedoria para vigiar diariamente às suas portas, como mendigos para receber esmolas, como clientes e pacientes para receber conselhos, e esperar como servos, com humildade, paciência e pronta observância, nos batentes de suas portas. Veja aqui que boa casa a Sabedoria mantém, pois todo dia é dia de folga; que escola boa, pois todo dia é dia de aula. Embora tenhamos as obras de Deus diante de nossos olhos e sua palavra em nossas mãos, podemos todos os dias ouvir a Sabedoria e aprender dela instruções. Veja aqui que atendimento zeloso e diligente é exigido de todos os discípulos de Cristo; eles devem vigiar nos portões.

[1.] Devemos aproveitar todas as oportunidades de obter conhecimento e graça, e devemos entrar e manter um curso constante e estabelecido de comunhão com Deus.

[2.] Devemos ser muito humildes em nosso atendimento às instruções divinas e nos alegrar com qualquer lugar, mesmo o mais mesquinho, para que possamos apenas ouvi-los, como Davi, que ficaria feliz em ser porteiro na casa de Deus.

[3.] Devemos aumentar nossas expectativas em relação a essas instruções e ouvi-las com cuidado, paciência e perseverança, devemos vigiar e esperar, como ouvintes de Cristo, que se apoiaram nele para ouvi-lo, como a palavra no original é (Lucas 19:48) e (cap. 21:38) vieram de manhã cedo para ouvi-lo.

2. Devemos ser executores conscienciosos do trabalho, pois somos abençoados apenas em nossas ações. Não é suficiente dar ouvidos às palavras da Sabedoria, mas devemos guardar os seus caminhos (v. 32), fazer tudo o que ela prescreve, manter-nos dentro dos limites dos seus caminhos, e não transgredi-los, manter-nos nos trilhos dos seus caminhos, prossiga e persevere neles. "Ouça as instruções e seja sábio; deixe que elas sejam um meio de torná-lo sábio ao ordenar sua conduta." O que sabemos é conhecido em vão se não nos torna sábios, v. 33.

II. Uma garantia de felicidade para todos aqueles que dão ouvidos à Sabedoria. Eles são abençoados, v. 32, e novamente v. 34. São abençoados aqueles que vigiam e esperam nos portões da Sabedoria; até mesmo sua presença ali é sua felicidade; é o melhor lugar onde eles podem estar. São abençoados aqueles que esperam ali, pois não serão obrigados a esperar muito; deixe-os continuar a bater por algum tempo e será aberto para eles. Eles estão buscando Sabedoria e encontrarão o que procuram. Mas será que isso os compensará se o encontrarem? Sim (v. 35): Quem me encontra, encontra a vida, isto é, toda felicidade, todo aquele bem que necessita ou pode desejar. Ele encontra vida naquela graça que é o princípio da vida espiritual e o penhor da vida eterna. Ele encontra a vida, pois obterá o favor do Senhor, e no seu favor está a vida. Se o favor do rei é para com um filho sábio, muito mais o favor do Rei dos reis. Cristo é Sabedoria, e aquele que encontra Cristo, que obtém interesse nele, encontra vida; pois Cristo é vida para todos os crentes. Quem tem o Filho de Deus tem a vida, a vida eterna, e obterá o favor do Senhor, que se agrada de todos os que estão em Cristo; nem podemos obter o favor de Deus, a menos que encontremos Cristo e sejamos encontrados nele.

III. A condenação recaiu sobre todos aqueles que rejeitam a Sabedoria e as suas propostas. Eles são deixados à ruína, e a Sabedoria não os impedirá, porque eles desprezaram todos os seus conselhos.

1. O crime deles é muito grande; eles pecam contra a Sabedoria, rebelam-se contra sua luz e leis, frustram seus desígnios e, por sua loucura, a ofendem. Eles pecam contra Cristo; eles agem em desrespeito à sua autoridade e em contradição com todos os propósitos de sua vida e morte. Isto é interpretado como odiar a Sabedoria, odiar a Cristo; eles são seus inimigos, que não querem que ele reine sobre eles. O que pode parecer pior do que odiar aquele que é o centro de toda beleza e fonte de toda bondade, o próprio amor?

2. A punição deles será muito justa, pois eles a impõem deliberadamente sobre si mesmos.

(1.) Aqueles que ofendem a Cristo cometem o maior mal a si mesmos; eles prejudicam suas próprias almas; eles ferem suas próprias consciências, trazem uma mancha em suas almas, o que os torna odiosos aos olhos de Deus e inadequados para a comunhão com ele; eles se enganam, se perturbam, se destroem. O pecado é um mal para a alma.

(2.) Aqueles que estão em desacordo com Cristo estão apaixonados pela sua própria ruína: Aqueles que me odeiam amam a morte; eles amam aquilo que será sua morte e afastam deles aquilo que seria sua vida. Os pecadores morrem porque vão morrer, o que os torna indesculpáveis, torna a sua condenação ainda mais intolerável e justificará para sempre a Deus quando ele julgar. Ó Israel! você destruiu a si mesmo.

 

Provérbios 9

Cristo e o pecado são rivais para a alma do homem, e aqui nos é dito como ambos cortejam ela, para ocupar o lugar mais íntimo e superior nela. O objetivo desta representação é colocar diante de nós a vida e a morte, o bem e o mal; e não é necessário mais do que uma exposição justa do caso para determinar qual deles escolher e a quem entregar nossos corações. Ambos são levados a proporcionar entretenimento para a alma e a convidá-la a aceitar o entretenimento; em relação a ambos, somos informados de qual será o problema; e, sendo o assunto assim colocado diante de nós, consideremos, sigamos conselhos e falemos o que pensamos. E estamos, portanto, preocupados em dar valor às nossas próprias almas, porque vemos que há um grande esforço por elas.

I. Cristo, sob o nome de Sabedoria, convida-nos a aceitar o seu entretenimento, e assim a entrar em conhecimento e comunhão com ele, ver 1-6. E tendo predito o diferente sucesso de seu convite (versículo 7-9), ele mostra, em suma, o que ele exige de nós (versículo 10) e o que ele projeta para nós (versículo 11), e então deixa à nossa escolha o que nós faremos, verso 12.

II. O pecado, sob o caráter de uma mulher tola, nos corteja para que aceitemos seu entretenimento, e (versículos 13-16) finge que é muito encantador, versículo 17. Mas Salomão nos diz qual será o acerto de contas, versículo 18. E agora escolha você, neste dia, com quem irá fechar.

O Convite da Sabedoria.

1 A Sabedoria edificou a sua casa, lavrou as suas sete colunas.

2 Carneou os seus animais, misturou o seu vinho e arrumou a sua mesa.

3 Já deu ordens às suas criadas e, assim, convida desde as alturas da cidade:

4 Quem é simples, volte-se para aqui. Aos faltos de senso diz:

5 Vinde, comei do meu pão e bebei do vinho que misturei.

6 Deixai os insensatos e vivei; andai pelo caminho do entendimento.

7 O que repreende o escarnecedor traz afronta sobre si; e o que censura o perverso a si mesmo se injuria.

8 Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio, e ele te amará.

9 Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio ainda; ensina ao justo, e ele crescerá em prudência.

10 O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência.

11 Porque por mim se multiplicam os teus dias, e anos de vida se te acrescentarão.

12 Se és sábio, para ti mesmo o és; se és escarnecedor, tu só o suportarás.

A Sabedoria é aqui apresentada como uma rainha magnífica e generosa, muito grande e muito generosa; aquela Palavra de Deus é esta Sabedoria na qual Deus dá a conhecer a sua boa vontade para com os homens; Deus, o Verbo, é esta Sabedoria, a quem o Pai confiou todo o julgamento. Aquele que, no capítulo anterior, mostrou sua grandeza e glória como Criador do mundo, aqui mostra sua graça e bondade como Redentor dele. A palavra está no plural, Sabedorias; pois em Cristo estão escondidos tesouros de sabedoria, e em seu empreendimento aparece a multiforme sabedoria de Deus em um mistério. Agora observe aqui,

I. A rica provisão que a Sabedoria fez para a recepção de todos aqueles que serão seus discípulos. Isto é representado à semelhança de uma festa suntuosa, de onde é provável que nosso Salvador tenha emprestado aquelas parábolas nas quais comparou o reino dos céus a uma grande ceia, Mateus 22:2; Lucas 14. 16. E assim foi profetizado, Is 25. 6. É uma festa que Assuero fez para mostrar as riquezas de seu glorioso reino. A graça do evangelho é assim apresentada diante de nós na ordenança da ceia do Senhor. Para dar as boas-vindas aos seus convidados,

1. Aqui é fornecido um palácio imponente. A Sabedoria, não encontrando uma casa com capacidade suficiente para todos os seus hóspedes, construiu uma de propósito e, tanto para fortalecê-la como para embelezá-la, ela erigiu seus sete pilares, que a tornam muito firme e parece muito grande. O céu é a casa que a Sabedoria construiu para receber todos os seus convidados que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro; esta é a casa de seu Pai, onde há muitas moradas, e para onde ela foi preparar lugares para nós. Ela pendurou a terra sobre o nada, nela não temos cidade permanente; mas o céu é uma cidade que tem fundamentos, tem colunas. A igreja é a casa da Sabedoria, para a qual ela convida os seus convidados, sustentada pelo poder e pela promessa de Deus, como por sete pilares. Provavelmente, Salomão se refere ao templo que ele próprio construiu recentemente para o serviço da religião, e ao qual persuadiria as pessoas a recorrer, tanto para adorar a Deus como para receber as instruções da Sabedoria. Alguns consideram que as escolas dos profetas são aqui pretendidas.

2. Aqui está um esplêndido banquete preparado (v. 2): Ela matou os seus animais; ela misturou o seu vinho; muita carne e bebida são fornecidas, e tudo de melhor. Ela matou seu sacrifício (assim é a palavra); é uma festa suntuosa, mas sagrada, uma festa de sacrifício. Cristo ofereceu-se como sacrifício por nós, e é a sua carne que é verdadeiramente comida e o seu sangue que é verdadeiramente bebida. A ceia do Senhor é uma festa de reconciliação e alegria no sacrifício da expiação. O vinho é misturado com algo mais rico do que ele mesmo, para lhe dar um espírito e um sabor mais do que comuns. Ela mobiliou completamente sua mesa com todas as satisfações que uma alma pode desejar: justiça e graça, paz e alegria, as certezas do amor de Deus, as consolações do Espírito e todos os penhores da vida eterna. Observe, tudo é obra da própria Sabedoria; ela matou as feras, ela misturou o vinho, o que denota tanto o amor de Cristo, que faz a provisão (ele não deixa isso para outros, mas toma a tarefa em suas próprias mãos), e a excelência da preparação. Isso deve ser exatamente adequado para atender ao fim ao qual a própria Sabedoria se destina.

II. O gracioso convite que ela fez, não a alguns amigos em particular, mas a todos em geral, para virem e participarem destas provisões.

1. Ela emprega seus servos para levar o convite pelo país: Ela enviou suas donzelas. Os ministros do evangelho são comissionados e ordenados a avisar sobre os preparativos que Deus fez, na aliança eterna, para todos aqueles que estão dispostos a cumprir os seus termos; e eles, com pureza virginal, não corrompendo a si mesmos ou a palavra de Deus, e com estrita observância de suas ordens, devem convocar todos que encontrarem, mesmo nas estradas e valados, para virem e festejarem com a Sabedoria, pois todos as coisas agora estão prontas, Lucas 14. 23.

2. Ela mesma clama nos lugares mais altos da cidade, como alguém sinceramente desejosa do bem-estar dos filhos dos homens, e entristecida ao vê-los rejeitando suas próprias misericórdias por vaidades mentirosas. Nosso Senhor Jesus foi ele mesmo o publicador de seu próprio evangelho; depois de enviar seus discípulos, ele os seguiu para confirmar o que diziam; e, começou a ser falado pelo Senhor, Hebreus 2.3. Ele se levantou e gritou: Venha até mim. Vemos quem convidou; agora vamos observar,

(1.) A quem é feito o convite: Quem é simples e deseja entendimento. Se quiséssemos fazer de todas as pessoas um entretenimento, não deveríamos nos importar, muito menos cortejar, a companhia delas, mas sim de filósofos e homens eruditos, para que pudéssemos ouvir sua sabedoria e cujas conversas à mesa melhorariam. "Preciso de loucos?" Mas a Sabedoria os convida, porque o que ela tem para dar é o que eles mais precisam, e é o seu bem-estar que ela consulta e visa na preparação e no convite. Aquele que é simples é convidado, para que se torne sábio, e aquele que deseja um coração (assim é a palavra), deixe-o vir aqui, e ele terá um. Suas preparações são mais físicas do que alimentares, destinadas à cura mais valiosa e desejável, a da mente. Seja quem for, o convite é geral e não exclui ninguém que não se exclua; embora sejam tão tolos, ainda assim,

[1.] Eles serão bem-vindos.

[2.] Eles podem ser ajudados; eles não serão desprezados nem desesperados. Nosso Salvador veio, não para chamar os justos, mas os pecadores, não os sábios aos seus próprios olhos, que dizem ver (João 9:41), mas os simples, aqueles que são sensíveis à sua simplicidade e se envergonham dela, e aquele que está disposto a tornar-se tolo, para se tornar sábio, 1 Cor 3. 18.

(2.) Qual é o convite.

[1.] Somos convidados para a casa da Sabedoria: venha aqui. Eu digo que sim, pois qual de nós não deve possuir o caráter dos convidados, que é simples e deseja compreensão? As portas da Sabedoria estão abertas para eles, e ela deseja ter alguma conversa com eles, uma palavra para o bem deles, nem tem qualquer outro desígnio para eles.

[2.] Somos convidados para a sua mesa (v. 5): Venha, coma do meu pão, isto é, experimente os verdadeiros prazeres que se encontram no conhecimento e no temor de Deus. Pela fé, cumprindo as promessas do evangelho, aplicando-as a nós mesmos e recebendo o conforto delas, nos alimentamos e nos banqueteamos com as provisões que Cristo fez para as pobres almas. Aquilo que comemos e bebemos nós tornamos nosso, somos nutridos e revigorados por isso, e o mesmo acontece com nossas almas pela palavra de Deus; contém aquilo que é alimento e bebida para aqueles que têm entendimento.

(3.) O que é exigido daqueles que podem receber o benefício deste convite.

[1.] Eles devem romper com todas as más companhias: "Abandone os tolos, não converse com eles, não se conforme com seus caminhos, não tenha comunhão com as obras das trevas, ou com aqueles que praticam tais obras." O primeiro passo para a virtude é evitar o vício e, portanto, evitar o vicioso. Afastem-se de mim, seus malfeitores.

[2.] Eles devem despertar e ressuscitar dos mortos; eles devem viver, não em prazer (pois aqueles que o fazem estão mortos enquanto vivem), mas no serviço de Deus; somente aqueles que o fazem vivem de fato, vivem para algum propósito. "Não vivais uma mera vida animal, como os brutos, mas agora, finalmente, vivais a vida dos homens. Vivam e viverão; vivam espiritualmente e viverão eternamente", Ef 5.14.

[3.] Eles devem escolher os caminhos da Sabedoria e segui-los: "Vá pelo caminho do entendimento; governe-se doravante pelas regras da religião e da razão correta." Não basta abandonar os tolos, mas devemos nos unir àqueles que andam em sabedoria e andar no mesmo espírito e passos.

III. As instruções que a Sabedoria dá às donzelas que ela envia para convidar, aos ministros e outros, que em seus lugares estão se esforçando para servir aos seus interesses e desígnios. Ela diz a eles,

1. Qual deve ser o seu trabalho, não apenas para dizer em geral que preparação é feita para as almas, e para fazer uma oferta geral dela, mas devem dirigir-se a pessoas específicas, devem contar-lhes as suas faltas, reprovar, repreender, 7, 8. Eles devem instruí-los sobre como alterar – ensinar, v. 9. A palavra de Deus é destinada, e portanto ao ministério dessa palavra, para reprovação, correção e instrução na justiça.

2. Que diferentes tipos de pessoas eles encontrariam, que rumo deveriam seguir com elas e que sucesso poderiam esperar.

(1.) Eles se encontrariam com alguns escarnecedores e homens ímpios que zombariam dos mensageiros do Senhor, e abusariam deles, ririam com desprezo daqueles que os convidavam para a festa do Senhor, como eles fizeram, 2 Crônicas 30. 10, os trataria com maldade, Mateus 22. 6. E, embora não sejam proibidos de convidar aqueles simples para a casa da Sabedoria, ainda assim são aconselhados a não seguir o convite reprovando-os e repreendendo-os. Não repreenda o escarnecedor; não lanceis estas pérolas aos porcos, Mateus 7. 6. Assim Cristo disse dos fariseus: Deixe-os em paz, Mateus 15. 14. "Não os repreenda."

[1.] "Para fazer justiça a eles, pois aqueles que perderam o favor de outros meios que desprezam os meios que tiveram. Aqueles que estão assim imundos, que sejam imundos ainda; aqueles que estão unidos aos ídolos, deixe-os em paz; eis que nos voltamos para os gentios."

[2.] "Com prudência para com vocês mesmos; porque, se vocês os reprovarem,"

Primeiro, "Vocês perdem seu trabalho, e assim ficam envergonhados pela decepção."

Em segundo lugar, "Você os exaspera; faça isso com muita sabedoria e ternura; se você fizer isso fielmente, eles o odiarão, eles o carregarão com censuras e dirão todo o mal que puderem de você, e assim você ficará manchado"; portanto, é melhor você não se intrometer com eles, pois suas reprovações provavelmente farão mais mal do que bem."

(2.) Eles se encontrariam com outros que são sábios, bons e justos; graças a Deus, nem todos são escarnecedores. Encontramos alguns que são tão sábios consigo mesmos, tão justos consigo mesmos, que estão dispostos e felizes em serem ensinados; e quando nos depararmos com eles,

[1.] Se houver ocasião, devemos reprová-los; pois os homens sábios não são tão perfeitamente sábios, mas há algo neles que precisa de repreensão; e não devemos ser coniventes com as faltas de ninguém porque temos veneração pela sua sabedoria, nem deve um homem sábio pensar que a sua sabedoria o isenta de reprovação quando diz ou faz qualquer coisa tolamente; mas quanto mais sabedoria um homem tem, mais desejoso ele deve ter para que suas fraquezas lhe sejam mostradas, porque uma pequena tolice é uma grande mancha para aquele que tem reputação de sabedoria e honra.

[2.] Com as nossas repreensões devemos instruí-los e ensiná-los.

[3.] Podemos esperar que isso seja considerado uma gentileza, Sl 141. 5. Um homem sábio considerará como seus amigos aqueles que tratam fielmente com ele: "Repreenda tal pessoa, e ele te amará por sua maneira franca, te agradecerá e desejará que você lhe faça o mesmo bem em outra ocasião, se houver ocasião." É um exemplo de sabedoria tão grande aceitar bem uma repreensão quanto aplicá-la bem,

[4.] Sendo bem recebida, fará o bem e responderá à intenção. Um homem sábio se tornará mais sábio pelas repreensões e instruções que lhe forem dadas; ele aumentará em aprendizado, crescerá em conhecimento e, assim, crescerá em graça. Ninguém deve considerar-se sábio demais para aprender, nem tão bom que não precise ser melhor e, portanto, não precise ser ensinado. Ainda devemos prosseguir para saber até chegarmos ao homem perfeito. Dê a um homem sábio (assim está no original), dê-lhe conselhos, repreenda-o, dê-lhe conforto, e ele será ainda mais sábio; dê-lhe ocasião (assim a LXX), ocasião para mostrar sua sabedoria, e ele a mostrará, e os atos de sabedoria fortalecerão os hábitos.

IV. As instruções que ela dá aos convidados, que suas donzelas devem inculcar-lhes.

1. Deixe-os saber em que consiste a verdadeira sabedoria e qual será o seu entretenimento à mesa da Sabedoria.

(1.) O coração deve ter princípios com o temor de Deus; esse é o começo da sabedoria. A reverência à majestade de Deus e o pavor de sua ira são aquele temor dele que é o começo, o primeiro passo em direção à verdadeira religião, de onde surgem todos os outros exemplos dela. Esse medo pode, a princípio, causar um tormento, mas o amor, aos poucos, expulsará esse tormento.

(2.) A cabeça deve estar cheia do conhecimento das coisas de Deus. O conhecimento das coisas santas (a palavra está no plural) é o entendimento, as coisas pertencentes ao serviço de Deus (essas são chamadas de coisas santas), que pertencem à nossa própria santificação; a reprovação é chamada aquilo que é santo, Mateus 7. 6. Ou o conhecimento que os homens santos têm, que foi ensinado pelos santos profetas, daquelas coisas que os homens santos falaram quando foram movidos pelo Espírito Santo, este é o entendimento; é o melhor e mais útil entendimento, nos ajudará em maior posição e nos beneficiará da melhor forma.

2. Deixe-os saber quais serão as vantagens desta sabedoria (v. 11): "Por mim os teus dias serão multiplicados. Contribuirá para a saúde do teu corpo, e assim os anos da tua vida na terra serão aumentados, enquanto a loucura e a intemperança dos homens encurtam seus dias. Isso o levará ao céu, e lá seus dias serão multiplicados infinitum - ao infinito, e os anos de sua vida serão aumentados sem fim." Não há verdadeira sabedoria, exceto no digamos da religião e não da vida verdadeira, mas no final desse caminho.

3. Deixe-os saber quais serão as consequências de escolherem ou recusarem esta oferta justa. Aqui está:

(1.) A felicidade daqueles que a abraçam: "Se você for sábio, você será sábio para si mesmo; você será o ganhador com isso, não com a Sabedoria." Um homem não pode ser lucrativo para Deus. É para nosso próprio bem que sejamos assim cortejados. “Não deixarás o ganho para outros” (como fazemos com nossa riqueza mundana quando morremos, que é, portanto, chamada de outro homem, Lucas 16:12), “mas a levará contigo para outro mundo”. Aqueles que são sábios para suas almas são sábios para si mesmos, pois a alma é o homem; nem ninguém consulta seu próprio interesse verdadeiro, exceto aqueles que são verdadeiramente religiosos. Isso nos recomenda a Deus e nos recupera daquilo que é nossa loucura e degeneração; emprega-nos naquilo que é mais benéfico neste mundo e nos dá direito àquilo que é muito mais benéfico no mundo vindouro.

(2.) A vergonha e a ruína daqueles que a desprezam: "Se desprezares a oferta da Sabedoria, só tu a barrarás."

[1.] "Tu carregarás a culpa por isso." Aqueles que são bons devem agradecer a Deus, mas aqueles que são maus podem agradecer a si mesmos; não é devido a Deus (ele não é o autor do pecado); Satanás só pode tentar, não pode forçar; e companheiros perversos são apenas seus instrumentos; de modo que toda a culpa deve recair sobre o próprio pecador.

[2.] Você sofrerá a perda daquilo que despreza; será para sua própria destruição; seu sangue estará sobre sua própria cabeça, e a consideração disso agravará sua condenação. Filho, lembre-se de que você teve esta oferta justa que lhe foi feita, e você não a aceitou; você seria justo pelo resto da vida, mas preferiu a morte.

O convite da loucura.

13 A loucura é mulher apaixonada, é ignorante e não sabe coisa alguma.

14 Assenta-se à porta de sua casa, nas alturas da cidade, toma uma cadeira,

15 para dizer aos que passam e seguem direito o seu caminho:

16 Quem é simples, volte-se para aqui. E aos faltos de senso diz:

17 As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável.

18 Eles, porém, não sabem que ali estão os mortos, que os seus convidados estão nas profundezas do inferno.

Ouvimos o que Cristo tem a dizer, para envolver nossas afeições em Deus e na piedade, e alguém pensaria que o mundo inteiro deveria segui-lo; mas aqui somos informados de quão diligente é o tentador para seduzir almas incautas para os caminhos do pecado, e com o máximo ele ganha seu ponto, e o namoro da Sabedoria não é eficaz. Agora observe,

I. Quem é o tentador - uma mulher tola, a própria loucura, em oposição à sabedoria. Considero que o prazer sensual carnal é especialmente pretendido por esta mulher tola (v. 13); pois esse é o grande inimigo da virtude e a entrada para o vício; que contamina a mente, entorpece a consciência e apaga as faíscas da convicção, mais do que qualquer outra coisa. Esta tentadora é aqui descrita como:

1. Muito ignorante: ela é simples e não sabe nada, isto é, ela não tem razões sólidas e suficientes para oferecer; onde ela obtém domínio em uma alma, ela desenvolve todo o conhecimento das coisas sagradas; elas estão perdidas e esquecidas. A prostituição, e o vinho, e o vinho novo, tiram o coração; eles assolam os homens e os fazem de tolos.

(2.) Muito importuno. Quanto menos ela tem a oferecer de racional, mais violenta e premente ela é, e muitas vezes vence à força da impudência. Ela é clamorosa e barulhenta (v. 13), assombrando continuamente os jovens com suas tentações. Ela se senta à porta de sua casa (v. 14), esperando uma presa; não como Abraão à porta de sua tenda, buscando uma oportunidade para fazer o bem. Ela se senta em um assento (em um trono, assim a palavra significa) nos lugares altos da cidade, como se ela tivesse autoridade para dar lei, e todos nós fôssemos devedores da carne, para viver segundo a carne, e como se ela tinha reputação, era honrada e considerada digna dos lugares altos da cidade; e talvez ela ganhe muito mais fingindo estar na moda do que fingindo ser agradável. "Nem todas as pessoas de posição e poder no mundo" (diz ela) "não se dão uma liberdade maior do que as leis estritas da virtude permitem; e por que você deveria se humilhar a ponto de ser restringido por elas?" Assim, o tentador finge parecer gentil e grande.

II. Quem são os tentados – jovens que foram bem educados; destes ela triunfará mais em ser a ruína. Observe:

1. Qual é o seu verdadeiro caráter; são passageiros que seguem seus caminhos (v. 15), que foram treinados nos caminhos da religião e da virtude e partiram com muita esperança e bem, que pareciam determinados e projetados para o bem, e não são (como aquele jovem homem, capítulo 7. 8) indo para a casa dela. Tais como ela tem um plano, e arma armadilhas, e usa todas as suas artes, todos os seus encantos, para pervertê-los; se eles seguirem em frente e não olharem para ela, ela os chamará, tão urgentes são essas tentações.

(2.) Como ela os representa. Ela os chama de simples e carentes de compreensão e, portanto, os corteja para sua escola, para que possam ser curados das restrições e formalidades de sua religião. Este é o método do palco (que é uma exposição muito próxima deste parágrafo), onde o jovem sóbrio, que foi virtuosamente educado, é o tolo da peça, e a trama é torná-lo sete vezes mais um filho do inferno do que seus companheiros profanos, sob a cor de polir e refiná-lo, e prepará-lo para ser inteligente e bonito. O que é justamente acusado do pecado e da impiedade (v. 4), que é loucura, é aqui retrucado de forma muito injusta sobre os caminhos da virtude; mas o dia declarará quem são os tolos.

III. Qual é a tentação (v. 17): As águas roubadas são doces. É para água e pão, enquanto a Sabedoria convida aos animais que ela matou e ao vinho que misturou; no entanto, pão e água são suficientemente aceitáveis para aqueles que têm fome e sede; e isso se pretende mais doce e agradável do que o comum, pois é água roubada e pão comido às escondidas, com medo de ser descoberto. Os prazeres das concupiscências proibidas são considerados mais saborosos do que os do amor prescrito; e o ganho desonesto é preferido ao obtido com justiça. Agora, isso demonstra não apenas um desprezo ousado, mas um desafio atrevido,

1. Da lei de Deus, no sentido de que as águas são mais doces por serem roubadas e atingidas ao romper a cerca do comando divino. Nitimur in vetitum – Somos propensos ao que é proibido. Esse espírito de contradição vem de nossos primeiros pais, que consideravam a árvore proibida de todas as outras uma árvore a ser desejada.

2. Da maldição de Deus. O pão é comido em segredo, por medo de ser descoberto e punido, e o pecador se orgulha de ter frustrado suas convicções e triunfado sobre elas, de modo que, apesar desse medo, ele ousa cometer o pecado e pode se fazer acreditar que, sendo comido em segredo, nunca será descoberto ou considerado. A doçura e a simpatia constituem a isca; mas, pela demonstração do próprio tentador, mesmo isso é tão absurdo, e tem tais apaziguamentos, que é de admirar como pode ter alguma influência sobre os homens que pretendem raciocinar.

IV. Um antídoto eficaz contra a tentação, em poucas palavras, v. 18. Aquele que até agora deseja a compreensão a ponto de ser desviado por essas tentações é levado, por ignorância, à sua própria ruína inevitável: ele não sabe, não acreditará, não considera, o tentador não o deixará saber, que os mortos estão aí, que aqueles que vivem no prazer estão mortos enquanto vivem, mortos em ofensas e pecados. Os terrores acompanham esses prazeres como os terrores da própria morte. Os gigantes estão lá – Rephaim. Foi isso que arruinou os pecadores do velho mundo, os gigantes que existiam na terra naqueles dias. Seus convidados, que são tratados com essas águas roubadas, não estão apenas no caminho para o inferno e à beira dele, mas já estão nas profundezas do inferno, sob o poder do pecado, levados cativos por Satanás à sua vontade, e de vez em quando açoitados pelos terrores de suas próprias consciências, que são um inferno na terra. As profundezas de Satanás são as profundezas do inferno; o pecado sem remorso é uma ruína sem remédio, já é o abismo sem fundo. Assim Salomão mostra o anzol; aqueles que acreditam nele não se intrometerão na isca.

(Nota do Tradutor: Não basta apenas conhecer todos estes princípios e mandamentos apresentados relativamente à aquisição da Sabedoria, pois isto não se trata apenas de aquisição de conhecimento intelectual e nocional destas e de outras Escrituras, pois temos na pessoa do próprio Salomão, que os escreveu por inspiração divina, e tinha um adequado conhecimento deles, veio, ele próprio a transgredi-los e a cair em odiosos pecados, como até mesmo o de idolatria, quando envelheceu, e tinha juntado para si várias esposas e concubinas. Então, conforme o dizer de nosso Senhor Jesus Cristo para os saduceus de que eles erravam por não conhecerem tanto as Escrituras quanto o poder de Deus. É necessário ter a Palavra de Deus aplicada à vida pelo poder do Espírito Santo, pois, conforme afirmado pelo apóstolo Paulo a Palavra de Deus deve ser misturada com a fé, e que o reino de Deus não consiste apenas em palavras mas em poder. A piedade sem a prática pode ter a forma, mas jamais o poder da vida do próprio Cristo manifestado em toda a nossa conduta. Além de tudo isto, devemos considerar que o valor da nossa fé, como o ouro, deve ser provado nas tribulações, para que possa ser refinada, instruindo-nos a obter sabedoria para o modo como devemos receber pela graça de Jesus, mediante o poder do Espírito Santo, não apenas paciência para suportar tais provações, como também a sermos transformados e aumentados em santificação por meio da instrumentalidade delas.)

 

Provérbios 10

Até agora estivemos no alpendre ou no prefácio dos provérbios, aqui eles começam. São frases curtas, mas pesadas; a maioria deles são dísticos, duas frases em um verso, ilustrando uma à outra; mas é raro que haja qualquer coerência entre os versículos, muito menos qualquer fio de discurso e, portanto, nestes capítulos não precisamos tentar reduzir o conteúdo aos seus títulos apropriados; as diversas sentenças aparecerão melhor em seus próprios lugares. O objetivo de todos eles é colocar diante de nós o bem e o mal, a bênção e a maldição. Muitos dos provérbios deste capítulo referem-se ao bom governo da língua, sem o qual a religião dos homens é vã.

Provérbios pesados.

1 Provérbios de Salomão. O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe.

Salomão, falando conosco como a filhos, observa aqui o quanto o conforto dos pais, natural, político e eclesiástico, depende do bom comportamento daqueles sob seus cuidados, como uma razão,

1. Por que os pais devem ter o cuidado de dar a seus filhos uma boa educação, e educá-los nos caminhos da religião, que, se obtiver o efeito desejado, eles próprios terão o conforto disso, ou, se não, terão como apoio sob o peso que enfrentam ao cumprirem o seu dever, mediante o seu esforço.

2. Por que os filhos devem comportar-se bem e com sabedoria, e viver de acordo com sua boa educação, para que possam alegrar o coração de seus pais e não entristecê-los. Observe,

(1.) Isso aumenta o conforto dos jovens que são piedosos e discretos, pois assim eles fazem algo para recompensar seus pais por todos os cuidados e sofrimentos que tiveram com eles, e lhes proporcionam prazer nos dias ruins da velhice, quando mais precisam; e é dever dos pais regozijar-se com a sabedoria e o bem-estar de seus filhos, sim, embora isso chegue a tal eminência que os eclipse.

(2.) Acrescenta-se à culpa daqueles que se comportam mal o fato de, com isso, entristecerem aqueles a quem deveriam ser uma alegria, e serem um peso, especialmente para suas pobres mães, que os deram à luz com tristeza, mas com maior tristeza os veem perversos e vis.

2 Os tesouros da impiedade de nada aproveitam, mas a justiça livra da morte.

3 O SENHOR não deixa ter fome o justo, mas rechaça a avidez dos perversos.

Esses dois versículos falam do mesmo significado, e o último pode ser a razão do primeiro.

1. Aquela riqueza que os homens obtêm injustamente não lhes fará bem algum, porque Deus a destruirá: Tesouros da maldade para nada aproveitam. Os tesouros das pessoas iníquas, muito mais o tesouro do qual elas se tornaram senhores por qualquer pessoa iníqua, pela opressão da fraude, embora seja sempre um tesouro, e guardado com segurança, embora seja um tesouro escondido, mas não lucra nada; quando lucros e perdas são equilibrados, o lucro obtido pelos tesouros não compensará de forma alguma a perda sofrida pela maldade, Mateus 16. 26. Eles não beneficiam a alma; eles não comprarão nenhum verdadeiro conforto ou felicidade. Eles não substituirão um homem na morte ou no julgamento do grande dia; e a razão é porque Deus rejeita os bens dos ímpios (v. 3); ele tira deles aquilo que eles obtiveram injustamente; ele rejeita a consideração disso, não considerando mais os ricos do que os pobres. Muitas vezes vemos aqueles dispersos pela justiça de Deus que foram reunidos pela injustiça dos homens. Como podem os tesouros da maldade lucrar, quando, embora sejam considerados substância, Deus os joga fora e eles desaparecem como uma sombra?

2. Aquilo que for obtido honestamente terá um bom resultado, pois Deus o abençoará. A justiça livra da morte, isto é, a riqueza obtida, guardada e usada de maneira correta (justiça significa honestidade e caridade); atende ao fim da riqueza, que é nos manter vivos e ser uma defesa para nós. Libertará daqueles julgamentos que os homens trazem sobre si mesmos por sua maldade. Lucrará a tal ponto que se livrará, embora não do golpe da morte, mas da ferroada e, consequentemente, do terror. Porque o Senhor não permitirá que a alma dos justos passe fome (v. 3), e assim a sua justiça os livra da morte, puramente pelo favor de Deus para com eles, que é a sua vida e sustento, e que os manterá vivos em fome. A alma dos justos será mantida viva pela palavra de Deus e pela fé em sua promessa, quando os leões jovens carecerem e sofrerem fome.

4 O que trabalha com mão remissa empobrece, mas a mão dos diligentes vem a enriquecer-se.

Dizem-nos aqui:

1. Quem são aqueles que, embora ricos, estão em vias de se tornarem pobres - aqueles que lidam com mãos negligentes, que são descuidados e negligentes em seus negócios, e não se importam com qual fim está em primeiro lugar, nem sempre dedicam-se vigorosamente ao trabalho ou persistem nele; aqueles que lidam com mão enganosa (para que possa ser lido); aqueles que pensam em enriquecer através de fraudes e trapaças irão, no final, empobrecer-se, não apenas trazendo a maldição de Deus sobre o que possuem, mas também perdendo sua reputação perante os homens; ninguém se importará em lidar com aqueles que lidam com prestidigitação e são honestos apenas com boa aparência.

2. Quem são aqueles que, embora pobres, estão em condições de enriquecer - aqueles que são diligentes e honestos, que são cuidadosos com seus negócios e, o que suas mãos encontram para fazer, o fazem com todas as suas forças, em de forma justa e honrada, esses provavelmente aumentarão o que possuem. A mão dos agudos (assim alguns), daqueles que são afiados, mas não afiados; a mão do ativo (assim outros); a mão que agita ganha um centavo. Isto é verdade nos assuntos de nossas almas, bem como nos assuntos mundanos; a preguiça e a hipocrisia levam à pobreza espiritual, mas aqueles que são fervorosos de espírito, servindo ao Senhor, provavelmente serão ricos em fé e em boas obras.

5 O que ajunta no verão é filho sábio, mas o que dorme na sega é filho que envergonha.

Aqui está:

1. O justo elogio daqueles que aproveitam suas oportunidades, que se esforçam para reunir e aumentar o que têm, tanto para a alma quanto para o corpo, que cuidam do futuro enquanto a provisão deve ser feita, que se reúnem no verão, que é tempo de coleta. Quem faz isso é um filho sábio e é uma honra; ele age com sabedoria para com seus pais, a quem, se houver ocasião, ele deve manter, e dá reputação a si mesmo, à sua família e à sua educação.

2. A justa censura e culpa daqueles que desperdiçam estas oportunidades: Aquele que dorme, ama o seu bem-estar, perde o seu tempo e negligencia o seu trabalho, especialmente quem dorme na colheita, quando deveria estar descansando para o inverno, quem deixa perder o tempo de se munir daquilo de que terá ocasião, é um filho que causa vergonha; porque ele é um filho tolo; ele prepara a vergonha para si mesmo quando o inverno chega e reflete a vergonha sobre todos os seus amigos. Aquele que adquire conhecimento e sabedoria nos dias de sua juventude se reúne no verão e terá o conforto e o crédito de seu trabalho; mas aquele que perde os dias da sua juventude carregará a vergonha da sua indolência quando envelhecer.

6 Sobre a cabeça do justo há bênçãos, mas na boca dos perversos mora a violência.

Aqui está:

1. A cabeça dos justos coroada com bênçãos, com as bênçãos de Deus e do homem. Variedade de bênçãos, abundância de bênçãos descerão do alto e permanecerão visivelmente na cabeça dos homens bons, bênçãos reais; eles não serão apenas bem falados, mas também bem tratados. Bênçãos estarão em suas cabeças como uma coroa para adorná-los e dignificá-los e como um capacete para protegê-los.

2. A boca dos ímpios coberta de violência. Suas bocas serão tapadas de vergonha pela violência que cometeram; eles não terão uma palavra a dizer em desculpa para si mesmos (Jó 5:16); sua respiração será interrompida com a violência que lhes será feita, quando suas ações violentas retornarem às suas cabeças, retornarão aos seus dentes.

7 A memória do justo é abençoada, mas o nome dos perversos cai em podridão.

Tanto os justos como os ímpios, quando seus dias forem cumpridos, deverão morrer. Entre seus corpos na sepultura não há diferença visível; entre as almas de um e de outro, no mundo dos espíritos, há uma grande diferença, e assim há, ou deveria haver, entre suas memórias, que lhes sobrevivem.

I. Bons homens são e devem ser bem comentados quando se vão; é uma das bênçãos que recai sobre a cabeça do justo, mesmo quando sua cabeça é colocada. Homens abençoados deixam para trás memórias abençoadas.

1. Faz parte da dignidade dos santos, especialmente daqueles que se distinguem pela virtude e são eminentemente úteis, que sejam lembrados com respeito quando morrem. Seu bom nome, seu nome junto aos homens bons, para coisas boas, é então de maneira especial como um unguento precioso, Ecl 7.1. Aqueles que honram a Deus ele honrará assim, Sal 112. 3, 6, 9. Os presbíteros pela fé obtiveram um bom testemunho (Hb 11.2) e, estando mortos, ainda são mencionados.

2. Faz parte do dever dos sobreviventes: Que seja abençoada a memória do justo, assim os judeus o leem, e o observam como um preceito, não nomeando um homem eminentemente justo que está morto sem acrescentar: Que sua memória seja abençoada. Devemos deleitar-nos em fazer uma menção honrosa aos homens bons que se foram, louvar a Deus por eles, e pelos seus dons e graças que apareceram neles, e especialmente ser seguidores deles naquilo que é bom.

II. Homens maus são e serão esquecidos ou falados com desprezo. Quando seus corpos apodrecerem na sepultura, seus nomes também apodrecerão. Ou eles não serão preservados de forma alguma, mas serão enterrados no esquecimento (nada de bom pode ser dito deles e, portanto, a maior bondade que lhes pode ser feita será não dizer nada sobre eles), ou serão repugnantes e mencionados com o ódio, e aquela regra de honra, De mortuis nil nisi bonum – Não diga nada em detrimento dos mortos, não os protegerá. Onde a maldade foi notória e não pode deixar de ser mencionada, deve ser mencionada com aversão.

Marcas da Sabedoria e da Loucura.

8 O sábio de coração aceita os mandamentos, mas o insensato de lábios vem a arruinar-se.

Aqui está:

1. A honra e a felicidade dos obedientes. Eles receberão mandamentos; eles considerarão um privilégio, e na verdade uma facilidade para eles, estar sob um governo, o que lhes poupa o trabalho de deliberar e escolher por si próprios; e eles considerarão um favor ser informados de seu dever e advertidos a respeito dele. E esta é a sabedoria deles; aqueles que são sábios de coração e que são tratáveis, e aqueles que assim se curvam, assim se curvam, permanecerão e serão estabelecidos, prosperarão, sendo bem aconselhados.

2. A vergonha e a ruína dos desobedientes, que não serão governados, nem suportarão qualquer jugo, que não serão ensinados, nem aceitarão qualquer conselho. São tolos, pois agem contra si mesmos e contra seus próprios interesses; eles geralmente são tolos tagarelas, tolos de lábios, cheios de conversa, mas cheios de tolices, vangloriando-se de si mesmos, tagarelando maldosamente contra aqueles que os admoestam (3 João 10) e fingindo dar conselhos e leis aos outros. De todos os tolos, nenhum é mais problemático do que os tolos tagarelas, nem os que mais se expõem; mas cairão no pecado, no inferno, porque não receberam os mandamentos. Aqueles que estão cheios de língua raramente olham bem para os seus pés e, portanto, tropeçam e caem.

9 Quem anda em integridade anda seguro, mas o que perverte os seus caminhos será conhecido.

10 O que acena com os olhos traz desgosto, e o insensato de lábios vem a arruinar-se.

Aqui nos é dito, e podemos confiar nisso,

1. Que a integridade dos homens será sua segurança: Aquele que anda retamente em direção a Deus e ao homem, que é fiel a ambos, que planeja como deve e pretende como diz, anda com segurança.; ele está seguro sob a proteção divina e tranquilo em uma segurança sagrada. Ele segue seu caminho com humilde ousadia, estando bem armado contra as tentações de Satanás, os problemas do mundo e as reprovações dos homens. Ele sabe em que terreno está, que guia segue, com que guarda está cercado e para que glória está indo, e portanto procede com segurança e grande paz, Is 32.17; 33. 15, 16. Alguns entendem como parte do caráter de um homem justo o fato de ele caminhar com segurança, em oposição a caminhar em todas as aventuras. Ele não ousará fazer aquilo que não esteja totalmente satisfeito em sua própria consciência no que diz respeito à legalidade, mas verá seu caminho claro em tudo.

2. Que a desonestidade dos homens será a sua vergonha: Aquele que perverte o seu caminho, que se desvia por caminhos tortuosos, que dissimula com Deus e com os homens, olha para um lado e rema para outro, embora possa por um tempo disfarçar-se e passar pela corrente, será conhecido por ser o que ele é. É mil para um, mas uma hora ou outra ele se trai; pelo menos, Deus o descobrirá no grande dia. Aquele que perverte os seus caminhos, documento erit – será feito de exemplo, para advertência a outros; então alguns.

10 O que acena com os olhos traz desgosto, e o insensato de lábios vem a arruinar-se.

Diz-se aqui que a diabrura ocorre:

1. Pecadores políticos, pretenciosos e que se disfarçam: Aquele que pisca os olhos, como se não prestasse atenção em você, quando ao mesmo tempo está observando uma oportunidade de lhe causar um mal., que faz sinais aos seus cúmplices quando deve ajudá-lo na execução de seus projetos perversos, todos executados por meio de truques e artifícios, causa tristeza tanto aos outros quanto a si mesmo. A engenhosidade não será desculpa para a iniquidade, mas o pecador deve arrepender-se ou fazer pior, arrepender-se ou ser arruinado por ela.

2. Pecadores públicos, tolos e que se expõem: Um tolo tagarela, cujos pecados vão antes do julgamento, cairá, como foi dito antes. Mas o seu caso é o menos perigoso dos dois e, embora se destrua, não causa tanta tristeza aos outros como aquele que pisca os olhos. O cachorro que morde nem sempre é o cachorro que late.

11 A boca do justo é manancial de vida, mas na boca dos perversos mora a violência.

Veja aqui,

1. Quão diligente é um homem bom, ao comunicar sua bondade, para fazer o bem com ela: Sua boca, a saída de sua mente, é um poço de vida; é uma fonte constante, de onde brotam bons discursos para a edificação dos outros, como riachos que regam a terra e a tornam fecunda, e para a sua consolação, como riachos que saciam a sede do viajante cansado. É como um poço de vida, puro e limpo, não apenas não envenenado, mas também não confuso, com qualquer comunicação corrupta.

2. Quão industrioso é um homem mau, ao esconder sua maldade, para ferir com ela: A boca dos ímpios cobre a violência, disfarça a diabrura planejada com profissões de amizade, para que possa ser realizada de forma mais segura e eficaz, como Joabe beijou e matou, Judas beijou e traiu; este é o seu pecado, ao qual responde o castigo (v. 6): A violência cobre a boca do ímpio; o que ele obteve pela violência será tirado dele pela violência, Jó 5. 4, 5.

12 O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.

Aqui está:

1. O grande malfeitor, e isso é malícia. Mesmo quando não há ocasião manifesta de conflito, o ódio procura ocasião e assim a agita e faz o trabalho do diabo. Essas são as pessoas mais rancorosas e mal-humoradas que podem existir, que têm prazer em unir seus vizinhos pelos ouvidos, por meio de histórias, suposições malignas e deturpações, explodindo as faíscas de discórdia, que estavam enterradas, em uma chama, na qual, com um prazer inexplicável, aquecem as mãos.

2. O grande pacificador, e esse é o amor, que cobre todos os pecados, isto é, as ofensas nas relações que ocasionam discórdia. O amor, em vez de proclamar e agravar a ofensa, oculta-a e atenua-a na medida em que é capaz de ser ocultada e atenuada. O amor desculpará a ofensa que cometemos por engano e imprudentemente; quando somos capazes de dizer que não houve má intenção, mas foi um descuido, e apesar de tudo amamos nosso amigo, isso cobre tudo. Ele também ignorará a ofensa que nos é feita, e assim a cobrirá e tirará o melhor proveito dela: desta forma o conflito é evitado ou, se iniciado, a paz é recuperada e restaurada rapidamente. O apóstolo cita isso, 1 Pe 4.8. O amor cobrirá uma multidão de pecados.

13 Nos lábios do prudente, se acha sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de senso.

Observe,

1. Sabedoria e graça são a honra dos homens bons: Aquele que tem entendimento, aquele bom entendimento que têm aqueles que cumprem os mandamentos, a sabedoria é encontrada em seus lábios, isto é, descobre-se que ela está lá, e consequentemente que ele tem dentro de si um bom tesouro, e daí deriva para o benefício de outros. É uma honra para um homem ter sabedoria, mas muito mais ser um instrumento para tornar os outros sábios.

2. A tolice e o pecado são a vergonha dos homens maus: A vara é para as costas daquele que é falto de entendimento - daquele que carece de um coração; ele se expõe aos açoites de sua própria consciência, aos flagelos da língua, às censuras do magistrado e aos justos julgamentos de Deus. Aqueles que tola e deliberadamente seguem caminhos iníquos estão preparando varas para si mesmos, cujas marcas serão sua desgraça perpétua.

14 Os sábios entesouram o conhecimento, mas a boca do néscio é uma ruína iminente.

Observe:

1. É sabedoria dos sábios que eles entesourem um estoque de conhecimento útil, que será a sua preservação: A sabedoria é, portanto, encontrada em seus lábios (v. 13), porque está guardada em seus corações, a partir de cujo tesouro, como o bom dono de casa, eles trazem coisas novas e velhas. Qualquer que seja o conhecimento que possa ser útil para nós em qualquer momento, devemos guardá-lo, porque não sabemos, se em algum momento poderemos ter ocasião para isso. Devemos continuar guardando enquanto vivermos; e certifiquemo-nos de guardá-lo com segurança, para que não seja necessário procurá-lo quando quisermos.

2. É a loucura dos tolos que eles acumulem o mal em seus corações, o que está pronto para eles em tudo o que dizem, e causa terror e destruição tanto para os outros quanto para si mesmos. Eles amam palavras devoradoras (Sl 52.4), e estas vêm em primeiro lugar. Sua boca está perto da destruição, tendo sempre à mão flechas afiadas de palavras amargas para serem lançadas.

15 Os bens do rico são a sua cidade forte; a pobreza dos pobres é a sua ruína.

Isso pode ser interpretado de duas maneiras:

1. Como uma razão pela qual devemos ser diligentes em nossos negócios, para que possamos evitar aquela inquietação desanimadora que acompanha a pobreza, e possamos desfrutar do benefício e do conforto que aqueles que estão à frente no mundo têm. Esforçar-se é realmente a maneira de tornar mais fácil para nós e nossas famílias. Ou melhor,

2. Como uma representação dos erros comuns tanto dos ricos como dos pobres, no que diz respeito à sua condição exterior.

(1.) As pessoas ricas se consideram felizes porque são ricas; mas o erro deles é: a riqueza do homem rico é, na sua própria concepção, a sua cidade forte, ao passo que o pior dos males é demasiado fraco e totalmente insuficiente para os proteger. Provará que não estão tão seguros como imaginam; não, sua riqueza talvez possa expô-los.

(2.) As pessoas pobres se consideram arruinadas porque são pobres; mas o erro deles é: a destruição dos pobres é a sua pobreza; isso afunda seus espíritos e arruína todos os seus confortos; ao passo que um homem pode viver muito confortavelmente, embora tenha apenas um pouco para viver, se estiver contente, mantiver uma boa consciência e viver pela fé.

16 A obra do justo conduz à vida, e o rendimento do perverso, ao pecado.

Salomão aqui confirma o que seu pai havia dito (Sl 37.16): Melhor é o pouco que um homem justo tem do que as riquezas de muitos ímpios.

1. Talvez um homem justo não tenha mais do que aquilo pelo qual trabalha arduamente; ele come apenas o trabalho de suas mãos, mas esse trabalho leva à vida; ele não visa nada além de obter um sustento honesto, não deseja ser rico e grande, mas está disposto a viver e manter sua família. Nem isso se aplica apenas à sua própria vida, mas ele se capacitaria para fazer o bem aos outros; ele trabalha para ter para dar (Ef 4.28); todos os seus negócios se voltam para uma boa conta ou outra. Ou pode significar seu trabalho na religião; ele se esforça mais naquilo que tem tendência para a vida eterna; ele semeia para o Espírito, para que possa colher a vida eterna.

2. Talvez a riqueza de um homem ímpio seja um fruto pelo qual ele não trabalhou, mas obteve facilmente, mas tende ao pecado. Ele faz dela o alimento e o combustível de suas concupiscências, de seu orgulho e de seu luxo; ele se machuca com isso e não fica bem; ele fica magoado com isso e fica endurecido em seus caminhos perversos. As coisas deste mundo são boas ou más, vida ou morte, conforme são usadas e como são aqueles que as possuem.

17 O caminho para a vida é de quem guarda o ensino, mas o que abandona a repreensão anda errado.

Veja aqui,

1. Que têm razão aqueles que não apenas recebem instrução, mas a retêm, que não a deixam escapar por descuido, como a maioria faz, nem a deixam ir para aqueles que a roubariam, que mantêm instrução com segurança, mantê-la pura e inteira, mantê-la para seu próprio uso, para que possam governar-se por ela, mantê-la para o benefício de outros, para que possam instruí-los; aqueles que fazem isso estão no caminho da vida, o caminho que traz verdadeiro conforto e vida eterna no final.

2. Que estão errados aqueles que não apenas não recebem instruções, mas também as recusam voluntária e obstinadamente quando lhes são oferecidas. Eles não aprenderão seu dever porque isso lhes revela suas falhas; eles têm uma aversão particular àquela instrução que contém reprovação, e certamente erram; é um sinal de que erram no julgamento e têm noções falsas do bem e do mal; é a causa de seus erros na conversa. O viajante que perdeu o caminho e não suporta que lhe digam isso e lhe mostrem o caminho certo, deve errar ainda, errar indefinidamente; ele certamente sente falta do caminho de vida.

O Próprio do Uso da Língua.

18 O que retém o ódio é de lábios falsos, e o que difama é insensato.

Observe aqui, Malícia é loucura e maldade.

1. É assim quando é ocultado pela bajulação e pela dissimulação: É um tolo, embora possa se considerar um político, aquele que esconde o ódio com lábios mentirosos, para que, se ele explodir, ele se envergonhe diante dos homens e perca a oportunidade de gratificar sua malícia. Os lábios mentirosos já são bastante ruins por si só, mas têm uma malignidade peculiar quando são transformados em um manto de maldade. Mas é um tolo quem pensa em esconder qualquer coisa de Deus.

2. Não é melhor quando é divulgado em linguagem maldosa e maliciosa: Aquele que profere calúnia também é um tolo, pois Deus, mais cedo ou mais tarde, trará essa justiça como a luz que ele se esforça para obscurecer, e encontrará um expediente para jogar fora a reprovação.

19 No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente.

Somos aqui advertidos a respeito do governo da língua, o dever necessário de um cristão.

1. É bom falar pouco, porque na multidão de palavras não há pecado, ou o pecado não cessa. Normalmente, aqueles que falam muito falam muito mal, e entre muitas palavras não pode deixar de haver muitas palavras ociosas, das quais eles devem prestar contas em breve. Aqueles que gostam de ouvir-se falar não consideram que trabalho estão fazendo para o arrependimento; pois isso será desejado, e o primeiro ou o último será obtido, onde não há pecado.

2. Portanto, é bom manter a boca como se fosse um freio: Aquele que refreia os lábios, que muitas vezes se controla, suprime o que pensou e retém o que iria acontecer, é um homem sábio; é uma evidência de sua sabedoria, e nisso ele consulta sua própria paz. Pouco dito é logo alterado, Amós 5. 13; Tg 1. 19.

20 Prata escolhida é a língua do justo, mas o coração dos perversos vale mui pouco.

21 Os lábios do justo apascentam a muitos, mas, por falta de senso, morrem os tolos.

Somos ensinados aqui como valorizar os homens, não pela sua riqueza e posição privilegiada no mundo, mas pela sua virtude.

I. Bons homens são bons para alguma coisa. Embora possam ser pobres e humildes no mundo, e possam não ter poder e riqueza para fazer o bem, ainda assim, enquanto tiverem boca para falar, isso os tornará valiosos e úteis, e por isso devemos honrar aqueles que temem ao Senhor, porque do bom tesouro do seu coração tiram coisas boas.

1. Isto os torna valiosos: A língua do justo é como prata escolhida; eles são sinceros, livres da escória da astúcia e dos desígnios malignos. As palavras de Deus são comparadas à prata purificada (Sl 12.6), pois podemos confiar nelas; e tais são as palavras de apenas homens. Elas têm peso e valor e enriquecerão aqueles que as ouvem com sabedoria, que é melhor do que a prata escolhida.

2. Torna-os úteis: Os lábios dos justos alimentam muitos; pois estão cheios da palavra de Deus, que é o pão da vida, e daquela sã doutrina com a qual as almas são nutridas. O discurso piedoso é alimento espiritual para os necessitados, para os famintos.

II. Homens maus não servem para nada.

1. Não se pode obter nenhum bem com eles: O coração do ímpio vale pouco e, portanto, aquilo que sai da abundância de seu coração não pode valer muito. Seus princípios, suas noções, seus pensamentos, seus propósitos e todas as coisas que o preenchem e o afetam são mundanos e carnais e, portanto, sem valor. Aquele que é da terra fala da terra, e não entende nem aprecia as coisas de Deus, João 3.31; 1 Cor 2. 14. O homem ímpio finge que, embora não fale de religião como os justos fazem, ainda assim a tem dentro de si e agradece a Deus porque seu coração é bom; mas aquele que sonda o coração aqui diz o contrário: não vale nada.

2. Não se pode fazer nada de bom para eles. Enquanto muitos são alimentados pelos lábios dos justos, os tolos morrem por falta de sabedoria; e, de fato, tolos morrerão por falta daquilo que poderiam facilmente obter. Os tolos morrem por falta de coração (assim diz a palavra); eles perecem por falta de consideração e resolução; eles não têm coragem de fazer nada para seu próprio bem. Enquanto os justos alimentam os outros, os tolos passam fome.

As vantagens dos justos.

22 A bênção do SENHOR enriquece, e, com ela, ele não traz desgosto.

A riqueza mundana é aquilo que a maioria dos homens tem no coração, mas geralmente erram tanto na natureza da coisa que desejam como na maneira pela qual esperam obtê-la; somos, portanto, informados aqui:

1. O que é essa riqueza que é realmente desejável, não tendo apenas abundância, mas tendo-a e sem tristeza com ela, sem cuidado inquietante para obtê-la e mantê-la, sem aborrecimento de espírito no gozo dela, nenhuma dor atormentadora pela perda dela, nenhuma culpa contraída pelo abuso dela - tê-la e ter um coração para receber o conforto dela, fazer o bem com ela e servir a Deus com alegria de coração no uso dela.

2. De onde se deve esperar esta riqueza desejável, não tornando-nos escravos do mundo (Sl 127. 2), senão pela bênção de Deus. É isso que enriquece e não acrescenta tristeza; o que vem do amor de Deus tem a graça de Deus como companheira, para preservar a alma daquelas concupiscências e paixões turbulentas das quais, de outra forma, o aumento das riquezas é comumente o incentivo. Ele havia dito (v. 4): A mão do diligente enriquece, como um meio; mas aqui ele atribui isso à bênção do Senhor; mas essa bênção está nas mãos dos diligentes. Está, portanto, nas riquezas espirituais. A diligência em obtê-los é nosso dever, mas a bênção e a graça de Deus devem ter toda a glória daquilo que é adquirido, Dt 8.17,18.

23 Para o insensato, praticar a maldade é divertimento; para o homem inteligente, o ser sábio.

Aqui está:

1. Pecado extremamente pecaminoso: É como o riso de um tolo fazer o mal; é tão natural para ele e tão agradável quanto rir para um homem. A maldade é o seu Isaque (essa é a palavra aqui); é o seu deleite, o seu querido, e aquilo com que ele se agrada. Ele faz do pecado um motivo de riso. Quando ele é avisado para não pecar, a partir da consideração da lei de Deus e da revelação de sua ira contra o pecado, ele zomba da admoestação e ri do tremor da lança; quando ele pecou, em vez de se lamentar por isso, ele se vangloria disso, ridiculariza as repreensões e ri das convicções de sua própria consciência, cap. 14. 9.

2. Sabedoria extremamente sábia, pois traz consigo a evidência de sua própria excelência; pode ser predicado de si mesmo, e isso é um elogio suficiente; você não precisa dizer mais nada em elogio a um homem de entendimento do que isto: "Ele é um homem de entendimento; ele tem sabedoria; ele é tão sábio que não faz mal, ou se ele, por descuido, se ofendeu, ele é tão sábio para não fazer piada disso." Ou, para declarar a sabedoria realmente sábia, leia-a assim: Assim como é um esporte para um tolo fazer diabruras, assim é para um homem de entendimento ter sabedoria e demonstrá-la. Além da recompensa futura, um homem bom tem tanto prazer presente nas restrições e exercícios da religião quanto os pecadores podem pretender nas liberdades e prazeres do pecado, e muito mais, e muito melhor.

24 Aquilo que teme o perverso, isso lhe sobrevém, mas o anelo dos justos Deus o cumpre.

25 Como passa a tempestade, assim desaparece o perverso, mas o justo tem perpétuo fundamento.

É aqui dito, e dito novamente, aos justos, que tudo irá bem para eles, e aos ímpios: Ai deles; e estes são colocados um contra o outro, para ilustração mútua.

I. Será tão ruim para os ímpios quanto eles possam temer, e tão bom para os justos quanto eles desejarem.

1. Os ímpios, é verdade, às vezes se animam em sua maldade com vãs esperanças que os enganarão, mas em outras ocasiões eles não podem deixar de ser assombrados por medos justos, e esses medos virão sobre eles; o Deus que eles provocam será tão terrível quanto eles, quando estão sob suas maiores dificuldades, o imaginam. Assim como é o teu medo, assim é a tua ira, Sl 90.11. Os homens ímpios temem o castigo do pecado, mas não têm sabedoria para melhorar seus medos escapando, e assim aquilo que temiam se apodera deles, e seus terrores presentes são a garantia de seus tormentos futuros.

2. Os justos, é verdade, às vezes têm seus medos, mas seu desejo é o favor de Deus e a felicidade nele, e esse desejo será concedido. De acordo com a sua fé, e não de acordo com o seu medo, lhes será assim, Sl 37.4.

II. A prosperidade dos ímpios terminará rapidamente, mas a felicidade dos justos nunca terminará. Os ímpios fazem grande barulho, apressam-se a si mesmos e aos outros, como um redemoinho, que ameaça derrubar todos que estão diante dele; mas, como um redemoinho, eles desaparecem e passam irrecuperavelmente; eles não existem mais; todos ao seu redor ficam quietos e felizes quando a tempestade passa, Sl 37.10, 36; Jó 20. 5. Os justos, pelo contrário, não fazem ostentação; eles estão escondidos, como um alicerce, que é baixo e fora de vista, mas estão firmes em sua resolução de se apegar a Deus, estabelecidos na virtude, e serão um alicerce eterno, inabalavelmente bom. Aquele que é santo será santo ainda e inabalavelmente feliz; sua esperança está construída sobre uma rocha e, portanto, não fica chocada com a tempestade, Mateus 7. 24. O justo é o pilar do mundo (assim alguns leem); o mundo representa o bem deles; a semente sagrada é a sua substância.

Os Justos Exclusivamente Felizes.

26 Como vinagre para os dentes e fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam.

Observe,

1. Aqueles que são de disposição preguiçosa, que amam sua comodidade e não podem aplicar suas mentes a qualquer negócio, não estão aptos para serem empregados, não, nem mesmo para serem enviados em uma missão, pois eles não entregarão uma mensagem com todo o cuidado e sem pressa de voltar. Esses, portanto, são muito inadequados para serem ministros, mensageiros de Cristo; ele não reconhecerá o envio de preguiçosos para a sua colheita.

2. Aqueles que são culpados de um descuido tão grande a ponto de confiar-lhes qualquer assunto e depositar confiança neles, certamente ficarão aborrecidos com eles. Um servo preguiçoso é para seu senhor tão inquieto e problemático quanto o vinagre para os dentes e a fumaça para os olhos; ele provoca sua paixão, como o vinagre irrita os dentes, e lhe causa tristeza ao ver seu negócio negligenciado e desfeito, como a fumaça faz chorar nos olhos.

27 O temor do SENHOR prolonga os dias da vida, mas os anos dos perversos serão abreviados.

28 A esperança dos justos é alegria, mas a expectação dos perversos perecerá.

Observe:

1. A religião prolonga a vida dos homens e coroa suas esperanças. Que homem é aquele que ama a vida? Deixe-o temer a Deus, e isso o protegerá de muitas coisas que prejudicariam sua vida, e lhe garantirá vida suficiente neste mundo e vida eterna no outro; o temor do Senhor acrescentará dias a mais do que se esperava, os acrescentará indefinidamente, os prolongará até os dias da eternidade. Que homem é aquele que veria bons dias? Que ele seja religioso, e então seus dias não serão apenas muitos, mas felizes, muito felizes e também muitos, pois a esperança dos justos será alegria; eles terão o que esperam, para sua indescritível satisfação. É algo futuro e invisível em que eles colocam a sua felicidade (Rm 8.24,25), não o que eles têm em mãos, mas o que eles têm na esperança, e a sua esperança em breve será absorvida pela fruição, e será a sua esperança. alegria eterna. Entre na alegria do seu Senhor.

2. A maldade encurta a vida dos homens e frustra suas esperanças: Os anos dos ímpios, que são gastos nos prazeres do pecado e no trabalho penoso do mundo, serão encurtados. Corte as árvores que ocupam o solo. E qualquer conforto ou felicidade que um homem perverso prometa a si mesmo, neste mundo ou no outro, ele ficará frustrado; porque a expectativa dos ímpios perecerá; sua esperança se transformará em desespero sem fim.

29 O caminho do SENHOR é fortaleza para os íntegros, mas ruína aos que praticam a iniquidade.

30 O justo jamais será abalado, mas os perversos não habitarão a terra.

Esses dois versículos têm o mesmo significado dos seguintes, sugerindo a felicidade dos piedosos e a miséria dos ímpios; é necessário que isso nos seja inculcado, por isso devemos acreditar e considerar isso.

1. A integridade e a estabilidade implicam força: O caminho do Senhor (a providência de Deus, o modo como Ele caminha em nossa direção) é força para o justo, confirma-o na sua retidão. Todo o trato de Deus com ele, misericordioso e aflitivo, serve para vivificá-lo em seu dever e animá-lo contra seu desânimo. Ou o caminho do Senhor (o caminho da piedade, no qual ele nos designa para andar) é força para os retos; quanto mais nos aproximamos desse caminho, mais nossos corações se alargam para prosseguir nele, mais preparados estaremos para serviços e sofrimentos. Uma boa consciência, mantida pura do pecado, dá ao homem ousadia em tempos perigosos, e a constante diligência no dever torna o trabalho do homem mais fácil em momentos de grande movimento. Quanto mais fazemos para Deus, mais podemos fazer, Jó 17. 9. Aquela alegria do Senhor que só pode ser encontrada no caminho do Senhor será a nossa força (Ne 8.10) e, portanto, os justos nunca serão removidos. Aqueles que têm uma virtude estabelecida têm uma paz e uma felicidade estabelecidas das quais nada pode roubá-los; eles têm um fundamento eterno, v. 25.

2. Ruína e destruição são consequências certas da maldade. Os ímpios não apenas não herdarão a terra, embora nela acumulem seu tesouro, mas nem sequer habitarão a terra; os julgamentos de Deus irão erradicá-los. A destruição, destruição rápida e segura, será para os que praticam a iniquidade, destruição da presença do Senhor e da glória do seu poder. Não, aquele caminho do Senhor que é a força dos retos é consumo e terror para os que praticam a iniquidade; o mesmo evangelho que para um é cheiro de vida para vida, para outro é cheiro de morte para morte; a mesma providência, como o mesmo sol, suaviza um e endurece o outro, Os 14. 9.

31 A boca do justo produz sabedoria, mas a língua da perversidade será desarraigada.

32 Os lábios do justo sabem o que agrada, mas a boca dos perversos, somente o mal.

Aqui, como antes, os homens são julgados e, consequentemente, são justificados ou condenados, pelas suas palavras, Mateus 12.37.

1. É tanto a prova quanto o elogio da sabedoria e da bondade de um homem que ele fala bem e com sabedoria. Um homem bom, em seu discurso, traz sabedoria para o benefício dos outros. Deus lhe dá sabedoria como recompensa pela sua justiça (Ec 2.26), e ele, em gratidão por esse dom e justiça para com o doador, faz o bem com ela, e com seus discursos sábios e piedosos edifica a muitos. Ele sabe o que é aceitável, que discurso será agradável a Deus (pois é isso que ele estuda mais do que para agradar a companhia), e o que será agradável tanto para o orador quanto para os ouvintes, o que será adequado para ele e os beneficiará., e que ele falará.

2. É o pecado, e será a ruína, de um homem ímpio, que ele fale mal como ele mesmo. A boca do ímpio fala perversidade, aquilo que desagrada a Deus e provoca aqueles com quem conversa; e qual é o problema disso? Ora, a língua perversa será cortada, tão certamente quanto a língua lisonjeira, Sal 12. 3.

 

Provérbios 11

Provérbios pesados.

1 A balança falsa é abominável para o SENHOR, mas o peso justo é o seu deleite.

Assim como a religião para com Deus é um ramo da retidão universal (ele não é um homem honesto que não é devoto), assim a retidão para com os homens é um ramo da verdadeira religião, pois aquele que não é honesto não é um homem piedoso, nem pode esperar que sua devoção deveria ser aceita; pois,

1. Nada é mais ofensivo a Deus do que o engano no comércio. Um falso equilíbrio é aqui colocado para todos os tipos de práticas injustas e fraudulentas no trato com qualquer pessoa, que são todas uma abominação para o Senhor, e tornam abomináveis aqueles que se permitem o uso de tais artes malditas de prosperidade. É uma afronta à justiça, da qual Deus é o patrono, bem como uma injustiça ao próximo, de quem Deus é o protetor. Os homens menosprezam tais fraudes e pensam que não há pecado naquilo em que há dinheiro para ser obtido e, enquanto isso passa despercebido, eles não podem culpar-se por isso; uma mancha não é mancha até ser atingida, Os 12. 7, 8. Mas eles não são menos uma abominação para Deus, que será o vingador daqueles que são defraudados por seus irmãos.

2. Nada é mais agradável a Deus do que o tratamento justo e honesto, nem mais necessário para tornar a nós e às nossas devoções aceitáveis para ele: Um peso justo é o seu deleite. Ele mesmo segue um peso justo e segura a balança do julgamento com mão equilibrada e, portanto, fica satisfeito com aqueles que aqui são seus seguidores. Uma balança engana, sob o pretexto de fazer o que é certo com mais exatidão e, portanto, é a maior abominação para Deus.

2 Quando vem o orgulho, então vem a vergonha; mas com os humildes está a sabedoria.

Observe,

1. Como aquele que se exalta é aqui humilhado e desprezado. Quando chega o orgulho, vem a vergonha. O orgulho é um pecado do qual os homens têm motivos para se envergonhar; é uma vergonha para um homem que brota da terra, que vive de esmolas, depende de Deus e perdeu tudo o que tem para se orgulhar. É um pecado que outros envergonham e olham com desdém; quem é arrogante torna-se desprezível; é um pecado pelo qual Deus muitas vezes derruba os homens, como fez com Nabucodonosor e Herodes, cuja ignomínia imediatamente acompanhou sua vã glória; pois Deus resiste aos orgulhosos, os contradiz e os contraria naquilo de que eles se orgulham, Is 2.11, etc.

2. Como aquele que se humilha é aqui exaltado, e um caráter elevado lhe é dado. Assim como para os orgulhosos há loucura e haverá vergonha, assim também para os humildes há sabedoria e haverá honra, pois a sabedoria de um homem ganha respeito e faz seu rosto brilhar diante dos homens; ou, se alguém for tão vil a ponto de pisar nos humildes, Deus lhes dará a graça que será sua glória. Considerando quão seguros e tranquilos são aqueles que têm um espírito humilde, que comunhão eles têm com Deus e conforto em si mesmos, diremos: Com os humildes está a sabedoria.

Vantagens dos Justos.

3 A integridade dos retos os guiará, mas a perversidade dos transgressores os destruirá.

Não é apenas prometido que Deus guiará os retos e ameaçado de destruir os transgressores, mas, para que possamos estar mais plenamente seguros de ambos, é aqui representado como se a natureza da coisa fosse tal em ambos os lados. que ele mesmo faria isso.

1. A integridade de um homem honesto será por si mesma o seu guia no caminho do dever e da segurança. Seus princípios são fixos, seu governo é certo e, portanto, seu caminho é claro; sua sinceridade o mantém firme, e ele não precisa mudar de rumo toda vez que o vento muda, não tendo outro fim para dirigir a não ser manter a consciência limpa. A integridade e a retidão preservarão os homens, Sl 25. 21.

2. A iniquidade de um homem mau será por si só a sua ruína. Assim como a simplicidade de um homem bom será sua proteção, embora ele esteja sempre tão exposto, a perversidade dos pecadores será sua destruição, embora eles se considerem bem fortalecidos. Eles cairão em covas que eles próprios cavaram, cap. 5. 22.

4 As riquezas não aproveitam no dia da ira, mas a justiça livra da morte.

Nota:

1. O dia da morte será um dia de ira. É um mensageiro da ira de Deus; portanto, quando Moisés meditou sobre a mortalidade do homem, ele aproveitou a ocasião para admirar o poder da ira de Deus, Sl 110.11. É uma dívida não para com a natureza, mas para com a justiça de Deus. Após a morte, o julgamento, e esse é um dia de ira, Ap 6. 17.

2. As riquezas não servirão de nada aos homens naquele dia. Eles não vão acalmar o golpe nem aliviar a dor, muito menos tirar a ferroada; que proveito terão então os direitos de nascença deste mundo? No dia dos julgamentos públicos, as riquezas muitas vezes expõem os homens em vez de os proteger, Ezequiel 7. 19.

3. É somente a justiça que livrará do mal da morte. Uma boa consciência tornará a morte fácil e eliminará o terror dela; é privilégio dos justos apenas não serem feridos pela segunda morte e, portanto, não serem muito feridos pela primeira.

5 A justiça do perfeito endireitará o seu caminho, mas o ímpio cairá pela sua própria maldade.

6 A justiça dos retos os livrará; mas os transgressores serão apanhados na sua própria maldade.

Esses dois versículos são, na verdade, iguais. Pois as verdades são aqui de tal certeza e peso que não podem ser inculcadas com demasiada frequência. Vamos nos governar por esses princípios.

I. Que os caminhos da religião são claros e seguros, e neles podemos desfrutar de uma segurança sagrada. Um princípio vivo de honestidade e graça será:

1. Nossa melhor orientação no caminho certo, em cada caso duvidoso, dizer-nos: Este é o caminho, ande nele. Aquele que age sem guia olha diretamente e vê o caminho diante dele.

2. Nossa melhor libertação de todos os caminhos falsos: A justiça dos retos será uma armadura de prova para eles, para livrá-los das seduções do diabo e do mundo, e de suas ameaças.

Os caminhos da maldade são perigosos e destrutivos: Os ímpios cairão na miséria e na ruína por sua própria maldade, e serão apanhados em sua própria maldade como em uma armadilha. Ó Israel! Você destruiu a si mesmo. O pecado deles será o seu castigo; aquilo mesmo pelo qual eles conseguiram se proteger será contra eles.

7 Quando morrer o ímpio, perecerá a sua esperança; e perecerá a esperança dos injustos.

Nota:

1. Mesmo os homens ímpios, enquanto vivem, podem manter uma expectativa confiante de felicidade quando morrerem, ou pelo menos de felicidade neste mundo. O hipócrita tem a sua esperança, na qual se envolve como a aranha na sua teia. O mundano espera grandes coisas de sua riqueza; ele chama isso de bens guardados por muitos anos e espera relaxar e se divertir; mas na morte a sua expectativa será frustrada: o mundano deve deixar este mundo no qual esperava continuar e o hipócrita ficará aquém daquele mundo para o qual esperava mudar, Jó 27. 8.

2. Será o grande agravamento da miséria das pessoas iníquas que suas esperanças se afundem no desespero justamente quando esperam que sejam coroadas de frutos. Quando um homem piedoso morre, suas expectativas são superadas e todos os seus medos desaparecem; mas quando um homem ímpio morre, suas expectativas são frustradas, despedaçadas; naquele mesmo dia perecem seus pensamentos com os quais ele se agradou, suas esperanças desaparecem.

8 O justo é libertado da angústia, e o ímpio vem em seu lugar.

Como sempre na morte, às vezes também na vida, os justos são notavelmente favorecidos e os ímpios contrariados.

1. Boas pessoas são ajudadas a sair das angústias em que se julgavam perdidas, e os seus pés são colocados numa grande sala, Sl 66.12; 34. 19. Deus descobriu uma maneira de libertar seu povo mesmo quando eles se desesperaram e seus inimigos triunfaram, como se o deserto os tivesse encerrado foi fundamental para trazer os justos, de modo que eles parecem vir em seu lugar, como resgate pelos justos. Mordecai é salvo da forca, Daniel da cova dos leões e Pedro da prisão; e os seus perseguidores vêm em seu lugar. Os israelitas são libertados do Mar Vermelho e os egípcios afogados nele. Tão preciosos são os santos aos olhos de Deus que ele dá homens para eles, Is 43.3,4.

Verdades Comuns.

9 O hipócrita destrói o seu próximo com a sua boca; mas pelo conhecimento o justo será libertado.

Aqui está:

1. Hipocrisia projetando o mal. Não é apenas o assassino com sua espada, mas o hipócrita com sua boca, que destrói seu próximo, induzindo-o ao pecado ou ao mal, pelas falsas pretensões de bondade e boa vontade. A morte e a vida estão no poder da língua, mas nenhuma língua é mais fatal do que a língua lisonjeira.

2. Honestidade derrotando o desígnio e escapando da armadilha: Através do conhecimento dos ardis de Satanás o justo será libertado das armadilhas que o hipócrita preparou para ele; os sedutores não enganarão os eleitos. Pelo conhecimento de Deus, das Escrituras e de seus próprios corações, os justos serão libertos daqueles que estão à espreita para enganar e, assim, destruir, Romanos 16.18,19.

10 Quando vai bem aos justos, a cidade se alegra; e quando os ímpios perecem, há júbilo.

11 Pela bênção dos retos a cidade é exaltada, mas pela boca dos ímpios é derrubada.

É aqui observado,

I. Que os homens bons são geralmente amados pelos seus vizinhos, mas ninguém se importa com os maus.

1. É verdade que existem alguns poucos que são inimigos dos justos, que têm preconceito contra Deus e a piedade e, portanto, ficam irritados ao ver homens bons no poder e na prosperidade; mas todas as pessoas indiferentes, mesmo aquelas que não têm grande base religiosa, têm uma boa palavra para um homem bom; e, portanto, quando tudo vai bem para os justos, quando eles avançam e são colocados na capacidade de fazer o bem de acordo com seu desejo, é tanto melhor para todos ao seu redor, e a cidade se regozija. Para honra e encorajamento da virtude, e como é o cumprimento da promessa de Deus, deveríamos ficar felizes em ver homens virtuosos prosperarem no mundo e ganharem reputação.

2. As pessoas más podem talvez ter aqui e ali um simpatizante entre aqueles que são totalmente iguais a elas, mas entre a maioria dos seus vizinhos eles recebem má vontade; podem ser temidos, mas não são amados e, portanto, quando morrem, há gritos; todos têm prazer em vê-los desonrados e desarmados, removidos de lugares de confiança e poder, expulsos do mundo, e desejam que nenhuma perda maior possa ocorrer à cidade, antes porque esperam que os justos possam vir em seu lugar, enquanto eles enfrentam problemas em vez dos justos. Que o senso de honra, portanto, nos mantenha nos caminhos da virtude, para que possamos viver desejados e morrer lamentados, e não sermos expulsos do palco, Jó 27.23; Sal 52. 6.

II. Que há uma boa razão para isso, porque aqueles que são bons fazem o bem, mas (como diz o provérbio dos antigos) a maldade procede dos ímpios.

1. Homens bons são bênçãos públicas – Vir bônus est commune bonum. Pela bênção dos retos, pelas bênçãos com que são abençoados, que ampliam sua esfera de utilidade - pelas bênçãos com que abençoam seus vizinhos, seus conselhos, seu exemplo, suas orações e todos os exemplos de sua utilidade para o interesse público - pelas bênçãos com as quais Deus abençoa os outros por causa deles - por meio deles a cidade é exaltada e tornada mais confortável para os habitantes, e mais considerável entre seus vizinhos.

2. Os homens ímpios são um incômodo público, não apenas os fardos, mas as pragas de sua geração. A cidade é derrubada pela boca dos ímpios, cujas más comunicações corrompem as boas maneiras, são suficientes para depravar uma cidade, arruinar a virtude nela e fazer cair sobre ela os julgamentos de Deus.

12 Quem não tem sabedoria despreza o seu próximo, mas o homem sensato se cala.

13 O fofoqueiro revela segredos, mas quem tem espírito fiel esconde o assunto.

I. O silêncio é aqui recomendado como um exemplo de amizade verdadeira e um preservador dela e, portanto, uma evidência,

1. De sabedoria: Um homem de entendimento, que domina seu próprio espírito, se for provocado, mantém sua paz, para que ele não possa dar vazão à sua paixão nem despertar a paixão dos outros por meio de qualquer linguagem injuriosa ou reflexões rabugentas.

2. De sinceridade: Aquele que tem um espírito fiel, que é fiel, não apenas à sua própria promessa, mas ao interesse do seu amigo, esconde todos os assuntos que, se divulgados, podem prejudicar o seu próximo.

II. Esta ocultação prudente e amigável se opõe aqui a dois vícios muito ruins da língua:

1. Falando com desdém de um homem na sua cara: Aquele que é vazio de sabedoria descobre sua loucura com isso; ele despreza o próximo, chama-o de Raca, e tolo, à menor provocação, e pisoteia-o como não digno de ser colocado com os cães do seu rebanho. Desvaloriza-se quem subvaloriza alguém que é feito do mesmo molde.

2. Falar maldosamente de um homem pelas costas: Um fofoqueiro, que carrega todas as histórias que pode colher, verdadeiras ou falsas, de casa em casa, para fazer diabruras e semear discórdia, revela segredos que lhe foram confiados., e assim infringe as leis e perde todos os privilégios de amizade e conversação.

14 Onde não há conselho, o povo cai; mas na multidão de conselheiros há segurança.

Aqui está:

1. O mau presságio da ruína de um reino: onde não há conselho, nenhuma consulta, mas tudo é feito precipitadamente, ou nenhuma consulta prudente para o bem comum, mas apenas conspiração para partidos e interesses divididos, o povo cai, desintegram-se em facções, caem em pedaços, caem juntos pelos ouvidos e tornam-se presas fáceis de seus inimigos comuns. Os conselhos de guerra são necessários às operações de guerra; dois olhos veem mais do que um; e o aconselhamento mútuo visa à assistência mútua.

2. O bom presságio da prosperidade de um reino: Na multidão de conselheiros, que percebem a necessidade uns dos outros e agem em conjunto e com preocupação pelo bem-estar público, há segurança; pois quais métodos prudentes alguém discerne, outro não pode. Em nossos assuntos privados, muitas vezes acharemos vantajoso aconselhar-nos com muitos; se concordarem em seus conselhos, nosso caminho será mais claro; se diferirem, ouviremos o que deve ser dito de todos os lados e seremos mais capazes de determinar.

As recompensas da justiça.

15 Quem fica por fiador de um estranho sofrerá por isso; e quem odeia a fiança está seguro.

Aqui somos ensinados:

1. Em geral, que não podemos usar nossas propriedades como desejamos (aquele que as deu a nós reservou para si o poder de nos orientar sobre como devemos usá-las, pois elas não são nossas; nós somos apenas mordomos), e ainda que Deus na sua lei consulta os nossos interesses e nos ensina aquela caridade que começa em casa, bem como aquela que não deve terminar aí. Existe uma boa criação que é boa teologia, e uma discrição na ordem dos nossos assuntos que faz parte do caráter de um homem bom, Sl 112.5. Todo homem deve ser justo com sua família, caso contrário não será fiel à sua mordomia.

2. Em particular, que não devemos entrar precipitadamente na fiança,

(1.) Porque há o perigo de nos colocarmos em problemas por causa disso, e também de nossas famílias quando partirmos: Aquele que é fiador de um estranho, de qualquer um que lhe pede e lhe promete que se comprometerá por ele outra vez, por alguém cuja pessoa talvez ele conheça, e pensa que conhece suas circunstâncias, mas está enganado, ele sofrerá por isso. Contritione contraetur - ele será certamente e tristemente esmagado e quebrado por isso, e talvez se torne um falido. Nosso Senhor Jesus foi nosso fiador quando éramos estranhos, ou melhor, inimigos, e ele sofreu por isso; agradou ao Senhor ferí-lo.

(2.) Porque aquele que decide contra toda essa fiança mantém-se em bases seguras, o que um homem pode fazer se tomar cuidado para não se lançar mais nos negócios do que seu próprio crédito o levará, de modo que ele não precise pedir a outros que o façam e ficar vinculado a ele.

16 A mulher graciosa retém a honra, e os homens fortes retêm as riquezas.

Aqui,

1. É permitido que homens fortes retenham riquezas, que aqueles que se agitam no mundo, que são homens de espírito e interesse, e são capazes de cumprir sua parte contra todos os que estão em seu caminho, provavelmente manterão o que eles têm e querem obter mais, enquanto aqueles que são fracos são vítimas de todos ao seu redor.

2. É dado como certo que uma mulher graciosa é tão solícita em preservar sua reputação de sabedoria e modéstia, humildade e cortesia, e todas as outras graças que são os verdadeiros ornamentos de seu sexo, quanto os homens fortes são em assegurar suas propriedades; e aquelas mulheres que são verdadeiramente graciosas irão, da mesma maneira, garantir efetivamente sua honra por meio de sua prudência e boa conduta. Uma mulher graciosa é tão honrada quanto um homem valente e sua honra é assim certa.

17 O homem misericordioso faz o bem à sua alma, mas o cruel perturba a sua própria carne.

É um princípio comum, cada um por si. Proximus egomet mihi – Ninguém tão próximo de mim quanto eu. Agora, se isso for corretamente entendido, será uma razão para nutrirmos disposições graciosas em nós mesmos e para crucificarmos as corruptas. Somos amigos ou inimigos de nós mesmos, mesmo no que diz respeito ao conforto presente, dependendo se somos ou não governados por princípios religiosos.

1. Homem misericordioso, terno, bem-humorado, faz bem à própria alma, facilita e mantém-se tranquilo. Ele tem o prazer de cumprir seu dever e contribuir para o conforto daqueles que são para ele como sua própria alma; pois somos membros uns dos outros. Aquele que rega os outros com seus bens temporais descobrirá que Deus o regará com suas bênçãos espirituais, que farão o melhor bem à sua própria alma. Veja Isaías 58. 7, etc. Se você não esconder os olhos da sua própria carne, mas fizer o bem aos outros, como a si mesmo, se fizer o bem com a sua própria alma e atraí-lo aos famintos, você fará o bem à própria alma; porque o Senhor fartará a tua alma e fortalecerá os teus ossos. Alguns consideram parte do caráter de um homem misericordioso que ele se valorize; aquela disposição que o inclina a ser caridoso para com os outros o obrigará a permitir-se também aquilo que é conveniente e a desfrutar do bem de todo o seu trabalho. Podemos compreender pela alma o homem interior, como o apóstolo o chama, e então isso nos ensina que o primeiro e grande ato de misericórdia é fornecer às nossas próprias almas os suportes necessários da vida espiritual.

2. Um homem cruel, perverso e mal-humorado perturba sua própria carne e, assim, seu pecado se torna seu castigo; ele passa fome e morre por falta do que tem, porque não tem coragem de usá-lo nem para o bem dos outros nem para o seu próprio. Ele é vexatório para com seus parentes mais próximos, que são, e deveriam ser, para ele como sua própria carne, Ef 5.29. A inveja, a malícia e a ganância do mundo são a podridão dos ossos e a enfermidade da carne.

18 O ímpio pratica uma obra enganosa; mas para aquele que semeia a justiça haverá uma recompensa segura.

Observe,

1. Os pecadores colocam uma fraude fatal sobre si mesmos: O ímpio faz uma obra enganosa, constrói para si uma casa sobre a areia, que o enganará quando a tempestade chegar, promete a si mesmo que por seu pecado ele nunca ganhará; não, está cortando sua garganta quando sorri para ele. O pecado me enganou e com ele me matou.

2. Os santos estabelecem para si as melhores seguranças: Aquele que semeia a justiça, que é o bem, e se dedica a fazer o bem, visando a uma recompensa futura, terá uma recompensa segura; isso é tão certo para ele quanto a verdade eterna pode torná-lo. Se a semente não falhar, a colheita ocorrerá, Gálatas 6. 8.

19 Assim como a justiça tende para a vida, assim quem segue o mal o persegue até a morte.

É aqui mostrado que a justiça, não apenas pelo julgamento divino, terminará na vida, e a maldade na morte, mas que a justiça, em sua própria natureza, tem uma tendência direta para a vida e a maldade para a morte.

1. A verdadeira santidade é a verdadeira felicidade; é uma preparação para isso, uma promessa e um penhor disso. A justiça inclina, dispõe e conduz a alma à vida.

2. Da mesma forma, aqueles que se entregam ao pecado estão se preparando para a destruição. Quanto mais violento um homem é em atividades pecaminosas, mais ansiosamente ele está empenhado em sua própria destruição; ele o desperta quando parece dormir e o acelera quando parece demorar.

Provérbios pesados.

20 Os perversos de coração são abomináveis ao SENHOR; mas os que são retos nos seus caminhos são o seu deleite.

Importa-nos saber o que Deus odeia e o que ele ama, para que possamos nos governar de acordo, evitar o seu desagrado e recomendar-nos ao seu favor. Agora, aqui nos é dito:

1. Que nada é mais ofensivo a Deus do que a hipocrisia e a duplicidade, pois estes são significados pela palavra que traduzimos perversidade, fingir justiça, mas ter intenções erradas, andar em caminhos tortuosos, para evitar ser descoberto. Aqueles que têm um coração perverso que agem em contradição com o que é bom, professando o que é bom, e tais são, mais do que quaisquer pecadores, uma abominação para o Senhor, Is 65. 5.

2. Que nada é mais agradável a Deus do que a sinceridade e a franqueza: Aqueles que são retos em seu caminho, que objetivam e agem com integridade, que conversam no mundo com simplicidade e sinceridade piedosa, não com sabedoria carnal., destes Deus se deleita, destes ele até se vangloria (Você considerou meu servo Jó?) e nos fará admirar. Eis um verdadeiro israelita!

21 Ainda que as mãos se unam, os ímpios não ficarão impunes; mas a descendência dos justos será libertada.

Observe,

1. Que as confederações no pecado certamente serão quebradas e não servirão para proteger os pecadores: Embora as mãos se unam, embora haja muitos que concordam por sua prática em manter a maldade em semblante e se comprometem a apoiar uns aos outros em defendê-lo contra todos os ataques da virtude e da justiça - embora estejam aliados para apoiá-lo e propagá-lo - embora os filhos perversos sigam os passos de seus pais perversos e resolvam manter o comércio, desafiando a religião - ainda assim, tudo isso não os protegerá da justiça de Deus; eles não serão considerados inocentes; não será desculpa para eles dizerem que fizeram como a maioria fez e como sua empresa fez; eles não ficarão impunes; testemunha o dilúvio que foi trazido sobre todo um mundo de homens ímpios. Seu número, força e unanimidade no pecado não os resistirão em nada quando chegar o dia da vingança.

2. Essas implicações da religião certamente serão abençoadas: A semente dos justos, que seguem os passos de sua retidão, embora possam cair em problemas, será, no devido tempo, libertada. Embora a justiça possa vir lentamente para punir os ímpios, e a misericórdia possa vir lentamente para salvar os justos, ainda assim ambas virão com certeza. Às vezes, a semente dos justos, embora eles próprios não sejam justos, são libertados por causa de seus ancestrais piedosos, como acontece frequentemente com Israel, e com a semente de Davi.

22 Qual joia de ouro no focinho de um porco, assim é a mulher formosa que não tem discrição.

Por discrição aqui devemos entender religião e graça, um verdadeiro sabor e prazer (assim a palavra significa) das honras e prazeres que acompanham uma virtude imaculada; de modo que uma mulher sem discrição é uma mulher de conduta solta e dissoluta; e então observe:

1. É dado como certo aqui que a beleza ou formosura do corpo é como uma jóia de ouro, uma coisa muito valiosa, e, onde há sabedoria e graça para se proteger contra as tentações disso, é um grande ornamento, (Gratior est pulchro veniens de corpore virtus - A virtude parece peculiarmente graciosa quando associada à beleza); mas uma mulher tola e devassa, de porte superficial, é apropriadamente comparada a um porco, embora seja sempre tão bonita, chafurdando na lama das concupiscências imundas, com as quais a mente e a consciência estão contaminadas, e, embora lavadas, retornando a elas.

2. Lamenta-se que a beleza seja tão abusada como o é por aqueles que não têm modéstia com ela. Parece mal concedido a eles; está bastante deslocado, como uma joia no focinho de um porco, com a qual ele se enraíza no monturo. Se a beleza não for guardada pela virtude, a virtude é exposta pela beleza. Pode ser aplicado a todas as outras dotações e realizações corporais; é uma pena que aqueles que não têm discernimento para usá-los bem os tenham.

23 O desejo dos justos é somente o bem, mas a expectativa dos ímpios é a ira.

Isto nos diz qual é o desejo e a expectativa dos justos e dos ímpios e como eles provarão, o que teriam e o que terão.

1. Os justos teriam o bem, apenas o bem; tudo o que desejam é que tudo corra bem com tudo ao seu redor; eles não desejam mal a ninguém, senão felicidade para todos; quanto para si mesmos, seu desejo não é satisfazer qualquer concupiscência maligna, mas obter o favor de um Deus bom e preservar a paz de uma boa consciência; e terão o bem, o bem que desejam, Sl 37.4.

2. Os ímpios teriam ira; eles desejam o dia lamentável, para que os julgamentos de Deus possam gratificar sua paixão e vingança, possam remover aqueles que estão em seu caminho, e para que possam tirar vantagem para si mesmos pescando em águas turbulentas; e ira eles terão, assim será a sua condenação. Eles esperam e desejam o mal para os outros, mas isso retornará sobre eles; como eles amavam a maldição, eles se fartarão disso.

O Elogio da Liberalidade.

24 Há quem espalha e ainda aumenta; e há quem retém mais do que é devido, mas tende à pobreza.

Observe:

1. É possível que um homem enriqueça gastando prudentemente o que tem, possa espalhar-se em obras de piedade, caridade e generosidade, e ainda assim possa aumentar; e, por esse meio pode aumentar, à medida que o milho aumenta ao ser semeado. Ao usarmos alegremente o que temos, nossos espíritos ficam entusiasmados e preparados para o negócio que temos que fazer, cuidando atentamente para que o que temos seja aumentado; ganha uma reputação que contribui para o aumento. Mas deve ser especialmente atribuído a Deus; ele abençoa a mão que dá, e assim faz dela uma mão que recebe, 2 Cor 9.20. Dê, e será dado a você.

2. É possível que um homem fique pobre poupando mesquinhamente o que tem, retendo mais do que é necessário, não pagando dívidas justas, não socorrendo os pobres, não fornecendo o que é conveniente para a família, não permitindo despesas necessárias para a preservação dos bens; isso tende à pobreza; restringe a engenhosidade e a indústria dos homens, enfraquece seus interesses, destrói seu crédito e perde a bênção de Deus: e, mesmo que os homens economizem o que têm, se Deus explodir e soprar sobre ele, não dará em nada. Um fogo não soprado o consumirá, Ag 1. 6, 9.

25 A alma liberal engordará; e aquele que regar também será regado.

Estamos tão atrasados em relação às obras de caridade, e tão prontos para pensar que dar nos destrói, que precisamos ter muita pressão sobre nós sobre o quanto é para nossa própria vantagem fazer o bem aos outros, como antes.

1. Teremos o conforto disso em nossos próprios corações: A alma liberal, a alma de bênção, que ora pelos aflitos e provê para eles, que espalha bênçãos com lábios graciosos e mãos generosas, essa alma engordará com verdadeiro prazer e será enriquecida com mais graça.

2. Teremos a recompensa disso tanto de Deus quanto do homem: Aquele que rega os outros com as correntes de sua generosidade também será regado; Deus certamente o devolverá no orvalho, nas chuvas abundantes, de sua bênção, que ele derramará, até que não haja espaço suficiente para recebê-la, Mal 3. 10. Homens que têm algum sentimento de gratidão irão retribuir se houver ocasião; os misericordiosos encontrarão misericórdia e os gentis serão tratados com bondade.

3. Seremos ainda capacitados para fazer ainda mais bem: Aquele que rega, será como a chuva (assim alguns leem); ele será recrutado como as nuvens que retornam depois da chuva, e será ainda mais útil e aceitável, como a chuva para a grama recém-cortada. Aquele que ensina aprenderá (assim o caldeu lê); aquele que usa seu conhecimento para ensinar outros será ensinado por Deus; àquele que tem e usa o que tem, mais será dado.

26 Aquele que retém o trigo, o povo o amaldiçoará; mas bênção estará sobre a cabeça daquele que o vende.

Veja aqui:

1. Que uso devemos fazer das dádivas da generosidade de Deus; não devemos acumulá-los apenas para nossa própria vantagem, para que possamos ser enriquecidos por eles, mas devemos produzi-los para o benefício de outros, para que possam ser apoiados e mantidos por eles. É um pecado, quando o trigo é caro e escasso, retê-lo, na esperança de que ainda fique mais caro, para manter e fazer avançar o mercado, quando já está tão alto que os pobres sofrem com isso; e em tal momento é dever daqueles que possuem estoques de trigo considerar os pobres e estar dispostos a vender ao preço de mercado, contentar-se com lucros moderados e não ter como objetivo obter um ganho dos julgamentos de Deus. É uma nobre e extensa peça de caridade para aqueles que têm reservas para fazê-lo, ajudar a manter os mercados baixos quando o preço das nossas mercadorias aumenta excessivamente.

2. Que consideração devemos ter pela voz do povo. Não devemos pensar que é algo indiferente, e que não vale a pena prestar atenção, se temos a má vontade e a palavra, ou a boa vontade e a palavra, de nossos vizinhos, suas orações ou suas maldições; pois aqui somos ensinados a temer suas maldições e renunciar ao nosso próprio lucro em vez de incorrer neles; e cortejar suas bênçãos e ter alguma despesa para comprá-las. Às vezes, vox populi est vox Dei – a voz do povo é a voz de Deus.

A loucura e miséria dos pecadores.

27 Quem busca diligentemente o bem busca favor; mas quem busca o mal, este lhe sobrevirá.

Observe,

1. Aqueles que são diligentes em fazer o bem no mundo tornam-se amados tanto por Deus quanto pelos homens: Aquele que cedo se levanta para o que é bom (assim é a palavra), que busca oportunidades de servir seus amigos e socorrer os pobres, e se expõe nele, obtém favor. Todos ao seu redor o amam e falam bem dele, e estarão prontos para lhe fazer uma gentileza; e, o que é melhor que isso, melhor que a vida, ele tem a benignidade de Deus.

2. Aqueles que são diligentes em fazer o mal estão preparando a ruína para si mesmos: ela lhes sobrevirá; uma hora ou outra eles serão pagos em sua própria moeda. E, observe, buscar o mal é aqui colocado em oposição à busca do bem; pois aqueles que não estão fazendo o bem estão fazendo mal.

28 Quem confia nas suas riquezas cairá, mas o justo florescerá como um ramo.

Observe,

1. Nossas riquezas nos faltarão quando estivermos em maior necessidade: Aquele que nelas confia, como se elas lhe garantissem o favor de Deus e fossem sua proteção e porção, cairá, como um homem que coloca seu peso em uma cana quebrada, que não apenas o decepcionará, mas também atingirá sua mão e a perfurará.

2. Nossa justiça nos sustentará quando nossas riquezas nos faltarem: Os justos então florescerão como um galho, o galho da justiça, como uma árvore cujas folhas não murcharão, Sl 1.3. Mesmo na morte, quando as riquezas faltam aos homens, os ossos dos justos florescerão como uma erva, Is 66. 14. Quando aqueles que criam raízes no mundo murcham, aqueles que são enxertados em Cristo e participam de sua raiz e gordura serão frutíferos e florescentes.

29 O que perturba a sua casa herdará o vento; e o tolo será servo do sábio de coração.

Dois extremos na gestão dos assuntos familiares são aqui condenados e as más consequências deles preditas:

1. Cuidado e política carnal, por um lado. Há aqueles que, por sua extrema seriedade na busca pelo mundo, sua ansiedade em relação aos seus negócios e sua irritação com suas perdas, seu rigor com seus servos e sua mesquinhez para com suas famílias, perturbam suas próprias casas e causam contínua irritação a todos ao seu redor; enquanto outros pensam, apoiando facções e rixas em suas famílias, que são realmente um problema para suas casas, para servirem alguma vantagem para si mesmos, e obterem ou salvarem com isso. Mas ambos ficarão desapontados; eles herdarão o vento. Tudo o que conseguirão com essas artes não será apenas vazio e inútil como o vento, mas também barulhento e problemático, vaidade e aborrecimento.

2. Descuido e falta de prudência comum, por outro. Aquele que é um tolo em seus negócios, que não se importa ou age de maneira desajeitada, que não tem artifícios e consideração, não apenas perde sua reputação e interesse, mas se torna um servo dos sábios de coração. Ele está empobrecido e forçado a trabalhar para viver; enquanto aqueles que administram com sabedoria se elevam e passam a ter domínio sobre ele e sobre outros como ele. É racional, e muito apropriado, que o tolo seja servo do sábio de coração, e por esse motivo, entre outros, somos obrigados a submeter nossa vontade à vontade de Deus e a estar sujeitos a ele, porque nós somos tolos e ele é infinitamente sábio.

30 O fruto do justo é árvore de vida; e aquele que ganha almas é sábio.

Isso mostra que grandes bênçãos são os homens bons, especialmente aqueles que são eminentemente sábios, para os lugares onde vivem e, portanto, o quanto devem ser valorizados.

1. Os justos são como árvores de vida; os frutos de sua piedade e caridade, suas instruções, repreensões, exemplos e orações, seu interesse no céu e sua influência na terra são como os frutos daquela árvore, preciosos e úteis, contribuindo para o apoio e nutrição do espiritual. vida em muitos; eles são os ornamentos do paraíso, a igreja de Deus na terra, por quem ela existe.

2. Os sábios são algo mais; eles são como árvores de conhecimento, não de conhecimento proibido, mas de conhecimento ordenado. Aquele que é sábio, ao comunicar sua sabedoria, ganha almas, conquista-as para levá-las ao amor por Deus e à santidade, e assim as conquistas para os interesses do reino de Deus entre os homens. Diz-se que os sábios conduzem muitos à justiça, e isso é o mesmo com a conquista de almas aqui, Dan 12. 3. Os prosélitos de Abraão são chamados as almas que ele obteve, Gênesis 12. 5. Aqueles que desejam ganhar almas necessitam de sabedoria para saber lidar com elas; e aqueles que ganham almas mostram que são sábios.

31 Eis que os justos serão recompensados na terra: muito mais os ímpios e os pecadores.

Este, penso eu, é o único dos provérbios de Salomão que tem aquela nota de atenção prefixada: Eis! O que sugere que contém não apenas uma verdade evidente, que pode ser contemplada, mas uma verdade eminente, que deve ser considerada.

1. Alguns entendem ambas as partes de uma recompensa em desagrado: Os justos, se cometerem erros, serão punidos por suas ofensas neste mundo; muito mais os ímpios serão punidos pelos seus, que são cometidos, não por enfermidade, mas com mão alta. Se o julgamento começar na casa de Deus, o que acontecerá com os ímpios? 1 Pe 4. 17, 18; Lucas 23. 31.

2. Prefiro entender isso como uma recompensa aos justos e punição aos pecadores. Vejamos as retribuições providenciais. Existem algumas recompensas na terra, neste mundo, e nas coisas deste mundo, que provam que em verdade existe um Deus que julga na terra (Sl 58.11); mas não são universais; muitos pecados ficam impunes na terra e os serviços não são recompensados, o que indica que há um julgamento por vir e que haverá retribuições mais exatas e completas no estado futuro. Muitas vezes os justos são recompensados por sua justiça aqui na terra, embora essa não seja a principal, muito menos a única recompensa pretendida para eles ou pretendida por eles; mas tudo o que a palavra de Deus lhes prometeu, ou a sabedoria de Deus vê o que é bom para eles, eles terão na terra. Os ímpios também, e os pecadores, às vezes são notavelmente punidos nesta vida, nações, famílias, pessoas específicas. E se os justos, que não merecem a menor recompensa, ainda assim recebem parte de sua recompensa aqui na terra, muito mais os ímpios, que merecem a maior punição, terão parte de sua punição na terra, como um penhor do pior que está por vir. Portanto, tenha medo e não peque. Se têm dois céus aqueles que não merecem nenhum, muito mais terão dois infernos aqueles que merecem ambos.

Provérbios 12

Vantagens dos Justos.

1 Quem ama a instrução ama o conhecimento; mas quem odeia a repreensão é um bruto.

Somos aqui ensinados a testar se temos graça ou não, perguntando como somos afetados pelos meios da graça.

1. Aqueles que têm graça e amor se deleitarão com todas as instruções que lhes forem dadas a título de conselho; admoestação ou reprovação pela palavra ou providência de Deus; valorizarão uma boa educação e não considerarão uma dificuldade, mas uma felicidade, estar sob uma disciplina rigorosa e prudente. Aqueles que amam um ministério fiel, que o valorizam e que o acompanham com prazer, fazem parecer que amam o conhecimento.

2. Aqueles que se mostram não apenas desprovidos de graça, mas também de bom senso, que consideram uma afronta serem informados de suas faltas e uma imposição à sua liberdade de serem lembrados de seu dever: Aquele que odeia a repreensão é não apenas tolo, mas brutal, como o cavalo e a mula que não têm entendimento, ou o boi que coiceia contra o aguilhão. Aqueles que desejam viver em famílias e sociedades frouxas, onde não possam ser controlados, que sufocam as convicções de suas próprias consciências e consideram como inimigos aqueles que lhes dizem a verdade, são os brutos aqui mencionados.

2 O homem bom obtém o favor do SENHOR; mas ao homem de desígnios perversos ele condenará.

Note:

1. Somos realmente como somos com Deus. São felizes, verdadeiramente felizes, para sempre felizes, aqueles que obtêm o favor do Senhor, embora o mundo os desaprove e encontrem pouco favor dos homens; pois no favor de Deus está a vida, e essa é a fonte de todo bem. Por outro lado, são miseráveis aqueles a quem ele condena, por mais que os homens os aplaudam e os aclamem; a quem ele condena, ele condena à segunda morte.

2. Estamos com Deus como estamos com os homens, como conversamos neste mundo. Nosso Pai julga seus filhos muito pela conduta deles uns com os outros; e, portanto, um homem bom, que é misericordioso e caridoso, e faz o bem, atrai o favor do Senhor por meio de suas orações; mas um homem malicioso, que planeja a maldade contra seus próximos, ele condenará, como indigno de um lugar em seu reino.

3 O homem não será fortalecido pela impiedade, mas a raiz do justo não será abalada.

Observe:

1. Embora os homens possam progredir por meio de artes pecaminosas, eles não podem, por meio de tais artes, estabelecer-se e assegurar-se; embora possam obter grandes propriedades, não podem obter aquelas que permanecerão: Um homem não será estabelecido pela maldade; pode colocá-lo em lugares altos, mas são lugares escorregadios, Sl 73.18. Essa prosperidade que é gerada pelo pecado é construída na areia e logo aparecerá.

2. Embora os homens bons possam ter pouco do mundo, esse pouco durará, e o que for obtido honestamente se desgastará bem: A raiz dos justos não será movida, embora seus ramos possam ser abalados. Aqueles que pela fé estão arraigados em Cristo estão firmemente fixados; nele seu conforto e felicidade estão tão arraigados que nunca mais serão enraizados.

4 A mulher virtuosa é uma coroa para o seu marido; mas a que o envergonha é como podridão nos seus ossos.

Observe:

1. Aquele que é abençoado com uma boa esposa é tão feliz como se estivesse no trono, pois ela é nada menos que uma coroa para ele. Uma mulher virtuosa, que é piedosa e prudente, engenhosa e trabalhadora, que atua pelo bem da sua família e olha bem para os costumes da sua casa, que tem consciência do seu dever em todas as relações, uma mulher de espírito, que pode carregar cruzes sem perturbação, tal pessoa possui o marido como cabeça e, portanto, ela é uma coroa para ele, não apenas um crédito e uma honra para ele, como uma coroa é um ornamento, mas apóia e mantém sua autoridade em sua família, como uma coroa é uma insígnia de poder. Ela é submissa e fiel a ele e com seu exemplo ensina seus filhos e servos a sê-lo também.

2. Aquele que é atormentado por uma esposa má é tão miserável como se estivesse num monturo; pois ela não é melhor do que a podridão dos seus ossos, uma doença incurável, além de o envergonhar. Aquela que é tola e preguiçosa, esbanjadora e devassa, apaixonada e mal-intencionada, arruína tanto o crédito quanto o conforto de seu marido. Se ele for para o exterior, sua cabeça ficará baixa, pois as faltas de sua esposa se transformarão em sua reprovação. Se ele se retirar para si mesmo, seu coração ficará afundado; ele está continuamente inquieto; é uma aflição que ataca muito os espíritos.

5 Os pensamentos dos justos são retos, mas os conselhos dos ímpios são enganosos.

Observe:

1. A palavra de Deus discerne os pensamentos e intenções do coração e os julga. Enganamo-nos se imaginarmos que os pensamentos são livres. Não, eles estão sob o conhecimento divino e, portanto, sob o comando divino.

2. Devemos ser observadores dos pensamentos e intenções de nossos próprios corações e julgar-nos por eles; pois são os primogênitos da alma, que têm a maior parte de sua imagem indisfarçada. Os pensamentos corretos são as melhores evidências de um homem justo, pois nada prova com mais certeza que um homem é mau do que artifícios e desígnios perversos. Um homem bom pode ter sugestões ruins em mente, mas ele não as tolera e não as abriga até que amadureçam em projetos e resoluções ruins.

3. É uma honra para um homem ser honesto e ter seus pensamentos corretos, embora uma palavra ou ação possa ser extraviada, ou inoportuna, ou pelo menos mal interpretada. Mas é uma vergonha para o homem mentir sempre ao alcance, agir com engano, com astúcia e desígnio, não apenas com um longo alcance, mas com um alcance exagerado.

6 As palavras dos ímpios armam ciladas para o sangue, mas a boca dos retos os livrará.

No versículo anterior, os pensamentos dos ímpios e dos justos foram comparados; aqui estão suas palavras, e essas são como a abundância do coração.

1. Pessoas más falam mal dos seus vizinhos; e realmente perversos são aqueles cujas palavras estão à espreita do sangue; suas línguas são espadas para aqueles que se interpõem em seu caminho, para os homens bons a quem odeiam e perseguem. Veja um exemplo, Lucas 20. 20, 21.

2. Os homens bons falam em ajuda aos seus próximos: A boca dos justos está pronta para ser aberta na causa daqueles que são oprimidos (cap. 31. 8), para suplicar por eles, testemunhar por eles, e assim libertá-los, especialmente aqueles que os iníquos estão à espreita. Às vezes, um homem pode fazer um trabalho muito bom com uma palavra boa.

7 Os ímpios serão derrubados e não existirão; mas a casa dos justos subsistirá.

Somos ensinados aqui como antes (v. 3 e cap. 10.25,30):

1. Que o triunfo dos ímpios é curto. Eles podem ser exaltados por um tempo, mas em pouco tempo são derrubados e seus problemas provam sua derrubada, e aqueles que fizeram um grande espetáculo desaparecem, e seu lugar não os conhece mais. Transforme os ímpios e eles não existirão; eles ficam em um lugar tão escorregadio que o menor problema os derruba, como as maçãs de Sodoma, que parecem lindas, mas tocadas nelas elas se transformam em pó.

2. Que a prosperidade dos justos tenha um bom fundo e perdure. A morte os removerá, mas sua casa permanecerá de pé, suas famílias serão mantidas e a geração dos retos será abençoada.

8 O homem será louvado segundo a sua sabedoria; mas o perverso de coração será desprezado.

Aqui somos informados de onde esperar um bom nome. A reputação é o que a maioria tem em alta consideração e em que se baseia. Agora é certo:

1. A melhor reputação é aquela que acompanha a virtude e a piedade séria, e a conduta prudente de vida: Um homem será elogiado por todos os que são sábios e bons, em conformidade com o julgamento do próprio Deus, que nós temos certeza de que está de acordo com a verdade, não de acordo com suas riquezas ou preferências, sua habilidade e sutileza, mas de acordo com sua sabedoria, a honestidade de seus desígnios e a escolha prudente dos meios para realizá-los.

2. A pior reprovação é aquela que se segue à maldade e à oposição ao que é bom: Aquele que tem um coração perverso, que se desvia para caminhos tortuosos e segue perversos neles, será desprezado. A Providência o levará à pobreza e ao desprezo, e todos os que têm um verdadeiro senso de honra irão desprezá-lo como indigno de ser tratado e indigno de ser confiável, como uma mancha e um escândalo para a humanidade.

9 Melhor é quem é desprezado e tem servo do que aquele que se honra e tem falta de pão.

Nota,

1. É uma loucura de alguns que desejem fazer uma grande figura no exterior, ocupar um lugar e ocupar o estado, como pessoas de qualidade, e ainda assim terem falta do necessário em casa, e, se suas dívidas fossem pagas, não valeriam um pedaço de pão, ou melhor, talvez beliscasse a barriga para colocá-la nas costas, para que pareçam muito alegres, porque penas finas fazem pássaros lindos.

2. A condição e o caráter daqueles que se contentam em uma esfera inferior, onde são desprezados pela simplicidade de suas roupas e pela mesquinhez de seu cargo, são muito melhores, para que possam se sustentar, não apenas o necessário, mas conveniências, em suas próprias casas, não só pão, mas um criado para atendê-los e tirar de suas mãos alguns de seus trabalhos. Aqueles que conseguem viver abundante e confortavelmente em casa devem ser preferidos aos que não afetam nada a ponto de parecerem esplêndidos no exterior, embora não tenham os meios para manter sua aparência, cujos corações não se humilham quando sua condição é baixa.

10 O justo olha para a vida dos seus animais, mas as ternas misericórdias dos ímpios são cruéis.

Veja aqui:

1. Até que ponto um homem bom será misericordioso; ele não apenas tem compaixão pela natureza humana sob seus maiores rebaixamentos, mas considera até mesmo a vida de seu animal, não apenas porque é seu servo, mas porque é criatura de Deus, e em conformidade com a Providência, que preserva o homem e animal. Os animais que estão sob nossos cuidados devem ser sustentados, devem ter alimentação e descanso convenientes, e em nenhum caso devem ser abusados ou tiranizados. Balaão foi detido por bater no seu jumento. A lei cuidava dos bois. São portanto, homens injustos aqueles que não são justos com as criaturas brutas; aqueles que lhes são furiosos e bárbaros evidenciam e confirmam em si mesmos um hábito de barbárie e ajudam a fazer gemer a criação, Rm 8. 22.

2. Até que ponto um homem ímpio será impiedoso; até mesmo suas ternas misericórdias são cruéis; aquela compaixão natural que existe nele, como homem, é perdida e, pelo poder da corrupção, transforma-se em dureza de coração; mesmo aquilo que eles terão que passar por compaixão é realmente cruel, como a resolução de Pilatos a respeito de Cristo, o inocente, eu o castigarei e o deixarei ir. Suas fingidas gentilezas são apenas um disfarce para crueldades propositadas.

11 Quem cultiva a sua terra se fartará de pão; mas quem segue os vaidosos é falto de entendimento.

Nota,

1. É sabedoria dos homens cuidar de seus negócios e seguir uma vocação honesta, pois esse é o caminho, pela bênção de Deus, para obter um meio de subsistência: Aquele que cultiva sua terra, da qual ele é o proprietário ou o ocupante, que cumpre sua palavra e está disposto a se esforçar, se não criar uma propriedade com isso (que necessidade há disso?), ainda assim ele ficará satisfeito com pão, terá comida conveniente para si e sua família, o suficiente para suportar seus encargos confortavelmente pelo mundo. Até mesmo a sentença de ira contém esta misericórdia: comerás pão, ainda que seja no suor do teu rosto. Isto foi negado a Caim, Gen 4. 12. Esteja ocupado, e essa é a verdadeira maneira de estar bem. Mantenha sua loja e ela manterá você. Comerás o trabalho das tuas mãos.

2. É loucura dos homens negligenciar seus negócios. Aqueles que fazem isso são desprovidos de compreensão, pois então se juntam a companheiros ociosos e os seguem em seus maus caminhos, e assim passam a ter falta de pão, pelo menos o pão para si mesmos, e tornam-se um fardo para os outros, comendo o pão a partir da boca de outras pessoas.

12 O ímpio deseja a rede dos maus, mas a raiz dos justos produz fruto.

Veja aqui:

1. Qual é o cuidado e objetivo de um homem ímpio; ele faria mal: Ele deseja a rede dos homens maus. "Oh, se eu fosse tão astuto quanto esse homem, para ajudar aqueles com quem lido, que eu tivesse apenas sua arte de exagerar, que eu pudesse apenas me vingar de alguém que tenho rancor tão eficazmente quanto ele pode!" Ele deseja que a fortaleza, ou fortaleza, dos homens maus (assim alguns leem), aja com segurança ao fazer o mal, para que isso não se volte contra ele.

2. Qual é o cuidado e o objetivo de um homem bom: Sua raiz dá frutos, e é sua força e estabilidade, e é isso que ele deseja, fazer o bem e ser fixado e confirmado em fazer o bem. O ímpio deseja apenas uma rede para pescar; os justos desejam produzir frutos para o benefício dos outros e para a glória de Deus, Rm 14. 6.

Verdade e Falsidade.

13 O ímpio será enlaçado pela transgressão dos seus lábios, mas o justo sairá da angústia.

Veja aqui:

1. Os ímpios se envolvem em problemas por sua loucura, quando Deus, em justiça, os deixa entregues a si mesmos. Frequentemente são enlaçados pela transgressão de seus lábios e suas gargantas são cortadas com suas próprias línguas. Ao falar mal das dignidades, expõem-se à justiça pública; ao usarem linguagem imprópria, tornam-se desagradáveis aos ressentimentos privados, são processados por difamação e ações judiciais por palavras são movidas contra eles. Muitos homens pagaram caro neste mundo pela transgressão dos seus lábios, e sentiram o açoite nas costas por falta de freio na língua, Sl 64.8.

2. Os justos se livrando dos problemas por sua própria sabedoria, quando Deus, em misericórdia, vem em seu socorro: Os justos sairão dos problemas nos quais os ímpios se lançam de cabeça. É sugerido que os justos talvez possam ter problemas; mas, ainda que caiam, não serão totalmente abatidos, Sl 34.19.

14 O homem se fartará do bem com o fruto da sua boca, e a recompensa das mãos do homem lhe será retribuída.

Temos aqui a certeza, para nossa vivificação em toda boa palavra e obra,

1. Que mesmo as boas palavras se transformarão em uma boa conta (v. 14): Um homem ficará satisfeito com o bem (isto é, ele obterá conforto presente, aquele prazer interior que é verdadeiramente satisfatório) pelo fruto da sua boca, pelo bem que faz com o seu discurso piedoso e os seus conselhos prudentes. Enquanto ensinamos aos outros, podemos nós mesmos aprender e nos alimentar do pão da vida que damos aos outros.

2. Que as boas obras, muito mais, serão abundantemente recompensadas: A recompensa das mãos de um homem por todo o seu trabalho e trabalho de amor, tudo o que ele fez para a glória de Deus e o bem de sua geração, será rendida a ele, e colherá o que plantou. Ou pode ser entendido como regra geral de justiça; Deus retribuirá a cada homem segundo a sua obra, Romanos 2.6.

15 O caminho do tolo é reto aos seus olhos; mas aquele que dá ouvidos aos conselhos é sábio.

Veja aqui:

1. O que impede o tolo de ser sábio: o seu caminho é reto aos seus próprios olhos; ele pensa que está certo em tudo o que faz e, portanto, não pede conselhos, porque não percebe que precisa deles; ele está confiante de que conhece o caminho e não pode perdê-lo e, portanto, nunca pergunta o caminho. A regra que ele segue é fazer o que é certo aos seus próprios olhos, andar no caminho do seu coração. Quicquid libet, licet – Ele faz de sua vontade sua lei. Ele é um tolo que é governado pelos olhos e não pela consciência.

2. O que impede um homem sábio de ser tolo; ele está disposto a ser aconselhado, deseja receber conselhos e dá ouvidos aos conselhos, sendo tímido em seu próprio julgamento e valorizando a orientação daqueles que são sábios e bons. Ele é sábio (é um sinal de que o é, e é provável que continue assim), cujos ouvidos estão sempre abertos a bons conselhos.

16 A ira do tolo já é conhecida, mas o homem prudente encobre a vergonha.

Nota,

1. Paixão é loucura: Um tolo é conhecido por sua raiva (assim alguns leem); não, mas que um homem sábio pode ficar com raiva quando há justa causa para isso, mas então ele tem sua raiva sob controle e direção, é o senhor de sua raiva, enquanto a raiva de um tolo domina sobre ele. Aquele que, quando provocado, irrompe em expressões indecentes, em palavras ou comportamento, cuja paixão altera seu semblante, torna-o ultrajante e o leva a esquecer-se de si mesmo, Nabal certamente é seu nome e a loucura está com ele. A indignação do tolo é conhecida durante o dia; ele o proclama abertamente, em qualquer companhia em que esteja. Ou é conhecido no dia em que é provocado; ele não pode adiar a demonstração de seus ressentimentos. Aqueles que logo ficam irados, que são rapidamente incendiados pela menor faísca, não têm o domínio que deveriam ter sobre seus próprios espíritos.

2. Mansidão é sabedoria: O homem prudente encobre a vergonha.

(1.) Ele cobre a paixão que está em seu próprio peito; quando seu espírito está agitado e seu coração quente dentro dele, ele mantém sua boca como se fosse um freio e suprime seus ressentimentos, sufocando-os. A raiva é vergonha e, embora um homem sábio não esteja perfeitamente livre dela, ainda assim ele se envergonha dela, a repreende e não permite que o espírito maligno fale.

(2.) Ele encobre a provocação que lhe é feita, a indignidade que lhe é feita, pisca para isso, encobre isso tanto quanto pode de si mesmo, para que não possa levar longe demais seus ressentimentos. É uma gentileza para conosco mesmos e contribui para o repouso de nossas próprias mentes, atenuar e desculpar as injúrias e afrontas que recebemos, em vez de agravá-las e tirar o pior delas, como costumamos fazer.

17 Quem fala a verdade expõe a justiça, mas o testemunho falso engana.

Aqui está:

1. Uma testemunha fiel elogiada por um homem honesto. Aquele que toma consciência de falar a verdade e de representar tudo de maneira justa, tanto quanto sabe, seja no julgamento ou na conversa comum, esteja ele sob juramento ou não, ele demonstra justiça; ele faz parecer que é governado e atuado pelos princípios e leis da retidão, e promove a justiça honrando-a e servindo à sua administração.

2. Uma testemunha falsa condenada por fraude; ele mostra o engano, não apenas quão pouca consciência ele tem em enganar aqueles com quem lida, mas quanto prazer ele sente nisso, e que está possuído por um espírito mentiroso, Jer 9.3-5. Todos nós estamos preocupados em possuir um pavor e uma aversão ao pecado da mentira (Sl 119.163) e com um princípio reinante de honestidade.

18 Há quem fale como espada penetrante; mas a língua dos sábios traz saúde.

A língua é morte ou vida, veneno ou remédio, conforme é usada.

1. Existem palavras que cortam e matam, que são como os furos de uma espada. Palavras ofensivas entristecem o espírito daqueles a quem são ditas e ferem-lhes o coração. As calúnias, como uma espada, ferem a reputação daqueles sobre quem são proferidas, e talvez de forma incurável. Sussurros e suposições malignas, como uma espada, dividem e cortam os limites do amor e da amizade, e separam aqueles que foram mais queridos um pelo outro.

2. Existem palavras que curam: A língua do sábio é saúde, fechando as feridas que a língua caluniadora havia causado, restaurando tudo novamente, restaurando a paz e acomodando questões divergentes e persuadindo à reconciliação. A sabedoria descobrirá os remédios adequados contra os danos causados pela difamação e pela maledicência.

19 O lábio da verdade permanecerá firme para sempre; mas a língua mentirosa dura apenas um momento.

Seja observado, para honra da verdade, aquela coisa sagrada,

1. Que, se a verdade for dita, ela permanecerá válida e, quem quer que seja desobedecido por ela e zangado com ela, ainda assim ela manterá sua posição. Grande é a verdade e prevalecerá. O que é verdade será sempre verdade; podemos cumpri-lo e não precisamos temer ser refutados e envergonhados.

2. Que, se a verdade for negada, com o tempo ela acontecerá. Uma língua mentirosa, que coloca cores falsas nas coisas, dura apenas um momento. A mentira será refutada. O mentiroso, quando for examinado, será encontrado em diversas histórias, e não coerente consigo mesmo como é aquele que fala a verdade; e, quando for descoberto mentindo, ele não poderá entender o que quer dizer, nem posteriormente será creditado. A verdade pode ser eclipsada, mas virá à tona. Aqueles, portanto, que fazem da mentira o seu refúgio, encontrarão nela um refúgio de mentiras.

Provérbios pesados.

20 O engano está no coração dos que imaginam o mal, mas para os conselheiros da paz há alegria.

Observe:

1. Aqueles que planejam o mal inventam, para realizá-lo, como impor aos outros; mas isso provará, no final, que eles se enganam. Aqueles que imaginam o mal, sob a cor da amizade, têm o coração cheio desta e de outras vantagens e satisfação que obterão com isso, mas é tudo uma trapaça. Deixe-os imaginar isso com muita habilidade, os enganadores serão enganados.

2. Aqueles que consultam o bem dos seus próximos, que estudam as coisas que contribuem para a paz e dão conselhos pacíficos, promovem tentativas de cura e inventam métodos de cura e, de acordo com a sua esfera, promovem o bem-estar público, terão não apenas o crédito, mas o conforto disso. Eles terão alegria e sucesso, talvez além de suas expectativas. Bem-aventurados os pacificadores.

21 Nenhum mal acontecerá ao justo, mas os ímpios ficarão cheios de maldade.

Nota:

1. A piedade é uma proteção segura. Se os homens forem sinceramente justos, o Deus justo comprometeu-se a que nenhum mal lhes aconteça. Ele irá, pelo poder de sua graça neles, aquele princípio de justiça, protegê-los do mal do pecado; de modo que, embora sejam tentados, ainda assim não serão vencidos pela tentação, e embora possam ter problemas, em muitos problemas, ainda assim, para eles, esses problemas não terão nenhum mal neles, o que quer que tenham para os outros (Sl 91. 10), pois eles serão impedidos de trabalhar para o seu bem.

2. A maldade é uma destruição segura. Aqueles que vivem com desprezo a Deus e ao homem, que estão determinados a fazer o mal, serão cheios de maldade. Eles serão mais travessos, serão cheios de toda injustiça, Romanos 1. 29. Ou eles ficarão infelizes com os males que lhes sobrevirão. Aqueles que se deleitam em diabruras terão o suficiente. Alguns leem o versículo inteiro assim: Nenhum mal acontecerá aos justos, embora os ímpios estejam cheios de maldade e rancor contra eles. Eles estarão seguros sob a proteção do Céu, embora o próprio inferno se solte sobre eles.

22 Os lábios mentirosos são abomináveis ao SENHOR; mas os que praticam a verdade são o seu deleite.

Somos ensinados aqui:

1. Odiar a mentira e manter a máxima distância dela, porque é uma abominação para o Senhor, e torna abomináveis aos seus olhos aqueles que se permitem isso, não apenas porque é uma violação da sua lei, mas porque é destrutiva para a sociedade humana.

2. Tomar consciência da verdade, não só nas nossas palavras, mas em todas as nossas ações, porque aqueles que agem com verdade e sinceridade em todas as suas relações são o seu deleite, e ele fica muito satisfeito com eles. Temos prazer em conversar e fazer uso daqueles que são honestos e em quem podemos confiar; assim sejamos, para que possamos nos recomendar ao favor de Deus e do homem.

23 O homem prudente esconde o conhecimento, mas o coração dos tolos proclama a tolice.

Observe:

1. Aquele que é sábio não pretende proclamar sua sabedoria, e é sua honra não fazê-lo. Ele comunica seu conhecimento quando este pode servir para a edificação de outros, mas o esconde quando mostrá-lo serviria apenas para seu próprio elogio. Os homens sensatos, se forem homens prudentes, evitarão cuidadosamente tudo o que tenha sabor de ostentação, e não aproveitarão todas as ocasiões para mostrar seu conhecimento e leitura, mas apenas para usá-los para bons propósitos, e então deixarão que suas próprias obras os elogiem. Ars est ceare artem – A perfeição da arte é ocultá-la.

2. Aquele que é tolo não pode evitar proclamar sua tolice, e é uma vergonha para ele não poder: O coração dos tolos, por suas palavras e ações tolas, proclama tolice; ou não desejam escondê-lo, pois têm tão pouca noção do bem e do mal, da honra e da desonra, ou não sabem como escondê-lo, pois têm tão pouca discrição na gestão de si mesmos, Ecl 10.3.

24 A mão dos diligentes dominará, mas os preguiçosos serão tributados.

Note:

1. A indústria é o caminho para a preferência. Salomão promoveu Jeroboão porque viu que ele era um jovem trabalhador e cuidava de seus negócios, 1 Reis 11. 28. Homens que se esforçam no estudo e na utilidade ganharão, assim, um interesse e uma reputação que lhes darão domínio sobre tudo ao seu redor, o que significa que muitos ascenderam estranhamente. Aquele que foi fiel em poucas coisas será nomeado governante de muitas coisas. Os presbíteros que trabalham na palavra e na doutrina são dignos de dupla honra; e aqueles que são diligentes quando jovens obterão aquilo que lhes permitirá governar e, assim, descansar quando envelhecerem.

2. A desonestidade é o caminho para a escravidão: Os preguiçosos e descuidados, ou melhor, os enganadores (pois assim a palavra significa), estarão sob tributo. Aqueles que, por não se esforçarem em uma vocação honesta, vivem de suas mudanças e artes de desonestidade, são mesquinhos e miseráveis, e serão mantidos sob controle. Aqueles que são diligentes e honestos quando são aprendizes se tornarão mestres; mas aqueles que são de outra forma são os tolos que, durante todos os seus dias, devem ser servos dos sábios de coração.

25 O peso no coração do homem o faz encurvar; mas a boa palavra o alegra.

Aqui está:

1. A causa e consequência da melancolia. É um peso no coração; é uma carga de cuidado, medo e tristeza sobre os espíritos, deprimindo-os e incapacitando-os de se esforçarem com qualquer vigor no que deve ser feito ou coragem no que deve ser suportado; faz com que se curvem, prostrem-se e afundem-se. Aqueles que são assim oprimidos não podem cumprir o dever nem obter o conforto de qualquer relação, condição ou conversa. Aqueles, portanto, que estão inclinados a isso devem vigiar e orar contra isso.

2. A cura: Uma boa palavra de Deus, aplicada pela fé, alegra-o; tal palavra é que (diz um dos rabinos): Lance seu fardo sobre o Senhor, e ele te sustentará; a boa palavra de Deus, particularmente o evangelho, tem como objetivo alegrar os corações cansados e oprimidos, Mateus 11. 28. Os ministros devem ser ajudadores desta alegria.

26 O justo é mais excelente do que o seu próximo, mas o caminho dos ímpios os seduz.

Veja aqui:

1. Que os homens bons fazem bem a si mesmos; pois eles têm em si mesmos um caráter excelente e garantem para si uma porção excelente, e em ambos superam outras pessoas: O justo é mais abundante que seu próximo (portanto a margem); ele é mais rico, embora não nos bens deste mundo, mas nas graças e confortos do Espírito, que são as verdadeiras riquezas. Existe uma verdadeira excelência na religião; enobrece os homens, inspira-os com princípios generosos, torna-os substanciais; é uma excelência que é, aos olhos de Deus, de grande valor, que é o verdadeiro Juiz da excelência. Seu próximo pode ter uma figura maior no mundo, pode ser mais aplaudido, mas o homem justo tem o valor intrínseco.

2. Que os homens ímpios fazem o mal a si mesmos; eles andam de uma maneira que os seduz. Parece-lhes que não é apenas um caminho agradável, mas o caminho certo; é tão agradável à carne e ao sangue que, portanto, eles se lisonjeiam com a opinião de que não pode estar errado, mas não alcançarão o objetivo que almejam, nem desfrutarão do bem que esperam. É tudo uma trapaça; e, portanto, o justo é mais sábio e mais feliz do que seu próximo, que ainda o despreza e o pisoteia.

27 O preguiçoso não assa o que pegou na caça; mas os bens do homem diligente são preciosos.

Aqui está:

1. Aquilo que pode nos fazer odiar a preguiça e o engano, pois a palavra aqui, como antes, significa ambos: O homem preguiçoso e enganador tem carne assada, mas o que ele assa não é o que ele mesmo pegou na caça, não, foi por isso que outros se esforçaram, e ele vive do fruto do seu trabalho, como os zangões na colmeia. Ou, se homens preguiçosos e enganosos pegaram alguma coisa caçando (já que os desportistas raramente são homens de negócios), ainda assim eles não assam a coisa depois de pegá-la; eles não têm conforto em desfrutá-lo; talvez Deus, em sua providência, os impeça disso.

2. Aquilo que pode nos apaixonar pela diligência e pela honestidade, é que a substância de um homem diligente, embora talvez não seja grande, ainda assim é preciosa. Vem da bênção de Deus; ele tem conforto nisso; faz bem a ele e à sua família. É o seu pão diário, não o pão que sai da boca dos outros, e por isso ele vê que Deus o dá a ele em resposta à sua oração.

28 No caminho da justiça está a vida; e no seu caminho não há morte.

O caminho da religião nos é recomendado aqui:

1. Como um caminho direto, simples e fácil; é o caminho da justiça. Os mandamentos de Deus (a regra pela qual devemos seguir) são todos santos, justos e bons. A religião tem a razão correta e a equidade ao seu lado; é um caminho, um caminho que Deus preparou para nós (Is 35.8); é uma estrada, a estrada do rei, a estrada do Rei dos reis, um caminho que é trilhado diante de nós por todos os santos, o bom e velho caminho, cheio dos passos do rebanho.

2. Como uma forma segura, agradável e confortável.

(1.) Não há apenas vida no final, mas há vida no caminho; todo verdadeiro conforto e satisfação. O favor de Deus, que é melhor que a vida; o Espírito, que é vida.

(2.) Não há apenas vida nele, mas nele não há morte, nada daquela tristeza do mundo que opera a morte e é um alívio para nossa alegria e vida atuais. Não há fim para aquela vida que está no caminho da justiça. Aqui há vida, mas também há morte. No caminho da justiça há vida, e não morte, vida e imortalidade.

Provérbios 13

Máximas Morais.

1 O filho sábio ouve a instrução de seu pai, mas o escarnecedor não ouve a repreensão.

Entre os filhos dos mesmos pais, não é novidade que alguns tenham esperança e outros o contrário; agora aqui somos ensinados a distinguir.

1. Há grande esperança para aqueles que reverenciam seus pais e estão dispostos a ser aconselhados e admoestados por eles. Ele é um filho sábio, e está muito longe de ser mais sábio, aquele que ouve as instruções de seu pai, deseja ouvi-las, as considera e as cumpre, e não apenas as ouve.

2. Há pouca esperança para aqueles que não ouvirão repreensões com paciência, mas desprezarão a submissão ao governo e zombarão daqueles que os tratam fielmente. Como podem consertar uma falha aqueles que não querem saber disso, mas consideram seus inimigos aqueles que lhes fazem essa bondade?

2 O homem comerá o bem do fruto da sua boca, mas a alma dos transgressores comerá a violência.

Note:

1. Se aquilo que vem de dentro, do coração, for bom e de um bom tesouro, retornará com vantagem. O conforto e a satisfação interiores serão o pão de cada dia; e, será um banquete contínuo para aqueles que se deleitam naquela comunicação que é útil para a edificação.

2. A violência cometida recuará diante daquele que a pratica: A alma dos transgressores que abriga e planeja o mal, e o exala por palavra e ação, comerá violência; eles terão a barriga cheia disso. Recompense-a como ela te recompensou, Apocalipse 18. 6. Todo homem beberá enquanto prepara, comerá enquanto fala; pois pelas nossas palavras devemos ser justificados ou condenados, Mateus 12. 37. Tal como é o nosso fruto, assim será o nosso alimento, Romanos 6:21,22.

3 Quem guarda a sua boca preserva a sua vida; mas quem abre bem os seus lábios terá destruição.

Note:

1. Uma guarda nos lábios é uma guarda na alma. Aquele que é cauteloso, que pensa duas vezes antes de falar uma vez, que, se tiver pensado o mal, coloca a mão na boca para suprimi-lo, que mantém uma rédea forte na língua e uma mão rígida sobre a rédea, ele mantém sua alma de muita culpa e tristeza e poupa-se do trabalho de muitas reflexões amargas sobre si mesmo e das reflexões de outros sobre ele.

2. Há muitos que são arruinados por uma língua desgovernada: Aquele que abre amplamente os lábios, para deixar nosso quod in buccam venerit - o que quer que venha em primeiro lugar, que adora gritar, e fazer barulho, e afeta tal liberdade da fala como desafio a Deus e ao homem, ele terá destruição e será a destruição de sua reputação, de seu interesse, de seu conforto e de sua alma para sempre, Tiago 3. 6.

4 A alma do preguiçoso deseja e nada consegue; mas a alma do diligente engordará.

Aqui está:

1. A miséria e a vergonha dos preguiçosos. Veja como eles são tolos e absurdos; desejam os ganhos que os diligentes obtêm, mas odeiam os esforços que os diligentes enfrentam; eles cobiçam tudo o que deve ser cobiçado, mas não farão nada do que deve ser feito; e portanto segue-se: Eles não têm nada; pois quem não trabalha, tenha fome e não coma, 2 Tessalonicenses 3. 10. O desejo do preguiçoso, que deveria ser a sua excitação, é o seu tormento, que deveria deixá-lo ocupado, deixa-o sempre inquieto e é realmente um trabalho maior para ele do que o trabalho seria.

2. A felicidade e a honra dos diligentes: Sua alma engordará; eles terão abundância e desfrutarão dela com conforto, ainda mais por ser fruto de sua diligência. Isto é especialmente verdadeiro em assuntos espirituais. Aqueles que descansam em desejos vãos não sabem quais são as vantagens da religião; ao passo que aqueles que se esforçam no serviço de Deus encontram prazer e lucro nisso.

Os Justos Exclusivamente Felizes.

5 O justo odeia a mentira, mas o ímpio é asqueroso e envergonhado.

Nota:

1. Onde a graça reina, o pecado é repugnante. É indubitável o caráter de todo homem justo que ele odeia a mentira (isto é, todo pecado, pois todo pecado é uma mentira, e particularmente toda fraude e falsidade no comércio e na conversação), não apenas porque ele não contará uma mentira, mas ele abomina a mentira, a partir de um princípio reinante e enraizado de amor à verdade e à justiça, e à conformidade com Deus.

2. Onde reina o pecado, o homem é repugnante. Se seus olhos fossem abertos e sua consciência despertada, ele seria assim consigo mesmo, abominaria a si mesmo e se arrependeria no pó e nas cinzas; entretanto, ele o é para Deus e para todos os homens bons; particularmente, ele se torna assim mentindo, o que não há nada mais detestável. E, embora ele possa pensar em enfrentar isso por algum tempo, ainda assim ele acabará envergonhado e desprezado e ficará vermelho ao mostrar seu rosto, Dan 12. 2.

6 A justiça guarda o que é reto no caminho, mas a maldade derruba o pecador.

Veja aqui,

1. Santos protegidos da ruína. Aqueles que são retos em seu caminho, que são honestos em todas as suas ações, aderem conscientemente às regras sagradas e eternas de equidade e tratam sinceramente tanto com Deus como com o homem, sua integridade os manterá longe das tentações de Satanás, que não os prevalecerão sobre eles, as repreensões e injúrias dos homens maus, que não se prenderão a eles, para lhes causar qualquer dano real, Sl 25.21.

Hic murus aheneus esto, nil conscire sibi. Seja este o teu baluarte de defesa de bronze, Ainda para preservar a tua inocência consciente.

2. Pecadores protegidos para a ruína. Aqueles que são iníquos, até mesmo sua maldade será finalmente derrubada, e eles são mantidos em suas cordas nesse meio tempo. Eles são corrigidos, destruídos? É a sua própria maldade que os corrige, que os destrói; só eles suportarão isso.

7 Há quem se enriquece, mas não tem nada; há quem se empobrece, mas tem muitas riquezas.

Esta observação é aplicável,

I. Para a propriedade mundana dos homens. O mundo é uma grande trapaça, não só as coisas do mundo, mas os homens do mundo. Todos os homens são mentirosos. Aqui está um exemplo de dois males graves sob o sol:

1. Alguns que são realmente pobres seriam considerados ricos e assim o são; negociam e gastam como se fossem ricos, fazem grande alvoroço e grande espetáculo como se tivessem tesouros escondidos, quando talvez, se todas as suas dívidas fossem pagas, não valessem um centavo. Isto é pecado e será vergonha; muitos, por meio disso, arruínam sua família e trazem reprovação à sua profissão religiosa. Aqueles que vivem assim acima daquilo que escolheram estar sujeitos ao seu próprio orgulho em vez da providência de Deus, e isso terminará de acordo.

2. Alguns que são realmente ricos seriam considerados pobres, e são considerados assim, porque vivem de maneira sórdida e mesquinha abaixo do que Deus lhes deu, e preferem enterrá-lo do que usá-lo, Ecl 6. 1, 2. Nisto há ingratidão para com Deus, injustiça para com a família e a vizinhança e falta de caridade para com os pobres.

II. Para seu estado espiritual. A graça é a riqueza da alma; são verdadeiras riquezas; mas os homens geralmente se apresentam erroneamente, seja propositalmente ou por engano e ignorância de si mesmos.

1. Existem muitos presunçosos hipócritas, que são realmente pobres e vazios de graça e ainda assim se consideram ricos e não se convencem de sua pobreza, ou se fingem ricos e não reconhecem sua pobreza.

2. Existem muitos cristãos tímidos e trêmulos, que são espiritualmente ricos e cheios de graça, e ainda assim se consideram pobres, e não serão persuadidos de que são ricos, ou, pelo menos, não serão possuidores disso; pelas suas dúvidas e medos, pelas suas queixas e tristezas, tornam-se pobres. O primeiro erro está finalmente destruindo; isso é inquietante nesse meio tempo.

8 O resgate da vida de um homem são as suas riquezas; mas o pobre não ouve a repreensão.

Estamos aptos a julgar a bem-aventurança dos homens, pelo menos neste mundo, pela sua riqueza, e que eles são mais ou menos felizes conforme possuem mais ou menos bens deste mundo; mas Salomão aqui mostra que erro grosseiro é que podemos nos reconciliar com uma condição pobre e não cobiçar riquezas nem invejar aqueles que têm abundância.

1. Aqueles que são ricos, se por alguns são respeitados pelas suas riquezas, ainda assim, para equilibrar isso, por outros são invejados e agredidos, e colocados em perigo de vida, que por isso são forçados a resgatar com as suas riquezas. Não nos mates, pois temos tesouros no campo, Jeremias 41. 8. Sob alguns tiranos, já era crime suficiente ser rico; e quão pouco o homem fica em dívida com sua riqueza quando ela serve apenas para redimir aquela vida que de outra forma não teria sido exposta!

2. Aqueles que são pobres, se por alguns deveriam ser seus amigos, são desprezados e esquecidos, mas, para equilibrar isso, também são desprezados e esquecidos por outros que seriam seus inimigos se tivessem algo a perder: Os pobres não ouvem repreensão, não são censurados, reprovados, acusados, nem colocados em problemas, como acontece com os ricos; pois ninguém acha que vale a pena prestar atenção neles. Quando os judeus ricos foram levados cativos para a Babilônia, os pobres da terra foram deixados, 2 Reis 25. 12. Bem-vindo, nada, uma vez a cada sete anos. Cantabit vacuus coram latrone viator — Quando um viajante é recebido por um ladrão, ele se alegra por não ter muitas propriedades consigo.

9 A luz dos justos exulta, mas a lâmpada dos ímpios apagar-se-á.

Aqui está:

1. O conforto dos homens bons floresce e dura: A luz dos justos alegra, isto é, aumenta e os alegra. Até a sua prosperidade exterior é a sua alegria, e muito mais aqueles dons, graças e confortos com os quais as suas almas são iluminadas; estes brilham cada vez mais, cap. 4. 18. O Espírito é a luz deles, e ele lhes dá plenitude de alegria e se alegra em fazer-lhes o bem.

2. O conforto dos homens maus que murcham e morrem: A lâmpada dos ímpios arde fraca; parece melancólica, como uma vela numa urna, e em breve será apagada na escuridão total, Is 50. 11. A luz dos justos é como a do sol, que pode ser eclipsada e nublada, mas continuará; a dos ímpios é como uma lâmpada que eles próprios acendem, que logo se apagará e se apagará facilmente.

10 Somente com o orgulho vem a discórdia; mas com os bem aconselhados está a sabedoria.

Observe:

1. O orgulho tolo é a grande desculpa. Você saberia de onde vêm as guerras e lutas? Eles vêm desta raiz de amargura. Qualquer que seja a mão que outras concupiscências possam ter na disputa (paixão, inveja, cobiça), o orgulho tem a mão grande; é seu orgulho que ele próprio semeie a discórdia e não precise de ajuda. O orgulho torna os homens impacientes com a contradição em suas opiniões ou em seus desejos, impaciente com a competição e a rivalidade, impaciente com o desprezo ou com qualquer coisa que pareça desprezível, e impaciente com a concessão, e se afastando de uma presunção de certo direito e verdade no lado deles; e daí surgem brigas entre parentes e vizinhos, brigas em estados e reinos, em igrejas e sociedades cristãs. Os homens se vingarão, não perdoarão, porque são orgulhosos.

2. Aqueles que são humildes e pacíficos são sábios e bem aconselhados. Aqueles que pedem e aceitam conselhos, que consultam as suas próprias consciências, as suas Bíblias, os seus ministros, os seus amigos, e não fazem nada precipitadamente, são sábios, como em outras coisas, e nisso, eles se humilharão, se rebaixarão e cederão, para preservar a tranquilidade e evitar brigas.

11 A riqueza obtida pela vaidade diminuirá, mas quem ajunta pelo trabalho aumentará.

Isso mostra que as riquezas se desgastam à medida que são conquistadas e tecidas.

1. Aquilo que foi mal conquistado nunca será bem usado, pois uma maldição o acompanha e o desperdiçará, e as mesmas disposições corruptas que inclinam os homens a caminhos pecaminosos de ficar bem os inclinam a formas igualmente pecaminosas de gastar: Riqueza obtida por meio de a vaidade será concedida à vaidade e então será diminuída. Aquilo que é obtido através de empregos que não são lícitos, ou que não se tornam cristãos, que servem apenas para alimentar o orgulho e o luxo, aquilo que é obtido através do jogo ou do palco, pode ser considerado tão verdadeiramente obtido pela vaidade quanto aquele que é obtido através da fraude e da mentira, e será diminuído. De male quaesitis vix gaudet tertius hæres – A riqueza ilícita dificilmente será desfrutada pela terceira geração.

2. Aquilo que é obtido pela indústria e pela honestidade crescerá mais, em vez de crescer menos; será uma manutenção; será uma herança; será uma abundância. Aquele que trabalha, trabalhando com as mãos, crescerá tanto que terá que dar àquele que precisa (Ef 4.28); e, quando chegar a isso, aumentará cada vez mais.

12 A esperança adiada adoece o coração; mas quando chega o desejo, é árvore de vida.

Observe,

1. Nada é mais doloroso do que o desapontamento de uma expectativa elevada, embora não na coisa em si por uma negação, mas no momento dela por um atraso: a esperança adiada torna o coração doente e definhando, irritado e rabugento; mas a esperança frustrada mata o coração, e quanto mais alta a expectativa foi aumentada, mais cortante é a frustração dela. É, portanto, nossa sabedoria não prometer a nós mesmos grandes assuntos da criatura, não nos alimentar com quaisquer esperanças vãs deste mundo, para não acumularmos matéria para nosso próprio aborrecimento; e aquilo que esperamos, preparemo-nos para ficar desapontados, pois, se isso acontecer, será mais fácil; e não sejamos precipitados.

2. Nada é mais grato do que desfrutar, finalmente, daquilo que há muito desejamos e esperamos: quando o desejo surge, ele coloca os homens em uma espécie de paraíso, um jardim de prazer, pois é uma árvore de vida. Agravará a miséria eterna dos ímpios, pois suas esperanças serão frustradas; e isso tornará a felicidade do céu ainda mais bem-vinda para os santos, pois é o que eles desejam sinceramente como a coroa de suas esperanças.

13 Quem despreza a palavra será destruído; mas quem teme o mandamento será recompensado.

Aqui está:

1. O caráter de alguém que está marcado para a ruína: Aquele que despreza a palavra de Deus, e não tem consideração por ela, não tem veneração por ela, nem será governado por ela, certamente será destruído, pois ele despreza aquilo que é o único meio de curar uma doença destrutiva e torna-se desagradável para aquela ira divina que certamente será sua destruição. Aqueles que preferem as regras da política carnal aos preceitos divinos, e as seduções do mundo e da carne às promessas e confortos de Deus, desprezam a sua palavra, dando preferência às coisas que competem com ela; e é para sua própria destruição: eles não aceitariam aviso.

2. O caráter de alguém que certamente será feliz: Aquele que teme o mandamento, que teme a Deus, presta deferência à sua autoridade, tem reverência por sua palavra, tem medo de desagradar a Deus e incorrer nas penalidades anexadas ao mandamento, não apenas escapará da destruição, mas será recompensado por seu temor piedoso. Ao guardar o mandamento há grande recompensa.

14 A lei dos sábios é fonte de vida, para se afastar das armadilhas da morte.

Pela lei dos sábios e justos, aqui, podemos entender ou os princípios e regras pelos quais eles se governam ou (o que é tudo para um) as instruções que eles dão aos outros, que deveriam ser como uma lei para todos eles; e se assim forem,

1. Serão fontes constantes de conforto e satisfação, como uma fonte de vida, enviando correntes de água viva; quanto mais nos aproximarmos dessas regras, mais eficazmente garantiremos a nossa própria paz.

2. Eles serão constantes preservadores das tentações de Satanás. Aqueles que seguem os ditames desta lei manter-se-ão distantes das armadilhas do pecado, e assim escaparão das armadilhas da morte em que caem aqueles que abandonam a lei dos sábios.

15 O bom entendimento traz favor, mas o caminho dos transgressores é difícil.

Se compararmos não apenas o fim, mas também o caminho, descobriremos que a religião leva vantagem; pois,

1. O caminho dos santos é agradável: o bom entendimento ganha o favor de Deus e do homem; nosso Salvador cresceu nesse favor quando aumentou em sabedoria. Aqueles que se comportam com prudência e ordenam corretamente a sua conduta em tudo, que servem a Cristo em justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo, são aceitos por Deus e aprovados pelos homens, Romanos 14.17,18. E quão confortavelmente passará pelo mundo aquele homem que é bem compreendido e, portanto, bem aceito!

2. O caminho dos pecadores é áspero e inquieto e, por isso, desagradável para eles próprios, porque inaceitável para os outros. É difícil, difícil para os outros que se queixam disso, difícil para o próprio pecador, que pode ter pouco prazer em si mesmo enquanto faz aquilo que desagrada toda a humanidade. O serviço ao pecado é uma escravidão perfeita, e o caminho para o inferno está repleto de espinhos e abrolhos que são produtos da maldição. Os pecadores trabalham no próprio fogo.

16 Todo homem prudente age com conhecimento, mas o tolo revela a sua estultícia.

Observe:

1. É sábio ser cauteloso. Todo homem prudente e discreto faz tudo com conhecimento (considerando a si mesmo e consultando os outros), age com deliberação e é cauteloso, tem cuidado para não se intrometer naquilo sobre o qual não tem algum conhecimento, para não se lançar em negócios que ele não se familiarizou, não lidará com aqueles sobre os quais não tem algum conhecimento, se eles podem ser confiados. Ele ainda está lidando com conhecimento, para que possa aumentar o estoque que possui.

2. É tolice ser precipitado, como é o tolo, que se atreve a falar de coisas que nada sabe e empreender aquilo para o qual não está apto, e assim expõe sua tolice e se torna ridículo. Ele começou a construir e não conseguiu terminar.

17 O mensageiro mau comete o mal, mas o embaixador fiel traz saúde.

Aqui temos:

1. As más consequências de trair uma confiança. Um mensageiro perverso que, sendo enviado para negociar qualquer negócio, é falso com aquele que o empregou, divulga seus conselhos e assim frustra seus desígnios, não pode esperar prosperar, mas certamente cairá em algum mal ou outro, será descoberto e punido, pois nada é mais odioso para Deus e para o homem do que a traição daqueles que neles depositam confiança.

2. Os efeitos felizes da fidelidade: Um embaixador que cumpre fielmente a sua confiança e serve os interesses daqueles que o empregam é saúde; ele é saúde para aqueles por quem e para quem é empregado, cura as diferenças que existem entre eles e preserva o bom entendimento; ele é saúde para si mesmo, pois garante seus próprios interesses. Isto é aplicável aos ministros, mensageiros e embaixadores de Cristo; aqueles que são iníquos e falsos para com Cristo e para com as almas dos homens cometem o mal e caem no mal, mas aqueles que são fiéis descobrirão que palavras sãs são palavras de cura para os outros e para si mesmos.

18 Pobreza e vergonha serão para aquele que recusa a instrução; mas aquele que atende à repreensão será honrado.

Note:

1. Aquele que é tão orgulhoso que despreza ser ensinado certamente será humilhado. Aquele que recusa a boa instrução que lhe é oferecida, como se fosse uma reflexão sobre sua honra e um resumo de sua liberdade, será para ele pobreza e vergonha: ele se tornará um mendigo e viverá e morrerá em desgraça; todos o desprezarão, considerando-o tolo, teimoso e ingovernável.

2. Aquele que é tão humilde que aceita bem ser informado de suas faltas certamente será exaltado: Aquele que considera uma repreensão, quem quer que a faça, e consertará o que está errado quando isso lhe for mostrado, ganha respeito como sábio e sincero; ele evita aquilo que seria uma vergonha para ele e está no caminho certo para se tornar considerável.

19 O desejo realizado é doce para a alma, mas é abominável para os tolos afastar-se do mal.

Isto mostra a loucura daqueles que recusam a instrução, pois podem ser felizes e não o serão.

1. Eles podem estar felizes. Existem no homem fortes desejos de felicidade; Deus providenciou a realização desses desejos, e isso seria doce para a alma, ao passo que os prazeres dos sentidos são gratos apenas ao apetite carnal. O desejo dos homens bons pelo favor de Deus e pelas bênçãos espirituais traz aquilo que é doce para suas almas; conhecemos aqueles que podem dizer isso por experiência própria, Sal 46. 7.

2. No entanto, eles não serão felizes; pois é uma abominação para eles afastar-se do mal, que é necessário para serem felizes. Nunca deixe que aqueles que esperam algo verdadeiramente doce para suas almas não sejam persuadidos a abandonar seus pecados, mas que os rolem debaixo de suas línguas como um doce bocado.

20 Quem anda com os sábios será sábio; mas o companheiro dos tolos será destruído.

Note,

1. Aqueles que seriam bons devem manter boa companhia, o que é uma prova para eles de que seriam bons (o caráter dos homens é conhecido pela companhia que escolhem) e será um meio de torná-los bons, de mostrar-lhes o caminho e de acelerá-los e encorajá-los nisso. Aquele que deseja ser sábio deve caminhar com aqueles que o são, deve escolher tais para seu conhecimento íntimo e conversar com eles de acordo; deve pedir e receber instruções deles, e manter conversas piedosas e proveitosas com eles. Não perca o discurso dos mais velhos, pois eles também aprenderam com seus pais, Eclesiástico 8. 9; 6. 35: Esteja disposto a ouvir todo discurso piedoso, e não deixe que as parábolas do entendimento lhe escapem.

2. Multidões são arruinadas pelas más companhias: Um companheiro de tolos será quebrado (assim alguns), será conhecido (assim a LXX.), conhecido como um tolo; noscitur ex sócio – ele é conhecido por sua companhia. Ele será como eles (alguns), se tornará mau (outros); tudo se resume a um, pois todos aqueles, e somente aqueles, que se tornam maus, serão destruídos, e aqueles que se associam com malfeitores serão depravados e, portanto, desfeitos, e finalmente atribuem sua morte a isso.

21 O mal persegue os pecadores, mas aos justos será retribuído o bem.

Veja aqui:

1. Quão inevitável é a destruição dos pecadores; a ira de Deus os persegue, e todos os terrores dessa ira: o mal os persegue de perto onde quer que vão, como o vingador do sangue perseguiu o homicida, e eles não têm cidade de refúgio para onde fugir; eles tentam escapar, mas em vão. A quem Deus persegue, ele certamente alcançará. Eles podem prosperar por um tempo e ficarem muito seguros, mas sua condenação não dorme, embora eles durmam.

2. Quão inefável é a felicidade dos santos; o Deus que não pode mentir comprometeu-se a que o bem justo seja retribuído. Eles serão abundantemente recompensados por todo o bem que fizeram e por todos os males que sofreram neste mundo; de modo que, embora muitos tenham sido perdedores por sua justiça, não serão perdedores por ela. Embora a recompensa não venha rapidamente, ela virá no dia do pagamento, no mundo da retribuição; e será uma recompensa abundante.

22 O homem bom deixa uma herança aos filhos de seus filhos; e os bens do pecador ficam reservados para o justo.

Veja aqui:

1. Como dura o patrimônio de um homem bom: Ele deixa uma herança aos filhos de seus filhos. Faz parte de seu louvor que ele seja atencioso com a posteridade, que ele não exponha tudo sobre si mesmo, mas tenha o cuidado de fazer o bem para aqueles que vierem depois dele, não retendo mais do que é devido, mas por meio de uma atitude prudente e frugalidade decente. Ele educa seus filhos para isso, para que possam deixar isso para seus filhos; e especialmente ele é cuidadoso, tanto pela justiça como pela caridade, em obter a bênção de Deus sobre o que ele tem, e em trazer essa bênção para seus filhos, sem a qual a maior indústria e frugalidade serão em vão: Um homem bom, por ter o bem e a prática do bem, honrando o Senhor com seus bens e gastando-os em seu serviço, asseguram-nos à sua posteridade; ou, se ele não lhes deixar muitos dos bens deste mundo, suas orações, suas instruções, seu bom exemplo, serão a melhor garantia, e as promessas da aliança serão uma herança para os filhos de seus filhos, Sl 103.17.

2. Como aumenta com a adesão da riqueza do pecador a ela, pois esta é reservada para os justos. Se for perguntado: como poderiam os homens bons ficar tão ricos, que não estão tão ansiosos pelo mundo como os outros e que comumente sofrem por seu bem-estar? Aqui é respondido que Deus, em sua providência, muitas vezes coloca em suas mãos aquilo que as pessoas iníquas haviam reservado para si mesmas. Os inocentes dividirão a prata, Jó 27. 16, 17. Os israelitas despojarão os egípcios (Êx 12.36) e comerão as riquezas dos gentios, Is 61.6.

23 Muita comida está na lavoura dos pobres: mas há algo que é destruído por falta de juízo.

Veja aqui,

1. Como uma pequena propriedade pode ser melhorada pelo trabalho, para que um homem, tirando o melhor proveito de tudo, possa viver confortavelmente com ela: Muitos alimentos estão na lavoura dos pobres, dos agricultores pobres, que têm senão um pouco, mas esforce-se com esse pouco e administre-o bem. Muitos usam como desculpa para sua ociosidade o fato de terem apenas um pouco para trabalhar, muito pouco para fazer; mas quanto menos abrangente for o campo, maior será a habilidade e o trabalho do proprietário empregados nele, e o resultado será muito bom. Deixe-o cavar e ele não precisará implorar.

2. Como uma grande propriedade pode ser arruinada pela indiscrição: Há quem tenha muito, mas é destruído e reduzido a nada por falta de juízo, isto é, prudência na sua gestão. Os homens se constroem demais ou se compram demais, mantêm mais companhia, ou uma mesa melhor, ou mais empregados, do que podem pagar, sofrem o que têm para ir à decadência e não aproveitam ao máximo; ao assumirem eles próprios dinheiro ou ficarem vinculados a outros, suas propriedades são perdidas, suas famílias reduzidas, e tudo por falta de juízo.

24 Quem poupa a sua vara odeia a seu filho; mas quem o ama, castiga-o oportunamente.

Note:

1. Para a educação dos filhos naquilo que é bom, é necessária a devida correção deles pelo que está errado; cada filho nosso é filho de Adão e, portanto, tem aquela tolice ligada em seu coração que exige repreensão, mais ou menos, a vara e a reprovação que dão sabedoria. Observe que é a vara dele que deve ser usada, a vara de um pai, dirigida pela sabedoria e pelo amor, e projetada para o bem, não a vara de um servo.

2. É bom começar o tempo todo com as restrições necessárias das crianças contra o que é mau, antes que hábitos viciosos sejam confirmados. O galho dobra-se facilmente quando está macio.

3. Aqueles que realmente odeiam seus filhos, embora finjam gostar deles, que não os mantêm sob uma disciplina estrita e, por todos os métodos adequados, severos quando os gentis não servem, tornam-nos sensíveis às suas falhas e com medo de ofender. Eles os abandonam ao seu pior inimigo, à doença mais perigosa, e por isso os odeiam. Que isso reconcilie os filhos com a correção que seus bons pais lhes dão; é por amor e para o bem deles, Hebreus 12. 7-9.

25 O justo come até saciar a sua alma, mas o ventre dos ímpios terá falta.

Observe:

1. A felicidade dos justos é que eles tenham o suficiente e saibam quando terão o suficiente. Eles desejam não ficar fartos, mas, sendo moderados em seus desejos, logo ficam satisfeitos. A natureza se contenta com pouco e a graça com menos; o suficiente é tão bom quanto um banquete. Aqueles que se alimentam do pão da vida, que se deleitam com as promessas, ali encontram abundante satisfação de alma, comem e ficam saciados.

2. É a miséria dos ímpios que, pela insaciabilidade dos seus próprios desejos, sejam sempre necessitados; não apenas suas almas não ficarão satisfeitas com o mundo e a carne, mas até mesmo seu ventre carecerá; seu apetite sensual é sempre ávido. No inferno lhes será negada uma gota de água.

 

Provérbios 14

Sabedoria e Loucura.

1 Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola a derruba com as próprias mãos.

Observe:

1. Uma boa esposa é uma grande bênção para uma família. Por meio de uma esposa frutífera, uma família é multiplicada e reabastecida com filhos, e assim construída. Mas por uma esposa prudente, piedosa, trabalhadora e atenciosa, os assuntos da família são feitos a prosperar, as dívidas são pagas, as porções levantadas, as provisões feitas, os filhos bem educados e mantidos, e a família tem conforto dentro de casa e crédito no exterior; assim é a casa construída. Ela considera isso como seu próprio cuidado, embora saiba que cabe a seu marido governar, Ester 1. 22.

2. Muitas famílias são arruinadas pela má dona de casa, bem como por má administração. uma mulher tola, que não tem temor de Deus nem se preocupa com seus negócios, que é obstinada, esbanjadora e bem-humorada, que se entrega à sua comodidade e apetite, e é toda para passear e festejar, jogar cartas e brincar na casa, embora ela venha para uma propriedade abundante e uma família de antemão, ela a empobrecerá e a desperdiçará, e certamente será a ruína de sua casa como se a tivesse arrancado com as mãos; e o próprio marido, com todos os seus cuidados, dificilmente pode impedi-lo.

2 O que anda na sua retidão teme ao Senhor, mas o que é perverso nos seus caminhos o despreza.

Aqui estão,

1. Graça e pecado em suas verdadeiras cores. O reinado da graça é uma reverência a Deus e dá honra àquele que é infinitamente grande e elevado, e a quem toda honra é devida, do que o que é mais adequado ou deveria ser mais agradável à criatura racional? O reinado do pecado não é menos do que um desprezo a Deus. Nisso, mais do que em qualquer coisa, o pecado parece extremamente pecaminoso, que despreza a Deus, a quem os anjos adoram. Aqueles que desprezam os preceitos de Deus, e não se deixam reger por eles, suas promessas, e não os aceitam, desprezam o próprio Deus e todos os seus atributos.

2. Graça e pecado em sua verdadeira luz. Nisto podemos conhecer um homem que tem graça, e o temor de Deus, reinando nele, ele anda em sua retidão, ele toma consciência de suas ações, é fiel a Deus e ao homem, e cada parada que ele faz, assim como cada passo que dá, é por regra; aqui está um que honra a Deus. Mas, ao contrário, aquele que é perverso em seus caminhos, que voluntariamente segue seus próprios apetites e paixões, que é injusto e desonesto e contradiz sua profissão em sua conduta, por mais que finja devoção, ele é um homem perverso e será considerado um desprezador do próprio Deus.

3 Na boca do insensato está a vara da soberba, mas os lábios dos sábios o preservarão.

Veja aqui,

1. Um tolo orgulhoso se expondo. Onde há orgulho no coração, e não há sabedoria na cabeça para suprimi-lo, geralmente se mostra nas palavras: Na boca há orgulho, ostentação orgulhosa, censura orgulhosa, desprezo orgulhoso, comando orgulhoso e aplicação da lei; esta é a vara, ou galho, do orgulho; a palavra é usada somente aqui e Isa 11. 1. Cresce daquela raiz de amargura que está no coração; é uma vara daquele caule. A raiz deve ser arrancada, ou não podemos conquistar este galho, ou significa uma vara de bater, uma vara de orgulho que impressiona os outros. O homem orgulhoso com sua língua o cerca e desfere golpes a seu bel-prazer, mas no final será uma vara para si mesmo; o homem orgulhoso ficará sob uma correção ignominiosa pelas palavras de sua própria boca, não cortada como um soldado, mas castigada como um servo; e aqui ele será espancado com sua própria vara, Sl 64. 8.

2. Um humilde sábio salvando a si mesmo e consultando seu próprio bem: Os lábios dos sábios os preservarão de fazer o mal aos outros que os homens orgulhosos fazem com suas línguas, e de trazer aquele mal sobre si mesmos em que os escarnecedores arrogantes estão frequentemente envolvidos.

4 Onde não há bois, a manjedoura está limpa; mas muito aumento vem da força do boi.

Observe,

1. A negligência da lavoura é o caminho para a pobreza: Onde não há bois para lavrar a terra e pisar o milho, a manjedoura está vazia, está limpa; não há palha para o gado e, consequentemente, não há pão para o serviço do homem. A escassez é representada pela limpeza dos dentes, Amós 4. 6. Onde não há bois, não há nada a ser feito no solo e nada a ser obtido dele; o berço realmente está limpo do esterco, que agrada aos asseados e bons, que não podem suportar a criação porque há muito trabalho sujo nela e, portanto, venderão seus bois para manter a manjedoura limpa; mas então não apenas o trabalho, mas também o esterco do boi é necessário. Isso mostra a loucura daqueles que se viciam nos prazeres do campo, mas não se importam com os negócios, que (como dizemos) mantêm mais cavalos do que vacas, mais cães do que porcos; suas famílias devem sofrer com isso.

2. Aqueles que se preocupam com seu terreno provavelmente colherão o lucro dele. Aqueles que mantêm sobre eles o que é para uso e serviço, não para estado e exibição, mais lavradores do que lacaios, provavelmente prosperarão. Muito aumento é pela força do boi; que é feito para o nosso serviço e é lucrativo vivo e morto.

5 A testemunha fiel não mentirá, mas a testemunha falsa proferirá mentiras.

Na administração da justiça, muito depende das testemunhas e, portanto, é necessário para o bem comum que as testemunhas tenham os princípios que devem ter; pois,

1. Uma testemunha conscienciosa não ousará dar um testemunho que seja minimamente falso, nem, por boa ou má vontade, representar algo que não seja de acordo com o melhor de seu conhecimento, quem quer que seja satisfeito ou descontente, e então o julgamento corre como um rio.

2. Mas uma testemunha que será subornada, tendenciosa e intimidada, proferirá mentiras (e não ficará nem se assustará com isso), com tanta prontidão e segurança como se tudo o que ele disse fosse verdade.

6 O escarnecedor busca sabedoria e não a encontra; mas o conhecimento é fácil para o entendido.

Observe:

1. A razão pela qual algumas pessoas buscam a sabedoria e não a encontram é porque não a buscam a partir de um princípio correto e da maneira correta. Eles são escarnecedores, e é com escárnio que eles pedem instrução, para que possam ridicularizar o que lhes é dito e criticar isso. Muitos fizeram perguntas a Cristo, tentando-o, e para que tivessem do que acusá-lo, mas nunca foram os mais sábios. Não é de admirar que aqueles que buscam a sabedoria, como Simão, o Mago, buscou os dons do Espírito Santo, para servir ao seu orgulho e cobiça, não a encontrem, pois procuram mal. Herodes desejava ver um milagre, mas era um escarnecedor e, portanto, isso lhe foi negado, Lucas 23. 8. Os escarnecedores não aceleram em oração.

2. Para aqueles que entendem bem, que se desviam do mal (pois isso é entender), o conhecimento de Deus e de sua vontade é fácil. As parábolas que endurecem os escarnecedores em seu desprezo e tornam as coisas divinas mais difíceis para eles, iluminam aqueles que estão dispostos a aprender e tornam as mesmas coisas mais claras, inteligíveis e familiares para eles, Mateus 13:11, 15, 16. A mesma palavra que para o desdenhoso é um cheiro de morte para morte para o humilde e sério é um cheiro de vida para vida. Aquele que entende, para se afastar do mal (pois isso é entendimento), abandonar seus preconceitos, deixar de lado todas as disposições e afeições corruptas, facilmente apreenderá a instrução e receberá as impressões dela.

7 Sai da presença do tolo, quando não percebes nele os lábios do conhecimento.

Veja aqui,

1. Como podemos discernir um tolo e descobri-lo, um homem perverso, pois ele é um homem tolo. Se não percebermos nele os lábios do conhecimento, se descobrirmos que não há prazer ou sabor de piedade em seu discurso, que sua comunicação é toda corrupta e corruptora, e nada nela é bom e edificante, podemos concluir que o tesouro é ruim.

2. Como devemos rejeitar tal pessoa e nos afastar dela: Afaste-se de sua presença, pois você percebe que não há bem a ser obtido por sua companhia, senão perigo de ser ferido por ela. Às vezes, a única maneira que temos de reprovar o discurso perverso e testemunhar contra ele é deixando a companhia e deixando de ouvi-lo.

8 A sabedoria do prudente é entender o seu caminho, mas a estultícia dos tolos é engano.

Veja aqui,

1. A boa conduta de um homem sábio e bom; ele se administra bem. Não é a sabedoria dos eruditos, que consiste apenas em especulação, que é aqui recomendada, mas a sabedoria do prudente, que é prática e é útil para dirigir nossos conselhos e ações. A prudência cristã consiste em uma correta compreensão de nosso caminho; pois somos viajantes, cuja preocupação é não espionar maravilhas, mas avançar em direção ao fim de sua jornada. É entender nosso próprio caminho, não ser críticos e intrometidos nos assuntos de outros homens, mas olhar bem para nós mesmos e ponderar o caminho de nossos pés, compreender as direções do nosso caminho, para que possamos observá-los, os perigos do nosso caminho, para que possamos evitá-los, as dificuldades do nosso caminho, para que possamos rompê-las, e as vantagens do nosso caminho, para que possamos melhorá-los - para entender as regras pelas quais devemos seguir e os fins para os quais devemos caminhar, e caminhar de acordo.

2. A má conduta de um homem mau; ele engana a si mesmo. Ele não entende corretamente seu caminho; ele pensa que sim, e então erra seu caminho, e continua em seu erro: A tolice dos tolos é engano; isso os engana em sua própria ruína. A loucura daquele que construiu sobre a areia foi engano.

9 Os tolos zombam do pecado, mas entre os justos há favor.

Veja aqui,

1. Como as pessoas más são endurecidas em sua maldade: elas zombam do pecado. Eles zombam dos pecados dos outros, fazendo a si mesmos e seus companheiros se divertirem com aquilo pelo qual deveriam lamentar, e fazem pouco caso de seus próprios pecados, tanto quando são tentados a pecar quanto quando o cometem; eles chamam o mal de bem e o bem de mal (Isaías 5:20), desfazem-no com uma piada, precipitam-se no pecado (Jeremias 8:6) e dizem que terão paz, embora continuem. Eles não se importam com o mal que fazem por seus pecados, e riem daqueles que lhes contam isso. Eles são advogados do pecado e são engenhosos em inventar desculpas para ele. Os tolos zombam da oferta pelo pecado (assim alguns); aqueles que menosprezam o pecado, menosprezam a Cristo. Esses são tolos que menosprezam o pecado, pois menosprezam aquilo de que Deus reclama (Amós 2:13), que pesa fortemente sobre Cristo, e sobre o qual eles próprios terão outros pensamentos em breve.

2. Como as pessoas boas são encorajadas em sua bondade: Entre os justos há favor; se eles ofendem em alguma coisa, eles se arrependem e obtêm o favor de Deus. Eles têm boa vontade um para com o outro; e entre eles, em suas sociedades, há caridade mútua e compaixão em casos de ofensas, e nenhuma zombaria.

10 O coração conhece a sua própria amargura; e um estranho não se intromete em sua alegria.

Isso concorda com 1 Coríntios 2. 11: Que homem conhece as coisas de um homem e as mudanças de seu temperamento, exceto o espírito de um homem?

1. Todo homem sente mais de seu próprio fardo, especialmente aquele que é um fardo para os espíritos, pois isso é comumente escondido e o sofredor o guarda para si mesmo. Não devemos censurar as dores dos outros, pois não sabemos o que eles sentem; seu golpe talvez seja mais pesado que seus gemidos.

2. Muitos desfrutam de um prazer secreto, especialmente nas consolações divinas, que outros não conhecem, muito menos são participantes; e, como as tristezas de um penitente, as alegrias de um crente são tais que um estranho não se intromete e, portanto, não é um juiz competente.

11 A casa dos ímpios será derrubada, mas o tabernáculo dos retos florescerá.

Observe:

1. O pecado é a ruína de grandes famílias: a casa dos ímpios, embora construída tão forte e alta, será derrubada, será levada à pobreza e à desgraça e, por fim, será extinta. Sua esperança para o céu, a casa na qual ele se apóia, não permanecerá, mas falhará na tempestade; o dilúvio que vem a varrerá.

2. A retidão é a ascensão e a estabilidade até mesmo das famílias mesquinhas: até mesmo o tabernáculo dos retos, embora móvel e desprezível como uma tenda, florescerá, em prosperidade externa se a Sabedoria Infinita vir o bem, em todos os eventos em graças e conforto, que são verdadeiras riquezas e honras.

12 Há caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte.

Temos aqui um relato do caminho e fim de muitas almas iludidas.

1. O caminho deles é aparentemente justo: parece certo para eles; eles se agradam com a fantasia de que são como deveriam ser, que suas opiniões e práticas são boas e que as corroboram. O caminho da ignorância e do descuido, o caminho do mundanismo e da mentalidade terrena, o caminho da sensualidade e da satisfação da carne parecem certos para aqueles que andam neles, muito mais o caminho da hipocrisia na religião, desempenhos externos, reformas parciais e zelo cego; isso eles imaginam que os levará ao céu; eles se lisonjeiam a seus próprios olhos de que tudo ficará bem no final.

2. O fim deles é realmente terrível, e ainda mais por seu erro: são os caminhos da morte, morte eterna; a sua iniquidade certamente será a sua ruína, e eles perecerão com a mentira na sua mão direita. Os autoenganadores se mostrarão, no final, autodestruidores.

13 Até no riso o coração se entristece; e o fim dessa alegria é o peso.

Isso mostra a vaidade da alegria carnal e prova o que Salomão disse sobre o riso, que é louco; pois,

1. Há tristeza sob ela. Às vezes, quando os pecadores estão sob convicções, ou algum grande problema, eles dissimulam sua dor por uma alegria forçada, e colocam uma cara boa nisso, porque eles não parecem ceder: eles não choram quando ele os amarra. E, quando os homens realmente estão alegres, mas ao mesmo tempo há uma mistura ou outra em sua alegria, algo que lança uma umidade sobre ela, que toda a sua alegria não pode impedir de seus corações. Suas consciências lhes dizem que não têm motivos para se alegrar (Os 9. 1); eles não podem deixar de ver a vaidade disso. A alegria espiritual está assentada na alma; a alegria do hipócrita é apenas dos dentes para fora. Veja João 16. 22; 2 Cor 6. 10.

2. Há pior depois disso: O fim dessa alegria é o peso. Logo acaba, como o crepitar de espinhos sob uma panela; e, se a consciência estiver desperta, toda alegria pecaminosa e profana será refletida com amargura; se não, o peso será tanto maior quando, por todas essas coisas, Deus trouxer o pecador a julgamento. As tristezas dos santos terminarão em alegrias eternas (Sl 126. 5), mas o riso dos tolos terminará em choro e lamento sem fim.

O Justo e o Iníquo Contrastam.

14 O desviado de coração se fartará dos seus próprios caminhos, e o homem bom se fartará de si mesmo.

Observe,

1. A miséria dos pecadores será um eterno excesso de seus pecados: O apóstata de coração, que por medo do sofrimento, ou na esperança de lucro ou prazer, abandona a Deus e seu dever, será preenchido com seus próprios caminhos; Deus lhe dará o suficiente deles. Eles não abandonariam suas luxúrias e paixões brutais e, portanto, permanecerão com elas, para seu terror e tormento eternos. Aquele que é imundo será imundo ainda. "Filho, lembre-se", os encherá com seus próprios caminhos e colocará seus pecados em ordem diante deles. A apostasia começa no coração; é o coração maligno da incredulidade que se afasta de Deus; e de todos os pecadores, os desviados terão mais terror quando refletirem sobre seus próprios caminhos, Lucas 11. 26.

2. A felicidade dos santos será uma satisfação eterna em suas graças, como símbolos e qualificações para o favor peculiar de Deus: Um homem bom será abundantemente satisfeito consigo mesmo, com o que Deus operou nele. Ele se alegra somente em si mesmo, Gal 6. 3. Como os pecadores nunca pensam que têm pecado o suficiente até que os leve para o inferno, os santos nunca pensam que têm graça suficiente até que os levem para o céu.

15 O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para o seu caminho.

Note,

1. É tolice ser crédulo, dar ouvidos a todos os relatos, dar ouvidos à história de cada homem, embora seja tão improvável, confiar nas coisas da fama comum, depender da profissão de amizade de cada homem e dar crédito a todo aquele que prometer pagamento; são simples aqueles que assim acreditam em cada palavra, esquecendo que todos os homens, em certo sentido, são mentirosos em comparação com Deus, cujas palavras devemos acreditar com uma fé implícita, pois ele não pode mentir.

2. É sábio ser cauteloso: o homem prudente testará antes de confiar, pesará tanto a credibilidade da testemunha quanto a probabilidade do testemunho e, então, julgará conforme a coisa aparecer ou suspenderá seu julgamento até que apareça. Prove todas as coisas, e não acredite em todo espírito.

16 O sábio teme e desvia-se do mal, mas o insensato se enfurece e confia.

Observe:

1. O santo temor é uma excelente guarda sobre todas as coisas sagradas e contra todas as coisas profanas. É sábio afastar-se do mal, do mal do pecado e, portanto, de todos os outros males; e, portanto, é sábio temer, isto é, ter ciúme de nós mesmos com um ciúme piedoso, manter um pavor da ira de Deus, ter medo de chegar perto das fronteiras do pecado ou flertar com o início dele. Um homem sábio, por medo do mal, mantém-se fora do caminho do perigo e recua assustado quando se vê entrando em tentação.

2. Presunção é loucura. Aquele que, quando é avisado de seu perigo, se enfurece e se mostra confiante, avança furiosamente, não suporta ser controlado, desafia a ira e a maldição de Deus e, sem medo do perigo, persiste em sua rebelião, ousa com as ocasiões de pecado e joga no precipício, ele é um tolo, pois ele age contra sua razão e seu interesse, e sua ruína será rapidamente a prova de sua loucura.

17 O que se ira logo age tolamente; e o homem de más intenções é odiado.

Note,

1. Homens apaixonados são ridicularizados com justiça. Homens que são rabugentos e sensíveis, e logo ficam zangados com a menor provocação, agem tolamente; eles dizem e fazem o que é ridículo, e assim se expõem ao desprezo; eles próprios não podem deixar de se envergonhar disso quando o calor acabar. A consideração disso deve envolver especialmente aqueles que têm reputação de sabedoria e honra com o máximo cuidado para refrear sua paixão.

2. Homens maliciosos são justamente temidos e detestados, pois são muito mais perigosos e maliciosos para todas as sociedades: Um homem de artifícios perversos, que abafa seus ressentimentos até que tenha uma oportunidade de se vingar, e está planejando secretamente como prejudicar seu próximo e fazer-lhe uma má ação, como Caim para matar Abel, um homem como este é odiado por toda a humanidade. O caráter de um homem irado é lamentável; pela surpresa de uma tentação, ele se perturba e se envergonha, mas logo passa e ele se arrepende. Mas a de um homem rancoroso e vingativo é odiosa; não há cerca contra ele nem cura para ele.

18 Os simples herdam a insensatez, mas os prudentes são coroados de conhecimento.

Note,

1. O pecado é a vergonha dos pecadores: O simples, que ama a simplicidade, nada ganha com isso; eles herdam a loucura. Eles o têm por herança, então alguns. Essa corrupção da natureza é derivada de nossos primeiros pais, e todas as calamidades que a acompanham, temos por espécie; foi a herança que transmitiram à sua raça degenerada, uma doença hereditária. Eles gostam tanto dela quanto um homem de sua herança, a seguram com firmeza e relutam em se separar dela. O que eles valorizam é ​​realmente tolo; e qual será o resultado de sua simplicidade senão loucura? Eles vão se arrepender para sempre de sua própria escolha tola.

2. A sabedoria é a honra dos sábios: Os prudentes se coroam de conhecimento, eles o consideram seu ornamento mais brilhante, e não há nada que eles sejam tão ambiciosos; eles o amarram em suas cabeças como uma coroa, da qual de forma alguma se separarão; eles avançam em direção ao topo e perfeição do conhecimento, que irá coroar seus começos e progressos. Eles terão o louvor disso; cabeças sábias serão respeitadas como se fossem cabeças coroadas. Eles coroam o conhecimento (assim alguns o leem); eles são um crédito para sua profissão. A sabedoria não é apenas justificada, mas glorificada por todos os seus filhos.

19 Os maus se curvam diante dos bons; e os ímpios às portas dos justos.

Isto é,

1. Os ímpios muitas vezes são empobrecidos e humilhados, de modo que são forçados a mendigar, pois sua maldade os reduziu a uma situação difícil; enquanto os homens bons, pela bênção de Deus, são enriquecidos e capacitados a dar, e dão, mesmo para o mal; pois onde Deus concede vida, não devemos negar um meio de subsistência.

2. Às vezes, Deus extorque, mesmo de homens maus, um reconhecimento da excelência do povo de Deus. Os maus sempre devem se curvar diante dos bons, e às vezes eles são obrigados a fazer isso e saber que Deus os amou, Ap 3. 9. Eles desejam seu favor (Est 7. 7), suas orações, 2 Reis 3. 12.

3. Chegará o dia em que os retos dominarão (Sl 49. 14), quando as virgens tolas vierem implorar azeite às sábias, e baterão em vão naquela porta do Senhor pela qual os justos entraram.

20 O pobre é odiado até pelo seu próximo, mas o rico tem muitos amigos.

Isso mostra, não o que deveria ser, mas qual é o caminho comum do mundo - ser tímido com os pobres e gostar dos ricos.

1. Poucos darão atenção àqueles que o mundo desaprova, embora dignos de respeito: O pobre, que deveria ser lamentado, encorajado e aliviado, é odiado, considerado estranho e mantido à distância, mesmo por seu próprio vizinho, que, antes de cair em desgraça, era íntimo dele e fingia gostar dele. A maioria são amigos da andorinha, que desaparecem no inverno. É bom ter Deus como nosso amigo, porque ele não nos abandonará quando formos pobres.

2. Todos farão corte àqueles a quem o mundo sorri, embora de outra forma indignos: Os ricos têm muitos amigos, amigos às suas riquezas, na esperança de tirar algo deles. Há pouca amizade no mundo, mas o que é governado pelo interesse próprio, que não é amizade verdadeira, nem o que um homem sábio valoriza ou deposita alguma confiança tem a maioria de suas coisas boas e busca seu favor como se fossem os favoritos do céu.

21 O que despreza ao seu próximo peca, mas o que se compadece do pobre esse é feliz.

Veja aqui como o caráter e a condição dos homens são medidos e julgados por sua conduta para com seus vizinhos pobres.

1. Aqueles que os olham com desprezo atribuíram-lhes aqui um mau caráter, e sua condição será de acordo: Aquele que despreza seu próximo porque ele é inferior no mundo, porque ele é de origem mesquinha, educação rústica e faz senão uma figura humilde, que pensa que é inferior a ele notá-lo, conversar com ele ou se preocupar com ele e colocá-lo com os cães de seu rebanho, é um pecador, é culpado de um pecado, está no caminho para pior, e será tratado como um pecador; infeliz é ele.

2. Aqueles que olham para eles com compaixão são aqui ditos em boas condições, de acordo com seu caráter: Aquele que tem misericórdia dos pobres, está pronto para fazer todos os bons ofícios que puder para ele e, assim, coloca uma honra sobre ele, feliz é ele; ele faz aquilo que é agradável a Deus, sobre o qual ele próprio refletirá depois com grande satisfação, pelo qual os lombos dos pobres o abençoarão e que serão abundantemente recompensados ​​​​na ressurreição dos justos.

22 Não erram os que maquinam o mal? mas misericórdia e verdade serão para aqueles que planejam o bem.

Veja aqui,

1. Quão miseravelmente enganados estão aqueles que não apenas praticam o mal, mas o planejam: eles não erram? Sim, certamente o fazem; todos sabem disso. Eles pensam que, pecando com astúcia e artifício, e conduzindo suas intrigas com mais trama e artifício do que outros, eles farão uma mão melhor de seus pecados do que outros, e se sairão melhor. Mas eles estão enganados. A justiça de Deus não pode ser enganada. Muito erram os que tramam o mal contra o próximo, pois certamente se voltará contra eles mesmos e acabará em sua própria ruína, erro fatal!

2. Com que sabedoria os que consultam seus próprios interesses não apenas fazem o bem, mas também o planejam: Misericórdia e verdade será para eles, não uma recompensa de dívida (eles admitirão que não merecem nada), mas uma recompensa de misericórdia, mera misericórdia, misericórdia de acordo com a promessa, misericórdia e verdade, da qual Deus se agradou em se tornar um devedor. Aqueles que são tão liberais a ponto de inventar coisas liberais, que buscam oportunidades de fazer o bem e planejam como tornar sua caridade mais extensa e mais aceitável para aqueles que precisam dela, por coisas liberais eles permanecerão, Isaías 32. 8.

23 Em todo trabalho há lucro, mas a conversa dos lábios só leva à penúria.

Observe,

1. Trabalhar, sem falar, tornará os homens ricos: Em todo trabalho da cabeça ou da mão, há lucro; ele se voltará para uma boa conta ou outra. Pessoas industriosas geralmente são pessoas prósperas, e onde algo é feito, há algo a ser obtido. A mão que mexe ganha um centavo. É bom, portanto, manter-se no negócio e manter-se em ação, e o que nossas mãos encontrarem para fazer isso com todas as nossas forças.

2. Falar, sem trabalhar, empobrecerá os homens. Aqueles que gostam de se vangloriar de seus negócios e fazer barulho sobre eles, e que perdem seu tempo em tagarelice, contando e ouvindo coisas novas, como os atenienses, e, sob pretexto de melhorar a si mesmos pela conversa, negligenciam o trabalho de seu lugar e dia, desperdiçam o que têm, e o rumo que tomam tende à penúria,e terminará nela. É verdade nos assuntos de nossas almas; aqueles que se esforçam no serviço de Deus, que se esforçam fervorosamente em oração, encontrarão lucro nisso. Mas se a religião dos homens se esgotar em conversas e barulho, e sua oração for apenas o trabalho dos lábios, eles serão espiritualmente pobres e não darão em nada.

24 A coroa dos sábios são as suas riquezas, mas a estultícia dos tolos é loucura.

Observe:

1. Se os homens são sábios e bons, as riquezas os tornam muito mais honrados e úteis: A coroa dos sábios são suas riquezas; suas riquezas os tornam muito mais respeitados e lhes dão mais autoridade e influência sobre os outros. Aqueles que têm riquezas e sabedoria para usá-las terão uma grande oportunidade de honrar a Deus e fazer o bem no mundo. A sabedoria é boa sem herança, mas melhor com ela.

2. Se os homens forem perversos e corruptos, sua riqueza os exporá ainda mais: A tolice dos tolos, coloque-os em qualquer condição que você queira, é tolice, e se mostrará e os envergonhará; se eles têm riquezas, eles fazem mal com elas e são mais endurecidos em suas práticas tolas.

25 A testemunha verdadeira livra as almas, mas a testemunha enganosa profere mentiras.

Veja aqui,

1. Quanto louvor é devido a uma testemunha fiel: Ele liberta as almas dos inocentes, que são falsamente acusados, e seus bons nomes, que são tão queridos para eles quanto suas vidas. Um homem íntegro arriscará o desagrado dos maiores, para trazer a verdade à luz e resgatar os que são feridos pela falsidade. Um ministro fiel, que verdadeiramente testemunha de Deus contra o pecado, é assim um instrumento para libertar almas da morte eterna.

2. Quão pouca consideração deve ser dada a uma falsa testemunha. Ele forja mentiras, e ainda as derrama com a maior segurança imaginável para a destruição dos inocentes. É, portanto, do interesse de uma nação, por todos os meios possíveis, detectar e punir o testemunho falso, sim, e mentir na conversa comum; pois a verdade é o cimento da sociedade.

26 No temor do Senhor há forte confiança; e seus filhos terão um refúgio.

27 O temor do Senhor é fonte de vida, para evitar os laços da morte.

Nestes dois versículos somos convidados e encorajados a viver no temor de Deus pelas vantagens que acompanham uma vida religiosa. O temor do Senhor é colocado aqui para todos os princípios graciosos, produzindo práticas graciosas.

1. Onde isso reina, produz uma santa segurança e serenidade mental. Há nele uma forte confiança; permite que um homem ainda mantenha firme sua pureza e sua paz, aconteça o que acontecer, e lhe dá ousadia diante de Deus e do mundo. Eu sei que serei justificado – Nenhuma dessas coisas me move; tal é a linguagem dessa confiança.

2. Implica uma bênção para a posteridade. Os filhos daqueles que pela fé fazem de Deus sua confiança serão encorajados pela promessa de que Deus será um Deus para os crentes e para sua semente a fugir para ele como seu refúgio, e eles encontrarão abrigo nele. Os filhos de pais religiosos geralmente se beneficiam das instruções e exemplos de seus pais e se saem melhor por sua fé e orações. "Nossos pais confiaram em ti, portanto nós o faremos."

3. É uma fonte transbordante de conforto e alegria; é uma fonte de vida, produzindo prazer e satisfação constantes para a alma, alegrias que são puras e frescas, são vida para a alma e matam sua sede, e nunca podem ser esgotadas; é um poço de água viva, que está surgindo e é o penhor da vida eterna.

4. É um antídoto soberano contra o pecado e a tentação. Aqueles que têm um verdadeiro prazer nos prazeres da piedade séria não serão atraídos pelas iscas do pecado para engolir seu anzol; eles sabem onde obter coisas melhores do que qualquer outra que possa pretender oferecer e, portanto, é fácil para eles se afastarem das armadilhas da morte e evitar que seus pés sejam pegos nelas.

28 Na multidão do povo está a honra do rei, mas na falta de povo está a ruína do príncipe.

Aqui estão duas máximas na política, que carregam sua própria evidência com elas:

1. Que é muita honra para um rei ter um reino populoso; é um sinal de que ele governa bem, pois os estrangeiros são convidados a vir e se estabelecer sob sua proteção e seus próprios súditos vivem confortavelmente; é um sinal de que ele e seu reino estão sob a bênção de Deus, cujo efeito está sendo frutífero e multiplicado. É a sua força e o torna considerável e formidável; feliz é o rei, o pai de seu país, que tem sua aljava cheia de flechas; ele não será envergonhado, mas falará com seu inimigo no portão, Sl 127. 4, 5. É, portanto, a sabedoria dos príncipes, por meio de um governo brando e gentil, incentivando o comércio e a agricultura e facilitando tudo sob eles, promover o aumento de seu povo. E que todos os que desejam bem ao reino de Cristo e à sua honra façam o que puderem em seus lugares, para que muitos sejam acrescentados à sua igreja.

2. Que quando o povo diminui, o príncipe fica enfraquecido: Na falta de gente está a magreza do príncipe (assim alguns leem); o comércio está morto, o terreno não foi cultivado, o exército quer ser recrutado, a marinha tripulada, e tudo porque não há mãos suficientes. Veja o quanto a honra e a segurança dos reis dependem de seu povo, razão pela qual eles devem governar por amor, e não com rigor. Os príncipes são corrigidos por aqueles julgamentos que diminuem o número do povo, como encontramos, 2 Sam 24. 13.

29 O que é tardio em irar-se é grande em entendimento, mas o precipitado de espírito exalta a insensatez.

Note,

1. Mansidão é sabedoria. Ele entende corretamente a si mesmo, e seu dever e interesse, as enfermidades da natureza humana e a constituição da sociedade humana, que é lento para se enfurecer e sabe como desculpar as faltas dos outros tanto quanto as suas próprias, como adiar seus ressentimentos., e modera-os, de modo que, por nenhuma provocação, seja colocado fora da posse de sua própria alma. Um homem brando e paciente deve realmente ser considerado um homem inteligente, alguém que aprende de Cristo, que é a própria Sabedoria.

2. A paixão desenfreada é proclamada insensatez: Aquele que é impulsivo de espírito, cujo coração é inflamável a cada centelha de provocação, que é todo fogo e estopa, como dizemos, ele pensa em se engrandecer e fazer aqueles que o cercam o temerem, enquanto na verdade ele exalta sua própria loucura; ele o torna conhecido, pois o que é elevado é visível a todos, e ele se submete a ele como ao governo de alguém que é exaltado.

30 Um coração são é a vida da carne, mas inveja a podridão dos ossos.

O versículo anterior mostrou quanto nossa reputação, quanto nossa saúde, depende do bom governo de nossas paixões e da preservação do temperamento da mente.

1. Um espírito curador, feito de amor e mansidão, uma disposição cordial, amigável e alegre, é a vida da carne; contribui para uma boa constituição corporal; as pessoas engordam com bom humor.

2. Um espírito impaciente, invejoso e descontente é seu próprio castigo; consome a carne, ataca os espíritos animais, empalidece o semblante e é a podridão dos ossos. Aqueles que veem a prosperidade dos outros e ficam tristes, rangem os dentes e se derretem, Sl 112. 10.

Rumpatur, quisquis rumpitur invidia. Quem explode de inveja, que exploda.

31 O que oprime o pobre insulta ao seu Criador, mas o que o honra se compadece do pobre.

Deus tem o prazer de se interessar mais do que se poderia imaginar no tratamento dado aos pobres.

1. Considera-se afrontado nas injúrias que lhes são feitas. Quem quer que prejudique um homem pobre, tirando vantagem dele porque ele é pobre e não pode ajudar a si mesmo, saiba que ele afronta seu Criador. Deus o fez e lhe deu o seu ser, o mesmo que é o autor do nosso ser; todos temos um Pai, um Criador; veja como Jó considerou isso, Jó 31. 15. Deus o fez pobre e o designou como seu lote, de modo que, se dificilmente lidamos com alguém porque eles são pobres, refletimos sobre Deus como lidando dificilmente com eles ao derrubá-los, para que possam ser pisoteados.

2. Ele se considera honrado nas gentilezas que lhes são feitas; ele os considera como feitos para si mesmo e se mostrará satisfeito com eles. Eu estava com fome, e você me deu comida. Aqueles, portanto, que têm alguma verdadeira honra para Deus irão mostrá-la por compaixão aos pobres, a quem ele se encarregou de uma maneira especial de proteger e patrocinar.

32 O ímpio é expulso na sua impiedade, mas o justo tem esperança na sua morte.

Aqui está,

1. A condição desesperada de um homem ímpio quando ele sai do mundo: Ele é expulso em sua maldade. Ele se apega tão intimamente ao mundo que não consegue encontrar em seu coração para deixá-lo, mas é expulso dele; sua alma é exigida, é forçada a sair dele, e o pecado se apega tão intimamente a ele que é inseparável; vai com ele para outro mundo; ele é expulso em sua maldade, morre em seus pecados, sob a culpa e o poder deles, injustificado, não santificado. Sua maldade é a tempestade na qual ele é levado às pressas, como palha diante do vento, expulso do mundo.

2. A confortável condição de um homem piedoso quando termina sua carreira: Ele tem esperança em sua morte de uma felicidade do outro lado da morte, de coisas melhores em outro mundo do que jamais teve neste. Os justos então têm a graça da esperança neles; embora tenham dor e algum medo da morte, ainda assim têm esperança. Eles têm diante de si o bem esperado, até a bendita esperança que Deus, que não pode mentir, prometeu.

33 A sabedoria repousa no coração daquele que tem entendimento, mas o que está no meio dos tolos é manifestado.

Observe:

1. A modéstia é a insígnia da sabedoria. Aquele que é verdadeiramente sábio esconde seu tesouro, para não se gabar dele (Mt 13:44), embora ele não esconda seu talento, para não negociar com ele. Sua sabedoria repousa em seu coração; ele digere o que sabe e o tem pronto para ele, mas não fala sobre isso fora de época e faz barulho com isso. O coração é a sede das afeições, e ali a sabedoria deve repousar no amor prático por ele, e não nadar na cabeça.

2. Abertura e ostentação são marcas de loucura. Se os tolos têm um pouco de conhecimento, eles aproveitam todas as ocasiões, embora muito estranhas, para produzi-lo e trazê-lo de cabeça e ombros. Ou a loucura que há no meio dos tolos é revelada pela sua franqueza em falar. Muitos homens tolos se esforçam mais para mostrar sua loucura do que um homem sábio pensa que vale a pena mostrar sua sabedoria.

34 A justiça exalta uma nação, mas o pecado é uma vergonha para qualquer povo.

Note,

1. A justiça, reinando em uma nação, coloca uma honra sobre ela. Uma administração justa do governo, equidade imparcial entre homem e homem, semblante público dado à religião, prática geral e profissão de virtude, proteção e preservação de homens virtuosos, caridade e compaixão para com estranhos (esmola às vezes é chamada de justiça), essas exaltam uma nação; elas sustentam o trono, elevam a mente das pessoas e qualificam uma nação para o favor de Deus, que os exaltará, como uma nação santa, Dt 26:19.

2. O vício, reinando em uma nação, coloca desgraça sobre ela: o pecado é uma vergonha para qualquer cidade ou reino, e os torna desprezíveis entre seus vizinhos. O povo de Israel costumava ser exemplo de ambas as partes dessa observação; eles eram grandes quando eram bons, mas quando abandonaram a Deus, todos ao seu redor os insultaram e os pisotearam. É, portanto, interesse e dever dos príncipes usar seu poder para suprimir o vício e apoiar a virtude.

35 O favor do rei é para com o servo prudente, mas a sua ira recai sobre o que o envergonha.

Isso mostra que em um tribunal e governo bem ordenados sorrisos e favores são dispensados ​​entre aqueles que são empregados em cargos públicos de acordo com seus méritos; Salomão os deixa saber que seguirá essa regra:

1. Que aqueles que se comportam com sabedoria serão respeitados e preferidos, quaisquer que sejam os inimigos que possam ter que procuram miná-los. Os serviços de nenhum homem devem ser negligenciados para agradar uma parte ou um favorito.

2. Aqueles que são egoístas e falsos, que traem seu país, oprimem os pobres e semeiam a discórdia e, assim, causam vergonha, serão deslocados e banidos do tribunal, quaisquer amigos que possam fazer para falar por eles.

 

 

Provérbios 15

O Uso Correto da Língua.

1 A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.

Salomão, como conservador da paz pública, aqui nos diz:

1. Como a paz pode ser mantida, para que saibamos como mantê-la em nossos lugares; é por palavras suaves. Se a ira surgir como uma nuvem ameaçadora, grávida de tempestades e trovões, uma resposta branda irá dispersá-la e afastá-la. Quando os homens forem provocados, fale gentilmente com eles e dê-lhes boas palavras, e eles serão pacificados, como os efraimitas foram pela brandura de Gideão (Jz 8:1-3); considerando que, em uma ocasião semelhante, pela aspereza de Jefté, eles ficaram exasperados e as consequências foram ruins, Juízes 12. 1-3. A razão será mais bem falada, e uma causa justa será melhor defendida, com mansidão do que com paixão; argumentos duros funcionam melhor com palavras suaves.

2. Como a paz será quebrada, para que nós, de nossa parte, não possamos fazer nada para quebrá-la. Nada desperta a raiva e semeia a discórdia, como palavras duras, chamando nomes sujos, como Raca e Tolo, repreendendo os homens com suas fraquezas e infelicidades, sua extração ou educação, ou qualquer coisa que os diminua e os torne mesquinhos; reflexões desdenhosas e maldosas, pelas quais os homens afetam para mostrar sua astúcia e malícia, atiçam a raiva dos outros, o que apenas aumenta e inflama sua própria raiva. Em vez de perder uma piada, alguns perderão um amigo e farão um inimigo.

2 A língua dos sábios usa o conhecimento corretamente, mas a boca dos tolos derrama tolice.

Nota,

1. Um bom coração pela língua torna-se muito útil. Aquele que tem conhecimento não deve apenas desfrutá-lo, para seu próprio entretenimento, mas usá-lo, usá-lo corretamente, para a edificação de outros; e é a língua que deve fazer uso dela em um discurso piedoso e proveitoso, dando instruções, conselhos e confortos adequados e oportunos, com todas as expressões possíveis de humildade e amor, e então o conhecimento é usado corretamente; e para aquele que tem, e assim usa o que tem, mais será dado.

2. Um coração perverso pela língua torna-se muito prejudicial; porque a boca dos insensatos vomita insensatez, o que é muito ofensivo; e a comunicação corrupta que procede de um tesouro maligno interior (a imundície, as conversas tolas e as piadas) corrompe as boas maneiras de alguns e os ridiculariza, e entristece os bons corações de outros e os perturba.

O Justo e o Iníquo Contrastam.

3 Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.

As grandes verdades da teologia são de grande utilidade para impor os preceitos da moralidade, e nada mais do que isto: Que os olhos de Deus estão sempre sobre os filhos dos homens.

1. Um olho para discernir tudo, não apenas do qual nada pode ser escondido, mas pelo qual cada coisa é realmente inspecionada, e nada é negligenciado ou menosprezado: Os olhos do Senhor estão em todo lugar; pois ele não apenas vê tudo do alto (Sl 33. 13), mas está presente em todos os lugares. Os anjos estão cheios de olhos (Ap 4.8), mas Deus é todo olho. Denota não apenas sua onisciência, que ele vê tudo, mas sua providência universal, que ele sustenta e governa tudo. Pecados secretos, serviços e tristezas estão sob seus olhos.

2. Um olho para distinguir pessoas e ações. Ele contempla o mal e o bem, desagrada-se do mal e aprova o bem, e julgará os homens segundo a vista dos seus olhos, Sl 1. 6; 11. 4. Os ímpios não ficarão impunes, nem os justos sem recompensa, pois Deus está de olho em ambos e conhece seu verdadeiro caráter; isso fala tanto de conforto para os santos quanto de terror para os pecadores.

4 Uma língua saudável é árvore de vida, mas a língua perversa quebranta o espírito.

Observe,

1. Uma boa língua é curativa, cura para consciências feridas ao confortá-las, para almas enfermas pelo pecado ao convencê-las, para a paz e o amor quando é quebrada acomodando diferenças, comprometendo assuntos em desacordo e reconciliando as partes em desacordo; esta é a cura da língua, que é árvore da vida, cujas folhas têm virtude sanadora, Ap 22. 2. Quem sabe discursar fará do lugar onde mora um paraíso.

2. Uma língua má é prejudicial (a perversidade, a paixão, a falsidade e a imundície são uma brecha no espírito); fere a consciência do orador maldoso e ocasiona culpa ou pesar aos ouvintes, e ambos devem ser considerados violações no espírito. Palavras duras realmente não quebram ossos, mas muitos corações foram quebrados por elas.

5 O insensato despreza a instrução de seu pai, mas o que atende à repreensão é prudente.

Portanto,

1. Que os superiores sejam admoestados a dar instruções e repreender aqueles que estão sob sua responsabilidade, pois eles responderão no dia da prestação de contas. Eles devem não apenas instruir com a luz do conhecimento, mas reprovar com o calor do zelo; e ambos devem ser feitos com a autoridade e afeição de um pai e devem ser continuados, embora o efeito desejado não seja percebido imediatamente. Se a instrução for desprezada, repreenda e repreenda severamente. Na verdade, é contra a natureza dos homens de bom humor encontrar falhas e deixar os que os cercam inquietos; mas é melhor do que permitir que eles continuem imperturbáveis ​​no caminho da ruína.

2. Que os inferiores sejam admoestados, não apenas a se submeterem à instrução e à repreensão (até mesmo as dificuldades devem ser submetidas), mas a valorizá-los como favores e não desprezá-los, para fazer uso deles para sua direção, e sempre ter consideração por eles; isso será uma evidência de que eles são sábios e um meio de torná-los sábios; enquanto aquele que menospreza sua boa educação é um tolo e provavelmente viverá e morrerá como um.

6 Na casa do justo há muito tesouro, mas na renda dos ímpios há angústia.

Observe,

1. Onde está a justiça, estão as riquezas e o conforto delas: Na casa do justo há muitos tesouros. A religião ensina os homens a serem diligentes, moderados e justos, e por esses meios, normalmente, o patrimônio é aumentado. Mas isso não é tudo: Deus abençoa a habitação do justo, e essa bênção enriquece sem problemas. Ou, se não há muitos bens deste mundo, mas onde há graça, há verdadeiro tesouro; e aqueles que têm pouco, se tiverem um coração para se contentar com isso e desfrutar do conforto desse pouco, é o suficiente; é tudo riqueza. Os justos talvez não sejam enriquecidos, mas há um tesouro em sua casa, uma bênção reservada, da qual seus filhos depois deles podem colher o benefício. Um homem mundano perverso existe apenas para ter sua barriga cheia desses tesouros, seu próprio apetite sensual satisfeito (Sl 17. 14); mas o primeiro cuidado de um homem justo é com sua alma e depois com sua semente, para ter um tesouro em seu coração e depois em sua casa, do qual seus parentes e aqueles ao seu redor possam se beneficiar.

2. Onde há maldade, embora possa haver riquezas, ainda assim há irritação de espírito com eles: Nas receitas dos ímpios, nas grandes rendas que eles têm, há problemas; pois há culpa e maldição; há orgulho e paixão, inveja e contenda; e essas são concupiscências problemáticas, que os roubam da alegria de seus rendimentos e os tornam problemáticos para seus próximos.

7 Os lábios dos sábios espalham conhecimento, mas o coração dos tolos não o faz.

Isso tem o mesmo significado do v. 2, e mostra que bênção é um homem sábio e que fardo é um tolo para aqueles que o cercam. Apenas aqui observe mais,

1. Que então usamos o conhecimento corretamente quando o dispersamos, não o confinamos a alguns de nossos íntimos e o relutamos para outros que fariam bom uso dele, mas damos uma porção dessa esmola espiritual. aos sete e também aos oito, não só seja comunicativo, mas difusor, deste bem, com humildade e prudência. Devemos nos esforçar para espalhar e propagar o conhecimento útil, devemos ensinar alguns para que possam ensinar a outros, e assim é disperso.

2. Que não é apenas uma falha derramar tolices, mas é uma pena não dispersar o conhecimento, pelo menos não deixar cair uma palavra sábia ou outra: o coração do tolo não o faz; não tem nada que seja bom para espalhar, ou, se tivesse, não tem habilidade nem vontade de fazer o bem com isso e, portanto, vale pouco.

8 O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas a oração dos retos é o seu prazer.

Observe,

1. Deus odeia tanto as pessoas perversas, cujos corações são maliciosos e suas vidas perversas, que até mesmo seus sacrifícios são uma abominação para ele. Deus tem sacrifícios trazidos a ele até mesmo por homens perversos, para calar a boca da consciência e manter sua reputação no mundo, como malfeitores vêm a um santuário, não porque é um lugar sagrado, mas porque os protege da justiça; mas seus sacrifícios, embora tão caros, não são aceitos por Deus, porque não são oferecidos com sinceridade nem por um bom princípio; eles dissimulam com Deus, e em suas condutas desmentem suas devoções, e por essa razão são uma abominação para ele, porque são feitos um manto para o pecado, cap. 7. 14. Ver Isa 1. 11.

2. Deus ama tanto as pessoas justas e boas que, embora não sejam à custa de um sacrifício (ele mesmo providenciou isso), sua oração é um deleite para ele. As graças de oração são seu próprio dom e a obra de seu próprio Espírito nelas, com as quais ele se agrada. Ele não apenas responde às orações deles, mas se deleita em seus endereços para ele e em fazer o bem a eles.

9 O caminho do ímpio é abominável ao Senhor, mas ele ama o que segue a justiça.

Esta é uma razão do que foi dito no versículo anterior.

1. Os sacrifícios dos ímpios são uma abominação para Deus, não por falta de alguns bons pontos de cerimônia, mas porque o caminho deles, todo o curso e o teor de sua conduta, é perverso e, consequentemente, uma abominação para ele. Sacrifícios pelo pecado não eram aceitos por aqueles que resolviam continuar no pecado, e eram abomináveis ​​ao mais alto grau se destinados a obter uma conivência com o pecado e uma permissão para continuar nele.

2. Portanto, a oração do justo é seu deleite, porque ele é amigo de Deus e ama aquele que, embora ainda não a tenha alcançado, segue a justiça, visando-a e avançando para ela, como Paulo, Fp 3. 13.

10 A correção é penosa para o que abandona o caminho; e o que odeia a repreensão morrerá.

Isso mostra que aqueles que não suportam ser corrigidos devem esperar ser destruídos.

1. É comum para aqueles que conheceram o caminho da justiça, mas o abandonaram, considerar uma grande afronta ser reprovado e admoestado. Eles ficam muito inquietos com a repreensão; eles não podem, não vão suportar; antes, porque odeiam ser reformados, odeiam ser repreendidos e odeiam aqueles que lidam fiel e gentilmente com eles. De todos os pecadores, as repreensões são as que mais ressentem os apóstatas.

2. É certo que aqueles que não serão repreendidos serão arruinados: Aquele que odeia a repreensão e endurece seu coração contra ela se une a seus ídolos; deixe-o em paz. Ele morrerá e perecerá para sempre em seus pecados, uma vez que não quis se separar de seus pecados, 2 Crônicas 25. 15: Sei que Deus decidiu destruir-te porque não suportaste ser reprovado; ver também cap. 29. 1.

11 Inferno e destruição estão diante do Senhor: quanto mais o coração dos filhos dos homens?

Isso confirma o que foi dito (v. 3) sobre a onipresença de Deus, a fim de julgar o mal e o bem.

1. Deus conhece todas as coisas, mesmo aquelas que estão escondidas dos olhos de todos os viventes: O inferno e a destruição estão diante do Senhor, não apenas o centro da terra e suas cavernas subterrâneas, mas a sepultura e todos os cadáveres que estão enterrados fora de nossa vista; eles estão todos diante do Senhor, todos sob seus olhos, para que nenhum deles possa se perder ou ser procurado quando forem ressuscitados. Ele sabe onde está enterrado todo homem, até mesmo Moisés, mesmo aqueles que estão enterrados na maior obscuridade; nem precisa de qualquer monumento com um jacet Hic - Aqui ele jaz, para dirigi-lo. O lugar dos condenados em particular, e todos os seus tormentos, que são inexprimíveis, o estado das almas separadas em geral, e todas as suas circunstâncias, estão sob os olhos de Deus. A palavra aqui usada para destruição é Abaddon, que é um dos nomes do diabo, Ap 9. 11. Esse destruidor, embora nos engane, não pode escapar ou iludir o conhecimento divino. Deus o examina de onde ele vem (Jó 1. 7), e vê através de todos os seus disfarces embora ele seja astuto, sutil e rápido, Jó 26. 6.

2. Ele conhece particularmente o coração dos filhos dos homens. Se ele vê através das profundezas e artimanhas do próprio Satanás, muito mais ele pode sondar os corações dos homens, embora sejam enganosos, uma vez que aprenderam todas as suas artimanhas fraudulentas de Satanás. Deus é maior do que nossos corações e os conhece melhor do que nós mesmos, e, portanto, é um Juiz infalível do caráter de todo homem, Hebreus 4:13.

12 O escarnecedor não ama aquele que o repreende, nem irá ao sábio.

Um escarnecedor é aquele que não apenas zomba de Deus e da religião, mas desafia os métodos empregados para sua convicção e reforma e, como prova disso,

1. Ele não pode suportar as verificações de sua própria consciência, nem ele permite lidar claramente com ela: ele ama não repreendê-lo (assim alguns o leem); ele não pode suportar retirar-se em seu próprio coração e comungar seriamente com isso, não admitirá nenhum pensamento livre ou raciocínio justo consigo mesmo, nem deixará seu próprio coração feri-lo, se puder evitar. É triste o caso daquele homem que tem medo de se conhecer e de discutir consigo mesmo.

2. Ele não pode suportar os conselhos e admoestações de seus amigos: Ele não irá aos sábios, para que não lhe deem conselhos sábios. Não devemos apenas dar as boas-vindas aos sábios quando eles vêm até nós, mas ir até eles, como mendigos à porta do homem rico em busca de esmola; mas isso o escarnecedor não fará, por medo de ser informado de suas faltas e persuadido a se reformar.

13 O coração alegre dá ânimo ao semblante, mas a tristeza do coração quebranta o espírito.

Aqui,

1. A alegria inofensiva é recomendada para nós, como aquela que contribui para a saúde do corpo, tornando os homens vivos e aptos para os negócios, e para a aceitação da conversa, fazendo o rosto brilhar e tornando-nos agradáveis ​​uns aos outros. Um espírito alegre, sob o governo da sabedoria e da graça, é um grande ornamento para a religião, dá mais brilho à beleza da santidade e torna os homens mais capazes de fazer o bem.

2. A melancolia dolorosa é contra a qual somos advertidos, como um grande inimigo para nós, tanto em nossa devoção quanto em nossa conversa: pela tristeza do coração, quando ele domina e age como tirano, como será capaz de fazer se for tolerado por algum tempo, o espírito é quebrantado e afundado, e torna-se impróprio para o serviço de Deus. A tristeza do mundo produz a morte. Vamos, portanto, chorar como se não tivéssemos chorado, em justiça a nós mesmos, bem como em conformidade com Deus e sua providência.

Sabedoria e Loucura.

14 O coração do entendido busca o conhecimento, mas a boca dos insensatos se alimenta de insensatez.

Aqui estão duas coisas para se perguntar:

1. Um homem sábio não satisfeito com sua sabedoria, mas ainda buscando aumentá-la; quanto mais ele tem, mais ele teria: O coração daquele que tem entendimento se regozija tanto no conhecimento que alcançou que ainda está cobiçando mais, e no uso dos meios de conhecimento ainda está trabalhando por mais, crescendo na graça e no conhecimento de Cristo. Si dixisti, Sufficit, periisti - Se você diz, eu tenho o suficiente, você está perdido.

2. Um tolo satisfeito com sua tolice e que não busca a cura para ela. Enquanto um homem bom anseia pelas sólidas satisfações da graça, uma mente carnal se deleita com as gratificações do apetite e da fantasia. A alegria vã e os prazeres sensuais são seu deleite, e com eles pode ficar contente, lisonjeando-se com essas maneiras tolas.

15 Todos os dias do aflito são maus, mas o coração alegre tem um banquete contínuo.

Veja aqui que grande diferença existe entre a condição e o temperamento de alguns e de outros dos filhos dos homens.

1. Alguns estão em muita aflição e de espírito triste, e todos os seus dias são maus, como os da velhice, e dias dos quais dizem não ter prazer neles. Eles comem na escuridão (Eclesiastes 5. 17) e nunca comem com prazer, Jó 21. 25. Quantas são as aflições dos aflitos neste mundo! Tais não devem ser censurados ou desprezados, mas lamentados e orados, socorridos e confortados. Pode ter sido nosso próprio lote, ou ainda pode ser, alegre como estamos no momento.

2. Outros desfrutam de grande prosperidade e são de espírito alegre; e eles não apenas têm dias bons, mas têm um banquete contínuo; e se na abundância de todas as coisas eles servem a Deus com alegria de coração, e isso é óleo para as engrenagens de sua obediência (tudo isso e o céu também), então eles servem a um bom Mestre. Mas não deixe tal banquete sem medo; uma mudança repentina pode ocorrer; portanto, regozije-se com tremor.

16 Melhor é o pouco, havendo o temor do SENHOR, do que grande tesouro onde há inquietação.

17 Melhor é um prato de hortaliças onde há amor do que o boi cevado e, com ele, o ódio.

Salomão havia dito no versículo anterior que aquele que não tem uma grande propriedade ou uma grande renda, mas um espírito alegre, tem um banquete contínuo; O contentamento cristão e a alegria em Deus tornam a vida fácil e agradável; agora aqui ele nos diz o que é necessário para aquela alegria de espírito que fornecerá a um homem um banquete contínuo, embora ele tenha pouco no mundo - santidade e amor.

I. Santidade. Um pouco, se administrarmos e desfrutarmos no temor do Senhor, se mantivermos uma boa consciência e seguirmos o caminho do dever, e servirmos a Deus fielmente com o pouco que temos, ficaremos mais confortáveis ​​e nos voltaremos para uma conta melhor do que um grande tesouro e problemas com ele. Observe aqui:

1. Frequentemente, a sorte daqueles que temem a Deus é ter apenas um pouco deste mundo. Os pobres recebem o evangelho, e pobres ainda são, Tiago 2. 5.

2. Aqueles que possuem grandes tesouros frequentemente têm grandes problemas com eles; está tão longe de torná-los fáceis que aumenta seus cuidados e pressa. A abundância dos ricos não os deixará dormir.

3. Se um grande tesouro traz consigo problemas, é por falta do temor de Deus. Se aqueles que têm grandes propriedades cumprissem seu dever para com elas, e então confiassem a Deus com elas, seu tesouro não teria tantos problemas para atendê-lo.

4. Portanto, é muito melhor e mais desejável ter apenas um pouco do mundo e tê-lo com uma boa consciência, manter a comunhão com Deus, desfrutá-lo nele e viver pela fé, do que ter a maior fartura e viver sem Deus no mundo.

II. Amor. Ao lado do temor de Deus, a paz com todos os homens é necessária para o conforto desta vida.

1. Se os irmãos viverem juntos em união, se forem amigáveis, calorosos e agradáveis, tanto em suas refeições diárias quanto em entretenimentos mais solenes, isso fará um jantar de ervas uma festa suficiente; embora a comida seja grosseira e a propriedade tão pequena que eles não possam pagar melhor, ainda assim o amor adoçará e eles poderão se divertir com isso como se tivessem todas as guloseimas.

2. Se houver inimizade mútua e contenda, embora haja um boi inteiro para o jantar, um boi gordo, não pode haver conforto nisso; o fermento da malícia, de odiar e ser odiado, basta para azedar tudo. Alguns o referem a quem faz o entretenimento; melhor ter um jantar esbelto e ser calorosamente bem-vindo do que uma mesa ricamente servida com um mau-olhado relutante.

Cum torvo vultu mihi conula nulla placebit, Cum placido vultu conula ulla placet. O entretenimento mais suntuoso, apresentado com uma testa carrancuda, me ofenderia; enquanto a refeição mais simples, apresentada com gentileza, me deliciaria.

18 O homem colérico suscita contendas, mas o que é tardio em irar-se apazigua a contenda.

Aqui está,

1. Paixão, o grande bate-bate. Daí vêm as guerras e lutas. A raiva atinge o fogo que incendeia cidades e igrejas: Um homem colérico, com suas reflexões rabugentas e apaixonadas, incita contendas e une as pessoas pelos ouvidos; ele dá ocasião para que outros briguem e aproveita a ocasião que outros dão, embora seja insignificante. Quando os homens levam seus ressentimentos longe demais, uma briga ainda produz outra.

2. Mansidão, o grande pacificador: Aquele que é lento para se enfurecer não apenas evita conflitos, para que não sejam acesos, mas sejam apaziguados se já estiverem acesos, traz água para a chama, une novamente aqueles que caíram e, por métodos gentis, os leva a concessões mútuas por amor à paz.

19 O caminho do preguiçoso é como uma cerca de espinhos, mas o caminho do justo é plano.

Veja aqui,

1. De onde surgem aquelas dificuldades que os homens fingem encontrar no caminho de seu dever e serem insuperáveis; elas surgem não de qualquer coisa na natureza do dever, mas da preguiça daqueles que realmente não se importam com isso. Aqueles que não têm coração para seu trabalho fingem que seu caminho está cercado de espinhos, e eles não podem fazer seu trabalho de forma alguma (como se Deus fosse um mestre severo, colhendo onde não semeou), pelo menos que seu caminho está espalhado com espinhos, que não podem fazer seu trabalho sem muito sofrimento e perigo; e, portanto, eles o fazem com tanta relutância como se fossem andar descalços por uma cerca viva espinhosa.

2. Como essas dificuldades imaginárias podem ser superadas. Um desejo honesto e esforço para cumprir nosso dever, pela graça de Deus, tornará isso mais fácil, e o encontraremos coberto de rosas: O caminho do justo é aplainado; é fácil de ser pisado e não áspero, fácil de ser encontrado e não complicado.

20 O filho sábio alegra o pai, mas o tolo despreza a mãe.

Observe aqui,

1. Para o louvor de bons filhos, que eles são a alegria de seus pais, que deveriam se alegrar com eles, tendo tomado tanto cuidado e dores por eles. E acrescenta muito à satisfação daqueles que são bons se eles tiverem motivos para pensar que foram um conforto para seus pais em seus anos de declínio, quando os dias ruins chegam.

2. Para vergonha dos filhos ímpios, que por sua maldade desprezam seus pais, menosprezam sua autoridade e fazem uma má recompensa por sua bondade: Um filho tolo despreza sua mãe, que teve mais tristeza com ele e talvez também tenha muito o condescendeu, o que torna seu pecado em desprezá-la ainda mais pecaminoso e sua tristeza mais triste.

21 A estultícia é alegria para o desprovido de sabedoria, mas o homem de entendimento anda retamente.

Observe,

1. É o caráter de um homem perverso que ele tem prazer no pecado; ele tem apetite para a isca e a engole avidamente, e não tem medo do anzol, nem sente quando o engoliu: a loucura é uma alegria para ele; a loucura dos outros é assim, e a dele muito mais. Ele peca, não apenas sem arrependimento, mas com prazer, não apenas não se arrepende, mas se vangloria disso. Este é um sinal certo de alguém que não tem graça.

2. É do caráter de um homem sábio e bom que ele tome consciência de seu dever. Um tolo vive solto, anda em todas as aventuras, sem regra, age sem sinceridade ou firmeza; mas um homem de entendimento, cujos olhos de entendimento são iluminados pelo Espírito (e aqueles que não têm um bom conhecimento não têm entendimento), anda retamente, vive uma vida sóbria, ordeira e regular, e estuda em tudo para conformar-se à vontade de Deus; e isso é um constante prazer e alegria para ele. Mas a tolice que permanece nele, ou procede dele a qualquer momento, é uma tristeza para ele, e ele se envergonha disso. Por esses caracteres, podemos testar a nós mesmos.

22 Sem conselho os propósitos se frustram, mas com a multidão de conselheiros se firmam.

Veja aqui,

1. De que má consequência é ser precipitado e agir sem conselho: os propósitos dos homens são frustrados, suas medidas quebradas e eles ficam aquém de seu objetivo, não obtêm seu objetivo, porque não pedem conselho sobre o caminho. Se os homens não dedicarem tempo e esforços para deliberar consigo mesmos, ou estiverem tão confiantes em seu próprio julgamento que desdenham consultar os outros, é provável que não façam nada considerável; as circunstâncias os derrotam, o que, com um pouco de consulta, poderia ter sido previsto e evitado. É uma boa regra, tanto em assuntos públicos quanto domésticos, não fazer nada precipitadamente e por conta própria. Plus vident oculi quam oculus — Muitos olhos veem mais do que um. Isso geralmente prova melhor o que menos foi feito por nós.

2. Quanto nos será vantajoso pedir o conselho de nossos amigos: Na multidão de conselheiros (desde que sejam discretos e honestos, e não deem conselhos com espírito de contradição) propósitos são estabelecidos. O filho de Salomão não fez bom uso desse provérbio quando não concordou com o conselho dos velhos, mas porque ele teria uma multidão de conselheiros, considerando mais o número do que o peso, aconselhados com os jovens.

23 O homem se alegra com a resposta da sua boca; e quão boa é a palavra dita a seu tempo!

Note,

1. Falamos com sabedoria quando falamos oportunamente: A resposta da boca será nosso crédito e alegria quando for pertinente e para o propósito, e for falada no devido tempo, quando for necessária e será considerada, e, como dizemos, atinge a articulação. Muitas boas palavras ficam aquém de fazer o bem que poderiam ter feito, por falta de tempo. Tampouco há nada mais belo no discurso do que ter uma resposta adequada pronta de imediato, apenas quando há ocasião para isso, e ela vem bem.

2. Se falarmos com sabedoria e bem, isso resultará em nosso próprio conforto e em vantagem para os outros: Um homem se alegra com a resposta de sua boca; ele pode sentir prazer, mas de forma alguma se orgulhar de ter falado tão bem e de maneira tão aceitável que os ouvintes o admiram e dizem: "Quão bom é, e quanto bem faz!"

24 O caminho da vida está acima para o sábio, para que ele se afaste do inferno abaixo.

O caminho da sabedoria e da santidade é aqui recomendado para nós,

1. Como muito seguro e confortável: é o caminho da vida, o caminho que leva à vida eterna, no qual encontraremos a alegria e a satisfação que serão a vida da alma, e no final da qual encontraremos a perfeição da bem-aventurança. Seja sábio e viva. É a maneira de escapar daquela miséria à qual não podemos deixar de nos ver expostos e em perigo. É afastar-se do inferno abaixo, das armadilhas do inferno, das tentações de Satanás e de todas as suas artimanhas, das penas do inferno, daquela destruição eterna que nossos pecados mereceram.

2. Como muito sublime e honrado: Está acima. Um homem bom coloca suas afeições nas coisas do alto e lida com essas coisas. A sua conversa está no céu; seu caminho leva diretamente para lá; lá seu tesouro está, acima, fora do alcance dos inimigos, acima das mudanças deste mundo inferior. Um homem bom é verdadeiramente nobre e grande; seus desejos e desígnios são elevados e ele vive acima da média dos outros homens. Está acima da capacidade e fora da vista dos homens tolos.

O Justo e o Iníquo Contrastam.

25 O Senhor destruirá a casa dos soberbos, mas estabelecerá a fronteira da viúva.

Observe,

1. Aqueles que são elevados, Deus se deleita em rebaixar, e geralmente o faz no curso de sua providência: Os orgulhosos, que se engrandecem, desafiam o Deus acima deles e pisoteiam tudo ao seu redor, são tais a quem Deus resiste e destruirá, não apenas eles, mas suas casas, das quais eles se orgulham e confiam na continuidade e perpetuidade. O orgulho é a ruína de multidões.

2. Aqueles que estão abatidos, Deus se deleita em apoiar, e muitas vezes o faz de maneira notável: Ele estabelecerá a fronteira da viúva pobre, que homens orgulhosos e prejudiciais invadem, e que a própria viúva pobre não é capaz de defender e consertar. É a honra de Deus proteger os fracos e defender os oprimidos.

26 Os pensamentos dos ímpios são abomináveis ​​ao Senhor, mas as palavras dos puros são palavras agradáveis.

A primeira parte deste versículo fala de pensamentos, a última de palavras, mas elas vêm todas para um; pois os pensamentos são palavras para Deus, e as palavras são julgadas pelos pensamentos dos quais procedem, de modo que,

1. Os pensamentos e palavras dos ímpios, que são, como eles próprios, ímpios, que visam o mal e têm alguma má tendência ou outra, são uma abominação para o Senhor; ele está descontente com eles e fará contas com eles. Os pensamentos dos homens perversos, na maioria das vezes, são os que Deus odeia e são uma ofensa para ele, que não apenas conhece o coração e tudo o que passa e repassa ali, mas requer o lugar mais íntimo e superior nele.

2. Os pensamentos e palavras dos puros, sendo puros como eles, limpos, honestos e sinceros, são palavras agradáveis ​​e pensamentos agradáveis, agradáveis ​​ao Deus santo, que se deleita na pureza. Pode-se entender tanto suas devoções a Deus (as palavras de sua boca e as meditações de seu coração, em oração e louvor, são aceitáveis ​​a Deus, Sl 19:14; 69:13) quanto de seus discursos com os homens, tendendo à edificação. Ambos são agradáveis ​​quando vêm de um coração puro e purificado.

27 O que é ávido por lucro desonesto transtorna a sua casa, mas o que odeia o suborno, esse viverá.

Observe,

1. Aqueles que são gananciosos trazem problemas para suas famílias: Aquele que é ganancioso e, portanto, torna-se escravo do mundo, levanta-se cedo, senta-se tarde e come o pão do cuidado, em busca disso - aquele que se apressa, e se põe a si mesmo e ao seu redor na reta final, nos negócios, se preocupa e se irrita com cada perda e desapontamento, e briga com todo mundo que se interpõe no caminho de seu lucro - ele perturba sua própria casa, é um fardo e vexame para seus filhos e servos. Aquele que, em sua ganância de ganho, aceita subornos e usa meios ilegais de obter dinheiro, deixa uma maldição com o que consegue para aqueles que vêm depois dele, que mais cedo ou mais tarde trarão problemas para a casa, Hab 2. 9, 10.

2. Aqueles que são generosos, assim como justos, trazem uma bênção para suas famílias: Aquele que odeia subornos, que sacode as mãos de segurar os subornos que são colocados em suas mãos para perverter a justiça e abomina todas as formas indiretas pecaminosas de obter dinheiro - esse odeia ser mesquinho e mercenário e está disposto, se houver ocasião, a fazer o bem gratuitamente - ele viverá; ele terá o conforto da vida, viverá em prosperidade e reputação; seu nome e família viverão e continuarão.

28 O coração do justo procura responder, mas a boca dos ímpios derrama coisas más.

Aqui está,

1. Um homem bom provou ser um homem sábio por isso, que ele governa bem sua língua; aquele que faz assim o mesmo é um homem perfeito, Tg 3. 2. É parte do caráter de um homem justo que, convencido da conta que deve dar de suas palavras e da boa e má influência delas sobre os outros, ele toma consciência de falar com verdade (é seu coração que responde, que isto é, ele fala como pensa, e não ousa fazer o contrário, ele fala a verdade em seu coração, Sl 15. 2), e de falar pertinente e proveitosamente, e, portanto, ele estuda para responder, para que seu discurso seja com graça, Ne 2. 4; 5. 7.

2. Um homem perverso prova ser um tolo por isso, que ele nunca dá ouvidos ao que diz, mas sua boca derrama coisas más, para desonra de Deus e da religião, sua própria reprovação e dano de outros. Sem dúvida, é um coração maligno que transborda de maldade.

29 Longe está o Senhor dos ímpios, mas ouve a oração dos justos.

Observe,

1. Deus se distancia daqueles que o desafiam: Os ímpios dizem ao Todo-Poderoso: Afaste-se de nós, e ele está, portanto, longe deles; ele não se manifesta a eles, não tem comunhão com eles, não os ouvirá, não os ajudará, não, nem no momento de sua necessidade. Eles serão banidos para sempre de sua presença e ele os verá de longe. Afaste-se de mim, você amaldiçoado.

2. Ele se aproximará daqueles em um caminho de misericórdia que se aproximam dele em um caminho de dever: Ele ouve a oração dos justos, aceita-a, fica satisfeito com ela e concederá uma resposta de paz a ela. Muito pode a oração do justo, Tiago 5. 16. Ele está perto deles, uma ajuda presente, em tudo o que o invocam.

30 A luz dos olhos alegra o coração, e as boas notícias engordam os ossos.

Duas coisas são aqui declaradas agradáveis:

1. É agradável ter uma boa perspectiva de ver a luz do sol (Eclesiastes 11:7) e por meio dela ver as maravilhosas obras de Deus, com as quais este mundo inferior é embelezado e enriquecido. Quem quer a misericórdia sabe valorizá-la; como a luz dos olhos alegraria seus corações! A consideração disso deve nos tornar gratos por nossa visão.

2. É mais agradável ter um bom nome, um nome para as coisas boas com Deus e as pessoas boas; isto é como unguento precioso, Eclesiastes 7. 1. Faz os ossos engordarem; dá um prazer secreto, e aquilo que fortalece. Também é muito confortável ouvir (como alguns entendem) um bom relatório em relação aos outros; um homem bom não tem maior alegria do que ouvir que seus amigos andam na verdade.

31 O ouvido que ouve a repreensão da vida permanece entre os sábios.

Observe,

1. É do caráter de um homem sábio que ele está muito disposto a ser reprovado e, portanto, escolhe conversar com aqueles que, tanto por suas palavras quanto por exemplo, mostrarão a ele o que está errado nele: o ouvido que pode aceitar a repreensão amará o reprovador. As repreensões fiéis e amigáveis ​​são aqui chamadas de repreensões da vida, não apenas porque devem ser dados de maneira viva e com zelo prudente (e devemos reprovar por nossas vidas e também por nossa doutrina), mas porque, onde são bem aproveitados, são meios de vida espiritual, e conduzem à vida eterna e (como alguns pensam) para distingui-los de repreensões e censuras por fazer o bem, que são antes repreensões da morte, que não devemos considerar nem ser influenciados.

2. Aqueles que são tão sábios a ponto de suportar bem a repreensão se tornarão mais sábios (cap. 9. 9), e por fim serão contados entre os sábios da época, e terão capacidade e autoridade para reprovar e instruir outros. Aqueles que aprendem bem e obedecem bem, provavelmente com o tempo ensinarão bem e governarão bem.

32 O que rejeita a instrução despreza a sua própria alma; mas o que ouve a repreensão adquire entendimento.

Veja aqui:

1. A tolice daqueles que não querem ser ensinados, que recusam a instrução, que não a ouvem, mas dão as costas a ela, ou não querem ouvi-la, mas voltam seus corações contra ela. Eles recusam correção (margem); eles não vão aceitar, não, nem do próprio Deus, mas chutar contra os espetos. Aqueles que o fazem desprezam suas próprias almas; eles mostram que têm uma opinião baixa e mesquinha deles, e têm pouco cuidado e preocupação com eles, considerados racionais e imortais, sendo a instrução destinada a cultivar a razão e prepará-los para o estado imortal. O erro fundamental dos pecadores é subestimar suas próprias almas; portanto, eles negligenciam prover para eles, abusam delas, as expõem, preferem o corpo antes da alma e prejudicam a alma para agradar o corpo.

2. A sabedoria daqueles que estão dispostos, não apenas a ser ensinados, mas a serem repreendidos: Aquele que ouve a repreensão e corrige as faltas pelas quais é repreendido obtém entendimento, pelo qual sua alma é protegida de maus caminhos e dirigida em bons caminhos, e assim ele evidencia o valor que tem para sua própria alma e coloca verdadeira honra sobre ela.

33 O temor do SENHOR é a instrução da sabedoria, e a humildade precede a honra.

Veja aqui quanto é nosso interesse, bem como dever,

1. Submeter-nos a nosso Deus e manter uma reverência por ele: O temor do Senhor, como é o princípio da sabedoria, também é a instrução e correção da sabedoria; os princípios da religião, seguidos de perto, irão melhorar nosso conhecimento, retificar nossos erros e ser o melhor e mais seguro guia de nosso caminho. Um temor de Deus em nossos espíritos nos colocará nos conselhos mais sábios e nos castigará quando dissermos ou agirmos imprudentemente.

2. Rebaixar-se a nossos irmãos e manter o respeito por eles. Onde há humildade, há um feliz presságio de honra e preparatório para ela. Aqueles que se humilham serão exaltados aqui e no além.

 

 

Provérbios 16

A Soberania da Divina Providência.

1 O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR.

Ao lermos isso, aprendemos uma grande verdade: não somos suficientes por nós mesmos para pensar ou falar qualquer coisa de nós mesmos que seja sábia e boa, mas que toda a nossa suficiência vem de Deus, que está com o coração e a boca, e opera em nós tanto o querer como o realizar, Filipenses 2:13; Sl 10. 17. Mas a maioria lê de outra forma: A preparação do coração está no homem (ele pode planejar e planejar isso e aquilo), mas a resposta da língua, não apenas a entrega do que ele planejou falar, mas a emissão e o sucesso do que ele planejou fazer, é do Senhor. Ou seja, em suma,

1. Propósitos do homem. Ele tem liberdade de pensamento e liberdade de vontade permitidas a ele; deixe-o formar seus projetos e traçar seus esquemas, como achar melhor: mas, afinal,

2. Deus dispõe. O homem não pode continuar com seus negócios sem a ajuda e bênção de Deus, que fez a boca do homem e nos ensina o que devemos dizer. E, Deus pode facilmente, e frequentemente o faz, contrariar os propósitos dos homens e quebrar suas medidas. Foi uma maldição preparada no coração de Balaão, mas a resposta da língua foi uma bênção.

2 Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos.

Note,

1. Todos nós somos parciais no julgamento de nós mesmos: Todos os caminhos de um homem, todos os seus desígnios, todas as suas ações, são limpos aos seus próprios olhos, e ele não vê nada de errado neles, nada pelo qual condenar a si mesmo, ou que deve fazer com que seus projetos não sejam bons; e, portanto, ele está confiante no sucesso e que a resposta da língua será de acordo com as expectativas do coração; mas há muita poluição aderindo aos nossos caminhos, da qual não estamos cientes, ou não pensamos tão mal quanto deveríamos.

2. Temos certeza de que o julgamento de Deus a nosso respeito está de acordo com a verdade: Ele pesa os espíritos em uma balança justa e infalível, conhece o que está em nós e nos julga de acordo, escrevendo Tekel sobre o que passou em nossa balança com aprovação - pesado na balança e achado em falta; e por seu julgamento devemos permanecer ou cair. Ele não apenas vê os caminhos dos homens, mas prova seus espíritos, e nós somos como nossos espíritos.

3 Confia ao SENHOR as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos.

Note,

1. É uma coisa muito desejável ter nossos pensamentos estabelecidos, e não lançados e apressados, por inquietantes preocupações e medos, - prosseguir em um curso constante de honestidade e piedade, não perturbado ou colocado fora do quadro, por qualquer evento ou mudança, - para estar satisfeito de que tudo funcionará para o bem e resultará bem no final e, portanto, para ser sempre fácil e tranquilo.

2. A única maneira de ter nossos pensamentos estabelecidos é entregar nossas obras ao Senhor. As grandes preocupações de nossas almas devem ser confiadas à graça de Deus, com dependência e submissão à condução dessa graça (2 Tm 1.12); todas as nossas preocupações externas devem ser confiadas à providência de Deus e à disposição soberana, sábia e graciosa dessa providência. Role tuas obras sobre o Senhor (assim é a palavra); role o fardo de seus cuidados de si mesmo para Deus. Coloque o assunto diante dele por meio de oração. Dê a conhecer as tuas obras ao Senhor (assim alguns o leem), não apenas as obras das tuas mãos, mas as obras do teu coração; e então deixe com ele, pela fé e dependência dele, submissão e resignação a ele. A vontade do Senhor seja feita. Podemos então ficar tranquilos quando decidimos que tudo o que agrada a Deus deve nos agradar.

4 O Senhor fez todas as coisas para si mesmo; sim, até os ímpios para o dia do mal.

Observe,

1. Que Deus é a primeira causa. Ele é o formador de todas as coisas e todas as pessoas, a fonte do ser; ele deu a cada criatura o ser que ela tem e designou seu lugar. Até os ímpios são suas criaturas, embora sejam rebeldes; ele deu a eles aqueles poderes com os quais eles lutam contra ele, o que agrava sua maldade, para que eles não deixem aquele que os fez governá-los e, portanto, embora ele os tenha feito, ele não os salvará.

2. Que Deus é o fim último. Tudo é dele e, portanto, tudo é por ele e para ele. Ele fez tudo de acordo com sua vontade e para seu louvor; ele planejou servir a seus próprios propósitos por todas as suas criaturas, e ele não falhará em seus desígnios; todos são seus servos. Ele não é glorificado pelos ímpios, mas será glorificado. Ele não torna nenhum homem perverso, mas fez aqueles que ele previu que seriam perversos: Gn 6. 6, porque ele sabia como obter honra sobre eles. Veja Rm 9. 22. Ou (como alguns entendem) ele fez os ímpios serem empregados por ele como instrumentos de sua ira no dia do mal, quando ele traz julgamentos sobre o mundo. Ele faz uso até de homens perversos, como de outras coisas, para ser sua espada, sua mão (Sl 17. 13, 14), flagellum Dei - o flagelo de Deus. O rei da Babilônia é chamado seu servo.

5 Abominável é ao SENHOR todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune.

Note,

1. O orgulho dos pecadores coloca Deus contra eles. Aquele que, sendo elevado em estado, é orgulhoso de coração, cujo espírito é elevado com sua condição, de modo que ele se torna insolente em sua conduta para com Deus e o homem, deixe-o saber que embora ele se admire e os outros o acariciem, ainda assim ele é uma abominação para o Senhor. O grande Deus o despreza; o Deus santo o detesta.

2. O poder dos pecadores não pode protegê-los contra Deus, embora eles se fortaleçam com as mãos do corpo. Embora eles possam se fortalecer mutuamente com suas confederações e combinações, unindo forças contra Deus, eles não escaparão de seu justo julgamento. Ai daquele que luta com seu Criador, cap. 11. 21; Is 45. 9.

6 Pela misericórdia e pela verdade a iniquidade é expiada; e pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal.

Veja aqui,

1. Como a culpa do pecado é tirada de nós - pela misericórdia e verdade de Deus, misericórdia em prometer, verdade em realizar, a misericórdia e verdade que se beijam em Jesus Cristo, o Mediador - pela aliança de graça, na qual a misericórdia e a verdade brilham tão intensamente - por nossa misericórdia e verdade, como a condição do perdão e uma qualificação necessária para isso - por estes, e não pelos sacrifícios legais, Miq 6. 7, 8.

2. Como o poder do pecado é quebrado em nós. Pelos princípios de misericórdia e verdade que comandam em nós, as inclinações corruptas são expurgadas (para que possamos tomar a parte anterior); porém, pelo temor do Senhor e pela influência desse temor, os homens se desviam do mal; aqueles que não ousam pecar contra Deus mantêm em suas mentes um santo temor e reverência a ele.

7 Quando os caminhos do homem agradam ao Senhor, ele faz com que até os seus inimigos tenham paz com ele.

Observe,

1. Deus pode transformar inimigos em amigos quando quiser. Aquele que tem todos os corações em suas mãos tem acesso aos espíritos dos homens e poder sobre eles, trabalhando insensivelmente, mas irresistivelmente sobre eles, pode fazer os inimigos de um homem ficarem em paz com ele, pode fazê-los mudar de ideia ou forçá-los a uma submissão pretendida. Ele pode matar todos os inimigos e reunir aqueles que estavam a maior distância um do outro.

2. Ele fará isso por nós quando o agradarmos. Se tivermos o cuidado de nos reconciliar com Deus e de nos mantermos em seu amor, ele inclinará aqueles que nos invejam e nos irritam a ter uma boa opinião sobre nós e a se tornar nossos amigos. Deus fez Esaú estar em paz com Jacó; Abimeleque com Isaque e os inimigos de Davi para cortejar seu favor e desejar uma aliança com Israel. A imagem de Deus que aparece sobre os justos e sua particular bondade para com eles são suficientes para recomendá-los ao respeito de todos, mesmo daqueles que têm mais preconceito contra eles.

8 Melhor é o pouco, havendo justiça, do que grandes rendimentos com injustiça.

Aqui,

1. Supõe-se que um homem honesto e bom pode ter apenas um pouco da riqueza deste mundo (nem todos os justos são ricos) - que um homem pode ter apenas um pouco e, ainda assim, pode ser honesto (embora a pobreza seja uma tentação à desonestidade, cap. 30. 9, mas não invencível) - e que um homem pode enriquecer, por um tempo, por meio de fraude e opressão, pode ter grandes rendimentos, e aqueles obtidos e mantidos sem direito, pode não ter um bom título para eles nem fazer bom uso deles.

2. Sustenta-se que uma pequena propriedade, adquirida honestamente, com a qual um homem se contenta, desfruta confortavelmente, serve a Deus com alegria e faz um uso correto, é muito melhor e mais valiosa do que uma grande propriedade adquirida de forma ilícita, e depois mal conservado ou mal gasto. Traz consigo mais satisfação interior, uma melhor reputação com todos os que são sábios e bons; durará mais e será melhor no grande dia, quando os homens serão julgados, não de acordo com o que tiveram, mas com o que fizeram.

9 O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.

O homem é aqui representado para nós,

1. Como uma criatura racional, que tem a faculdade de inventar para si mesma: Seu coração elabora seu caminho, projeta um fim e projeta caminhos e meios que levam a esse fim, que as criaturas inferiores, que são governadas pelos sentidos e pelo instinto natural, não podem fazer. Mais vergonha para ele se ele não planejar a maneira de agradar a Deus e prover para seu estado eterno.

2. Mas como uma criatura dependente, está sujeita à direção e domínio de seu Criador. Se os homens planejam seu caminho, de modo a fazer da glória de Deus seu fim e sua vontade, seu governo, eles podem esperar que ele dirija seus passos por seu Espírito e graça, para que não percam o caminho nem cheguem ao fim. Mas que os homens planejem seus assuntos mundanos de maneira tão educada e com uma probabilidade de sucesso tão grande, mas Deus tem a ordem do evento e, às vezes, dirige seus passos para aquilo que eles menos pretendiam. O objetivo disso é nos ensinar a dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isso ou aquilo (Tiago 4:14, 15), e ter nossos olhos em Deus, não apenas nas grandes reviravoltas de nossas vidas, mas em cada passo que damos: oh Senhor, dirige o meu caminho, 1 Tessalonicenses 3.11.

Os Deveres dos Reis.

10 Nos lábios do rei se acham decisões autorizadas; no julgar não transgrida, pois, a sua boca.

Desejamos que isso seja sempre verdadeiro como proposição, e devemos orar pelos reis, e por todas as autoridades, para que uma sentença divina possa estar em seus lábios, tanto ao dar ordens, que eles possam fazer isso com sabedoria e na sentença, para que o façam com equidade, ambos os que estão incluídos no julgamento, e que em nenhuma das suas bocas possa transgredir, 1 Tm 2. 1. Mas muitas vezes é diferente; e, portanto,

1. Pode ser lido como um preceito para os reis e juízes da terra serem sábios e instruídos. Sejam justos e governem no temor de Deus; que eles ajam com tal sabedoria e consciência que possa aparecer uma santa adivinhação em tudo o que eles dizem ou fazem, e que eles sejam guiados por princípios sobrenaturais: não deixem suas bocas transgredir no julgamento, pois o julgamento é de Deus.

2. Pode-se tomar como promessa a todos os bons reis que, se eles almejarem sinceramente a glória de Deus e buscarem sua direção, ele os qualificará com sabedoria e graça acima de outros, em proporção à eminência de sua posição e à fundos depositados em suas mãos. Quando o próprio Saul foi feito rei, Deus lhe deu outro espírito.

3. Foi verdade sobre Salomão, que escreveu isso; ele tinha uma sabedoria extraordinária, 1 Reis 3. 28.

11 Peso e balança justos pertencem ao SENHOR; obra sua são todos os pesos da bolsa.

Note,

1. A administração da justiça pública pelo magistrado é uma ordenança de Deus; nele as balanças são mantidas e devem ser mantidas por uma mão firme e imparcial; e devemos nos submeter a isso, por amor do Senhor, e ver sua autoridade na do magistrado, Rom 13. 1; 1 Pe 2. 13.

2. A observância da justiça no comércio entre homens é igualmente um compromisso divino. Ele ensinou aos homens a discrição para fazer balanças e pesos para ajustar o direito exatamente entre o comprador e o vendedor, para que nenhum deles seja prejudicado; e todas as outras invenções úteis para a preservação do direito são dele. Ele também designou por sua lei que eles sejam justos. É, portanto, uma grande afronta para ele, e para seu governo, falsificar e, assim, fazer o mal sob a aparência e pretensão de fazer o certo, o que é maldade no lugar do julgamento.

12 A prática da impiedade é abominável para os reis, porque com justiça se estabelece o trono.

Aqui está,

1. O caráter de um bom rei, que Salomão pretendia não para seu próprio louvor, mas para instrução de seus sucessores, vizinhos e vice-reis sob ele. Um bom rei não apenas faz justiça, mas é uma abominação para ele fazer o contrário. Ele odeia a ideia de fazer o mal e perverter a justiça; ele não apenas abomina a maldade cometida por outros, mas abomina fazer qualquer coisa por si mesmo, embora, tendo poder, ele possa fazê-lo com facilidade e segurança.

2. O conforto de um bom rei: Seu trono é estabelecido pela justiça. Aquele que toma consciência de usar seu poder corretamente descobrirá que esta é a melhor segurança de seu governo, tanto porque obrigará as pessoas, como as tornará fáceis e as manterá no interesse dele, quanto como obterá a bênção de Deus., que será uma base firme para o trono e uma forte guarda sobre ele.

13 Os lábios justos são o contentamento do rei, e ele ama o que fala coisas retas.

Aqui está mais um caráter de bons reis, que eles amam e se deleitam com aqueles que falam retamente.

1. Eles odeiam parasitas e aqueles que os lisonjeiam, e estão muito dispostos a que todos ao seu redor tratem-nos fielmente e digam-lhe o que é verdadeiro, seja agradável ou desagradável, tanto em relação a pessoas quanto a coisas, que tudo deve ser colocado em uma luz verdadeira e nada disfarçado, cap. 29. 12.

2. Eles não apenas praticam a justiça por si mesmos, mas também cuidam de empregar aqueles abaixo deles que praticam a justiça também, o que é de grande importância para o povo, que deve estar sujeito não apenas ao rei como supremo, mas também aos governadores enviados por ele., 1 Pe 2. 14. Um bom rei, portanto, colocará no poder aqueles que são conscienciosos, e dirá o que é justo e discreto, e saberá como falar corretamente e com propósito.

14 O furor do rei são uns mensageiros de morte, mas o homem sábio o apazigua.

15 O semblante alegre do rei significa vida, e a sua benevolência é como a nuvem que traz chuva serôdia.

Esses dois versículos mostram o poder dos reis, que é grande em todos os lugares, mas especialmente nos países do leste, onde eram absolutos e arbitrários. Quem eles mataram e quem eles mantiveram vivo. A vontade deles era uma lei. Temos motivos para louvar a Deus pela feliz constituição do governo sob o qual vivemos, que mantém a prerrogativa do príncipe sem nenhum dano à liberdade do súdito. Mas aqui está sugerido:

1. Quão formidável é a ira de um rei: é como mensageiros da morte; a ira de Assuero foi assim para Hamã. Uma palavra irada de um príncipe enraivecido tem sido para muitos um mensageiro da morte, e causou tanto terror em alguns como se uma sentença de morte tivesse sido pronunciada sobre eles. Ele deve ser um hoomem muito sábio que sabe como pacificar a ira de um rei com uma palavra dita apropriadamente, como Jônatas uma vez pacificou a raiva de seu pai contra Davi, 1 Sam 19. 6. Um súdito prudente pode às vezes sugerir isso a um príncipe zangado, o que esfriará seus ressentimentos.

2. Quão valioso e desejável é o favor do rei para aqueles que incorreram em seu desagrado; é vida dentre os mortos se o rei se reconciliar com eles. Para outros é como uma nuvem da chuva serôdia, muito refrescante para o solo. Salomão lembrou seus súditos disso, para que não fizessem nada para incorrer em sua ira, mas tivessem o cuidado de se recomendar a seu favor. Devemos ter em mente o quanto estamos preocupados em escapar da ira e obter o favor do Rei dos reis. Suas carrancas são piores que a morte, e seu favor é melhor que a vida; e, portanto, são tolos aqueles que, para escapar da ira e obter o favor de um príncipe terreno, se afastarão do favor de Deus e se tornarão desagradáveis ​​à sua ira.

Orgulho e Humildade.

16 Quanto melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! E mais excelente, adquirir a prudência do que a prata!

Salomão aqui não apenas afirma que é melhor obter sabedoria do que ouro (cap. 3:14, 8:19), mas ele fala com segurança, que é muito melhor, melhor além da expressão - com admiração (quanto melhor!) como alguém espantado com a desproporção - com um apelo à consciência dos homens ("Julguem vocês mesmos quanto é melhor") - e com um acréscimo ao mesmo significado, que o entendimento deve ser escolhido antes que a prata e todos os tesouros dos reis e seus favoritos. Observe:

1. A sabedoria celestial é melhor do que a riqueza mundana e deve ser preferida a ela. A graça é mais valiosa que o ouro. A graça é o dom do favor peculiar de Deus; ouro apenas da providência comum. A graça é para nós mesmos; ouro para os outros. A graça é para a alma e para a eternidade; ouro apenas para o corpo e o tempo. A graça nos substituirá na hora da morte, quando o ouro não nos servirá de nada.

2. A obtenção dessa sabedoria celestial é melhor do que a obtenção de riqueza mundana. Muitos se preocupam e se esforçam para obter riqueza, mas não a alcançam; mas a graça nunca foi negada a ninguém que a buscasse sinceramente. Há vaidade e irritação de espírito em obter riqueza, mas alegria e satisfação de espírito em obter sabedoria. Grande paz têm aqueles que a amam.

17 A estrada dos retos é desviar-se do mal; o que guarda o seu caminho preserva a sua alma.

Observe:

1. É o caminho dos retos evitar o pecado e tudo o que se parece com ele e leva a ele; e esta é uma estrada marcada por autoridade, trilhada por muitos que vieram antes de nós e na qual encontramos muitos que nos acompanham; é fácil de encontrar e seguro para ser percorrido, como uma rodovia, Isa 35. 8. Afastar-se do mal é compreensão.

2. É o cuidado dos justos preservar suas próprias almas, para que não sejam poluídos com o pecado, e que pelos problemas do mundo não sejam tirados de sua posse, especialmente para que não pereçam por causa disso sempre, Mateus 16. 26. E é, portanto, seu cuidado manter seu caminho, e não se desviar dele, em nenhum dos lados, mas pressionar em direção à perfeição. Aqueles que aderem ao seu dever asseguram sua felicidade. Siga o seu caminho e Deus o guardará.

18 A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.

Note,

1. O orgulho terá uma queda. Aqueles que são de espírito altivo, que pensam em si mesmos acima do que é aceitável, e olham com desprezo para os outros, que com seu orgulho afrontam a Deus e inquietam os outros, serão derrubados, seja pelo arrependimento ou pela ruína. É a honra de Deus humilhar o orgulhoso, Jó 40. 11, 12. É um ato de justiça que aqueles que se exaltaram sejam humilhados. Faraó, Senaqueribe, Nabucodonosor foram exemplos disso. Os homens não podem punir o orgulho, mas sim admirá-lo ou temê-lo e, portanto, Deus o punirá com suas próprias mãos. Deixe-o sozinho para lidar com homens orgulhosos.

2. Homens orgulhosos são frequentemente mais orgulhosos, insolentes e altivos, pouco antes de sua destruição, de modo que é um certo presságio de que eles estão à beira dela. Quando homens orgulhosos desafiam os julgamentos de Deus e se consideram a maior distância deles, é um sinal de que estão à porta; testemunha o caso de Bem-Hadad e Herodes. Enquanto a palavra estava na boca do rei, Dan 4. 31. Portanto, não temamos o orgulho dos outros, mas temamos muito o orgulho de nós mesmos.

19 Melhor é ser humilde de espírito com os humildes do que repartir o despojo com os soberbos.

Este é um paradoxo que os filhos deste mundo não podem entender e não irão concordar, que é melhor ser pobre e humilde do que ser rico e orgulhoso.

1. Aqueles que dividem o despojo geralmente são orgulhosos; eles se valorizam e desprezam os outros, e sua mente se eleva com sua condição; os que são ricos neste mundo, portanto, precisam ser advertidos para que não sejam altivos, 1 Tm 6. 17. Aqueles que são orgulhosos e se esforçam, que atacam, empurram e lutam por preferência, são os homens que geralmente dividem o despojo e compartilham entre eles; eles têm o mundo à vontade e a bola no pé.

2. É melhor, sob todos os aspectos, tomar nossa sorte com aqueles cuja condição é baixa, e suas mentes levadas a isso, do que cobiçar e almejar fazer uma figura e alvoroço no mundo. A humildade, embora deva nos expor ao desprezo do mundo, ainda assim nos recomenda ao favor de Deus, nos qualifica para suas visitas graciosas, nos prepara para sua glória, nos protege de muitas tentações e preserva a quietude e o repouso de nossas próprias almas, é muito melhor do que aquele alto astral que, embora leve embora a honra e a riqueza do mundo, torna Deus um inimigo do homem e o diabo seu mestre.

Benefícios da Sabedoria.

20 Aquele que lida com um assunto com sabedoria achará o bem; e aquele que confia no Senhor, esse é feliz.

Observe,

1. A prudência conquista o respeito e o sucesso dos homens: Aquele que lida com um assunto com sabedoria (que é mestre em seu ofício e faz parecer que entende o que empreende, que é atencioso em seus negócios e, quando fala ou escreve sobre qualquer assunto, faz pertinentemente) achará bom, terá boa reputação e talvez possa fazer uma boa mão dele.

2. Mas é apenas a piedade que garantirá a verdadeira felicidade dos homens: Aqueles que lidam com um assunto com sabedoria, se forem orgulhosos e se apoiarem em seu próprio entendimento, embora possam encontrar algum bem, ainda assim não terão grande satisfação nisso; mas aquele que confia no Senhor, e não em sua própria sabedoria, feliz é ele, e deve acelerar melhor no passado. Alguns leem a parte anterior do versículo para expô-lo à piedade, que é de fato a verdadeira sabedoria: Aquele que atende à palavra (a palavra de Deus, cap. 13. 13) achará brm nela e por ela. E aquele que confia no Senhor, na sua palavra que ele atende, é feliz.

21 O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumenta o conhecimento.

Observe,

1. Aqueles que têm sabedoria sólida terão o crédito dela; ganhará reputação para eles, e eles serão chamados de homens prudentes e sérios, e uma deferência será prestada ao seu julgamento. Faça o que é sábio e bom e terá o louvor do mesmo.

2. Aqueles que com sua sabedoria têm uma elocução feliz, que expressam seus sentimentos facilmente e com boa graça, são comunicativos de sua sabedoria e têm palavras à vontade, e boa linguagem, bem como bom senso, aumentam o aprendizado; eles difundem e propagam o conhecimento para os outros, e fazem um bom trabalho com ele, e assim aumentam seu próprio estoque. Eles acrescentam doutrina, melhoram as ciências e prestam serviço à comunidade de aprendizado. Para aquele que tem e usa o que tem, mais será dado.

22 O entendimento, para aqueles que o possuem, é fonte de vida; mas, para o insensato, a sua estultícia lhe é castigo.

Observe,

1. Há sempre algum bem a ser obtido por um homem sábio e bom: seu entendimento é uma fonte de vida para ele, que sempre flui e nunca pode secar; ele tem algo a dizer em todas as ocasiões que é instrutivo e útil para aqueles que farão uso disso, coisas novas e velhas para tirar de seu tesouro; pelo menos, seu entendimento é uma fonte de vida para si mesmo, rendendo-lhe satisfação abundante; dentro de seus próprios pensamentos ele entretém e edifica a si mesmo, se não aos outros.

2. Não há nada que seja bom para ser obtido por um tolo. Mesmo sua instrução, seus discursos solenes e fixos, são apenas tolices, como ele, e tendem a fazer os outros gostarem dele. Quando ele faz o melhor que pode, é apenas uma tolice, em comparação até com a conversa comum de um homem sábio, que fala melhor à mesa do que um tolo no assento de Moisés.

23 O coração do sábio é mestre de sua boca e aumenta a persuasão nos seus lábios.

Salomão havia elogiado a eloquência, ou a doçura dos lábios (v. 21), e parecia preferi-la à sabedoria; mas aqui ele se corrige, por assim dizer, e mostra que, a menos que haja um bom tesouro para sustentar a eloquência, vale pouco. A sabedoria no coração é o assunto principal.

1. É isso que nos dirige ao falar, que ensina à boca o que falar, quando e como, de modo que o que é falado seja apropriado, pertinente e oportuno; caso contrário, embora a linguagem seja tão boa, é melhor não ser dita.

2. É isso que dá peso ao que falamos e agrega aprendizado para ela, força de razão e força de argumento, sem a qual, mesmo que uma coisa seja tão bem formulada, ela será rejeitada, quando for considerada, como insignificante. Expressões pitorescas agradam ao ouvido e alimentam a fantasia, mas é o aprendizado nos lábios que deve convencer o julgamento e influenciar aquilo, para o qual a sabedoria do coração é necessária.

24 Palavras agradáveis ​​são como um favo de mel, doces para a alma e saúde para os ossos.

As palavras agradáveis ​​aqui recomendadas devem ser aquelas que o coração do sábio ensina e acrescenta aprendizado (v. 23), palavras de conselho oportuno, instrução e conforto, palavras tiradas da palavra de Deus, pois foi isso que Salomão aprendeu de seu pai é considerado mais doce do que o mel e o favo de mel, Sl 19. 10. Estas palavras, para aqueles que as sabem saborear,

1. São agradáveis. Elas são como o favo de mel, doce para a alma, que prova neles que o Senhor é misericordioso; nada é mais grato e agradável ao novo homem do que a palavra de Deus e as palavras que são emprestadas dela, Sl 119. 103.

2. Elas são saudáveis. Muitas coisas agradáveis ​​que não são proveitosas, mas essas palavras agradáveis ​​são saúde para os ossos, para o homem interior, bem como doces para a alma. Eles fazem com que os ossos, que o pecado quebrou e desconectou, regozijem. Os ossos são a força do corpo; e a boa palavra de Deus é um meio de força espiritual, curando as doenças que nos enfraquecem.

Malícia e Inveja.

25 Há caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte.

Isso nós tínhamos antes (cap. 14. 12), mas aqui é repetido, como o que é muito necessário para ser pensado,

1. A título de cautela para todos nós, tomar cuidado para não nos enganarmos nas grandes preocupações de nossas almas descansando naquilo que parece certo e não é realmente assim, e, para evitar uma autoilusão, ser imparcial no autoexame e manter um zelo de nós mesmos.

2. Como forma de terror para aqueles cujo caminho não é certo, não é como deveria ser, por mais que pareça para si ou para os outros; o fim disso certamente será a morte; para isso tem uma tendência direta e certa.

26 A fome do trabalhador o faz trabalhar, porque a sua boca a isso o incita.

Isso é projetado para nos engajar na diligência e nos acelerar, o que nossa mão encontra para fazer, para fazê-lo com todas as nossas forças, tanto em nossos negócios mundanos quanto no trabalho da religião; pois no original é: A alma que trabalha trabalha para si mesma. É o trabalho do coração que aqui se pretende, o trabalho da alma, que aqui nos é recomendado,

1. Como aquilo que será absolutamente necessário. Nossa boca está continuamente desejando isso de nós; as necessidades da alma e do corpo são urgentes e exigem alívio constante, de modo que devemos trabalhar ou morrer de fome. Ambos exigem pão diário e, portanto, deve haver trabalho diário; porque no suor do nosso rosto devemos comer, 2 Tessalonicenses 3. 10.

2. Como aquilo que será indescritivelmente lucrativo. Sabemos em cuja missão vamos: Aquele que trabalha colherá o fruto do seu trabalho; será para si mesmo; ele se alegrará com o seu próprio trabalho e comerá do trabalho de suas mãos. Se fizermos da religião o nosso negócio, Deus fará dela a nossa bem-aventurança.

27 O homem depravado cava o mal, e nos seus lábios há como que fogo ardente.

28 O homem perverso espalha contendas, e o difamador separa os maiores amigos.

Existem aqueles que não são apenas perversos, mas rancorosos e maliciosos com os outros, e são os piores dos homens; dois tipos de tais são descritos aqui:

1. Tais como invejar a honra de um homem por seu bom nome, e fazer tudo o que puderem para destruí-lo com calúnias e deturpações: eles desenterram o mal; eles se esforçam muito para descobrir uma coisa ou outra na qual fundamentar uma calúnia ou que possa dar alguma cor a ela. Se ninguém aparecer acima do solo, em vez de desejá-lo, eles irão cavar em busca dele, mergulhando no que é secreto, ou procurando um grande caminho de volta, ou por suspeitas e suposições malignas e insinuações forçadas. Nos lábios de um caluniador há como um fogo, não apenas para marcar a reputação de seu próximo, para denegri-lo e manchá-lo, mas como um fogo ardente para consumi-lo. E quão grande é um pouco deste fogo, e quão dificilmente é extinto! Tiago 3. 5, 6.

2. Como invejar um homem pelo conforto de sua amizade, e fazer tudo o que puderem para quebrar isso, sugerindo que em ambos os lados o que colocará em desacordo aqueles que são mais próximos e têm sido íntimos por muito tempo, ou pelo menos frios e alienam suas afeições umas das outras: Um homem obstinado, que não consegue encontrar em seu coração para amar ninguém além de si mesmo, fica aborrecido ao ver os outros viverem no amor e, portanto, faz questão de semear contendas, dando aos homens características vis um do outro, contando mentiras e contando histórias de má índole entre os principais amigos, de modo a separar um do outro, e deixá-los zangados ou pelo menos suspeitos um do outro. Esses são os homens maus, e também as mulheres más, que fazem tais maus ofícios; eles estão fazendo o trabalho do diabo, e sua vontade será o salário deles.

29 O homem violento alicia o seu companheiro e guia-o por um caminho que não é bom.

30 Quem fecha os olhos imagina o mal, e, quando morde os lábios, o executa.

Aqui está outro tipo de homens maus descritos para nós, para que não possamos fazer como eles, nem ter nada a ver com eles.

1. Tais como (como Satanás) fazem todo o mal que podem pela força e violência, como leões rugindo, e não apenas por fraude e insinuação, como serpentes sutis: Eles são homens violentos, que fazem tudo pela rapina e opressão, que fecham seus olhos, meditando com a intenção mais próxima e aplicação da mente para inventar coisas perversas, para planejar como eles podem fazer o maior dano ao próximo, para fazê-lo de forma eficaz e segura para si mesmos; e então movendo seus lábios, dando a palavra de comando a seus agentes, eles fazem o mal passar e executam o plano perverso, mordendo os lábios (assim alguns leem) por irritação. Quando o ímpio trama contra o justo, range os dentes contra ele.

2. Tais como (como Satanás ainda) fazem tudo o que podem para seduzir e atrair outros para se juntarem a eles na maldade, conduzindo-os por um caminho que não é bom, que não é honesto, nem honrado, nem seguro, mas ofensivo a Deus, e que no final será pernicioso para o pecador. Assim, ele pretende arruinar alguns neste mundo, colocando-os em problemas, e outros no outro mundo, levando-os ao pecado.

A Soberania da Divina Providência.

31 A cabeça branca é uma coroa de glória, se for encontrada no caminho da retidão.

Observe:

1. Deve ser grande o cuidado dos idosos encontrarem-se no caminho da retidão, no caminho da religião e na piedade séria. Tanto Deus quanto o homem os procurarão dessa maneira; será esperado que os velhos sejam bons, que a multidão de seus anos lhes ensine a melhor sabedoria; deixe-os, portanto, ser encontrados dessa maneira. A morte virá; o Juiz está chegando; o Senhor está próximo. Para que sejam achados por ele em paz, sejam achados no caminho da justiça (2 Pedro 3:14), achados assim, Mateus 24:46. Que os velhos sejam velhos discípulos; que eles perseverem até o fim no caminho da justiça, no qual eles há muito se estabeleceram, para que possam ser encontrados nele.

2. Se os idosos forem encontrados no caminho da retidão, sua idade será sua honra. A velhice, como tal, é honrosa e impõe respeito (te levantarás diante da cabeça grisalha, Levítico 19:32); mas, se for encontrado no caminho da impiedade, sua honra é perdida, sua coroa profanada e lançada no pó, Isa 65. 20. Os idosos, portanto, se quiserem preservar sua honra, ainda devem manter sua integridade, e então seus cabelos grisalhos são de fato uma coroa para eles; eles são dignos de dupla honra. A graça é a glória da velhice.

32 Melhor é o tardio em irar-se do que o poderoso; e aquele que governa o seu espírito do que aquele que toma uma cidade.

Isso recomenda a graça da mansidão para nós, o que nos convém bem a todos, particularmente aos cabelos brancos, v. 31. Observe,

1. A natureza disso. É ser lento para se enfurecer, não ser facilmente levado a uma paixão, nem apto a se ressentir da provocação, tendo tempo para considerar antes de permitir que nossa paixão irrompa, para que não transgrida os devidos limites, tão lento em nossos movimentos em direção à raiva que podemos ser rapidamente parados e pacificados. É ter o governo de nossos próprios espíritos, nossos apetites e afeições e todas as nossas inclinações, mas particularmente nossas paixões, nossa raiva, mantendo isso sob direção e controle, e o estrito governo da religião e da razão correta. Devemos ser senhores de nossa ira, como Deus é, Naum 1. 3.

2. A honra disso. Aquele que obtém e mantém o domínio de suas paixões é melhor do que o poderoso, melhor do que aquele que por um longo cerco toma uma cidade ou por uma longa guerra subjuga um país. Eis que está aqui quem é maior que Alexandre ou César. A conquista de nós mesmos e de nossas próprias paixões indisciplinadas requer mais sabedoria verdadeira e um gerenciamento mais estável, constante e regular do que a obtenção de uma vitória sobre as forças de um inimigo. Uma conquista racional é mais honrosa para uma criatura racional do que uma brutal. É uma vitória que não faz mal a ninguém; nenhuma vida ou tesouro é sacrificado a ela, mas apenas alguns desejos básicos. É mais difícil e, portanto, mais glorioso, reprimir uma insurreição em casa do que resistir a uma invasão de um lugar amplo; não, tais são os ganhos da mansidão que por ela somos mais que vencedores.

33 A sorte é lançada no colo; mas toda a sua disposição é do Senhor.

Note,

1. A divina Providência ordena e dirige aquelas coisas que para nós são perfeitamente casuais e fortuitas. Nada acontece por acaso, nem um evento é determinado por uma fortuna cega, mas tudo pela vontade e conselho de Deus. O que o homem não tem olho nem mão em Deus está intimamente envolvido. decidido, Deus deve estar de olho nele, por meio de oração, para que seja disposto corretamente (Dê uma sorte perfeita, 1 Sam 14. 41; Atos 1. 24), e concordando com ele quando está disposto, estando satisfeito de que a mão de Deus está nele e essa mão dirigida por infinita sabedoria. Devemos considerar todas as disposições da Providência relativas aos nossos assuntos como o direcionamento de nossa sorte, a determinação do que nos referimos a Deus, e devemos reconciliá-las de acordo.

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